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Meu Amado Chefe

Capítulo 1

⚠️Avisando desde já que são capítulos curtos para uma leitura rápida de passatempo⚠️

...Personagens...

...Kyra Lewis...

...Matteo Rossi...

Kyra Lewis

Sou uma típica garota rica, levando uma vida repleta de festas e bebidas. Estou em um relacionamento com Alex, um bad boy do qual sou completamente apaixonada. Minhas semanas eram preenchidas com viagens, festas, gastos excessivos e uma infinidade de amigos. Eu acreditava ter a vida perfeita. Ou pelo menos pensava que sim.

Até aquele fatídico dia...

Era mais uma noite, voltando de uma festa. Embora não tivesse bebido naquele dia, nunca havia dirigido sob a influência de álcool e, como estava sozinha, permaneci sóbria. Porém, isso não significava que outros não agissem de maneira irresponsável.

Estava parada em um semáforo que, ao abrir, me permitiu atravessar a rua. Assim que comecei a cruzar, um carro em alta velocidade se aproximou, colidindo com o meu veículo. O impacto foi tão forte que meu carro capotou diversas vezes, e então eu apaguei.

Ao abrir os olhos, encontrei-me em um quarto branco, conectada a aparelhos. Surpreendentemente, não sentia dor, e levou um tempo até que eu recordasse o que havia acontecido. Contudo, algo estava muito errado. Era como se eu sentisse a ausência de uma parte de mim. Ao olhar para baixo, a dura realidade se impôs: eu havia perdido uma perna. Nesse momento, o tempo pareceu voltar a passar, e um desespero tomou conta de mim; comecei a chorar e gritar. Assim que a tensão aumentou, uma enfermeira entrou e adicionou algo em meu soro. Provavelmente um calmante, pois, em pouco tempo, consegui me acalmar e adormecer.

Quando acordei novamente, minha mãe estava sentada em uma poltrona ao lado da cama.

— Mãe? – chamei por ela, e instantaneamente ela se virou em minha direção.

— Oi, meu amor. Está tudo bem?

— Não, nada está bem.

— Você está sentindo dor?

— Mãe, eu perdi minha perna. O que eu vou fazer agora?

— Você deveria agradecer por estar viva.

Reconheço que ela tinha razão, mas sempre fui uma pessoa que valoriza muito a aparência; tudo que faço é com o intuito de me sentir mais bonita. Agora, estou deitada em uma cama de hospital, sem minha perna e cheia de hematomas.

— Vocês sabem quem bateu no meu carro?

— Ainda não. A pessoa fugiu e alguns moradores não querem permitir que a polícia veja as gravações das câmeras. Mas vamos descobrir quem fez isso com você, nem que eu tenha que entrar com ações judiciais para que os moradores abram suas portas e liberem as filmagens.

— Tudo bem... isso vai ser tão difícil. – respondi, olhando para minha perna.

— Você vai conseguir, meu amor. Você é uma garota muito forte. – disse ela, me abraçando.

A partir daquele momento, eu começaria uma longa e dolorosa jornada de recuperação.

[...]

Já estou no hospital há cerca de dois meses, tomando muitos medicamentos, realizando diversos exames e tomando cuidado para não contrair nenhuma bactéria que possa causar infecções.

Durante esse tempo, nenhum dos meus amigos ou meu namorado veio me visitar; deve ser que eles não gostam muito de hospitais. Estava imersa em meus pensamentos quando minha mãe entrou no quarto.

— Amanhã você já pode ir para casa — disse animadamente.

— Que bom! Não aguento mais ficar neste hospital.

— Trouxe um lanche para você — ela me entregou uma bandeja com iogurte e algumas frutas cortadas em pequenos cubos.

— Obrigada, já estava com fome!

— E quando você não está com fome? — perguntou ela, sorrindo.

Concordei com um sorriso enquanto começava a comer. Após um tempo, a enfermeira entrou com meu remédio habitual da tarde. Não gosto desse remédio porque me deixa com sono, e já estou bastante cansada.

