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Anjo Sombrio

Introdução

De acordo com uma das hipóteses, a “Sociedade Secreta” que deu origem a Camorra, teria sido formada em Cagliari (cidade na região da Sardenha) sob o nome “Gamurra”, no século XIII e, em seguida, iria se espalhar em Nápoles no século XIV.

No entanto, a teoria mais aceita é que o termo nasceria diretamente em Nápoles, por volta dos séculos XVI e XVII, encontrando a sua raiz etimológica no mesmo dialeto napolitano original, formado pela junção das palavras “ca - ‘Morra” (com Morra, jogo tradicional muito popular na Itália entre emigrantes italianos no mundo todo).

Porém é muito comum datar no início do século XII, o nascimento da Camorra napolitana entendida como uma “organização criminosa secreta “, uma espécie de maçonaria dos pobres napolitanos.

Hoje, ela é chamada de “Sistema”. E o “sistema” é o clã, um grupo camorrístico de uma determinada área. Campagna é o local onde tem mais gangues: duzentos e cinquenta, apenas na província de Nápoles.

É a organização menos enquadrada em um conjunto rígido de regras. Toda tentativa de dar à Camorra uma estrutura e uma cúpula sempre falhou.

Nos anos oitenta, Raffaele Cutolo até tentou com sua “Nova Camorra Organizada”, mas, mesmo assim, as outras Organizações da Camorra travaram guerra e não conseguiram dar-se um comando, uma Cúpula. Cada clã controla de forma autônoma o seu próprio território e quando há alguma invasão inimiga, vão em confronto.

Ou seja, a estrutura organizacional da Camorra é dividida em grupos individuais chamados clãs, que diferem entre si em termos do tipo de influência no território, estrutura organizacional, força econômica e modus operandi. Cada "capo" ou "boss" é o líder de um clã, no qual pode haver dezenas ou centenas de afiliados, dependendo do poder e da estrutura de cada clã.

Além de sua base original na Campânia, a organização criminosa também é ativa em várias partes da Itália, principalmente na Lácio, Emília-Romanha e Lombardia. Segundo relatos, a principal base de operações da Camorra fora da Itália é a Espanha, no entanto ela é também ativa em outros países europeus.

A Camorra é o terceiro maior grupo de crime organizado do mundo, com uma renda estimada em 5 bilhões de dólares por ano.

Há décadas a organização é fortemente ligada ao tráfico de drogas, tendo vários contatos com chefes de cartéis de droga da América do Sul, principalmente colombianos e peruanos.

Imagina-se que conte atualmente com cerca de cento e dez famílias operacionais e cerca de sete mil afiliados. As atividades da Camorra são incontáveis, da agiotagem à extorsão, do contrabando de cigarros ao tráfico de drogas, da importação irregular de carne à fraude à União Europeia.

Assim como a ‘Ndrangheta, a Camorra tem uma estrutura menos ligada à hierarquia que a Cosa Nostra, mas seria mais poderosa, com lideranças mais jovens e muito mais violência.

Atualmente, segundos os investigadores, os clãs mais poderosos da Camorra são o clã Mazzarella e a Alleanza di Secondigliano (uma aliança formada pelos clãs Contini, Mallardo e Licciardi).

NÃO CONTINUE ANTES DE LER!

● ATENÇÃO!!! Este livro é recomendado para MAIORES DE DEZOITO ANOS devido ao conteúdo e à linguagem apresentados.

● A trama deste livro se passa na Máfia Italiana da região da Campânia, conhecida como Camorra, e mistura fatos com ficção. Contudo, os personagens criados são fictícios e não têm ligações com pessoas reais.

● A narrativa apresentada é fruto da imaginação da autora e não tem a obrigação de refletir a realidade. Não existem padrões absolutos sobre o que é certo ou errado. Vale lembrar que a autora não apoia nem tolera comportamentos desse tipo.

● CERTAMENTE, nem tudo o que está escrito aqui deve ser imitado na vida real.

