Capítulo 1: A Vida Tranquila
Meu nome é Helena Vitória. Aos 19 anos, minha vida era feita de simplicidade e serenidade — exatamente como eu gostava. Morava com meus pais, meu irmão e minha irmã em uma casinha aconchegante, onde o sol parecia entrar pelas janelas com um carinho especial todas as manhãs.
Minha rotina era modesta, mas cheia de pequenos prazeres. Logo cedo, eu ajudava minha mãe nas tarefas de casa. Cozinhar, cuidar do jardim, arrumar os cômodos — tudo era feito com dedicação e uma certa leveza, como se cada gesto fizesse parte de uma coreografia familiar que eu conhecia de cor.
O momento mais esperado do dia, no entanto, vinha à tarde. Era quando eu me encontrava com minhas amigas na praça perto de casa. Aquele era o nosso cantinho no mundo — um espaço onde risadas ecoavam, histórias ganhavam vida e sonhos se desenhavam no ar como nuvens passageiras.
Mas havia um lugar ainda mais especial: o alto da colina atrás da praça. Subir até lá era como fugir para um universo só meu. Lá do topo, o mundo se abria diante dos meus olhos — campos, árvores, casas ao longe — tudo parecia mais calmo, mais bonito.
Sentada na grama, eu costumava fechar os olhos e deixar que o vento brincasse com meus cabelos, levando embora qualquer pensamento inquieto. Era o meu instante de paz, meu pequeno santuário longe de tudo.
Depois de algum tempo, eu e minhas amigas descíamos a colina correndo, rindo sem motivo, como se fôssemos parte da própria alegria. Esses momentos eram tesouros que eu guardava no coração, pequenas faíscas de felicidade genuína.
A vida parecia perfeita em sua simplicidade.
Mas toda a história guarda um ponto de virada. Um instante, um acontecimento, que muda tudo. O meu estava prestes a acontecer…
Quando entrei em casa no final da tarde, não fazia ideia de que algo estava prestes a mudar para sempre. O dia, até então tranquilo, carregava uma normalidade enganosa — daquelas que antecedem uma virada silenciosa, mas decisiva.
Logo percebi que havia algo errado. Os meus pais estavam na sala, sentados lado a lado, mas seus rostos sérios diziam tudo. O ambiente, normalmente acolhedor, parecia carregado de tensão.
— Precisamos conversar — disse meu pai, e sua voz, embora calma, soou como um trovão abafado.
A frase simples foi o suficiente para o frio subir pela minha espinha. Sentei-me com eles, tentando manter a calma, o silêncio espesso caiu sobre nós como um cobertor pesado. O meu coração acelerou, enquanto mil possibilidades cruzavam a minha mente. Algo com os meus irmãos? Uma notícia má? Algo comigo?
O meu pai então prosseguiu, "Helena, você precisa saber que… Eu fiz um grande empréstimo a um tempo atrás". Para levantar nossa propriedade, Estão cobrando juros absurdos agora.E foi nesse momento que tudo mudou. As palavras que seguiram mudaram a minha perspetiva, a minha compreensão de mim mesma e do mundo ao meu redor. E, embora eu não soubesse naquele momento, a minha vida nunca mais seria a mesma.
Meu pai fez uma pausa, como se estivesse reunindo coragem para continuar. Seu olhar se tornou sério e preocupado.
"Helena, há alguns anos, nossa propriedade passou por uma crise financeira. Eu precisei pedir um empréstimo ao Sr. James para manter tudo de pé."
Ele fez outra pausa, e eu pude ver a ansiedade em seus olhos.
"O problema é que o Sr. James aumentou absurdamente os juros do empréstimo e agora está ameaçando tomar nossa propriedade se não pagarmos a dívida. Nós estamos fazendo tudo o que podemos para pagar, mas está difícil."
Minha mãe interveio, com uma voz trêmula:
"Helena, nós precisaremos fazer alguns sacrifícios. Cortar despesas, reduzir gastos...