Entreguei a bandeja para minha mãe e tomei o remédio. Não demorou muito para eu sentir o sono chegar e, antes que percebesse, adormeci.

Ouvi alguém me chamando e abri os olhos lentamente, vendo minha mãe ao lado da cama.

— Nossa, você dorme demais — disse, observando-me.

— Aquele remédio me derruba — respondi enquanto me sentava na cama.

— Sem o remédio você já dorme bastante, imagina com ele! — sorriu — Você dormiu a tarde inteira e a noite também, e hoje já está liberada para ir para casa. Vamos, vou te ajudar a se vestir.

— Finalmente estou indo para casa! Estava quase pensando em fugir — sorri, imaginando-me escapando do hospital como o Saci Pererê, pulando em uma perna só.

— Na semana que vem, vamos tirar suas medidas para sua prótese.

— Ah, ainda não está cedo? Minha cicatriz nem curou direito.

— É que demora um tempo para fazer e queremos preparar várias opções para você combinar com suas roupas.

— Tudo bem, então — sorri — Vamos, não aguento mais ficar aqui.

Finalmente em casa, entrei acompanhada pelo meu pai, que me colocou no sofá.

— Kyra! — gritaram meus irmãos, correndo em minha direção.

— Oi! — eles me abraçaram, se jogando sobre mim.

— Alysson e Pietro, saiam de cima da irmã de vocês! — disse meu pai.

— Vocês estavam com tanta saudade de mim! — falei enquanto eles me soltavam.

— Não, você é uma chata — respondeu Alysson, com Pietro concordando atrás dela.

— Quando eu jogar vocês pela janela, não reclamem.

— Que é isso, maninha? — disse Pietro, colocando a mão no coração como se estivesse dramatizando.

— Bem, vou subir para tomar um banho. Você me ajuda, mãe?

— Claro! — respondeu ela, me ajudando a levantar.

Estou ansiosa para que minha prótese fique pronta logo, para não depender mais de ninguém e poder fazer o que eu quiser, na hora que eu quiser.

Depois de tomar banho, deitei-me na cama para assistir à minha série favorita, "The Vampire Diaries". Além de ver séries, gosto de ler, e minha saga de livros preferida é "A Court of Thorns and Roses". Fui interrompida em meus pensamentos pela porta do meu quarto se abrindo.

Vi Alex entrando e fechando a porta. Ele parou e começou a olhar para minha perna de uma forma estranha. Esperei que ele dissesse algo, mas ele permaneceu em silêncio.

— Tudo bem? — perguntei.

— Preciso conversar com você.

Engoli em seco e respondi:

— Pode falar.

— Vim aqui para terminar — ele disse, e eu o olhei com os olhos arregalados.

— O quê? Mas estava tudo bem entre a gente! — falei, já com os olhos marejados.

— Não, nada está bem.

— Foi por causa do acidente? Eu vou ficar bem.

— Você não tem a perna, e agora está assim, toda roxa e feia.

— Eu vou fazer tratamento, vou ficar bonita, e ainda seremos o casal perfeito.

— Já estou namorando outra pessoa.

— O QUÊ? — exclamei, com os olhos arregalados. — Você estava me traindo?

— Talvez, mas na verdade eu nunca gostei de você. Estava com você apenas por causa da classe social da sua família e pela sua aparência. Agora que você está assim, não me serve mais. Encontrei alguém melhor — afirmou, saindo do meu quarto e batendo a porta.

Comecei a chorar. Aqueles palavras doeram profundamente. Se ele queria partir meu coração, ele conseguiu.

Capítulo 2

Kyra Lewis:

Eu estava destruída, completamente arrasada. Ouvir aquelas palavras da pessoa que você ama dói de uma forma indescritível.

"Eu achei uma melhor." Se eu já estava me sentindo insegura, agora a situação se tornou insuportável. Nesse momento, minha mãe entrou correndo no quarto e me abraçou. Esse gesto me fez desabar; eu chorei como uma criança.

