NovelToon NovelToon

Uma Vida Quase Solitária

Capítulo 1 - Lembranças

^^^

Carlos Rivera ^^^

Carlos Rivera

Considerando por todos um homem frio, solitário e sem coração. Era a personificação do gelo. O CEO de uma das mais prestigiadas firmas de advocacia do mundo. Conhecido tanto por seu brilhantismo quanto por sua frieza implacável, ele comandava seu império com mão de ferro e palavras afiadas. Alto, sempre impecavelmente vestido em ternos sob medida, seus olhos cinzentos avaliavam cada pessoa como se fossem apenas peças em seu tabuleiro. Solitário por convicção, não confiava em ninguém e poucos ousavam se aproximar. Entre advogados e empresários, seu nome era sussurrado com respeito e medo. Para Carlos, sentimentos eram fraquezas, e no mundo que ele construiu, fraqueza não tinha lugar.

Sala de reuniões:

O clima tenso pairando no ar, a sala estava mergulhada em um silêncio . Executivos e advogados de renome trocavam olhares inquietos enquanto esperavam. A porta se abriu com um clique suave, e Carlos Rivera entrou.

Sem dizer uma palavra, atravessou a sala com passos firmes, sua presença esmagadora preenchendo o ambiente. O terno preto, impecável, parecia ainda mais severo sob a luz fria do teto. Ele se sentou à cabeceira da mesa, ajeitando os papéis diante de si com movimentos precisos.

— Dez minutos — disse, sua voz baixa e cortante. — Expliquem por que estou perdendo meu tempo.

Um dos sócios tentou começar a falar, mas sua voz falhou sob o peso do olhar de Carlos, aquele olhar gélido que parecia despir cada erro, cada hesitação. Em poucos minutos, Carlos destrinchou cada argumento, cada falha no planejamento, deixando claro que ali só havia lugar para excelência.

Quando terminou, levantou-se sem esperar resposta.

— Se querem sobreviver neste mercado — disse, ajeitando a manga do terno — aprendam a ser implacáveis. Como eu. Refaçam tudo para hoje atarde e espero que tudo fique impecável!

E sem mais palavras, saiu da sala, deixando para trás um rastro de respeito... e medo.

Carlos foi em direção ao seu elevador particular, sendo seguido por seu assistente pessoal, estremecendo todos os que passavam por ele.Os seus olhos azuis, pareciam atravessar quem ousasse encará-lo. Adentrando o elevador disse;

—Xavier, remarque os meus compromissos dessa manhã.

Xavier responde— sim, senhor!- saindo antes das portas se fecharem.

Ao adentrar na sua sala e senta-se na sua poltrona de couro, respirando o ar da empresa que um dia herdará do se avô, relembra calmamente o seu passado. Poucos conheciam a sua verdadeira história e ninguém se atrevia a perguntar. A sala de Carlos Rivera era um reflexo dele: fria, silenciosa, vazia. Levantou foi até a pequena mesa de canto que havia lá, pegou um pouco de uísque e foi até a janela. A cidade brilhava abaixo das enormes janelas de vidro, mas ele não via nada.

Em cima de sua mesa, um porta-retrato virado para baixo — o único vestígio do passado que ele se permitira manter. A lembrança era uma ferida aberta: a ex-esposa e o próprio irmão, amantes às escondidas, traindo-o da forma mais suja possível. O escândalo não o abalou publicamente — ninguém jamais soube —, mas dentro dele, alguma coisa quebrou e nunca mais foi consertada.

Eles morreram meses depois, em um acidente de carro brutal, tentando escapar de dívidas e decisões erradas. Carlos não chorou no funeral. Não sentiu nada, além de uma raiva fria e silenciosa que moldou o homem que se tornou: alguém que nunca mais daria a ninguém o poder de destruí-lo.

Ele ergueu o copo lentamente em um brinde mudo ao vazio e bebeu....

Capítulo 2 - Passado

Era uma tarde de outono em Nova York, e o Central Park estava tingido de dourado e vermelho pelas folhas caídas. Carlos Rivera, na época um jovem advogado promissor, de 22 anos, que avia forma recentemente em uma das universidades mais prestigiadas do mundo, cuja o avô exigia muito, afinal era o neto mais velho e o seu provável sucesso, já que sua única filha era uma irresponsável, que decidiu seguir a carreira de modelo e após ficar viuva aos 24 anos decidiu viver uma vida de "liberdade" o deixando os três netos para ele e sua esposa Leonor cuidar, Carlos o mais velho, Enrique do meio 2 anos mais novo e a mais nova Angélica. Então a pressão estava toda em cima de Carlos. Não era seu costume parar, perder tempo — mas aquele dia foi diferente.

