A garota de pele pálida saía de sua mansão vestindo roupas escuras e com os cabelos trançados, pronta para mais um dia de escola. Seu veículo era um impressionante Audi R8 Spyder, estacionado na garagem superior de sua imponente residência.
Enquanto seguia seu caminho, encontrou um ônibus escolar que cruzou sua frente, avançando lentamente. Impaciente, ela bufou, pisou no acelerador e ultrapassou o coletivo, recebendo uma buzina do motorista, a quem respondeu mostrando o dedo do meio com a parte de trás da mão.
Alguns minutos depois, ela finalmente chegou à escola. Ao lado esquerdo, no quarteirão que não pertencia à instituição, um grupo de adolescentes fumava diversos tipos de cigarros, claramente alterados.
Ela estacionou o carro em uma vaga do estacionamento e, logo em seguida, o teto solar do seu carro branco se fechou. Os meninos e meninas a observavam com curiosidade e interesse, intrigados pela jovem proprietária daquele veículo.
Isso arrancou um sorriso dela; sempre atraía olhares onde quer que fosse. Além do seu impressionante carro, ela era uma garota muito atraente.
— Oi. – Uma voz irritante e forçada ecoou assim que ela saiu do carro.
— Oi? – respondeu ela, de forma educada.
— Você é a nova aluna, não é? – indagou a garota. — Estavam comentando que você chegaria hoje no colégio.
— Uau, já sou popular mesmo?
— Mais ou menos. – ela diz, olhando para suas unhas roxas. — Como você se chama?
— Wednesday Addams. – responde de forma direta.
— Eu sou Beatriz. – "Que nome de puta", pensa a menina Addams. — Adorei sua tatuagem no pescoço.
Wednesday exibia uma tatuagem no pescoço composta por finas linhas pretas que formavam um circuito abstrato, com pequenos pontos e quadrados como detalhes. Na parte superior, três linhas horizontais paralelas mais espessas se destacavam, separadas das demais linhas.
— Valeu. Isso foi feito recentemente.
— Qual é o significado?
— É o equilíbrio entre a escuridão e a luz. – responde Wednesday, de forma direta.
— Dá licença. – interrompe um garoto loiro, vestindo a jaqueta de capitão do time, adentrando na conversa.
— Oi, amor. – diz Beatriz.
"Ela é puta mesmo." pensou Wednesday mais uma vez.
— O que você está fazendo conversando com essa garota? Ela não parece com as suas amigas. – ele observa Addams, examinando-a de cima a baixo. — só porque ela chegou em um Audi você já foi dar em cima dela.
— Claro que não, amor. – retruca a jovem de cabelo platinado. — Eu gosto de fazer novas amizades.
Wednesday a observa. A garota não parecia o tipo que cultivava amizades ou que tivesse amigas; seu jeito superficial era bem evidente, assim como sua aparência de puta.
— Qual é o seu nome? – pergunta o rapaz loiro.
— Meu nome não te interessa. – responde Wednesday. — Sua namorada só veio aqui para conversar comigo, você é tão inseguro assim?
— Fica esperta, porra! Você está trocando ideia com a minha mina e nem se apresentou para o dono da escola.
— Dono? – indaga Wednesday, com um tom irônico e tranquilo. — Eu pensei que o verdadeiro proprietário dessa instituição fosse o Robert Travaglini.
Antes que o loiro pudesse responder, sua namorada falou por ele.
— Acredito que seja Wombat... acho que sim. – diz ela, e Wednesday a observa, perplexa, questionando como o nome dela poderia ter sido trocado por um animal australiano.
— Você já sabe até o nome dela, Beatriz.
— Ela é sua namorada? – pergunta Wednesday, achando estranha a dinâmica entre os dois.
— Não, não é. – ele responde de maneira sarcástica. — Claro que é.
Wednesday dirige seu olhar para Beatriz.
— Você tem um gosto horrível para homens.
— Você tá de brincadeira, né? – questiona o loiro.
Antes que a Addams pudesse se manifestar, o loiro desferiu um soco na mandíbula dela, que reciprocou com vários socos na cara dele.
— Parem, parem com isso! – Beatriz se interpõe. — Por que vocês não resolvem isso em uma corrida?
— A culpa não é minha se a sua mina veio falar comigo.
— Olha só, já que vocês doiestão brigando por minha causa, que tal resolver isso em uma racha?
— Brigar por você, Beatriz? Ah, pelo amor, sou homem! — responde o loiro.
Wednesday não estava brigado pela garota, mas sim porque o cara havia lhe dado um soco; no entanto, ela não deixaria escapar a chance de tirar uma casquinha dele.
— Se resolverem em um racha, quem ganhar vira meu namorado ou namorada. — ela diz com um olhar provocador.
— Aceito o racha, mas não é por você, Beatriz. — afirma Wednesday, enquanto segura o nariz que está sangrando.
— Então, garota, coloca seu carrinho na pista que vou fazer você comer poeira. — diz o loiro, lançando um olhar para Beatriz. — E de você, nem quero mais saber.
(...)
Após as aulas, todos os alunos da escola se reuniram em uma fábrica abandonada na rua da Califórnia.
