NovelToon NovelToon

Lucas Valmont

C.01

Trilogia Herdeiro do Magnata — Livro 1

Adam & Leonor

Aqui começa a saga da poderosa família Valmont.

Um amor inesperado entre um magnata e uma jovem determinada, que deu origem a uma geração marcada por laços fortes, transformações e paixões intensas.

Ordem de leitura:

Herdeiro do Magnata – Adam & Leonor

Matteo Valmont – Matteo & Elena Duarte

Lucas Valmont – Lucas & Rafaela( em andamento)

Isabella Valmont – Em breve

– O Início de Tudo

Era uma noite fria em Florença, mas dentro do apartamento moderno e silencioso de Lucas Valmont, um calor diferente preenchia o ambiente. A luz suave da luminária se espalhava sobre os desenhos de um novo projeto, mas sua atenção estava longe das linhas e formas arquitetônicas. Seus olhos estavam presos a uma fotografia: ele e um garotinho de cabelos castanhos claros e olhos expressivos, ambos sorrindo diante de uma maquete.

Benjamim.

Seu filho. Seu pequeno caos. Seu maior amor.

Lucas recostou-se na cadeira, fechou os olhos e deixou que as lembranças voltassem.

Foi uma surpresa. Na verdade, um choque.

Lembrava-se com nitidez do dia em que recebeu a ligação. A voz do outro lado era a da garota com quem havia passado apenas uma noite, fruto de uma escapada impulsiva após um evento social. Eles mal se conheciam, mas a notícia foi direta, crua e inegociável:

— Estou grávida. E o filho é seu.

Lucas não fugiu. Nunca pensou em fugir. O impacto foi real, mas o instinto de proteção surgiu mais forte. A mulher deixou claro: não queria a criança, e só estava avisando por obrigação. Dois meses depois, ela estava fora da Itália, deixando para ele a responsabilidade e... o privilégio.

O dia do nascimento de Benjamim foi caótico e inesquecível. Lucas segurava o filho nos braços ainda sem acreditar. Minúsculo. Frágil. Perfeito. Um pedaço dele.

Contar aos pais foi outra história. Adam e Leonor ficaram surpresos, é claro, mas o amor venceu o susto. Sua mãe chorou de emoção ao segurar o neto, e seu pai logo brincou:

— Mais um Valmont para dominar o mundo. Ou para nos dominar com esses olhos.

Isabela e Matteo apareceram no hospital quase simultaneamente. Isabela, emocionada, já quis planejar o guarda-roupa do bebê, enquanto Matteo, silencioso, lhe deu um abraço firme, dizendo apenas:

— Você vai dar conta. E vai ser o melhor pai que esse menino poderia ter.

E assim foi.

Três anos se passaram. Entre fraldas, mamadeiras, birras, noites mal dormidas e manhãs de correria, Lucas aprendeu a ser pai. Um pai que equilibrava reuniões com mamadeiras, projetos milionários com desenhos animados e, acima de tudo, aprendia diariamente com o filho sobre amor genuíno.

Ser um arquiteto renomado na Itália e cuidar de um menino sozinho não era fácil. Mas Benjamim era sua prioridade. Sempre.

Ainda assim, ele sabia que algo precisava mudar. O pequeno estava crescendo, ficando mais ativo, e ele... precisava de ajuda.

Foi então que Lucas tomou a decisão: contratar uma babá. Mas ele não imaginava que essa decisão traria não só alívio para os dias corridos, como também um novo tipo de caos. Doce, inesperado. Chamado Rafaela.

--

Lucas conferiu o relógio mais uma vez. Benjamim corria pela sala com um caminhão de brinquedo na mão, rindo alto e deixando peças espalhadas por todo lado. O arquiteto suspirou, arrumando a gola da camisa e tentando ignorar o rastro de caos que o filho deixava.

— Papai, olha eu voando! — gritou Benjamim, pulando do sofá com a capa improvisada nas costas.

— Meu Deus, você não é super-herói, filho — disse Lucas, pegando o menino no colo antes que ele tentasse repetir o feito. — Pelo menos não até a babá chegar.

Ele ainda não sabia se aquela ideia era boa. Não por medo de alguém cuidar de Benjamim — ele precisava disso —, mas por colocar um estranho em seu lar, na rotina dos dois, naquele pequeno mundo que tinham construído a duras penas.

O interfone tocou.

Era ela.

Rafaela.