Ela estava ali, sentada em um banco de madeira, lendo um livro de direito. O vento bagunçava os cabelos castanhos de Camila, e seu sorriso, pequeno e distraído, parecia iluminar o espaço ao seu redor. Carlos, que até então só conhecia a vida como uma corrida para o topo, parou pela primeira vez.

O olhar deles se cruzou. Por um instante, o mundo ficou em silêncio.

— Você sabe que esse livro é horrível para quem está começando? — disse ele, num tom quase arrogante.

Camila ergueu os olhos, surpresa pela abordagem rude, mas respondeu com uma risada leve. Camila também recém formada em direito, se conheceram em uma audiência, cuja Carlos sai vencedor.

— Então talvez você possa me sugerir um melhor, senhor advogado apressado.

Carlos sorriu — um sorriso raro, verdadeiro. Sentou-se ao lado dela sem nem pensar. Pela primeira vez em muito tempo, ele não estava calculando vantagens, riscos, ou estratégias. Estava apenas... ali.

As conversas começaram. Longas tardes de discussão, jantares improvisados, olhares cúmplices em meio à multidão. Camila era diferente de tudo que ele conhecia: doce, espirituosa, mas ao mesmo tempo determinada. Ela fazia Carlos rir, fazia-o esquecer, mesmo que por breves momentos, a frieza que começava a se entranhar nele.

Se apaixonaram rápido, intensamente, como um incêndio que ninguém tenta apagar.

1 ano depois casaram-se no auge do sucesso de Carlos, em uma cerimônia íntima para poucos — apenas os mais próximos. Inclusive seu irmão mais novo, Enrique, a quem Carlos mais confiava.

Tudo parecia perfeito. Até que deixou de ser.

2 anos depois ....

Era noite, e a cobertura estava vazia e escura, exceto pela luz fraca que vinha da cozinha. Carlos chegou mais cedo de uma reunião, passos silenciosos sobre o piso de mármore. Foi o riso abafado que chamou sua atenção. Um sussurro, seguido por um beijo.

Ele se aproximou devagar, o sangue começando a ferver, a respiração tornando-se pesada.

Ali, encostados na bancada, estavam Camila e Enrique, abraçados de uma forma que não deixava dúvidas.

Por um segundo, Carlos congelou. O mundo, antes tão rígido sob seus pés, desmoronou em silêncio.

— Interessante encontrar vocês assim... — sua voz saiu baixa, mortal.

Camila e Enrique se separaram bruscamente, o terror estampado nos rostos.

— Carlos... não é o que você está pensando... — Camila começou, mas sua voz falhou.

— Não é? — Ele riu, seco, sombrio. — Então me explique, Camila. Me explique o que meu próprio irmão faz com a minha esposa na minha casa.

Enrique tentou intervir, mas Carlos apontou para ele com um gesto feroz.

— Cale a boca. Você não existe mais pra mim.

Camila, com lágrimas nos olhos, deu um passo à frente.

— Carlos, eu... eu me sentia sozinha! Você mudou! Você virou essa máquina fria, esse homem que eu mal reconheço! Eu... eu encontrei nele o que você deixou morrer!

As palavras dela cortaram como lâminas. Mas Carlos não deixou transparecer.

— Não tente jogar a culpa em mim — disse, sua voz tão fria quanto aço. — Você escolheu. Você. E agora vive com isso.

O silêncio entre eles era pesado, quase insuportável.

Camila olhou para Enrique, que a segurou pela mão. Um gesto desesperado, infantil. Carlos observou sem expressão.

— Vamos embora — disse Enrique, com a voz trêmula.

Carlos não respondeu. Apenas virou de costas, indo até a janela, olhando para a cidade abaixo, como se já tivesse enterrado os dois em sua memória.

Camila parou na porta por um instante, esperando... talvez por um pedido, uma reação, qualquer sinal de que ele ainda a queria ali.

Nada veio.

Então, sem olhar para trás, ela se foi. Com seu irmão. Com o traidor.

A porta bateu às suas costas. E Carlos, sozinho no escuro da cobertura, sorriu — um sorriso frio, vazio.

A partir daquela noite, algo dentro dele morreu para sempre.

---

6 messes depois....

O dia estava abafado, pesado, como se o próprio ar estivesse anunciando que algo terrível estava prestes a acontecer.