O jovem loiro dirigia um Honda Civic Type R azul, enquanto Wednesday estava ao volante de seu Audi R8 Spyder branco, estacionados lado a lado.
— Vou dar o sinal, hein? — avisou Beatriz. — Vocês devem dar a volta pelo quarteirão e retornar ao mesmo ponto de partida.
Wednesday acelerou o carro, segurando o volante com uma mão, enquanto lançava um olhar tenebroso para o adversário, já o loiro à sua frente olhava confiante.
Beatriz deu o sinal, e ambos saíram em alta velocidade, mas Wednesday foi a primeira a deixar o local.
Eles cruzam a rua With Unipn Pride, enquanto Wednesday se mantém à frente na corrida. Passam pela antiga rodovia, que era cercada por grades. Addams arranca o portão de arame cruzado e se dirige aos contêineres que estavam abertos, permitindo a passagem dos carros. Porém, o loiro acaba perdendo o controle na curva ao sair do contêiner; o pneu dianteiro esquerdo escorrega para o lado. A velocidade e a intensidade do movimento fazem o veículo girar em torno de seu eixo, enquanto o americano luta para recuperar o controle. Mas já é tarde! O carro capota, rodopiando no ar como uma folha ao vento, antes de aterrissar de lado no chão. A colisão atinge a ponta do Audi branco, fazendo com que Wednesday também perca o controle e colida contra o muro de um casarão.
(...)
Agora ela e o loiro estavam na delegacia, ambos feridos. Wednesday apresentava um corte no supercílio e outro na bochecha devido aos pedaços de vidro. Com a camisa manchada de sangue, seu braço também havia sido atingido. A situação do americano era mais grave: ele estava sem os dentes da frente, com o nariz quebrado e a perna fraturada.
— Além de corno, você é barbeiro também. — comenta Wednesday.
— Arrombada. — responde o loiro. — Você que freou do nada, que história é essa?
— Você não sabe como frear o carro não, mano? — Wednesday questiona, como se fosse óbvio.
— Minha boca tá toda ferrada, graças a você. Você vai me pagar isso, na moral.
— Você acha que eu sou o que? Sua assistente pessoal de playboy sem grana que vive de mesada do papai? — diz Wednesday, jogando-se na cadeira. — Se vira, seu filha da puta. Você é corno e não aceita, aqui ô, ouça o conselho de uma amiga: sai dessa enquanto o chifre ainda é pequeno, porque depois que cresce, cortar fica difícil.
— Cale a boca, sua filha da puta. – diz o loiro, erguendo o dedo do meio. — Eu ia te ganhar, já estava quase na sua frente.
— Ia nada, cara, você estava segurando. – responde Wednesday, sorrindo. — Até minha avó, que virou cinzas, dirige melhor.
— Próximo.
A voz do policial se faz ouvir, enquanto Wednesday se levanta, gemendo de dor, ignorando o loiro que a ofende continuamente. Addams entra na sala do policial e se depara com um conhecido.
— Meu Deus, Addams Jr. – ele comenta, visivelmente impaciente. — Você me ama, não para de me visitar.
— Você é o Drê, certo? – pergunta Wednesday.
— Não.
— Ah, o Drê esteve aqui na última vez.
— Presta atenção, Wednesday Frump Addams Jr. Você já veio parar nessa delegacia várias vezes só neste ano, sempre se metendo em encrenca e brigando como uma criança. Quando é que vai amadurecer? Tem dezoito anos e se comporta como uma pré-adolescente de treze.
— Desculpa, mas a culpa não foi minha. – Wednesday toca o rosto, defensiva. — Eu estava passando pelos containers quando aquele idiota de Civic começou a apostar corrida com outra pessoa, acabou capotando o carro e ainda bateu no meu farol.
— A responsabilidade nunca recai sobre você, não é mesmo, Addams Jr?
— Eu só atraio problemas, o senhor sabe como é.
— É verdade, você é um verdadeiro ímã para problemas. – ele registra algo na ficha da Addams. — Gosto de você, garota; apesar dos contratempos, você é uma boa pessoa, mesmo que só cause confusão. – ele a observa. — sai dessa vida enquanto ainda é possível, porque, cedo ou tarde, você vai se meter em uma grande encrenca. Já está nas mãos da polícia; se não fosse por mim, você já teria sido presa há muito tempo.
— Tudo bem, me desculpe. – Wednesday diz, com a cabeça baixa. — Prometo que não vou voltar aqui. – acrescenta. — Pelo menos não esta semana. – ela completa em um sussurro.
— Sai daqui antes que eu te prenda.
— E sobre minha mãe? Você já falou com ela?
— Sua mãe já está a caminho, eu já a avisei.
"Qual foi." pensa Wednesday.
Ela sai da sala e se depara com a mãe, que está sentada de forma impecável, vestindo uma roupa escura e casual, mas com uma expressão que não transmite felicidade.
— Oi, mãe — diz Wednesday, aproximando-se.
— Wednesday Frump Addams Jr. — ela pronuncia o nome completo da filha, que engole em seco. — Quantas vezes preciso vir te buscar?
Wednesday permanece em silêncio.
— Sabe de uma coisa, Wednesday? A porra do mau limite está se esgotando. — Ela se levanta. — Vamos para casa.