● Este romance mergulha no mundo da Máfia e pode incluir cenas de abuso ou uma narrativa bastante sombria, além de abordar temas como consentimento questionável, agressão física e verbal, linguagem ofensiva e conteúdo sexual gráfico que pode incomodar leitores mais sensíveis. Portanto, evite a leitura se você se sentir desconfortável com esses assuntos.

● Se você procura um príncipe encantado, definitivamente, esta leitura não é para você.

● Embora eu não consiga responder a todos os comentários, estou sempre atenta ao que vocês escrevem. Por isso, sintam-se à vontade para comentar, curtir, avaliar e compartilhar essa história com amigos, colegas, familiares e conhecidos.

Se você chegou até aqui e ainda está disposto a continuar, espero que tenha uma ÓTIMA LEITURA e seja bem-vindo ao mundo da Camorra.

Prólogo • Gabriel Mallardo

Faço minha entrada no escritório do meu irmão. Ele me telefonou mais cedo avisando que eu deveria visitá-lo imediatamente após a minha reunião. Como de costume, Miguel não explicou a razão de sua pressa.

Ele é discreto em suas expressões, nunca deixando claro o que pretende. É desafiador gerir sua personalidade imprevisível. Miguel é uma ogiva nuclear pronta para irromper a qualquer instante. Por ser tão emotivo, nosso pai teve incertezas sobre seu papel na nossa organização.

Ele acreditava que o filho mais velho não teria a capacidade de liderar eficazmente, por isso começou a considerar a possibilidade de me substituir, mesmo que isso contrariasse as normas que seguimos.

Não é surpreendente que a Camorra tenha mudado sua postura há mais de trinta anos: não somos tão inflexíveis com as tradições como os merdas da Cosa Nostra. O nosso sistema é mais flexível, incluindo o casamento. Geralmente, nos unimos entre as famílias do nosso sistema, mas se surgir uma vantagem fora delas que nos proporcione mais poder, agarramo-la rapidamente.

Em toda essa narrativa, nosso pai não imaginava o que seu filho mais velho seria capaz de realizar. Ele transformou Miguel num assassino impiedoso e impiedoso, e acabou sendo vítima do seu veneno próprio.

Ao perceber que não seria mais o Capo, meu irmão atirou em nosso pai enquanto ele dormia, juntamente com a jovem esposa dele. Para finalizar o espetáculo, ele decapitou o idoso e reuniu as famílias mais influentes da organização para mostrar o que aconteceria com quem ousasse desafiar sua posição.

Ele provocou um enorme tumulto, particularmente com o Tio Carlo, irmão do nosso pai. O homem teve um surto, mas teve que se conter, pois estava ciente de que o sobrinho o mataria sem hesitação. Além disso, tínhamos um exército ao nosso lado, pronto para eliminar os veteranos para preservar nosso domínio.

É desafiador lidar com meu irmão, especialmente para mim, que sou totalmente lógico e analiso cada ação que realizo. A impulsividade não é uma característica minha.

- Que droga de reunião prolongada é essa? – Miguel indaga sem me encarar. - Foi beber depois do expediente?

- Nem todas as reuniões são simples - respondo com serenidade.

- É necessário aprender a falar menos - murmura.

- Eu não sou você\, e é por isso que me conecto com o lado social dos negócios.

- Ainda bem - ele gira a cadeira\, desviando o olhar das câmeras que monitoram seu hotel principal.

Nada escapa à visão do meu irmão. Miguel é compulsivo por controle, sempre está no comando de qualquer circunstância.

- Faremos uma visita especial a Riccardo Bawer. – Levanto as sobrancelhas\, surpreso\, pois o homem é um empresário de destaque\, com quem temos negócios.

- O que ocorreu?

- Ele está realizando transações comerciais com a Cosa Nostra. Deixei claro que não queria que ele convivesse com ratos. - Coço a barba. Miguel tem mais ódio pela Cosa Nostra do que pelo próprio Diabo.