Carlos Rivera estava em sua sala de reuniões, no topo da torre que abrigava a Rivera & Associates, quando recebeu a ligação. Era um número desconhecido. Ele quase ignorou — quase — mas algo em seu instinto, aquela velha sensação de alerta que jamais o traíra, o fez atender.

— Senhor Rivera? — a voz do outro lado era tensa, nervosa.

— Sou do Hospital Geral de Manhattan. Precisamos que venha imediatamente. É sobre... — o homem hesitou, escolhendo as palavras —, sobre Camila Rivera e Enrique Rivera.

O coração de Carlos não acelerou. Não tremeu. Ele apenas sentiu um peso estranho no peito, como uma pedra submersa.

— Estou a caminho — disse, antes de desligar.

Não perguntou o que havia acontecido. No fundo, ele já sabia.

A viagem até o hospital foi feita em completo silêncio. O motorista, percebendo a tensão do patrão, não ousou dirigir uma palavra. Do lado de fora, a cidade continuava seu ritmo frenético, indiferente ao desastre que se desenrolava.

Quando Carlos entrou no hospital, foi recebido por uma enfermeira de rosto pálido e olhos baixos.

— Senhor Rivera... — ela começou, mas Carlos a cortou com um gesto.

— Onde estão?

Ela o conduziu até uma sala fria e pequena, longe do burburinho dos corredores. Lá dentro, um médico o esperava. Um olhar bastou para que Carlos soubesse.

— Houve um acidente, senhor. — A voz do médico era neutra, profissional. — Um capotamento na rodovia 87. O carro saiu da pista em alta velocidade... os dois morreram na hora.

Carlos permaneceu imóvel, como uma estátua de mármore. Nenhum músculo de seu rosto traiu o que sentia — se é que sentia algo. Camila, sua esposa. Enrique, seu irmão mais novo. Os dois juntos... amantes, traidores. Agora, mortos.

O médico hesitou, como se esperasse alguma reação — um grito, um colapso, uma explosão de fúria. Mas Carlos apenas olhou para ele, com aquele mesmo olhar vazio que costumava usar para intimidar concorrentes e rivais.

— Há algo mais? — perguntou, a voz baixa e firme.

— Apenas... pertences pessoais — disse o médico, estendendo um pequeno saco plástico transparente. Dentro dele, uma aliança de casamento amassada e um relógio quebrado.

Carlos pegou o saco, olhou para os objetos por um segundo interminável... e então guardou-os no bolso do paletó. Sem lágrimas. Sem palavras.

Ele saiu do hospital com a mesma calma com que havia entrado. Do lado de fora, a chuva começava a cair, grossa e fria, lavando as calçadas da cidade. Carlos ergueu o rosto para o céu cinzento e por um breve, breve instante, fechou os olhos.

Não por tristeza. Não por dor. Mas porque, de algum jeito, aquela tragédia — aquele fim sujo e brutal — parecia o fechamento perfeito para a história que ele havia se recusado a aceitar.

Camila e Enrique haviam feito suas escolhas. Agora, a consequência final havia sido selada. E Carlos Rivera, o homem frio, solitário e temido, finalmente se libertava da última corrente invisível que ainda o ligava ao passado.

Quando abriu os olhos novamente, eles estavam mais frios do que nunca.

Ele voltou para o carro, deu ordens secas ao motorista e seguiu para a empresa.

A vida continuava. Para ele, sempre continuaria. Sem amor. Sem perdão. Sem arrependimento.

capítulo 3- mais um dia

3 anos depois na atualidade..

Após reviver suas lembranças e analisar alguns papéis, percebeu que já estava o horário, não estava a fim de sair, então apertou o botão.

— Branca peça meu almoço — disse de maneira rude, depois de um leve suspiro complementou de maneira calma — algo leve, mais suficiente para suportar a incompetência na minha próxima reunião.

A senhora elegante, que já estava beirando aos cinquenta, mas pouco aparentava isso, possui uma postura implacável e olhar sereno, era uma das poucas pessoas que Carlos tratava bem por ter uma enorme consideração. Trabalhava como governanta na casa dos Riveras, quando Carlos assumiu o lugar do seu avô a chamou para trabalhar com ele já que ninguém era bom o suficiente (ou o aguentou) e não podia ficar mudando de secretaria como troca de roupa, então ela acabou aceitando já que também as crianças aviam crescido e não iria ter muita funções na casa e assim ajudar um pouco aquele que ela se referia como Carlinhos,(pelo menos fora da empresa), sendo uma das poucas pessoas em quem ele confia de verdade e sábia do seu passado. Discreta, leal e extremamente competente, Branca conhece cada detalhe da rotina e dos humores de seu chefe. Embora mantenha um ar firme e profissional, é respeitada até pelos mais temidos executivos por sua inteligência sutil e fala precisa. Para Carlos, ela é mais que uma funcionária: é uma aliada silenciosa, quase uma figura materna velada em meio ao mundo frio dos negócios.