— Que conversa é essa, mãe? — pergunta Wednesday, seguindo-a.
— Não é o momento de discutir isso.
— Que grosseria, mãe.
— Você me fez sair do trabalho para ir te buscar na maldita delegacia. — Ela fala com raiva.
Dirigem-se até onde o carro da mãe estava estacionado, com o veículo apreendido e todo danificado de Wednesday e do loiro estacionados em frente à delegacia.
— Como eu disse ao policial, não estava fazendo nada. Apenas dirigia quando um idiota capotou o carro e me arrebentou toda.
— Seu carro tá todo estragado, Wednesday, já era. – elas caminham até a BMW I8 preta, e ao lado estava o Honda Civic do loiro. — Que carro velho é esse? Tadinho de quem for arrumar, parece até um carrinho de brinquedo.
— Então você pode...
— Entra no carro e fica quieta. – diz a Frump.
As duas entram no carro e Wednesday se cala, observando a paisagem.
— Quantos anos você tem? Doze? Menina irresponsável. – a mais velha começa a reclamar. — Sempre tenho que sair do escritório, perco reunião importante porque a Addams Jr não sabe se comportar.
— Fui expulsa de novo? – pergunta Addams diretamente.
— Com certeza, né. – ela responde, exasperada. — O que eu vou fazer agora? Não tem mais escola para você aqui na Califórnia.
— Eu mal consegui colocar os pés na sala de aula, e eles já me mandaram embora assim.
— Você já tem um histórico bem negativo, filha.
— O meu histórico não é adequado para essas instituições. — diz Addams, pressionando a mão sobre o machucado.
— Eu assisti ao vídeo da sua briga com o menino, Wednesday. — a mulher mais velha fala com um suspiro.
— Ele me agrediu primeiro, eu só me defendi, como meu pai sempre me ensinou. — responde Addams, como se fosse algo óbvio.
— É o seu primeiro dia de aula, porra, Wednesday. — ela aperta o volante com força. — Essa foi a gota d’água; estou pagando uma fortuna pela sua escola e só recebo desgostos em troca.
— E agora?
— Vamos voltar para casa e teremos uma conversa muito, mas muito séria mesmo, Addams Jr.
Seguiram seu caminho em silêncio, enquanto Wednesday observava os ferimentos pelo retrovisor. Em breve, chegaram à enorme e impressionante casa.
— Faça as malas. – ordenou a mais velha assim que saíram do carro.
— O quê? Como assim? – perguntou Addams, surpresa. — Vamos viajar? Para onde, exatamente?
— A partir de hoje, você vai morar com seu pai, Wednesday.
— Hã? Como assim? Espera aí, que conversa é essa? – questionou Wednesday, acompanhando a mãe que descia as escadas em direção à sala de estar.
A garagem ficava no andar de cima, obrigando-as a descer para o interior da casa.
— Foi isso mesmo que você ouviu, Wendy. – respondeu de forma direta. — Estou cansada das suas palhaçadas, e sou eu quem arca sozinha com sua criação, enquanto seu pai se diverte com aquelas garotas cheias de silicone.
— Mãe, prometo que não vou aprontar mais, meu pai está em outro estado. – diz Addams Jr, enquanto pega um lenço umedecido do banheiro no corredor da mansão.
— Seu pai nem está ajudando com a pensão, Wednesday. – responde ela, acomodando-se no sofá.
— O que? Ele não está?
— Pois é, sou eu quem estou pagando todas as suas despesas. – ela fecha os olhos e solta um suspiro. – O último carro que você estragou, fui eu quem pagou.
— Já que estamos falando de carro, posso ir à concessionária pegar outro? – pergunta ela, retornando à sala com o rosto limpo.
— Não. – Mortícia diz com um olhar severo. — e não estou brincando, você vai morar com seu pai e isso é definitivo.
Wednesday se dirige à cozinha e pega um copo d'água. Ao retornar à sala, ela encara sua mãe.
— Você vai apenas me deixar assim? Sério? E onde entra o amor maternal nessa equação estranha? – pergunta Wednesday com um tom irônico.
— E você vai me ajudar na casa do seu pai. – a mãe ignora o drama da filha.
— Ajudar com o que?
— Com a mulher que está morando com ele. – responde de forma direta.
— Meu Deus, mãe, de novo essa história de mulher. – Frump força Wednesday a ir para o quarto. — Você precisa superar isso, viver no passado só cria esperanças falsas.
— Eu nunca voltaria com aquele velho gordo, Wednesday. – a mãe revida, revirando os olhos. — Vai lá, arrume suas malas.
Wednesday entra no quarto e coloca o copo na mesa ao lado da cama, observando o espaço que estava arrumado graças à empregada. A cabeceira era preta e apresentava a imagem de uma mulher que cobria os seios com um biquíni branco. Sua cama, também preta, tinha detalhes em branco com algumas caveiras.
— Não demora, eu vou viajar também.
— Você vai viajar? – pergunta Wednesday, — me deixando sozinha aqui.
— Sozinha não, mas com seu pai, você não mora mais comigo, filha.
Wednesday dá uma bufada, revirando os olhos.
— Por que você está fazendo isso? Me empurrando para morar com meu pai. – ela balança a cabeça em discordância. — Isso é desumano.
