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Entre Sombras e Desejos

O ENCONTRO

 

**Capítulo 1**

A noite caía sobre a cidade como um manto escuro, e as luzes de neon pulsavam nas vitrines, revelando os segredos que se escondiam nas sombras. Luna caminhava pelas ruas desertas, seu coração acelerando a cada passo. Desde pequena, ela sempre se sentiu invisível, como se fosse uma sombra na própria casa. A rotina monótona e as conversas superficiais a sufocavam, mas naquela noite havia algo diferente no ar — uma eletricidade palpável que a fazia sentir-se viva.

Enquanto passava por um bar movimentado, o som de risadas altas e música pulsante ecoava para fora, quase a puxando para dentro. Ela hesitou na porta, observando o grupo de pessoas que se divertia sem preocupações. Os rostos iluminados pela luz colorida pareciam tão distantes, como se pertencessem a um mundo onde ela nunca poderia entrar. A solidão era uma velha amiga, mas aquela noite tinha um gosto amargo e doce ao mesmo tempo.

Foi então que ouviu o som de um motor potente se aproximando. Um carro preto, elegante e imponente, estacionou ao seu lado. A janela do motorista se abaixou lentamente, revelando os olhos penetrantes de Dante — um homem que parecia ter saído de um pesadelo sedutor. Seu olhar intenso a encarou com uma ferocidade que fez seu estômago revirar. Ele tinha uma aura de mistério que a atraía irresistivelmente.

— O que uma garota como você faz sozinha à essa hora? — perguntou ele, com um sorriso provocante que iluminou seu rosto másculo.

Luna hesitou, mas a atração que sentia por ele era inegável. Havia algo nele que a chamava, como se ele fosse um mistério envolto em sombras.

— Só caminhando — respondeu ela, tentando manter a voz firme enquanto o coração batia descompassado.

Dante saiu do carro e deu um passo em sua direção. A proximidade dele fazia seu corpo vibrar com uma mistura de medo e desejo. Ele emanava confiança e perigo; era impossível não ficar hipnotizada por sua presença magnética.

— Venha comigo — disse ele, estendendo a mão com segurança.

Sem pensar duas vezes, Luna tomou sua mão e entrou no carro. O interior era luxuoso; o cheiro de tabaco misturado com algo inebriante deixava-a tonta. As luzes da cidade passaram rapidamente pela janela enquanto eles percorriam as ruas escuras, e cada semáforo vermelho parecia durar uma eternidade enquanto ela tentava processar o que estava acontecendo.

A música suave tocava ao fundo, criando uma trilha sonora perfeita para aquele momento inusitado. Quando chegaram a um prédio antigo e imponente no centro da cidade, Dante a levou até um apartamento no último andar. As portas se abriram para revelar uma vista deslumbrante da cidade iluminada — mas Luna estava mais interessada na presença dele ao seu lado do que na paisagem.

— Você não deveria estar aqui — disse ele com um tom sério, mas havia algo mais em seu olhar: desejo ardente.

Antes que pudesse responder ou recuar daquela situação estranha e excitante ao mesmo tempo, Dante se aproximou dela com intensidade quase palpável. Seus lábios tocaram os dela em um beijo ardente que fez sua cabeça girar. Luna sentiu-se consumida pela paixão; cada toque dele parecia acender uma chama dentro dela.

Ele a puxou para mais perto; suas mãos exploravam suas costas enquanto ela se entregava ao calor daquele instante. Era como se todas as dores do passado fossem deixadas para trás; ali, naquele momento escuro e sedutor, ela finalmente se sentia viva. Mas essa sensação era acompanhada por uma adrenalina intensa — algo lhe dizia que estava prestes a entrar em um mundo onde amor e dor andavam lado a lado.

Dante então começou a falar sobre si mesmo; suas palavras eram carregadas de mistério e sedução. Ele mencionou lugares exóticos onde tinha estado, aventuras arriscadas que havia vivido e pessoas fascinantes que conhecera ao longo do caminho. Cada história era mais fascinante do que a anterior; Luna ouvia atenta enquanto imaginava tudo aquilo em sua mente.

— Você sabe quem sou? — perguntou Dante entre beijos quentes em seu pescoço.

— Não — respondeu Luna, ofegante, mesmo sabendo que deveria estar assustada. Mas havia algo fascinante nele; sua aura de poder era hipnotizante.

