Casamento
Um Voto Perigoso
Valentina
Valentina é filha de Guto, um homem respeitado na máfia italiana mas marcado pela tragédia. Sua esposa morreu ao dar à luz Valentina, e desde então ele nunca mais se casou. Valentina cresceu sob os cuidados do pai e do irmão mais velho, Guilherme, tentando encontrar seu espaço em um mundo de tradições e promessas feitas por conveniência e poder.
Desde criança, Valentina foi prometida ao futuro Dom Vicente, filho de Salvatore e Ana, herdeiro de uma das famílias mais influentes da região, tem uma irmã chamada Isabela melhor amiga de Valentina .
Vicente, no entanto, nunca aceitou esse destino. Ele prefere a liberdade e os prazeres da vida à responsabilidade de um casamento arranjado. Para ele, Valentina é apenas a menina sem graça que viu pela última vez aos quinze anos, ainda ingênua e infantil — enquanto ele já tinha vinte e começava a explorar o mundo.
Mas os anos passaram, e Valentina não é mais a garota que Vicente lembra. E o voto que antes parecia uma simples formalidade pode se tornar o início de algo muito mais perigoso — e inesperado.
Isa: Amiga, finalmente! Vamos embora daqui.
Valentina: Rússia ,eu amo esse lugar. A única coisa que ainda me assombra são as lembranças do primeiro mês aqui, mas, fora isso, eu mudei muito.
Iza: Realmente, você não é mais a mesma Valentina. Mas espero que tenha superado o que aconteceu aqui.
Valentina: Eu sou forte, amiga. Já superei.
Iza: Vai se casar com meu irmão em um mês.
Valentina: Seu irmão é um imbecil. Ele pega mulheres como quem bebe água... que nojo!
Iza: Ele vai ficar louco por você. Olha só como você está linda! Kkkk
Valentina: Ele não é bom o suficiente para ver isso. A última vez que ele me viu, destruiu minha autoestima.
Iza: E você ficou calada. Eu até acreditei que você era a boa moça, ingênua e quietinha como antes.
Valentina: Depois que ele casar comigo, ele vai descobrir a "onça" que eu sou. Prefiro assim, já que não temos outra escolha.
Iza:
Mais você ainda é boazinha e calma as vezes é muito tímida !
Ah, seu irmão é um gato... eu queria só uma chance com ele. Kkkk
Valentina: Quem sabe... Agora, vamos terminar de fazer as malas?
Iza
...****************...
Um dia depois
Valentina estava em seu quarto, diante do espelho, tentando se acostumar com a ideia do casamento que se aproximava. Ela não podia negar a tensão crescente em seu peito, mas ao mesmo tempo, havia algo liberador em saber que, apesar de tudo, ela tinha ainda alguns dias para ser ela mesma. Para aproveitar sua liberdade.
O som do celular vibrando a tirou de seus pensamentos. Era uma mensagem de Iza.
Iza: Amiga, já descansou? Vamos à boate do meu irmão?
Valentina sorriu ao ler a mensagem. Ela sabia que Iza estava sempre pronta para tirar ela da zona de conforto, e hoje parecia ser a noite perfeita para isso.
Valentina rapidamente digitou a resposta.
Valentina: Sim, meu irmão me chamou também pra comemorar minha volta.
Iza: Então se arruma bem, gata! Vamos aproveitar os seus últimos 30 dias de solteira e aproveitar muito. Não quero saber de ficar em casa!
Valentina riu ao ler a mensagem. Por um momento, pensou no que Iza acabara de dizer. "Últimos 30 dias de solteira", como se ela realmente tivesse controle sobre seu destino. Mas ela sabia que, para Iza, era uma forma de tentar tornar tudo mais leve. Uma noite de diversão, antes da pressão de tudo o que viria.
Valentina: Sim, até já, amiga.
Ela guardou o celular na bolsa e olhou para si mesma mais uma vez no espelho. Sabia que aquela noite seria cheia de surpresas e que, apesar de tudo, estava decidida a aproveitar ao máximo os últimos momentos de sua liberdade.
Na Boate
A boate estava cheia de luzes coloridas que piscavam ao ritmo da música alta. A pista de dança estava cheia de gente se divertindo, mas Vicente estava no bar, com um copo na mão, observando a multidão. Ele parecia impassível, mas a noite estava apenas começando, e ele sabia que sua noiva, Valentina, logo chegaria.
Iza chegou primeiro, sempre com seu sorriso confiante, e se dirigiu diretamente para onde Vicente estava.
Vicente: — Irmã, que bom que veio.
Iza: — Claro, não podia perder essa oportunidade. Vou me divertir com minha amiga hoje, não vou deixar a noite passar em branco.
Vicente: — Ah, a "sem sal" da minha noiva chegou.
Iza deu uma risada, sabendo que o irmão sempre gostava de provocar, mas estava pronta para revidar.
Iza: — Digamos que ela não é mais sem sal. Ela está uma gostosa agora, você vai ver.