— Porque eu não aguento mais, é todo dia a mesma coisa. A única vez que você não apronta é quando está dormindo, e olhe lá, já que faz isso tão frequentemente fora de casa. Addams Jr, tudo tem um limite. – a mulher mais velha responde. — Se seu pai acha que é fácil ter uma filha como você, então você vai para a casa dele agora.
Addams se vira e começa a fazer as malas com o que é essencial, o restante ela comprará depois; o motoristas levou as malas de Wednesday para o carro.
— A casa vai ficar vazia? – pergunta Wednesday.
— Não.
— Quem ficará aqui?
Frump não diz nada.
Addams Jr. toma um banho quente, o último que terá naquela casa, e sobe as escadas, onde encontra a mãe folheando uma revista.
— Estou pronta. — diz Wednesday, caminhando em direção à mãe.
— Excelente. — responde ela, fechando a revista.
As duas se dirigem ao carro.
— Wednesday, por favor, preste atenção no motivo pelo qual seu pai não está pagando a pensão. — ela observa. — É uma questão séria; esse dinheiro é seu, não dasquelas putas.
— Certo, mãe.
— Presta atenção. — Wednesday volta a atenção para ela. — diga ao seu pai que eu mandei ir tomar no cú.
— Tudo bem, mãe. — Wednesday diz, fixando o olhar no Cadillac Escalade preto. — até logo.
— Até logo, meu amor. Mamãe te ama, viu? Me liga se precisar de algo. — Quando Wednesday estava prestes a pegar o celular, Frump revirou os olhos. — Estou falando sério, sua idiota.
Wednesday se acomoda no carro ao lado do motorista. Eles percorrem cerca de 20 km até a residência de Wednesday.
— Pare naquela pedra, preciso fazer xixi. – ela solicita, indicando a pedra.
— Senhora, não quer que eu volte? – ele questiona, estacionando perto da pedra.
— Não tenho tempo a perder, estou com pressa. – o carro para. — Você pode sair para vigiar? Vai que alguém me vê, né?
O motorista sai do veículo, e Wednesday rapidamente se transfere para o banco do motorista.
— Tchau. – ela diz, dando partida.
(...)
Algumas horas depois, Addams Jr já se encontrava em Santa Mônica, diante da casa do pai, que ficava em uma colina íngreme. Ela havia feito algumas paradas durante a viagem e estava exausta.
— Velho safado, morando num casarão desse e nunca me convida. – Frump Jr murmura para si mesma.
A pálida subiu aquele morro e estacionou o carro próximo ao Koenigsegg Regera 1:18, branco com detalhes em preto. Ela ficou maravilhada com aquele veículo, que era realmente raro. A mansão era grande, mas muito simples, e a enorme piscina era visível logo de entrada.
— Oi, minha filha — ele disse, aparecendo. Estava vestido com trajes clássicos de um velho bilionário. — Sua mãe já me contou que você vai morar aqui.
— Ela não perde a chance, sabe como é — respondeu Wednesday. — Não quer pagar minha pensão, mas comprar um carro desses é prioridade, né?
— Filha, estou enfrentando alguns problemas de saúde, sabe? – ele comenta. — E tem um dinheiro desaparecendo da minha conta, isso está me deixando maluco, a ponto de até esquecer de fazer o depósito.
— Entendo. – Wedy responde, abrindo o capô do carro e observando o motor. — Esse problema tem algum nome?
— Não, não é isso, pô. – ele diz, encarando a filha. — Quer dar uma volta?
— Não. Agora não. – ela responde, fechando o capô e esticando os braços.
— Quando sua mãe me ligou, fui correndo atrás de uma escola para você. Agora você está em Harvard, uma instituição de elite, Wednesday. Não brinque com seu futuro. – ele fala, fixando o olhar nos olhos castanhos que eram iguais aos dele. — Mudando de assunto, venha conhecer sua madrasta.
Wedy permanece em silêncio, acompanhando o pai. A casa, com suas portas de vidro, apresenta uma parede igualmente envidraçada. Assim que entram, se dirigem imediatamente à área da piscina, onde uma mulher aproveita o sol na parte rasa, ladeada por algumas espreguiçadeiras.
Ela se levanta ao notar a presença do pai e da filha.
— E aí, mozão. – diz o pai de Wedy.
— Oi, amor. – responde ela, com uma voz que deixa a desejar em comparação à de Beatriz. Sua aparência remete mais a uma irmã da Wednesday do que a uma madrasta, com cabelos curtos em um corte chanel loiro. — Olá, ouvi muitas coisas sobre você, querida.
Addams Jr tenta sorrir de forma apreciativa.
— Oi. – murmura ela.
— Você vai ficar um tempinho com a gente? – indaga a mulher, tentando soar amigável. — Você vai adorar.
— Sim, estou aqui para passar um tempo com meu pai. – Wednesday responde, avaliando o biquíni curto e mal ajustado da mulher.
— Ah, na verdade, na nossa casa. – ela corrige. — Seja bem-vinda, eu sou a Britney e você?
— Wednesday Addams Jr.