— Você ouviu o que ele disse? — perguntei entre soluços. Ela assentiu enquanto limpava minhas lágrimas.

— Não ligue para o que ele falou, meu amor. Você é perfeita, e ele é quem está perdendo.

— Eu estou acabada. Os outros ouviram? — indaguei, lançando um olhar incerto para ela. Como resposta, ela me olhou com um sorriso encorajador.

— Ouviram, e quando subi para o seu quarto, o Pietro estava dando uma surra nele.

Um pequeno sorriso brotou em meus lábios ao ouvir isso.

— Preciso agradecer ao Pietro por isso.

Imagino que o Alex deve estar furioso por ter levado uma surra, especialmente ele que sempre se preocupou tanto com a aparência. Essa obsessão dele por beleza foi um dos principais motivos pelos quais eu sofria; desde que começamos a namorar, ele sempre buscava falhas em mim para diminuir minha autoestima, fazendo com que eu buscasse a perfeição a qualquer custo. Agora, com o término, percebo o quanto isso estava me consumindo, mas, apesar de tudo, ainda o amo. Às vezes, não conseguimos controlar o coração.

— Você precisa descansar. Dormir um pouco vai te fazer bem. — Ela me deu um beijo suave na testa e saiu do quarto.

Deitei-me na cama e comecei a refletir sobre tudo que havia passado. O sono logo chegou e, antes que percebesse, adormeci.

Os meses foram passando, e minha prótese ficou pronta. Meus pais contrataram um fisioterapeuta para me ajudar na adaptação. Seu nome é Felipe, e ele é bastante gentil. Por enquanto, estou fazendo fisioterapia e exercícios em casa, mas na próxima semana já terei minha primeira consulta sozinha na clínica.

Finalmente, poderei me virar sem depender de ninguém.

Desde aquele dia com o Alex, não soube mais nada sobre ele, e posso afirmar que é bem melhor assim.

Nos últimos meses, minha vida passou por uma transformação significativa. Eu mudei, e posso dizer que estou orgulhosa da nova mulher que estou me tornando. A experiência me ensinou a valorizar mais a mim mesma, a perceber que a verdadeira beleza está na confiança e na autovalorização, e não na busca incessante por padrões impostos.

Agora, ao olhar para frente, sinto-me empoderada, pronta para enfrentar novos desafios e redescobrir meu caminho. A jornada é longa, mas estou animada com as possibilidades que me aguardam. É hora de viver, e eu pretendo fazer isso com intensidade.

[...]

Matteo Rossi:

— Cazzo! — exclamei, claramente irritado.

— Qual o motivo de toda essa irritação? — perguntou Nathaniel, meu melhor amigo, com um olhar curioso.

— O nosso novo lançamento de biquínis, cara, está me deixando louco! Ainda não encontrei “a modelo perfeita”.

Apesar da minha pouca idade, apenas 22 anos, sou o dono da maior agência de modelos da Itália. Meu negócio se estende por várias agências ao redor do mundo e, recentemente, inaugurei uma aqui mesmo no Rio de Janeiro. Estamos prestes a lançar uma nova coleção de biquínis, que coincide com a abertura da nova filial.

O problema é que queria fazer algo inovador, algo que ainda não tivesse sido feito, mas até agora não consegui pensar em nada que realmente me deixasse animado. Isso está me atormentando.

— Isso é fácil! Aqui temos várias modelos lindas! — completou Nathaniel, tentando me animar.

— Mas eu quero algo único, algo que ninguém tenha feito antes! Nenhuma das modelos até agora me chamou a atenção para esse trabalho.

— A Melisa está doida para fazer esse trabalho. — Ele me olhou com um sorrisinho de lado.

Melisa, digamos que seja uma modelo que se destaca em “trabalhos extras”. Não me entendam mal; ela é realmente excelente nessa área. No entanto, o problema é que ela acredita que estamos namorando, e isso me irrita profundamente. Só de pensar, já fico em conflito.