Eu senti um arrepio na espinha ao ouvir as palavras dos meus pais. A nossa propriedade está em risco? Eu não podia acreditar. O que isso significava para mim? Para nossa família? Eu sabia que teríamos que fazer algo, mas o quê?
O senhor James nos convidou para jantar em sua casa esta noite. Ele tem uma ótima impressão de você — acredita sinceramente que é uma moça exemplar e que pode ser uma influência positiva para o filho dele, William.
Sabemos que William tem seus problemas… bebe um pouco demais e vive agindo como se tudo fosse uma brincadeira.
A verdade é que o senhor James nos fez uma proposta: se você estiver disposta a ajudar William, a orientá-lo, talvez até colocá-lo no caminho certo, ele nos dará mais tempo para pagar a dívida.
É uma condição difícil, nós sabemos. Mas pode ser a nossa única oportunidade.
Uma atmosfera de tensão pairou no ar enquanto minha mãe me olhava com uma expressão séria. Ela respirou fundo antes de falar:
"Willian não está interessado em se comprometer com os negócios da família", continuou minha mãe. "Ele prefere viver a vida ao máximo, fazendo festas e se cercando de garotas."
Eu não entendia porque minha mãe estava me contando isso. O meu coração começou a bater mais rápido enquanto ela falava.
William é 8 anos mais velho que você. "Não fique preocupada", disse a minha mãe, notando a minha ansiedade. É apenas um jantar. Vamos ganhar tempo para resolver a situação. Todos nós iremos, inclusive, seus irmãos. Henrique e Isadora
Henrique, meu irmão mais velho, está no último ano da faculdade de administração.
Isadora e minha irmã caçula uma menina adorável.
Eu não sabia o que dizer. Uma parte de mim queria recusar o convite, mas outra parte estava preocupada com a situação da nossa família.
Sai da sala, pensando em tudo que foi dito. Eu Não podia acreditar!
Vou ter que passar horas com fanfarrão. Os meus planos eram fazer uma faculdade. Quem sabe um dia encontrar um homem bom? E não gastar o meu tempo com um idiota.
Tomei um longo banho enquanto refletia a situação. Pensei que aquilo não era justo,porém era apenas um jantar.
O Sr. James talvez quisesse que apenas eu ensinasse ao filho dele ler.
Soltei uma gargalhada realmente achei engraçado. Coloquei um vestido branco que adorava com magas até os cotovelos, ele cobria o meus joelhos e era rodado.
Uma fita setin branca nos cabelos.
Não queria que Willian pensasse que eu era apenas mais uma de duas amiguinhas com ele que iria se divertir.
Meu pai gritou Helena Vitória,já está pronta ?? Temos que sair em 10 minutos.
Passei um rímel e um Baton rosado, tudo muito discreto. Saímos, eles moravam a uns 3 quilômetros da nossa casa. Entramos no carro e em cinco minutos estávamos entrando na casa do Sr James.
Era uma casa grande toda branca,tinha tantas pessoas que não dava para saber quem era da família.
Sr James veio nos receber.
Apresentou a sua esposa Margareth, e sua filha Francis e seu marido Tom.
E os seus netos ,um menino brincalhão chamado kayo de 12 anos . E Mary uma linda garotinha de 5 anos. Que chegou gritando, a nossa nova tia chegou.
Todas as pessoas em volta olharam para nós.
Não entendi nada, para mim era apenas uma brincadeira de criança.
Vi um homem encostado na parede, vestido com calças jeans e uma camisa branca com botões, meu coração deu um salto. Seu corpo malhado era evidente, e eu sabia que ele passava muito tempo se exercitando. Algo em mim sabia que era ele.
O Sr. James gritou, "Willian, venha aqui!" E Willian se aproximou, apertando a mão do meu pai e do meu irmão. Em seguida, beijou a mão de minha mãe.