- Você já teve uma conversa de advertência com Riccardo?

Miguel se levanta e diz: - Ele não receberá notificação, pois aquele filho da puta desrespeitou uma ordem direta minha.

- Calma\, irmão\, nós temos interesse nele.

- O dinheiro é o que me atrai. No entanto\, se ele está concedendo o que desejo aos adversários\, desgraçado! Caso não consiga agarrá-lo\, adeus Riccardo.

- Estou disponível - um canto da sua boca se torce.

Desisto! Agora, só me resta descobrir um meio de ele não matar o homem.

- Fiquei surpreso com a sua presença - Riccardo declara ao nos sentarmos nas confortáveis cadeiras do seu escritório.

- Não devia. – Miguel cruza os braços\, exibindo serenidade.

- É... - Riccardo solta um pigarro antes de retomar a conversa. - Por que vocês estão aqui? - questiona ansioso\, ciente de que meu irmão não viria à casa dele por qualquer motivo.

Miguel questiona com uma voz fria: - Você acha que me trairia sem saber?

- De que assunto está falando? - O infeliz finge não entender.

- Não siga por esse caminho - afirmo\, tentando evitar o pior - Sabemos que você está envolvido em negócios com a Cosa Nostra. - A expressão dele muda - O que aconteceu com a sua cabeça? - indaga\, sem conseguir conter a curiosidade.

- Garanto que não é nada grave - prontamente se defende - Trata-se de algo sem relevância.

- Pensa que sou tolo? - agora meu irmão se levanta - Não se brinca com o demônio\, Riccardo - fala de maneira sarcástica - Você me conhece bem.

- Miguel\, tenha calma - suplica ao apertar vigorosamente os apoios de braço da cadeira.

- Não me peça algo que não possuo - Sinto-me ansioso quando ele contorna a mesa e agarra a camisa masculina. - Você me prometeu lealdade - ele fala devagar - E não a cumpriu.

- Gabriel\, por favor\, me ajude - suplica\, em desespero.

- Ele está aqui apenas para garantir que não te matarei\, pelo menos neste momento - os olhos do infeliz se dilatam - No entanto\, vou te instruir a nunca violar um acordo.

Miguel solta um suspiro profundo ao empurrar a cabeça do imbecil contra a mesa. Não sei em que universo Riccardo habita para imaginar que ele se envolveria com a máfia rival e essa informação não seria entregue de forma gratuita ao meu irmão.

O clamor de Riccardo inunda o escritório quando seu nariz se rompe pela terceira vez ao tocar a madeira resistente. Estou me levantando, preciso estar preparado para agir. Não levará muito tempo e meu irmão atingirá o limite.

- Seu filho da puta\, você acha que está lidando com uma criança? – Miguel questiona\, segurando o cabelo dele para que ele pudesse encarar. - Ninguém neste mundo quebra um pacto comigo e escapa sem ferimentos.

- Prometo que não foi nada grave - o infeliz começa a derramar lágrimas - Não tive a intenção de te decepcionar.

- O mundo está repleto de boas intenções - com brusquidão\, Miguel puxa o homem para o centro do escritório.

- Peço desculpas\, mas vou encerrar as negociações com o Capo da Cosa Nostra.

- Claro que vai - a voz do meu irmão soa ameaçadora - No entanto\, antes de agir\, vou te instruir a nunca mais olhar para um adversário - Coço a cabeça ao socá-lo.

Com certeza, algum osso foi partido. Miguel está habituado a combates de rua, sem qualquer tipo de regulamento.

- O que está acontecendo aqui? – a pergunta surge quando a esposa de Riccardo adentra o local.

- Isso não é assunto seu - afirmo abruptamente - Vá embora - determino.

- Vocês estão causando danos ao meu esposo.

- Você quer se juntar a ele? - Não gosto de lidar com mulheres\, mas\, se for necessário\, farei o meu trabalho. Fui formado para sempre evidenciar minha força. Meu pai realizou um 'trabalho notável' com os filhos - Vá embora e esqueça o que viu pelo bem de sua família. Vamos mantê-lo vivo.