Lucas foi até a porta e a abriu, pronto para ser profissional. Mas o que viu o fez parar por um segundo. Rafaela era jovem, cabelos castanhos ondulados presos em um coque frouxo, óculos grandes que destacavam os olhos atentos, e um sorriso que, de imediato, fez Benjamim parar o que estava fazendo.

— Olá, eu sou a Rafaela. Vim para a entrevista — disse, simpática, com uma pasta nas mãos.

Benjamim se aproximou, curioso. Olhou para ela por um instante, depois estendeu a mão com uma pecinha de lego:

— Você sabe brincar disso?

Rafaela se abaixou, pegando a peça e sorrindo.

— Sei. E também faço castelos gigantes. Você me mostra os seus?

Lucas observou a cena em silêncio. Aquele primeiro contato, aquela naturalidade... Aquilo o desarmou.

Durante a entrevista, Rafaela mostrou-se mais do que qualificada. Tinha experiência com crianças, uma paciência doce e um jeito que fez Benjamim se encantar de imediato. Ao final, o menino já estava no colo dela, rindo de alguma história inventada na hora.

Lucas cruzou os braços, encostado à bancada, e disse:

— Parece que você foi aprovada por quem mais importa.

Ela riu.

— Ele é incrível. E você... parece um bom pai.

Aquela frase bateu diferente. Como um elogio sincero. Como uma confirmação de tudo o que ele tentava ser.

Ele apenas assentiu, mas algo dentro dele — algo que ele não sabia nomear — começou a se mexer.

Ele não fazia ideia, mas aquela mulher mudaria a vida deles.

E não só de Benjamim.

 

Fim do capítulo!

🖤Gostou ?

🖤 Curti comenta e compartilha

🖤um beijo tchauu

C.02

– A Babá e Seus Sonhos

Rafaela sentou-se no sofá da sala elegante, ainda um pouco encantada com o espaço. O apartamento de Lucas era amplo, moderno, com grandes janelas de vidro que deixavam a luz entrar generosa. Mas, apesar da sofisticação, havia uma bagunça carinhosa espalhada — brinquedos, almofadas no chão, desenhos infantis colados na geladeira. Uma mistura de lar e infância.

Lucas trouxe duas xícaras de café e sentou-se à sua frente, com Benjamim empoleirado no colo, abraçado a um boneco de astronauta.

— Então, Rafaela... quero saber um pouco mais sobre você — ele disse, com um tom cordial, mas observador.

Ela sorriu, ajeitando uma mecha do cabelo que escapara do coque.

— Claro. Bom, tenho 26 anos, sou do interior da Toscana, filha de professora e padeiro. Cresci entre livros e farinha de trigo. Sou formada em pedagogia, mas a vida em cidade pequena nem sempre oferece muitas oportunidades. Vim para cá há dois anos, atrás de novos começos.

Ela olhou rapidamente para Benjamim, que a fitava com curiosidade.

— Sempre gostei de crianças. Acredito que são as únicas que conseguem nos ensinar sobre leveza e sinceridade, mesmo sem saber. Dei aulas, fui voluntária em abrigos e creches... Mas, nos últimos tempos, preciso de um emprego mais fixo. Minha mãe adoeceu, e meu pai se aposentou. Agora é a minha vez de cuidar deles.

Lucas assentiu, atento a cada palavra.

— Você tem sonhos?

Ela riu, com doçura.

— Muitos. Um deles é abrir uma escola infantil alternativa, onde cada criança seja respeitada em seu tempo. Mas sei que preciso caminhar muito ainda. E... bem, esse trabalho, com Benjamim, parece mais um presente do que um emprego.

Benjamim, como se entendesse, sorriu para ela.

— Você vai morar aqui?

— Se seu pai quiser, posso vir todos os dias, brincar com você, fazer panquecas e cuidar de você quando ele estiver ocupado com prédios e desenhos.

— Panquecas? — ele arregalou os olhos. — Eu gosto muito disso!

Lucas riu, balançando a cabeça.

— Acho que você já conquistou o mais exigente da casa.

Rafaela olhou em volta mais uma vez. A decoração sóbria, os quadros arquitetônicos, o cheiro amadeirado no ar... e, ao mesmo tempo, o canto infantil, os brinquedos, os risos.

Era um lar.

E ela sabia, no fundo, que aquele lugar guardava mais do que um emprego. Havia um novo capítulo começando. Para ela. Para aquele pequeno menino. E, quem sabe... para o pai dele também..

O som da campainha ecoou pela casa logo às oito da manhã. Benjamim correu até a porta com os passinhos apressados de criança animada, gritando:

— É a tia das panquecas!