Vicente levantou uma sobrancelha, tentando esconder o interesse que, apesar de sua postura indiferente, começava a surgir.
Vicente
Vicente: — Milagres acontecem, então.
Iza deu um sorriso travesso, maliciosa, e olhou para a porta da boate, aguardando a chegada de Valentina.
Iza: — Quando ela chegar, você vai ver.
Vicente: — O irmão dela vem também?
Iza: — Sim. Por que?
Vicente não respondeu imediatamente, apenas olhou ao redor, como se estivesse tentando mudar de assunto. Mas a curiosidade sobre Valentina, mais do que ele gostaria de admitir, estava ali.
Vicente: — Ele é meu melhor amigo esqueceu .Ela continua muda e tímida?
Iza: — Ela é a mesma... só que com um toque diferente.
Vicente riu baixinho, fazendo uma piada cruel, sem a menor intenção de ser gentil.
Vicente: — De múmia para a múmia. Kkk.
Iza: — Não fala assim da minha amiga, Vicente. Ela vai ser sua mulher, você sabia disso, certo?
Vicente deu de ombros, quase sem se importar com a provocação da irmã.
Vicente: — Espero que pelo menos ela esteja bonita, já que eu sou o "dom". Eu tenho que ser fiel a ela. Se ela for bonita, já tá bom.
Iza fez uma cara de desgosto, mas não disse nada. Ela já estava cansada da atitude de Vicente, mas sabia que ele não mudaria.
Logo, a porta da boate se abriu e Valentina entrou, acompanhada de seu irmão, Guilherme. Ela usava um vestido preto simples, mas elegante, com um toque de confiança que fazia todos os olhos se voltarem para ela, especialmente os de Vicente.
A música estava alta, as luzes piscando em um ritmo frenético, criando uma atmosfera elétrica na boate. Guilherme entrou junto com Valentina, os dois se misturando à multidão. Ele, com seu sorriso confiante, cumprimentou Vicente com um aperto de mão firme.
Guilherme: — Ei, aí, amigão, tudo bem? Oi, Iza, você se torna mais bela a cada dia.
Gui
Iza sorriu e foi até ele, dando um abraço caloroso, antes de se virar para Valentina, que estava mais tímida do que o normal. Ela sorriu para todos, mas seu olhar ainda estava nervoso.
Iza: — Vamos lá, amiga, você vai se divertir, sim!
Ela abraçou Valentina, quase forçando-a a relaxar um pouco. Vicente, que observava de longe, se aproximou com seu sorriso irônico.
Vicente: — Oi, noivinha.
Valentina, ainda desconfortável, respondeu com um sussurro.
Valentina: — Oi.
Iza, percebendo a timidez de Valentina, não perdeu a oportunidade de cutucar.
Iza: — Agora, tchau, vamos dançar!
Ela deu uma risadinha, puxando Valentina pela mão, mas Valentina não se moveu imediatamente, olhando ao redor, sentindo-se um pouco exposta.
Iza: — Amiga, sua voz nem saiu! Para de ser tímida, ele vai ser seu marido.
Valentina tentou não deixar a vergonha transparecer, mas sua resposta foi quase uma defesa.
Valentina: — Eu não sou tímida.
Iza: — Não? Claro que é! E com meu irmão é ainda pior. Esse amor reprimido de infância... — Iza brincou, rindo ao perceber como Valentina ainda se sentia desconfortável com a ideia do casamento.
Iza: — Vamos dançar agora, não vou aceitar não como resposta.
Valentina hesitou, olhando para os outros na pista de dança, pensando no que diria.
Valentina: — Dançar? Aí todo mundo vai ficar me olhando.
Iza: — Até você, vestida de saco, vai ser notada. Você é um arraso, bebe , que ajuda, kkk.
Valentina deu uma leve risada, mas ainda estava hesitante. A insegurança de ser o centro das atenções, especialmente quando se tratava de Vicente, estava ali. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela queria se libertar.
Valentina: — Melhor não. Amanhã meu pai disse que tem uma missão pra nós duas.
Iza fez uma cara de raiva, claramente desapontada.
Iza: — Que raiva! E justo hoje, hein?
Valentina não pôde deixar de sorrir, sabendo que Iza realmente queria vê-la se soltando.
Na Pista de Dança
A pista de dança estava pulsando com a energia da música, e Iza, como sempre, estava no centro da atenção. Ela dançava com total liberdade, os movimentos espontâneos e cheios de confiança, sendo o centro das atenções. Valentina, por outro lado, estava em um canto mais discreto, dançando de maneira mais tímida e delicada. Ela se movia com a mesma graça, mas sua timidez era evidente, como se cada olhar em sua direção fosse um peso a mais em seu coração.
Homens começaram a se aproximar de ambas, mas Valentina, com um sorriso gentil, mas firme, dispensava a todos educadamente. Ela não queria ser o centro das atenções, especialmente não diante de Vicente.