Ela permanece imóvel por alguns instantes, mas eventualmente compreende que, para sua própria proteção, deve partir.

- Não ferem a minha família. Eles não estão relacionados aos nossos negócios.

Miguel acerta uma joelhada nas costelas dele: - Faço o que eu quiser, mas desta vez quero apenas você.

Com a perícia de um lutador habilidoso, meu irmão inicia um ataque violento contra ele, até que surge o instante em que intervenho e interrompo a comemoração.

- Terminou - exclamo ao apertar os braços de Miguel - Queremos você vivo\, lembra? - sussurro em seu ouvido - Retorne à realidade - suplico com serenidade\, essa é a maneira como lido com a personalidade implacável dele.

Por alguns instantes, ele resiste, tentando se libertar de mim, mas finalmente percebe que Riccardo já está inconsciente, mas ainda vivo.

- Na próxima oportunidade\, ninguém me deterá. Se ele insistir em negociar com a Cosa Nostra\, acabou. - Com um gesto rápido\, ele se desprende das minhas mãos - Vamos embora.

Acompanho-o ao deixar o escritório, ele caminha apressado, mas no meio do percurso, ele para ao cruzar com a esposa de Riccardo.

- Tome conta da merda do seu esposo. Hoje o deixei vivo - aproximando-se dela\, limpa as mãos sujas de sangue em seu vestido. - Aconselhe-a a manter a disciplina ou soltarei os cães do inferno contra sua família sem dó nem piedade. - Ele dá dois leves tapinhas em sua face. - Fuja de mim\, vagabunda - a mulher corre em direção ao escritório.

- O que seria de você sem a minha presença para te controlar? – questiono ao deixarmos a casa rumo aos nossos veículos.

- Eu continuaria sendo o Capo\, porém haveria mais mortes na minha lista. – Ele me olha com um sorriso – Pare de se fazer de bonzinho. Não és santo.

- Nunca fui\, mas penso antes de tomar uma decisão.

Diz ao abrir a porta do seu carro: - Até demais para o meu gosto. Agora, vamos nos divertir. Para finalizar o dia, precisamos foder algumas bocetas.

Ele está certo, realmente preciso relaxar e não há nada melhor do que um pouco de sexo. Neste aspecto, concordamos, pelo menos temos um ponto comum. De fato, somos opostos.

Capítulo 01 • Gabriel Mallardo

Com toda a força, arremesso o saco de areia, preciso liberar um pouco de energia. Estou há várias semanas sem encontrar algo que me agrade, isso me deixa deprimido. Necessito encontrar alguém que me chame a atenção, tal como Miguel fez com Riccardo.

Cesar questiona: - O que aconteceu com você? - Ao enfaixar uma das mãos. Ele é um amigo valioso em quem deposito total confiança.

- Apenas preciso de uma missão bastante agressiva.

Ele murmura: - Hmmm...

Se meu irmão mais velho é desafiador, Cesar também não fica atrás. Ele é o nosso executor, aquele que cobra as dívidas mais elevadas, elimina os devedores, assim como atropela qualquer adversário que se interponha em nosso trajeto.

Assumo que não desejava encontrar-me com ele enquanto estava em serviço, é complicado até mesmo descrever sua transformação. Se alguém quiser observar uma fera selvagem de perto, basta visitar a Camorra e encontrará a personificação do termo pavor.

- Soube que esteve com Riccardo na noite anterior\, não se divertiu?

- Era um momento dele\, eu tinha a obrigação de evitar que Miguel o matasse.

- Não é uma tarefa simples - ele mostra um sorriso\, mas não conclui completamente a ação - Vamos nos preparar? - encaro-o.