Após as apresentações, Britney se retira para tomar um banho e trocar por uma roupa mais casual. Enquanto isso, Gomez Addams II leva sua filha para explorar a casa, que era bastante espaçosa, com várias salas e outros ambientes. Eles fazem uma parada no quarto que agora pertence a Wednesday. Esse cômodo possuía uma parede de vidro que, coberta por uma película refletora, parecia um espelho do lado de fora, proporcionando uma vista impressionante do letreiro de Hollywood.
O quarto era dividido por uma parede de madeira; de um lado, havia a cama e, do outro, o espaço onde antes estavam os brinquedos e troféus de Wednesday, além da porta do closet. O lado da cama contava com cômodas e um armário na parte superior, repleto de livros.
— Oi mozinho. – Britney entra no quarto. — vou ir passear com minhas amigas ok?
— Certo minha rainha. – ele fala beijando a mão dela.
Era estranho Wednesday ver seu pai com outra mulher, ele e sua mãe quando ela era criança pareciam muito apaixonados um pelo outro.
Wednesday retira as malas do carro e arruma seu quarto. Sua madrasta ainda estava em casa, pois havia decidido fazer um suco antes de sair. Depois que a Addams Jr. organizou o ambiente, tomou um banho e foi até a sala onde seu pai estava.
— Pai, pode me emprestar seu carrão? – ela chamou a atenção dele.
— Eu te levo lá.
— O quê? Não…
— Você nem sabe como chegar. – ele interrompeu.
Ao chegarem ao carro, perceberam que a madrasta da Wendy já estava lá.
— Eu preciso do carro, mozão. – ela disse. — Como vou chegar ao shopping?
— É verdade, chuchu. – Gomez concordou.
— Oh Pai, pai. – Wednesday o chamou. — Eu preciso de um carro pra ir lá e chegar nas novinhas.
— Não, não precisa porra nenhuma. – ele respondeu. — Pode ir, chuchu.
Ela acenou com a mão e deu partida no carro, descendo a colina da casa.
— E como eu vou para a escola para tirar uma onda? – disse Wednesday, puta.
— Eu não consigo dizer não para ela, Wendy.
— Pau mandado. – ela resmungou. — Me dá uma grana aí, vai.
— Ela pegou o cartão de crédito. – ele expressa com intensidade.
— Puta que pariu, mano.
— Mas eu consigo arranjar um carro para você, filha.
— Qual?
— Um 7v. – ele responde.
— Você tá de brincadeira, né? Eu quero ir com aquele carro. – Wednesday diz, apontando para o vazio.
— Pelo Hades, Wednesday, você quer comprar um carro?
— Quero, sim! – ela responde, cheia de entusiasmo.
— Que carro você deseja?
— Deixa eu pensar... – ela murmura, fechando os olhos. — Eu quero um Aventador, um Huracan... espera, ela tá voltando? – Wednesday questiona ao ver um carro se aproximando.
— Essas compras foram rápidas, hein. – Gomez comenta.
Ela para o carro, já com a voz cheia de aborrecimento.
— Amor… – ela comenta. — o Tully faleceu.
— Tully?
— O Tully Alford, amor. – ela diz, aproximando-se deles. — A Margaret ia fazer compras comigo, mas cancelou.
Wednesday os deixa trocando ideias e caminha com cautela até o banco do motorista. Ela entra no carro enquanto a madrasta despejava suas frustrações sobre o Tully, afirmando que ele era um inútil e que havia tornado seu dia monótono, além de expressar sua fúria por não poder ir às compras.
Gomez se acomoda no banco do passageiro, tentando recordar quem era Tully. Wednesday liga o carro, rindo sozinha ao perceber o quão divertido aquilo era.
— Dirija com cuidado. — pede Gomez. — Lembra da primeira vez que te ensinei a dirigir? Era uma Ferrari e você a destruiu completamente.
— Pelo menos eu sobrevivi.
— Meu carro não. — lamenta ele. Wednesday então acelera morro abaixo e, na entrada, faz um drift. — Puta que pariu, Wednesday.
— Se segura, velhote. – ela fala animada.
Addam Jr. leva a filha até a escola onde ela começará a estudar, enquanto o pai compartilha lembranças da infância dela. Ao chegarem, encontram líderes de torcidas dançando; a escola exibe uma arquitetura muito antiga, reminiscentes de um castelo. Na entrada, há um chafariz e uma grande árvore, além de algumas árvores menores dispersas pelo campus. Wednesday desembarca do carro e caminha em direção à entrada da instituição, enquanto seu pai retorna para casa ao volante.
Ao chegar ao hall, ela se depara com duas catracas e um portão fechado. Como não possui crachá, decide pular a catraca. Do outro lado, encontra várias máquinas de salgadinhos e refrigerantes. Caminha em direção à porta de vidro e, ao empurrá-la, depara-se com um logo grande em uma parede oval central do espaço. Era um escudo azul, com dois quadrados vermelhos exibindo ursos marrons em diagonal e, na outra diagonal, havia um quadrado verde com uma estrela vermelha.
Exibia-se uma enorme tela retangular, com a bandeira do Estado e o logotipo da escola.
— Oi, boa tarde! – exclamou uma garota de cabelos escuros e óculos escuros, direcionando-se a dois rapazes na recepção. — Quem vai mostrar a escola para os novatos?