— Sou alguém perigoso — ele sussurrou contra sua pele. — E você pode muito bem ser minha nova obsessão.

Aquelas palavras ressoaram dentro dela como um eco distante da própria solidão que sempre carregou. Mas naquele momento, tudo o que ela queria era sentir-se desejada; queria escapar da vida monótona em casa e mergulhar no desconhecido.

Dante então a guiou até o sofá luxuoso da sala. Ele olhou nos olhos dela com intensidade quase devoradora antes de afundar os dedos em seus cabelos escuros enquanto a puxava para mais perto novamente.

— Você gosta do perigo? — perguntou ele com um sorriso enigmático nos lábios.

— Nunca experimentei — respondeu Luna honestamente, sentindo-se vulnerável sob seu olhar avaliador.

A expressão dele mudou para algo mais sério; ele afastou uma mecha de cabelo do rosto dela com os dedos delicados mas firmes. Era como se naquele gesto simples houvesse promessas não ditas escondidas nas sombras entre eles.

— Então você está prestes a descobrir exatamente do que é feita — murmurou Dante antes de selar seus lábios novamente em um beijo profundo e intenso.

Enquanto suas mãos exploravam o corpo dela com cuidado ardente, Luna percebeu que estava prestes a entrar em uma nova realidade onde cada toque poderia ser tanto libertador quanto destrutivo. E ali estava ela: à beira de perder-se completamente no desconhecido.

Os minutos pareceram horas enquanto eles exploravam aquele espaço íntimo juntos; cada movimento era carregado de emoção crua e desejo reprimido. Em meio à intensidade daquela conexão inesperada, Luna começou a questionar suas próprias escolhas: seria essa realmente a vida que ela queria? Poderia confiar em alguém tão enigmático quanto Dante?

Mas naquele momento preciso, todas as dúvidas foram deixadas para trás; tudo o que importava era aquele beijo apaixonado e aquela conexão inexplicável entre eles.

Quando finalmente se afastaram um pouco para recuperar o fôlego, os olhares deles se encontraram novamente; havia promessas silenciosas flutuando no ar entre eles — promessas de aventura, paixão e talvez até mesmo perigos ocultos esperando para serem descobertos juntos.

E assim começou sua jornada juntos: dois mundos colidindo sob as luzes brilhantes da cidade grande enquanto todos os segredos ainda estavam por vir...

 

se conhecendo

Capítulo 2

A manhã chegou, mas o céu continuava cinzento, como se o tempo refletisse a confusão dentro de Luna. Ela despertou devagar, os lençóis ainda amassados com o cheiro de Dante — uma mistura de couro, tabaco e desejo. O silêncio do apartamento contrastava com a tempestade em sua mente. Tudo parecia um sonho, daqueles intensos que deixam a pele arrepiada mesmo depois de acordar.

Dante já não estava no quarto, mas ela o sentia por toda parte. Levantou-se devagar, com o corpo ainda sensível ao toque da noite anterior. A cidade pulsava lá fora, indiferente à sua transformação. Ela não era mais apenas uma garota invisível — havia algo diferente agora, algo aceso dentro dela.

Na sala, encontrou Dante de pé, olhando pela janela com uma xícara de café na mão. Ele não disse nada quando a viu, apenas estendeu a caneca como se aquele gesto silencioso carregasse mais intimidade do que mil palavras.

— Dormiu bem? — ele perguntou, com a voz rouca da manhã.

Luna assentiu, os olhos ainda tentando decifrá-lo. Havia algo sombrio em sua expressão, como se ele carregasse segredos que não poderiam ser compartilhados à luz do dia.

— O que foi isso? — ela perguntou, sentando-se no sofá, abraçando a xícara com as duas mãos. — Aquilo entre nós... foi só uma noite?

Dante riu de leve, mas não havia humor real em seu sorriso.

— Nada comigo é só uma noite, Luna. Eu não perco tempo com o que não me interessa. E você... me interessa mais do que deveria.

As palavras dele a fizeram estremecer. Era tudo o que ela queria ouvir, mas ao mesmo tempo soava como um aviso. Havia algo perigoso naquele interesse.