— Ela não vai fazer esse trabalho — falei, sem deixar margem para dúvidas.

— Brigou com a namorada? — seu tom era provocador, ele sabia que isso me incomodava.

— Ela não é minha namorada e nunca será. Agora, preciso ir! Preciso entregar um documento ao Felipe.

— Certo! — soltou uma risada. — Até depois, amor! — disse com uma voz manhosa.

— Vai se foder, Nate! — respondi, enquanto saía do escritório.

Dirigi-me à clínica do Felipe, meu primo e o único da família que seguiu a carreira de fisioterapeuta. Sinto um grande orgulho dele. Crescemos juntos e sempre mantivemos um laço forte.

Enquanto andava distraído em direção ao elevador, refletindo sobre as conquistas de Felipe, acabei esbarrando em uma garota, fazendo meus documentos voarem. Ela rapidamente se abaixou para pegá-los e, ao se levantar, fui surpreendido pela beleza dela. Seus olhos iluminados e seu sorriso encantador me deixaram sem palavras.

— Desculpa, eu estava distraído — falei, fixando o olhar nela. Precisava dela como minha modelo.

— Sem problemas — respondeu, claramente desconfortável com a intensidade do meu olhar. — Aqui — me entregou os documentos e saiu correndo.

— Moça! — chamei por ela, mas foi tarde demais, pois ela já havia entrado em um táxi e se distanciado.

— Droga! — passei a mão pelo cabelo, frustrado. “Idiota! Você ficou encarando ela e deve ter a feito se sentir desconfortável”, pensei.

Subi em direção ao escritório do Felipe, bati na porta e ouvi sua voz chamando para entrar.

— Matteo! — ele disse, levantando-se em um gesto amistoso.

— Aqui estão os documentos que você me pediu — entreguei os papéis a ele e abracei-o.

— Valeu, cara! Estava precisando muito disso.

— Escuta, você conhece uma garota que vi lá embaixo? Ela tem cerca de 1,69 de altura, é loira e tem a perna amputada.

— Você deve estar falando da Kyra — ele comentou, sorrindo. Por algum motivo, sua expressão me deixou um pouco incomodado.

— Eu tenho uma foto dela. Espera um segundo... Aqui! — ele me mostrou a imagem.

— É ela. — Eu me sentia empolgado.

— Por que todo esse interesse nela? — perguntou Felipe, observando minha reação.

— Estou lançando uma nova linha de biquínis e queria algo diferente. Achei que ela seria perfeita para ser minha modelo.

— Ela realmente é incrível — ele limpou a garganta, hesitando antes de prosseguir. — Mas você vai enfrentar um pequeno problema. Ela passou por muito e ainda se sente insegura com o corpo.

— Então foi por isso que ela saiu correndo depois que nos esbarramos no elevador.

— É, você deve ter ficado encarando-a, e ela provavelmente achou que você a julgaria ou diria algo desrespeitoso.

— Vou arriscar, Felipe. Você tem algum contato dela? — perguntei, determinado.

— Tenho, sim. Vou te passar. Você sabia que conhece o pai dela?

— Sério? Como se chama?

— Eric Lewis.

— Não brinca! Eric é um dos sócios mais importantes da agência.

Lembrei-me de que, há cerca de nove meses, houve um incidente mediático envolvendo a família Lewis. A filha dele sofreu um acidente e precisava de uma cirurgia de risco. Não sabia que era Kyra.

Agora, tudo que eu precisava era encontrá-la. E então, me aguarde, Kyra Lewis.

Capítulo 3

Kyra Lewis:

Após deixar a clínica do Felipe praticamente correndo, fui para casa, onde passei toda a tarde imersa em pensamentos sobre aquele rapaz. Ele é tão lindo, mas alguém como ele nunca olharia para mim.

Meus devaneios foram interrompidos por Pietro, que me chamou:

— Kyra, vamos assistir a um filme? — perguntou ele, animado. — A Alysson já escolheu o filme.

— Qual filme? — indaguei, curiosa.