De longe, Vicente observava. Ele estava em um canto da boate, tentando parecer desinteressado, mas não conseguia evitar lançar olhares em direção a Valentina. Ele a viu dançar com uma elegância que ele não esperava. A princípio, ele a considerava tímida e fraca, mas havia algo na maneira como ela se movia, algo que o fazia questionar seus próprios julgamentos.
Valentina, percebendo que Iza não parava de dançar, se aproximou dela, tentando puxar um pouco a conversa para algo mais tranquilo, longe do caos da pista.
Valentina: — Amiga, você vai mesmo ser médica da máfia?
Iza: — Sim, é meu sonho. Eu quero salvar vidas, Valentina. E você... vai ser, sem dúvida, a melhor dama da máfia. Inteligente, meiga, tímida… — Iza riu. — Mas a melhor guerreira que eu já vi! Meu irmão nem sonha que você é tudo isso. Ele acha que você é uma patinha feia.
Valentina riu, embora ainda se sentisse desconfortável com as palavras de Iza sobre Vicente. Mas Iza sempre falava com tanta convicção que a fazia pensar.
Valentina: — Eu espero que ele não me veja como uma "patinha feia" por muito tempo.
Iza: — Amiga, se eu fosse você, quando casasse, daria um golpe na conta dele. Já que você é a melhor hacker que a máfia tem, kkk.
Valentina levantou uma sobrancelha, divertindo-se com a proposta. Ela não gostava de pensar no futuro casamento como algo apenas de obrigação, mas a ideia de poder ser mais do que ele pensava… isso a atraía.
Valentina: — Boa ideia, amiga. Mas deixa eu me soltar primeiro.
Iza sorriu maliciosamente, empurrando a amiga para a pista de dança.
Iza: — Amiga, espero que seja o seu irmão o meu futuro cunhado. Ele é um pedaço de mal caminho... em todos os sentidos. Kkk
Valentina quase riu, mas logo teve uma expressão mais séria, sem poder esconder a tensão.
Valentina: — Sossega, menina. Vamos aproveitar a noite.
Ela sabia que Iza estava brincando, mas, no fundo, as palavras da amiga sobre Vicente estavam começando a mexer com ela. A ideia de conquistar algo mais do que ele esperava, de se tornar alguém mais forte do que ele imaginava, parecia tentadora.
Após algumas horas dançando e se divertindo, Valentina estava finalmente sentada em uma mesa no canto da boate, tomando um drink para tentar relaxar. A música ainda estava alta, mas a pressão no peito parecia maior que qualquer batida da pista de dança.
Foi então que seus olhos caíram sobre ele. Vicente estava ali, de pé, beijando uma loira na pista. O coração de Valentina deu um salto, e ela sentiu um nó na garganta. Ele a havia ignorado a noite inteira, mas agora estava ali, aos beijos, sem nem ao menos se preocupar com o que ela pensava.
Iza: — Cretino! Vou acabar com ele, amiga!
Iza, que estava ao seu lado, percebeu a reação de Valentina e logo se levantou, pronta para dar uma resposta impulsiva.
Valentina: — Não, amiga... ele é... eu ainda não... somos nada, ok?
A voz de Valentina estava trêmula, mas ela tentava se convencer de que não deveria se importar. O casamento estava chegando, e ele ainda parecia distante, tão indiferente a tudo que ela sentia.
Iza: — São noivos, Valentina, isso é suficiente! Ele te respeita em nada.
Gui: — Calma aí, marrenta... ele é o "dom", lembra?
Iza: — Cafajeste!
Gui: — Eu sei, mas depois do casamento ele não vai mais fazer isso, relaxa. Tá tudo bem. E você não previa ver isso, podemos ir embora .Eu levo vocês, quer vir, gatinha?
Iza deu uma risadinha, deixando o sarcasmo de lado, e se aproximou de Guilherme. Ele a olhou com um sorriso travesso.
Iza: — Me chamando assim, Gui, eu vou até a lua com você.
Gui: — Então vamos, gatinha.
Enquanto isso, Valentina, ainda com a mente pesada pela visão de Vicente com a loira, não conseguiu deixar de olhar para ele. Guilherme percebeu sua distração e tentou puxar a conversa para algo mais leve.
Gui: — Ei, para de olhar e vamos logo. O que vocês vão ser na máfia? Já decidiram?
Iza: — Eu, médica. Vou salvar vidas! E sua irmã... é guerreira e hacker. Já deve saber, né?
Gui: — Quando eu descobri, nem acreditei. Não vejo a hora de ver ela trabalhando comigo.
Valentina sorriu, tentando se distrair com a conversa. Ela estava mais relaxada com as palavras de Guilherme, mas ainda não conseguia tirar da cabeça a cena de Vicente com outra mulher.
Valentina: — Bom, eu... na máfia sou outra, kkkk.
Iza: — E bêbada também!
Valentina deu uma risada forçada, tentando desviar a atenção de seus pensamentos, mas a realidade do que estava prestes a acontecer a deixou um pouco tensa. Ela tinha que se preparar para o casamento com Vicente, mas, naquele momento, a única coisa que ela queria era se distanciar de toda aquela situação.
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