— Eu não sou como essas mulheres que você conhece — disse ela, quase como uma confissão. — Eu sou quebrada. Desde sempre. Minha mãe me ignora, meu pai foi embora antes de eu aprender a falar. Eu me acostumei a ser invisível. A não ser notada.

Dante se aproximou devagar, ajoelhando-se diante dela. Seus olhos, tão escuros e profundos, a encararam com intensidade.

— Eu noto você, Luna. Desde o instante em que te vi naquela rua, sozinha... eu soube que havia algo em você. Uma escuridão parecida com a minha.

Ela quase chorou com aquelas palavras. Pela primeira vez, alguém a via de verdade. E isso era tão assustador quanto reconfortante.

— Por que eu? — sussurrou ela.

— Porque você é real — ele respondeu, pegando sua mão. — Porque você me lembra de que ainda tenho algo a perder.

O silêncio se instalou entre eles por um instante, mas era um silêncio cheio de tensão e promessa. Luna levou a mão ao rosto dele, traçando sua mandíbula com a ponta dos dedos. O toque despertou novamente o fogo entre eles, e antes que pudesse pensar, os lábios já estavam colados de novo.

Mas naquele momento, o celular de Luna vibrou sobre a mesa. Ela ignorou no início, perdida na intensidade do beijo, mas então o som insistente de notificações tomou conta da sala.

— Acho que alguém quer muito falar com você — Dante comentou, afastando-se levemente.

Luna pegou o aparelho e sentiu o sangue gelar. Eram mensagens da mãe. Muitas. Todas com o mesmo tom controlador de sempre: “Onde você está?”, “Você sumiu?”, “Se não responder, vou chamar a polícia.”

O olhar de Dante mudou ao ver o nome na tela.

— Ela é o tipo que invade sua vida? — perguntou ele, com a voz já mais dura.

— Ela rastreia meu celular — Luna admitiu, envergonhada. — Eu... nunca saio. Essa foi a primeira noite que fiz algo por mim.

Dante se levantou, os olhos sombrios.

— Ela vai vir atrás de você. E vai encontrar meu endereço.

Luna o encarou com medo.

— O que você vai fazer?

— Nada, por enquanto. Mas se ela aparecer aqui, vai ter que entender que você não é mais só dela.

Luna sentiu o estômago revirar. Sabia como a mãe era controladora, possessiva, quase paranoica. Crescera sob vigilância constante, e agora... agora estava na casa de um homem perigoso, prestes a enfrentar uma tempestade que não poderia evitar.

E, como se o destino ouvisse seus pensamentos, a campainha tocou.

Dante a encarou. Seus olhos diziam tudo: a guerra começou.

o desespero

:

Capítulo 3

A campainha soou como um estrondo, seco e cortante. Luna congelou. O som ecoou dentro do apartamento como um trovão que anuncia a chegada de algo inevitável. Ela sabia quem era. Sentia no corpo, na pele, no sangue. Era ela.

Dante se virou lentamente, os olhos sombrios pousando sobre o dela.

— Fique atrás de mim — disse, com a voz baixa, mas afiada como navalha. — E não diga nada se não quiser. Eu cuido disso.

Luna sentiu o coração bater no pescoço. Estava tonta. Como se uma sombra do passado tivesse entrado pela porta antes mesmo que ela fosse aberta. Como se a infância inteira voltasse a gritar dentro dela.

Dante caminhou até a porta e, por um breve instante, hesitou. Então girou a maçaneta.

O corredor parecia mais escuro do que deveria. E no meio dele, como um presságio de tragédia, estava a mulher que atormentava os pesadelos de Luna. Elegante demais para uma mãe carinhosa. Fria demais para qualquer afeto. O batom vermelho contrastava com a expressão dura e os olhos faiscantes. A raiva exalava de cada gesto contido.

— Onde está a porra da minha filha? — rosnou, sem cerimônia.

— Aqui dentro. E bem longe da sua loucura — respondeu Dante, o tom calmo, mas perigoso.

— Vai sair da minha frente ou eu mesma arrombo essa porta! — ela ameaçou, avançando um passo.

— Só passa se eu deixar.

Ela empurrou. Dante não se mexeu. Era como uma muralha entre os dois mundos. E então, por trás dele, Luna deu um passo à frente. O rosto pálido, os olhos marejados, o corpo inteiro tremendo.

— Mãe...