— pode deixar, daqui a pouco estará aí — disse com o sorriso no rosto.

...

No fim do dia, depois de algumas reuniões frustrantes, foi para "casa".

Uma das coberturas mais luxuosas de todo EUA, ao chegar seu celular toca era a Sofia. Ele atende:

— boa noite, Carlos! Estou com alguns papéis e queria que você desse uma olhada — falando de forma sedutora- posso ir aí?

— pode sim, Sofia — disse de maneira fria, ele sabia muito bem o que ela queria.

– então daqui alguns minutos eu chego – deligou com um sorriso no rosto, ela já estava acostumada com o jeito frio dele e não se importava, afinal tudo o que queria era conquista-lo.

Mulheres ainda circulavam em sua vida, claro. Não faltavam aquelas que viam em Carlos Rivera uma combinação irresistível de poder, mistério e perigo. Seus encontros eram superficiais, baseados em prazer e aparência, sem qualquer promessa, sem qualquer entrega.

Era quase um jogo cruel: ele oferecia um vislumbre do que elas desejavam — atenção, proteção, fascínio, desejo e prazer— para depois recuar no momento em que qualquer uma ousasse atravessar as barreiras que ele ergueu.

Carlos sabia que era assim que precisava ser. Ele era um dos solteiros mais cobiçados do EUA então não faltaria mulher em sua cama para sua satisfação, em tão no fazia questão de acordar com uma ao seu lado, aprendera da forma mais difícil que laços emocionais eram fraquezas esperando para serem exploradas. Então, preferia relações frias, curtas e controladas. Nada que pudesse enraizar, nada que pudesse prende-lo novamente. Sofia era só mais uma.

A campainha tocou, cortando o silêncio da cobertura. Ele nem precisou verificar quem era. Era Sofia. Sofia uma advogada promissora da sua firma, jovem, bonita e ambiciosa. Eles tinham um acordo tácito: noites ocasionais, sem perguntas, sem sentimentos. 26 anos, morena, cabelos morena iluminado, corpo de dar inveja, tinha a aparência de uma modelo, andava sempre elegante com roupas de marcas famosas, de família rica, seu pai era um dos Magnatas mais respeitados de Nova York, de origem italiana, resolveu fazer direito só para se aproximar de Carlos, morria de ódio de Camila por ter o que era dela, quando ela desapareceu comemorou muito, a morte dela foi apenas menos um empecilho para o que queria.

Levantou-se, ajeitou o terno sem pressa e caminhou até a porta. Ao abrir, viu Sofia parada ali, com um sorriso sedutor. Ela sabia, como todas sabiam, que ele não era um homem que oferecia promessas. Ainda assim, havia algo nos olhos dela — uma esperança tola que Carlos um dia se apaixonaria e ela se tornaria a senhora Rivera.

— Entre — disse, seco.

Ela passou por ele, o perfume dela no ar. Carlos fechou a porta atrás dela e por um instante seus olhos se prenderam no reflexo do vidro. Um homem de encarava de volta — impecável, bem-sucedido... e completamente vazio.

Enquanto caminhava até o bar para servir um uísque. Sofia se sentou no sofá, cruzando as pernas lentamente, esperando por ele. Carlos caminhou até ela, seu rosto impassível como sempre. Ela sorriu, tentando puxar conversa, mas ele apenas se aproximou, tomando seu queixo entre os dedos com uma delicadeza cruel.

— Você sabe as regras — murmurou.

Sofia assentiu, tentando esconder a decepção que nublou seus olhos. Carlos viu, mas ignorou. Ele era o arquiteto do seu próprio isolamento, e qualquer tentativa de quebrar essa muralha era, para ele, simplesmente um erro a ser corrigido.

Naquela noite, deliciou-se com prazer como em todas as outras, Carlos Rivera garantiu que continuasse sendo o mesmo. Ao se satisfazer, disse a Sofia — Pode sair agora !

– mas Carlos ...

Nem esperou ela terminar de falar e disse - sai Sofia!

Sofia pegou sua roupas e saiu.

...

Sofia

– mais aquele descarregado ainda me paga como ousar me humilhar assim! — disse pensativa —mas ele ainda vai ser meu!!!

Sofia Bianchi

Branca Mendonça

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!