Lucas, atrás dele, abriu a porta. Rafaela estava ali, com um sorriso no rosto, uma mochila no ombro e uma energia leve que contrastava com a correria do cotidiano.

— Bom dia, engenheiro chefe — ela brincou, rindo. — E bom dia, meu ajudante de panquecas.

Benjamim a puxou pela mão sem cerimônias, enquanto Lucas apenas observava, surpreso com a naturalidade com que ela já fazia parte da rotina da casa.

Na cozinha, Rafaela se movimentava com agilidade. Enquanto preparava panquecas em formato de ursinho, contava histórias de sua infância e fazia Benjamim rir alto. Lucas, da mesa, tentava revisar plantas e projetos, mas seus olhos sempre voltavam para a dupla ao fogão.

— Você não quer café? — ela perguntou, quando percebeu o olhar dele.

— Já estou tendo o melhor café da manhã só de ouvir vocês dois — ele respondeu, meio sem pensar.

Mais tarde, no parquinho do condomínio, Benjamim corria com um aviãozinho nas mãos, e Rafaela o observava atenta. Lucas, à sombra de uma árvore, falava ao telefone com um cliente, mas vez ou outra olhava para a cena. A risada do filho, que nos últimos tempos andava mais silencioso, preenchia o ar.

Quando voltaram para casa, Benjamim se jogou no sofá.

— Tia Rafaela... você pode voltar amanhã também?

— Só se o papai deixar — ela respondeu, encarando Lucas com um sorriso.

Ele se aproximou, bagunçando os cabelos do filho.

— Acho que a gente não pode mais ficar sem você por aqui — ele disse, olhando para Rafaela com uma sinceridade inesperada. — Você trouxe paz. E isso... é raro.

Ela sorriu, sem saber muito o que dizer. Mas sentiu que, naquele instante, os laços estavam se criando. Entre ela e o menino. E, talvez, algo sutil e inesperado também estivesse surgindo entre ela e o pai dele.

Fim do capítulo!

🖤Gostou ?

🖤Curti comenta e compartilha

🖤 até aproxima tchau

C.03

– Um Lar em Construção

A primeira semana de Rafaela como babá foi intensa — e mágica.

Ela anotava num caderninho todas as pequenas descobertas do dia a dia com Benjamim:

“Segunda-feira: ele só come banana se for cortada em rodelas e servida num prato azul.

Terça-feira: adora ouvir histórias antes de dormir, especialmente sobre foguetes.

Quarta-feira: não gosta de dormir sem saber onde o pai está.

Quinta-feira: me abraçou antes de eu sair.

Sexta-feira: disse que meu cabelo é ‘fofinho como nuvem’.”

Ela havia se apaixonado pela rotina nova. Pela casa de cheirinho de bolo e brinquedos espalhados. Pelo sorriso sapeca de Benjamim. E por aquele arquiteto sério demais… que sorria sem perceber quando via o filho feliz.

Na sexta-feira à noite, Lucas a chamou para conversar.

— Rafaela, surgiu uma viagem de negócios. Preciso estar em Milão amanhã cedo.

— Tudo bem — ela respondeu com tranquilidade. — Posso ficar com o Benjamim no fim de semana.

— Tem certeza? Pode ser puxado.

— Com esse menino? — Ela sorriu olhando para o pequeno, que estava com o rosto cheio de tinta de guache. — Vai ser um prazer.

**

No sábado, estavam os dois sentados no chão da sala, montando um quebra-cabeça.

— Tia Rafaela... você tem mãe? — Benjamim perguntou, de repente.

Ela parou por um instante, surpresa com a pergunta.

— Tenho sim. O nome dela é Lourdes. Ela mora longe, mas a gente se fala sempre.

— Ela faz panqueca igual você?

— Não... a dela é melhor — ela riu, tocando o nariz dele.

Ele pensou mais um pouco. Depois, encarou ela com os olhinhos brilhando:

— Você quer ter filho?

A pergunta pegou Rafaela de surpresa. Ela sentiu o coração bater um pouco mais forte, mas respondeu com sinceridade e delicadeza:

— Quero sim... um dia.

— Você podia ter um igual eu...

— Um menino curioso, esperto e que gosta de avião?

— É — ele disse, com um sorriso cheio de orgulho. — Ia ser muito legal.

Rafaela sorriu, tocando levemente a bochecha dele.

— Por enquanto, cuidar de você já é especial demais.

**

Naquele fim de semana, Rafaela percebeu que não estava apenas cuidando de uma criança. Estava, aos poucos, encontrando um lar. Não de paredes ou móveis. Mas de afeto.