— Jurassic World.

— Eu adoro esse filme! Vamos! — exclamei, saindo correndo à sua frente.

No início, foi um pouco difícil me acostumar com a prótese. No entanto, com a fisioterapia e a ajuda do Felipe, adaptei-me muito mais rápido do que esperava. Contudo, aquele cara continuava surgindo na minha mente. Que droga! Por que não consigo parar de pensar nele?

— Em que você está pensando? — questionou Alysson, percebendo minha expressão séria de repente.

— Em nada, sua chata! — respondi, jogando pipoca nela. Ela imediatamente revidou, e logo estávamos rindo juntas.

— Sabe, é tão bom te ver assim — comentou ela, com um sorriso no rosto.

— Assim como? — perguntei, intrigada.

— Mais leve, mais feliz, talvez? — Sorri em resposta.

— Ela está assim desde que terminou com aquele babaca — interrompeu meu irmão, enquanto roubava meu refrigerante.

— Aí! — acertei-lhe um tapa leve na cabeça.

— E depois que ela se afastou da cobra da Chloe, também! — acrescentou Alysson.

Chloe era minha "amiga", mas logo após Alex terminar comigo, descobri que a tal "melhor" pessoa de que ele se referia era ela. A raiva por causa desses dois era imensa. Praticamente perdi todos que se diziam meus amigos. Era um bando de interesseiros, que só estavam ao meu lado enquanto tudo ia bem. Assim que sofri o acidente, todos simplesmente me abandonaram. Restou apenas minha família, e sou eternamente grata por tê-los em minha vida.

— Parem com isso, não vamos estragar nossa noite falando deles — pedi, tentando mudar o clima.

— Verdade! — concordou Alysson.

Nossa noite seguiu sem interrupções, repleta de risadas, petiscos e depois, uma divertida guerra de travesseiros.

Ao acordar, a primeira coisa que vi foi o pé da minha irmã em minha cara. Como consegui dormir no sofá?

— Ai, doeu! — queixou-se ela, após eu a derrubar acidentalmente no chão.

— Desculpa! Cadê o Pietro? — indaguei, me espreguiçando.

— Chamaram o mais lindo da família? — brincou ele, entrando no cômodo.

— Coitado! — comentou Alysson, fazendo-nos rir.

— Bem, vou indo para o meu quarto. Preciso de um banho; meu cabelo está uma bagunça, está cheio de pipoca! — declarei.

— Ontem foi muito louco! — observou Pietro.

— Verdade! — respondi, soltando uma gargalhada.

— De que você está rindo? — perguntou ele, curioso.

— Da sua "aventura" de enfiar uma pipoca no nariz da Alysson — ri, lembrando-me da cena cômica.

— Não teve graça! Fiquei uma meia hora sem conseguir respirar pelo nariz até que papai apareceu para me ajudar, e vocês só ficaram rindo.

— Desculpe! — sorri, ainda divertida. — Mas foi muito engraçado.

— Continua com isso, que eu vou ficar irritada! — alertou Alysson, já visivelmente incomodada.

— Prometo que paro! — murmurei, levantando-me e indo em direção ao meu quarto.

Acabava de sair do banho quando minha mãe entrou no meu quarto, anunciando que havia visita para mim no escritório do meu pai.

Vesti uma roupa mais apresentável e segui em direção ao escritório.

Ao chegar, bati na porta e ouvi a voz do meu pai mandando entrar. Ao abrir a porta, fiquei completamente surpresa ao encontrar o homem com quem eu havia esbarrado no elevador. Ele estava ali, bem diante de mim.

[...]

Matteo Rossi:

Desde que avistei aquela garota na clínica do Felipe, não consegui desgrudar dela em pensamento, nem mesmo durante os momentos íntimos com a Melissa. Que droga.

Levantei-me e vesti rapidamente minha calça antes de me dirigir à morena deitada na cama do quarto de hóspedes. Decidi que nunca a levaria para meu quarto.

— Levanta — disse, com um tom firme.