Para minha surpresa, ele disse, "Oi! Isadora, a minha panturrilha ainda dói e está roxa depois da última partida de futebol." Observei a conversa dos dois, e Isadora parecia adorá-lo.
O Sr. James os interrompeu e disse, "Willian, esta é Helena, filha do meio de Sr. Nicolas e da Senhora Olívia. Helena, este é meu filho Willian.
Eu estendi a mão para cumprimentá-lo. Mas, ele não retribuiu o gesto.
Não entendi o que se passava. Willian revirou os olhos, virou as costas e saiu andando.
Willian tinha olhos cinzas escuros, que pareciam castanhos de longe. A sua barba estava bem aparada, e os seus cabelos castanhos escuros tinham alguns fios grisalhos, apesar dos seus 27 anos.
Ficou claro que Willian não gostou de mim — e, para ser honesta, senti até um certo alívio com isso.
O Sr. James me pediu desculpas e foi atrás dele. Os dois pareciam estar discutindo. Pouco depois, Willian saiu e não voltou mais.
Alguns minutos depois, o Sr. James retornou dizendo que Willian havia ido se deitar, pois não estava se sentindo muito bem.
Seguimos com o jantar ao lado de amigos e familiares. Conversamos, rimos, e logo chegou a hora das despedidas.
Estava feliz por finalmente estar em casa. Mas, assim que me deitei, um incômodo tomou conta de mim. Era impossível ignorar a frieza de Willian — ele nem tentou disfarçar o quanto ficou irritado com a minha presença.
Por que ele foi tão grosseiro comigo? O que eu fiz de errado?
Será que isso só vai piorar ainda mais a situação da minha família com o Sr. James?
Acordei cedo, senti-me cansada, mas ansiosa para começar o dia. Tomamos café juntos, como fazíamos todas as manhãs. O dia estava lindo, ensolarado com um céu bem azul.
Mamãe e eu recolhemos a mesa do café e fomos cuidar do jardim. Lá, mamãe disse algo que me surpreendeu: "Willian é muito bonito, mas não é para você." Eu perguntei por que ela estava dizendo aquilo. Ela respondeu: "Quando você entrou, ele te olhou com brilho nos olhos."
Respondi dizendo que ela estava enganada — ele me ignorou por completo. Antes que pudéssemos continuar a conversa, o som da campainha nos interrompeu.
Ouvimos vozes do lado de fora: era o Sr. James e a sua esposa, Margareth. Vieram se desculpar pelo comportamento de Willian e convidaram-nos para o almoço no domingo.
Eu gostaria que meus pais tivessem recusado o convite, mas meu pai aceitou, como se fosse uma ordem. Não entendo por quê.
A Sra. Margareth então perguntou, com um sorriso gentil, se eu poderia mostrar-lhe nosso pequeno jardim. Assenti, e saímos da sala.
Nosso jardim ficava nos fundos da casa. Era pequeno, mas encantador. Assim que saímos, ela disse:
— Helena, sinto que você é uma boa moça. Willian também é um bom rapaz, mas está perdido em suas dores. James é um homem decente, mas anda tão obcecado em tentar colocar Willian de volta nos trilhos que, às vezes, nem eu o reconheço.
Fez uma breve pausa e continuou:
— Você vai precisar ter paciência com os dois.
— Por que está me dizendo isso? — perguntei, surpresa.
— Por favor, me chame apenas de Margareth — respondeu ela, com um olhar triste. — Não concordo com o rumo que as coisas estão tomando. E, além disso... Willian não pode continuar nesse caminho.
O Sr. James gritou para que eles fossem embora. Assustada, insisti em saber o que estava acontecendo. Ele se aproximou com o semblante fechado, e, nesse instante, Margareth me lançou um olhar — era um pedido silencioso para que eu não dissesse mais nada.
Obedeci. Permaneci em silêncio enquanto eles se despediram às pressas, deixando para trás apenas um rastro de inquietação... e ainda mais perguntas sem resposta.
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