De fato, atraímos o que desejamos, eu ansiava tanto por um confronto que convidei o pior oponente. Cesar tornou-se nosso executor após muitas aventuras compartilhadas conosco quando éramos adolescentes, sendo preparados para nos tornarmos grandes combatentes. A diferença de idade entre nós é mínima, enquanto eu tenho vinte e oito anos, ele e meu irmão já atingiram a marca dos trinta.

Desde a juventude, ele exibiu uma habilidade singular para eliminar alvos. Ao assumir o poder, meu irmão assumiu automaticamente a posição de assassino oficial da Camorra, alguém que você nunca quer em sua perseguição.

- Vamos em frente. - Não tenho como escapar e\, na verdade\, nem desejo. Será agradável lutar ao lado do meu amigo.

Uso a toalha para absorver o suor, depois coloco as luvas e me aproximo do ringue. Na última batalha que travamos, ele levou a melhor. Não vou permitir que isso ocorra no presente momento. Cesar me observa com seus olhos frios, nunca se acalma, sempre pronto para uma batalha.

- Preparado para mais um fracasso?

- Não acredite que te deixarei vencer como na última vez.

- Você é um idiota - afirma ao apertar as luvas\, pensando que pode me intimidar.

Não consigo responder a tempo, pois ele já vem com tudo contra mim. Apenas consigo interceptar seu ataque. É fascinante a habilidade de ser grandioso e veloz ao mesmo tempo.

Ao enfrentar Cesar, toda a atenção é necessária. Um único erro pode resultar em um soco e um nocaute. Se o combate for oficial, conforme as normas, o oponente estará morto em minutos. Isso ocorre porque, quando ele te derruba, só para quando tem a certeza de que seu oponente já não tem mais vida.

Obtenho um golpe de direita que o atinge no meio das costelas, fazendo-o tossir alto. Reforço um sorriso, deixando para me divertir mais tarde, quando o vencer.

Os seus olhos perceberam uma linha tênue e intimidante. Ele percebeu minha agressão, vai querer responder à altura. Isso me motiva, mesmo tendo consciência de que meu adversário possui uma competência técnica ainda mais avançada que a minha.

Que se dane! Gosto do perigo, mas tenho receio de estragar meu rosto, tenho uma festa marcada para daqui a dois dias.

Realizamos alguns golpes, embora sem muita violência, estamos nos desafiando, mas estou ciente de que isso não será duradouro. Mal esse pensamento surge na minha mente e ele me atinge com determinação.

Que mão pesada, todo mundo tem medo de um confronto com ele, é complicado enfrentar alguém como ele.

Utilizo o instante em que ele seca o suor com o antebraço para atingir sua bochecha. Não é uma ação muito equitativa, mas não estabelecemos as normas antes de iniciarmos a luta.

Cesar questiona com ironia: - Você está jogando sujo? Não permita que eu te mate.

- Aqui ninguém morrerá\, estamos apenas em treinamento.

- Não estou - declara ao bater as luvas na minha frente - Quero te derrubar - declara ao avançar contra mim\, que só tenho tempo de desviar do seu ataque.

Ouço ao longe palmas, todos juntos olhando para onde elas se originam. A fuga alegre de Miguel surge. Ele carrega uma toalha sobre o ombro e um copo de água sob o braço.

Miguel fala ao despachar os itens que carrega em um banco: - Vocês estão de parabéns, logo cedo querendo se matar, estão me enchendo de orgulho. - Olho para o alto, sem encontrar graça no humor mórbido do meu irmão - Mas vamos parar com isso, tenho um trabalho para Cesar, ele precisa exibir todo o seu físico impressionante.

- Uma batalha com seu irmão não vai diminuir minha disposição para qualquer missão - o infeliz tenta me desafiar.

- Não se ache tão arrogante - murmuro - Lembra daquele dia em que te atingi no queixo e você sumiu?

Ele me empurra com raiva antes de puxar com a boca a faixa que fecha a luva. - Quem devo visitar? - Cesar questiona ao ficar com as mãos livres e sair do ringue.

- Você receberá a lista\, serão três visitas\, porém uma delas requer sua atenção integral.