E Lucas, ao voltar da viagem no domingo à noite e encontrar Benjamim dormindo no colo dela, viu uma cena que jamais esqueceria.

Talvez… ele também estivesse começando a construir algo novo ali.

---

Rafaela sentia que, a cada dia, seu coração se enchia mais ao estar com Benjamim. A casa antes silenciosa agora vivia repleta de risos, barulhos de brinquedos e conversas infantis.

Naquela manhã, ele acordou cedo, correu até o quarto dela e pulou na cama:

— Rafaelaaaa, sonhei que a gente tava na lua!

— Na lua? E eu tava vestida como? — ela perguntou, ainda com a voz sonolenta.

— De astronauta rosa! — ele respondeu, gargalhando. — E você me deu leite com chocolate espacial!

Rafaela riu junto, abraçando-o apertado.

Depois do café, passaram horas montando uma cabana de lençol na sala. Lá dentro, leram livros com lanternas, comeram pipoca e inventaram personagens de um “planeta de crianças mágicas”.

Em seu caderninho, mais tarde, ela escreveu:

"Benjamim tem a risada mais linda que já ouvi. Ele me ensina todos os dias que carinho se dá nos pequenos gestos. Me sinto leve aqui. Talvez seja isso que chamam de felicidade."

Durante o banho, ele a surpreendeu:

— Rafaela, você gosta de mim?

— Eu gosto muito, meu amor.

— Igual mãe gosta de filho?

Ela engoliu seco, emocionada.

— De um jeitinho só meu… que é muito parecido, sim.

À noite, ao colocá-lo para dormir, ele segurou sua mão com força.

— Você promete que não vai embora?

— Eu prometo.

— Nem quando eu for grandão?

— Nem quando você for grandão.

Ela o beijou na testa, ajeitou o cobertor e ficou ali por um tempo, observando aquele rostinho tranquilo adormecer.

Naquele momento, Rafaela teve certeza de que seu lugar era ali. E que, de alguma forma, Benjamim também estava cuidando dela.

Era uma manhã de sol suave, e Lucas observava Benjamim brincar no jardim com Rafaela. Seu filho corria atrás de bolhas de sabão, gargalhando como se aquele momento fosse o mais feliz do mundo.

Lucas se aproximou devagar, com um sorriso tranquilo, e sentou-se ao lado do pequeno.

— Filho... posso conversar com você um pouquinho?

Benjamim olhou para o pai, limpando as mãozinhas nas bermudas.

— Pode, papai.

— Você sabia que logo vai começar uma nova aventura?

— Aventura? Tipo no parquinho? — ele perguntou curioso.

Lucas riu e passou a mão nos cabelos do filho.

— Tipo uma escola! Um lugar cheio de crianças da sua idade, com brinquedos, histórias, pinturas... e onde você vai aprender muitas coisas legais.

Benjamim ficou sério por alguns segundos.

— E você vai comigo? E a Rafaela também?

Rafaela, que observava de longe, se aproximou sorrindo.

— Eu posso te levar e te buscar. Mas lá dentro vai ser só você, com seus novos amiguinhos.

O menino baixou o olhar, visivelmente inseguro.

— E se eu não souber brincar igual eles?

Lucas o pegou no colo, sentando-o em seu joelho.

— Filho, você é incrível. Vai fazer amigos rapidinho, e todo mundo vai querer brincar com você. E se ficar com medo ou com saudade, é só lembrar que a gente tá aqui, esperando por você.

Rafaela se ajoelhou na frente deles e segurou as mãozinhas do menino.

— E eu vou colocar uma estrelinha no seu bolso. Assim, toda vez que sentir falta da gente, é só apertar a estrela e lembrar que a gente te ama muito, tá?

Benjamim sorriu pequeno, se aconchegando nos braços do pai.

— Tá bom... mas só se tiver pintura e suco de uva.

— Fechado! — Lucas respondeu, rindo.

Naquela noite, enquanto preparavam juntos a lancheira nova, Rafaela percebeu o quanto aquele momento era importante não só para Benjamim, mas também para Lucas — que, mesmo com todo o sucesso profissional, ainda enfrentava os desafios de ser pai solo com o coração vulnerável.

E Benjamim? Ele adormeceu segurando a mochilinha nova... e um sorrisinho de quem já estava pronto para crescer.

Fim do capítulo!

🖤Gostou ?

🖤Curti comenta e compartilha

🖤 até aproxima tchau

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!