— Eu vou! – respondeu um jovem de cabelo castanho com azul na parte de cima.
— Legal! – disse ela. — Sou Yoko, a propósito.
Wednesday caminhou em direção à recepção.
— Eu sou a Wednesday. – apresentou-se direto. — Também sou novata.
— Prazer em conhecê-las! Sou o Taliyson. – ele falou com um sorriso. — Estou aqui há bastante tempo, por isso fui escolhido para mostrar a escola para vocês.
Addam Jr acena com a cabeça e cruza os braços.
— Então, são apenas vocês? — ele questiona.
— Parece que sim, eu esperei a mo por bastante tempo e ninguém mais apareceu além dela e dele. — responde Yoko, indicando o garoto e a Frump.
— Certo, então vamos lá. Vocês sabem qual é o nome da escola? — ele indaga, enquanto se dirige à escada, acompanhado por Yoko, o rapaz que ainda não se apresentou e Wednesday.
— Claro, é Harvard. — responde Wednesday. — a Harvard University é uma das instituições de ensino superior mais renomadas do planeta. Fundada em 1636, é a universidade mais antiga dos Estados Unidos e é famosa por sua excelência acadêmica.
— Uau, você realmente sabe onde está pisando. — ele diz, rindo.
— Quem não conhece Harvard não está preparado para estar aqui presente.
Yoko, envergonhada, baixa a cabeça e morde o lábio inferior; sequer tinha ideia de que escola estava frequentando.
— Antes de subimos, aqui é os elevadores – ele aponta para duas portas de metal. — Mas estão apresentando problemas de conexão devido à antiga fiação da escola.
Subindo a primeira escada, encontraram uma coleção de troféus.
— Uau, quanta coisa! Na minha escola anterior, tínhamos apenas três ou quatro troféus – comenta Yoko.
— Esses troféus são de campeonatos. Temos diversas atividades extracurriculares que, ao final do ano, podem contribuir para suas notas; além disso, você poderá participar de competições que demonstrarão suas habilidades a comissões e analistas na área educacional – explica ele.
Eles seguiram adiante, subindo ao segundo andar, onde encontraram mais máquinas de refrigerantes e salgados, além de armários e saídas de emergência. Também havia uma área com mesas para café, chás e outras bebidas. Algumas pessoas estavam ali, conversando entre si.
— Esse é o local para um lanche? — indagou Yoko.
— É um lugar onde costumam ficar tranquilos, longe da confusão. Nós utilizamos o refeitório lá em cima — respondeu o menino.
Assim, continuaram o percurso e entraram em um corredor repleto de armários. Um aluno, usando a jaqueta da escola, estava presente e certamente fazia parte do time de futebol.
— Aqui é onde ficam os armários. Depois, vocês precisam pagar a taxa do número de vocês com o diretor.
Eles prosseguiram pelo corredor repleto de portas que levavam a salas, enfermarias e armários. Uma dessas portas estava entreaberta, e Wednesday espiou para dentro; parecia um grande depósito abarrotado de caixas, onde um grupo estava reunido.
— Não entra aí, não — avisou Taylison.
— Por que não? — indagou Wednesday, fixando o olhar na escada que descia.
— Vocês vão entender depois, mas agora não é o momento — respondeu ele, virando-se para seguir em frente. — Aqui é o fim, vamos subir para o terceiro andar.
Assim, continuaram em direção à escada, enquanto o garoto de cabelo roxo e terno caminhava ao lado dela.
— Qual é o seu nome? — ela questionou.
— Kevin — respondeu ele, com uma voz profunda que reverberou no ouvido de Wednesday.
— Você se mudou recentemente ou foi expulso?
— Eu era de Los Angeles. — ele comenta, enquanto Addmas o observa atentamente.
— Sério? E o que te trouxe para cá?
— Eu morava sozinho, mas minha mãe queria que eu ficasse por aqui, perto dela. — ele responde. — Ela está saindo com um cara mais velho, e eu não gosto muito disso, prefiro me manter reservado.
Wednesday o observa com interesse.
— É, complicado.
Eles sobem as escadas até chegarem ao refeitório, onde se encontra uma variedade de máquinas de arcade. Wednesday fica maravilhada ao ver Street Fighter II, Golden Axe e Final Fight. Isso a faz lembrar da sua infância, quando tinha um quarto espaçoso repleto dessas máquinas e outros equipamentos de jogos.
No interior do espaço, havia diversas mesas com um toque retrô dos anos 80, que, apesar de sua aparência, pareciam bem confortáveis. O ambiente contava com janelas e paredes de vidro. Para a esquerda, estavam os elevadores, acompanhados de máquinas de lanches e outros itens.
Eles seguiram por um caminho em forma de L até encontrarem o próximo corredor, que também dispunha de máquinas de alimentos e uma série de quadrados antigos, quase assustadores, com paredes em tons neutros.
— Aqui é o andar onde fica nossa sala. — ele comentou.
Em seguida, Addma Jr avistou uma sala com paredes de vidro, onde era possível ver cadeiras universitárias em tonalidades neutras.
Esse andar também contava com vários armários. Após a sala de vidro, eles se dirigiram a um cômodo ao lado que possuía paredes normais e em tonalidade neutra. Wednesday espiou para dentro e encontrou diversos computadores de última geração, além de algumas pessoas vestindo uniformes escolares que tinham um estilo peculiar.