- Isso me deixa intrigado.

- Você vai gostar do que preparei - Miguel se posiciona ao lado do ringue e cruza os braços. - Que tal lutar ao meu lado\, Gabriel? - meu irmão questiona ao me encarar.

- Sem possibilidade. – Passo a mão pelo cabelo suado – Vou realizar meu exame cardíaco e depois tenho que tomar algumas medidas relacionadas à reforma do nosso edifício.

- Parece que você quer escapar de mim - ele tenta me provocar.

- Tive meu momento com Cesar\, me exercitei - ando pelas cordas saltando no chão - Além disso\, na próxima semana tenho um evento e preciso estar bem-vestido.

- Mulheres apreciam homens machucados\, elas vão amar cuidar de você.

- Por outro lado\, prefiro manter minha aparência inalterada\, não estou à procura de uma enfermeira - ele retrai a boca.

- Isso é uma escolha sua - acena com a cabeça.

Se eu não o conhecesse profundamente, poderia pensar que seu zelo pela aparência significasse outra coisa – Cesar comenta ironicamente – No entanto, já fomos suficientemente abusados para acreditar que ele não é um bom ator.

- Que engraçado - respondo\, fingindo um sorriso - Não tenho culpa de ser mais atraente que você - já que ele começou\, sigamos em frente. Não se esqueça de que sempre encontro mulheres que não desejo\, pois sua aparência intimidadora as intimida.

- Eu não me apego às pessoas fracas.

- Preciso verificar quem possui o maior pau. Miguel questiona irado: - Essa discussão é patética?

- Seu irmão não agiria dessa maneira\, ele sairia perdendo - Cesar pega um copo de água ao se distanciar.

- Hoje meu dia estará repleto - escolho ignorar a provocação do meu amigo - Evite visitas imprevistas como a de ontem. Chame Lucas. – Oriento Miguel.

Nosso irmão mais novo tem dificuldade em lidar com Miguel, mas se não for algo de grande magnitude, ele consegue se virar bem. Como o mais novo entre nós, com apenas vinte e três anos, ele ainda está em desenvolvimento na organização, além de ter seu lado rebelde.

Lucas passou por muitas mudanças desde a morte de nossa mãe, e foi bastante desafiador lidar com ele para mantê-lo afastado do olhar do nosso pai quando fazia algo errado.

Ao matar o papai, Miguel mostrou-se claramente agressivo, atraindo a atenção da mídia através de brigas e corridas ilegais de moto. Foi desafiador removê-lo das luzes, tivemos que ser rigorosos naquele período, para evitar que ele colocasse em perigo todo o nosso plano criminoso.

- Aquele merdinha desapareceu\, não o encontro desde a tarde de ontem. Miguel comenta desapontado: Espero que não tenha feito nada.

- Nada que ele diz me causa surpresa. Nosso irmão é excessivamente imprevisível\, assim como nossa mãe.

- É o seu ponto fraco.

Aproveito que Cesar se distanciou para falar com um soldado que se aproximou e me aproximo do meu irmão.

- Você não é singular\, apenas aprendeu a se disciplinar. Porém\, nem sempre é possível. Portanto\, estou ao seu lado. - O semblante dele se torna rígido.

- Se eu não mantivesse meu controle\, não seria um Capo.

- Nosso pai veio a falecer porque perdeu o controle\, mas fez o que era correto. No entanto\, a situação poderia ter sido desastrosa se eu não tivesse recrutado um exército pronto para nos auxiliar na tomada do poder.

Agora, o calo, ele sabe perfeitamente que colaboramos. Ele foi movido apenas pela emoção e eu pela razão, tornando-nos uma dupla insuperável e finaliza.

- Vá para o seu dia de trabalho\, senhor perfeito - ele insinua de forma provocante.

Eu odeio esse apelido que me deram, mas não vou entrar em discussões, é graças ao meu perfeccionismo que a Camorra é temida pelas maiores organizações criminosas da Itália.

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