— Mas já está tarde e eu queria dormir com você — respondeu ela, utilizando uma voz manhosa que me causou uma forte náusea.

— Querer não é poder — retruquei, já irritado. — Sai. Da. Minha. Casa. AGORA! — gritei.

Ela se levantou, pegando suas roupas espalhadas pelo chão. O que aquela garota tinha feito comigo para que eu não conseguisse tirá-la da cabeça? Perguntei-me.

Provavelmente, era por causa do trabalho. Ela seria a modelo perfeita, e, sendo eu um viciado em meu ofício, não consegui abordá-la sobre isso. No fundo, sabia que esse pensamento não me deixaria em paz. Amanhã mesmo faria uma visita aos Lewis para discutir essa possibilidade. Só assim conseguiria parar de pensar nela.

Na manhã seguinte, ao acordar, fui ao banheiro para minha higiene pessoal e vesti um elegante terno preto de três peças.

Assim que terminei, saí do quarto e segui para a cozinha. Lá, encontrei Maria, minha governanta, que também atua como uma figura maternal em minha vida.

Aproximando-me por trás, dei um beijo em sua bochecha.

— Que susto, menino! — exclamou ela, colocando a mão no coração.

— Desculpe, não queria te assustar — respondi com um sorriso.

— Tudo bem, estou preparando seu café.

— Não precisa, hoje tenho um encontro com um sócio da agência e estou atrasado. No caminho, compro alguma coisa — informei.

— Tudo bem, então.

Beijei sua testa e saí, em direção à mansão dos Lewis.

Ao chegar lá, toquei a campainha e, pouco depois, a porta foi aberta por Eric.

— Matteo Rossi! — exclamou ele, sorrindo.

— Eric Lewis! — respondi, envolvendo-o em um abraço apertado.

— Vamos entrar — disse, abrindo espaço para que eu passasse. — Confesso que fiquei curioso quando você mencionou que queria falar comigo. Há algum problema na agência?

— É, mais ou menos. Você poderia me ajudar com isso.

— Então vamos ao escritório para conversarmos — sugeriu.

Nos dirigimos ao escritório e, assim que entramos, nos acomodamos.

— Qual é o motivo da conversa? — perguntou ele.

— Bom, como você sabe, estamos prestes a lançar uma nova coleção de biquínis, e estou enfrentando dificuldades com a modelo.

— Mas a agência tem muitas modelos bonitas — contestou ele.

— Porém, eu queria fazer algo diferente, algo inédito. Ontem, durante uma visita à clínica do meu primo Felipe, encontrei uma garota que mais tarde descobri ser sua filha. Eu a achei perfeita para ser a modelo, e por isso estou aqui — expliquei.

— Nossa, eu ficaria muito feliz se a Kyra aceitasse o trabalho. Ela não precisa, na verdade, mas se aceitasse, teria a liberdade de retomar sua vida como antes. Sempre foi uma menina livre, mas, após o acidente, se isolou do mundo por medo do julgamento alheio. Contudo, não posso tomar essa decisão por ela; você terá que conversar com ela.

— Tudo bem, falarei com ela — respondi, um pouco nervoso.

Eric se levantou e dirigiu-se até a porta.

— Vou chamá-la — informou antes de sair.

Fiquei nervoso, algo incomum para mim, pois nunca havia sentido isso ao abordar uma mulher. No entanto, com ela era diferente.

Após alguns momentos, Eric retornou, informando que ela já estava a caminho.

Não demorou para que alguém batesse à porta. Eric a autorizou a entrar, e, ao vê-la, fiquei sem palavras. Ela estava deslumbrante, e percebi que estava parecendo um bobo ao contemplá-la. Até que Eric interrompeu meu devaneio:

— Vou deixar vocês conversarem — disse ele antes de se afastar.

Ainda nos encarávamos quando ela tomou lugar ao meu lado. O aroma de seu perfume me embriagou.

— Vim aqui para te fazer uma proposta — iniciei, tentando reunir coragem.

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