— Esta é a sala dos Geek. — diz Taylison.
Eles seguem em frente e logo encontram uma grande sala de vidro, que pertencia ao diretor.
— Ninguém entra aqui. — ele afirma.
Ao se virarem, chegam à última entrada, que não tinha porta, apenas uma pequena parede de persiana. A sala estava equipada com cadeiras universitárias, e a parede de vidro funcionava como uma janela, permitindo a visão do exterior da escola. Nos fundos da mesa da professora, havia uma parede que abrigava uma impressora, e Wednesday rapidamente pensou asneira.
— Basicamente, é isso que vocês precisavam ver. — diz ele. — Hoje foi isso, vocês irão ficar para a palestra ou vêm amanhã?
— Cê é louco, não compensa. – Wednesday diz com um sorriso. — A gente se vê amanhã.
Wednesday acordou com vozes vindo do lado de fora do seu quarto. Levantou-se e se encaminhou até a porta que dava para a sala, onde avistou dois homens de capacete e sua madrasta conversando, mas as palavras não eram claras o suficiente para serem ouvidas.
As vozes soavam profundas e agora pareciam mais distantes.
Ao sair do quarto, ela se questionou sobre o que a mulher estava fazendo, e na mesa da sala notou um contador de dinheiro.
Ela caminhou até a entrada da casa, observando os dois motoqueiros partirem.
— Bom dia — disse Wednesday.
— Bom dia, tudo bem? Você dormiu bem? — perguntou sua madrasta, tentando parecer formal.
— Sim, mas o que está acontecendo? Quem são aqueles dois?
— Isso não é da sua conta — respondeu, saindo em direção à sala de estar.
— Como assim, não me interessa?
Ela interrompe sua caminhada e se volta para a Addams Jr.
— Eles são meus irmãos. — a garota afirma, cruzando os braços e fazendo um semblante de quem está em apuros.
— Irmãos? O que você quer dizer com isso?
— Você não vai compreender, é algo bem complicado. — responde, tornando a voz ainda mais fina. — minha família está passando por dificuldades...
— Sua família está passando por dificuldades?
— É, meus pais estão desempregados e precisando de dinheiro, entendeu? — diz ela, simulando o ato de secar uma lágrima fingida. — Eu já havia comunicado isso ao seu pai.
— Comunicou ao meu pai? — indaga Frump Addams, com um tom de desconfiança.
— Sim, e ele deixou um cartão para você no seu quarto. — informa, desfazendo o cruzar de braços. — Ele mencionou que não há limites.
— Entendi.
— Então é isso. – Ela se virou. — Vou ao mercado, você quer alguma coisa?
— Não. – Wednesday respondeu de forma direta. — Você poderia me dar uma carona até a escola?
— Não, querida, você leva muito tempo para se arrumar. Mas o ônibus escolar vai passar logo. – Ela pegou sua bolsa. — Gostei da tatuagem no seu pescoço.
Wednesday assentiu e foi para o quarto, onde preparou suas coisas e tomou um banho. Vestiu uma cueca box branca da Calvin Klein, junto com um top da mesma cor e marca. Depois, colocou uma camisa branca e um moletom preto de uma banda, além de uma calça jeans cargo sem bolsos e um tênis preto da Adidas. Pegou sua bolsa transversal da Adidas e o cartão que sua "amada" madrasta mencionou.
Seus cabelos estavam trançados, como de costume.
Desceu toda aquela ladeira até a entrada da casa, e logo o ônibus passou. Ela entrou e percebeu que estava sozinha no veículo. Bufou de frustração; era um saco ficar sem carro.
Ela e o motorista mantiveram uma conversa sobre a escola.
(...)
Com o término das aulas, Wednesday estava na última carteira e se levantou, lançando um olhar para os meninos de vestes escuras, por sinal, parecidos com os que ela viu mais cedo em sua casa.
Taylisson não estava presente na sala, pois foi o primeiro a sair para ajudar os novos alunos com suas questões.
— Vem aqui! – Wednesday sussurra para a garota Yoko.
— O que foi? Eu vi você olhando para os garotos, eles são o seu tipo? – Frump franziu a testa. — É que vocês todos estão de preto, parecem góticos ou de luto; na verdade, parecem emo.
— O que? De jeito nenhum! – Wednesday rebateu rapidamente. — garotos definitivamente não são do meu tipo.
— Então, qual é a situação? — Yoko questiona, enquanto retira um biscoito de sua bolsa. — que uma?
— Não é nada. — Addams responde, balançando a cabeça. — É que estou com algumas suspeitas sobre eles.
— Suspeitas de quê?
— Algo pessoal.
Yoko a observa com desconfiança, estreitando os olhos.
— Fala pra mim, minha boca é bem reservada. — suplica, mordendo o biscoito.
— Tenho a impressão de que esses caras estiveram na minha casa hoje de manhã.
— Como assim?
— Eu acho que são eles. — ela sussurra. — Estão com as mesmas roupas... Eles vieram de moto?
— Sim, são motos preta. — Yoko confirma.
Nesse instante, Kevin passa por ali.