A mulher arregalou os olhos.

— Sua desgraçada! Como você tem coragem?! Desaparece por uma noite inteira, não atende, não responde, e agora aparece nesse muquifo com esse marginal? — apontou para Dante, com nojo.

Luna recuou um passo, mas Dante segurou sua mão discretamente.

— Eu só queria um pouco de paz — ela sussurrou.

— Paz? Você sempre foi uma ingrata! Eu te alimentei, te vesti, cuidei de você sozinha, e é assim que me paga? Se esfregando com o primeiro homem que te dá atenção?

— Eu... eu não sou uma criança. Eu só...

A mãe dela avançou de repente, com a mão erguida.

— Cala essa boca! Não fale comigo como se fosse adulta, sua imprestável! Sempre me deu trabalho! Desde bebê, você era um fardo!

Dante agarrou o braço da mulher antes que a mão a atingisse.

— Encosta nela de novo e eu juro que te faço se arrepender de ter nascido — disse ele, em tom baixo, mas com tanta fúria contida que o silêncio caiu como chumbo.

— Me solta, seu delinquente! — ela se debateu, mas ele a empurrou com força contra a parede, sem machucar, mas deixando claro que ela não mandava ali.

— Vai embora — disse. — Agora.

Mas a mulher não recuou. Olhou diretamente para Luna e começou a cuspir veneno.

— Você é uma vergonha! Vive se fazendo de vítima, chorando pelos cantos, se cortando pra chamar atenção! Você acha que alguém vai querer uma coisa quebrada como você? Só esse tipo de lixo aí! — apontou de novo para Dante. — Ele vai usar você e jogar fora como todo mundo.

Luna sentiu os joelhos cederem. Mas Dante a segurou, firme.

— Continue — ele disse à mulher, os olhos brilhando de raiva — e eu faço questão de que cada palavra sua seja cuspida com sangue da próxima vez.

— Vai me bater, bandido? Vai resolver tudo como os canalhas que se envolvem com drogadas como essa?

Foi aí que Luna explodiu.

— EU NÃO SOU DROGADA! — gritou, com a voz rasgada. — Eu só queria respirar, mãe. Uma noite. Uma noite sem você! Sem você me chamando de lixo, de peso morto, de fracasso. Sem você me dizendo que teria sido melhor se eu nem tivesse nascido!

O silêncio foi imediato. A mãe apenas a encarou, o rosto duro como pedra.

— E teria sido — ela disse, fria. — Você destruiu minha vida. Sempre destruiu. Desde o dia em que nasceu.

Luna cambaleou para trás, e Dante a puxou contra o peito.

— Você está morta pra mim — sussurrou ela, com a voz quebrada.

Mas a mulher não parou.

— Você quer se jogar nos braços de um vagabundo? Vai! Quando ele te largar — e vai largar — não volte chorando. Porque nem minha filha eu te considero mais.

— Ótimo — Dante respondeu, com a fúria fria de quem está pronto para matar. — Porque ela nunca foi sua.

E então, finalmente, a mulher saiu. Sem dizer mais nada. Bateu a porta com tanta força que o som pareceu um disparo. Luna desabou no chão. Chorava em silêncio, os ombros tremendo, o corpo pequeno em ruínas.

Dante se ajoelhou ao lado dela e a envolveu com os braços.

— Eu tô aqui. Eu não vou sair.

Ela apertou os punhos contra o peito dele, como se tentasse segurar os próprios pedaços.

— Ela me odeia. Sempre me odiou. Desde criança. Me culpava por tudo. Até quando ele... quando aquele homem me machucava. Ela fingia que não via. Eu dizia que ele entrava no meu quarto... e ela dizia que eu provocava.

Dante fechou os olhos, controlando a raiva que queimava por dentro.

— Você nunca mais vai passar por isso. Nunca mais.

— Eu não sei como ser amada, Dante — confessou ela, com a voz falha. — Eu só sei fugir.

Ele levantou o rosto dela com delicadeza e a encarou.

— Então vamos reaprender. Juntos. Você não tá mais sozinha.

Luna o abraçou com força, desesperada. E ali, no chão daquele apartamento sombrio, entre lágrimas e dor, nasceu algo novo: não amor ainda, mas algo talvez mais precioso — confiança.

Ou o começo dela.

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