— Kevin, Kevin. — ela o chama. Ele, como de costume, estava usando um terno.
— O que foi?
— Aqueles rapazes que estavam na sala hoje, todos andam de moto?
— Os que estavam de jaqueta? — ele pergunta, e Frump acena que sim.
— Sim, eles andam de moto. — ele diz, estendendo a mão para Yoko lhe dar uma bolacha, que ela coloca uma na sua mão. — Parece que são irmãos ou algo parecido.
— Você parece bem curiosa sobre eles, hein? — Yoko provoca.
— Não estou interessada neles. — Wednesday reclama. — Eles estavam na minha casa conversando com a minha madrasta, mas não consegui escutar nada, e não confio nela.
— Que situação complicada. — Kevin comenta, mordendo a bolacha.
— Isso fica entre nós. — Wednesday declara e todos concordam.
— Então é isso, vou saindo, pois preciso passar na concessionária para resolver umas coisas do meu carro.
— Vai à concessionária? — Addams pergunta. — Estou pensando em ir também, para comprar um carro.
— Quer uma carona?
— Achei que você nunca fosse oferecer.
(...)
Wednesday estava acomodada no banco do passageiro dentro do Audi R8 azul, enquanto Yoko dirigia pelas ruas de Santa Mônica em direção à concessionária.
— Nunca tinha parado para observar essa área da cidade. — Frump comenta, notando a construção inacabada.
— Se eu te contar quem comprou, você vai ficar surpresa.
— Quem foi?
— Meu pai. — ela responde, estacionando em frente à concessionária. — agora a obra vai realmente acontecer.
— Entendi. — Wednesday diz ao sair do carro. — Parabéns pelo carro, é do ano de 2020?
— Exatamente.
— Eu estava pensando em adquirir um carro desse.
— É bem confortável, tem um bom desempenho e consome pouco combustível.
— Eu tinha um conversível do ano de 2013, mas infelizmente bati.
— Eu não sou fã de conversíveis, pois deixam meu cabelo danificado.
Ao entrar na concessionária, havia uma variedade de carros esportivos e extremamente luxuosos expostos.
— Boa tarde, em que posso ajudar vocês? – indagou o gerente de vendas às duas moças.
— Então, eu preciso trocar a placa do meu carro. – Yoko comentou. — Está coberto pelo seguro.
— Claro, podemos ir ao escritório resolver isso agora mesmo. – Ele se virou para a Addams. — E você, o que precisa?
— Pretendo dar uma olhada nos veículos, estou pensando em comprar um.
— Sinta-se à vontade, vou ao escritório com ela para resolver a questão da placa e já volto.
Wednesday concorda e entra em um centenario preto e amarelo de design clássico. Ela passa pelo mesmo procedimento com os outros carros, e o gerente retorna, começando a comentar sobre os veículos. Wednesday avista um carro preto.
— É uma McLaren?
— Essa é uma edição exclusiva, uma McLaren Senna de 2019 com motor V8 — ele explica enquanto se aproximam. — Foi feita em homenagem ao Ayrton Senna, você sabe? É um carro que acelera muito bem, mas o que realmente impressiona são as curvas.
— Qual é o valor desse carro em dólar?
— Atualmente, está avaliado em 988 mil. — Wednesday fica surpresa.
— Isso é considerado barato. — diz Yoko.
— Esse carro é novo?
— Teve um único proprietário que ficou com ele por dois meses e depois o trouxe de volta para nós.
Wednesday entra no carro e analisa tudo com atenção, desde os detalhes das janelas até os demais aspectos. Yoko também se junta a ela.
— Este carro é tão pequeno que mal dá para namorar aqui — comenta Yoko.
— Pelo amor de Hades, Yoko — resmunga Addams Jr.
— Mas é confortável, isso não podemos negar.
Wednesday sai do veículo.
— Eu vou ficar com ele.
— Tem certeza, senhora?
— Sim, vou pagar à vista e é agora mesmo.
— Certo, então vamos até o escritório para assinar os documentos — diz ele enquanto orienta a Frump até o local. — Não quer dar uma volta no pátio dos fundos?
— Não é necessário, quero levar o carro já.
Ao chegarem no escritório, Wednesday começa a assinar uma série de papéis.
— O IPVA está atrasado.
— Meu pai paga. — diz Wednesday, entrando no carro após pegar a chave.
Wednesday acelera e o painel exibe a velocidade e todas as informações necessárias.
Após sair da concessionária, ela para ao lado do carro de Yoko que estava no estacionamento.
— Vou para casa agora. Amanhã a gente se fala. Obrigada pela carona!
— De nada, mas não se esqueça: você me deve uma, Wednesday. — Yoko responde, rindo. — E eu vou cobrar isso!
Wednesday sai fazendo um drift pelas ruas da cidade, passando em frente a uma escola e estacionando no local.
— Esse carro é seu, gata? – uma das três meninas indaga a Wednesday assim que ela sai do veículo.
— É sim.
— Uau, posso dar uma volta com minhas amigas? – a outra pergunta.
— Claro, vamos lá. Uma se senta no meu colo e as outras duas ficam um no colo da outra.
Elas entram, uma se acomoda no colo de Wednesday e as outras duas ocupam o banco do carona.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!