Entre Ódio e Promessas
Livro 1 da Saga da Família Moretti
Forçada a casar com o homem que jurava vingança contra sua família, Aurora Mancini se vê presa em um mundo onde amor e ódio andam de mãos dadas. Luca Moretti, o herdeiro implacável da máfia italiana, nunca quis uma esposa — muito menos a filha do seu inimigo jurado.
Na noite de núpcias, ele exige a prova de sangue, deixando claro que ela seria apenas uma posse. Mas o que começa com desprezo e dominação se transforma lentamente em uma convivência intensa, perigosa e carregada de desejo.
Quando uma gravidez inesperada ameaça desestruturar todas as regras do jogo, segredos do passado emergem, alianças são testadas e a linha entre paixão e destruição se torna tênue demais para ser ignorada.
Entre promessas quebradas, beijos roubados e traições fatais, Aurora precisará decidir se ama o homem que pode ser seu carrasco… ou seu único refúgio no meio da guerra.
Capítulo 1 – O Casamento de Sangue
A chuva castigava os telhados de Palermo quando Aurora Mancini entrou na igreja vestida de branco. Cada passo que dava em direção ao altar era um lembrete cruel de que sua liberdade havia sido vendida como moeda de paz entre duas famílias rivais.
Ela não chorava. Havia aprendido desde cedo que lágrimas não comoviam mafiosos. Seu pai, Don Alberto Mancini, firmou o acordo: em troca de sua mão, manteria vivo o último fio de aliança com os Moretti.
E ali estava ele.
Luca Moretti.
O homem que todos temiam. O herdeiro do império da máfia siciliana.
Seus olhos escuros a analisaram como se ela fosse uma mercadoria qualquer. Não havia paixão. Não havia ternura. Apenas controle.
— Está atrasada. — A voz dele cortou como navalha.
— É o meu funeral. Achei que merecia uns minutos a mais — rebateu, com ousadia imprudente.
Luca curvou os lábios num sorriso frio. Pegou sua mão com força, o suficiente para lembrá-la de quem mandava agora. Quando os votos foram trocados, a igreja inteira prendeu a respiração. Todos sabiam: aquele não era um casamento de amor. Era uma sentença.
Na festa, Aurora permaneceu ao lado dele, sorrindo por obrigação, dançando sem vontade, tentando fingir que não sentia o peso do olhar possessivo que ele lançava a cada homem que chegava perto dela.
Horas depois, ao entrarem no quarto nupcial, o silêncio era mortal.
Luca trancou a porta.
— Tire o vestido.
Ela engoliu seco.
— Por quê?
Ele se aproximou devagar, os olhos queimando.
— Porque esta noite, preciso da prova de que você é minha.
Aurora soube, naquele momento, que não havia escapatória.
Ele exigiria o sangue.
Ela entregaria o corpo.
Mas o que nenhum dos dois esperava… era que naquela mesma noite, algo mais fosse nascer. Algo que mudaria tudo
O que vai acontecer neste casamento de sangue
Na quela mesma noite
Porque esta noite, preciso da prova de que você é minha.
Porque esta noite, preciso da prova de que você é minha.Porque esta noite, preciso da prova de que você é minha.
Capítulo 2 – Juras de Ódio
Aurora acordou com o corpo dolorido e a alma despedaçada. A noite de núpcias não havia sido romântica. Havia sido uma transação brutal. Luca não tinha lhe dado carinho, apenas possessividade crua e fria.
Ela olhou para o lençol manchado e sentiu as lágrimas ameaçarem cair. Mas não cairiam. Não diante dele, que a observava da varanda, já vestido, com um cigarro entre os dedos e a expressão inabalável.
— Está satisfeita? — ela murmurou, cobrindo o corpo com o lençol.
Luca virou-se lentamente.
— Provei que você era pura. O acordo está selado.
— Não sou uma vaca sendo avaliada antes do abate — cuspiu.
Ele se aproximou, jogando o cigarro no cinzeiro de cristal.
— Você é minha esposa. E isso significa que vai aprender a me respeitar.
Ela se levantou com a coragem que não sabia que tinha, encarando-o.
— E você vai aprender que não me intimida, Luca Moretti. Nem todo o seu poder pode controlar o que sinto.
Luca riu, um som baixo e sombrio.
— Sorte sua que eu não me importo com o que você sente. Isso aqui — ele apontou entre eles — é uma guerra com alianças. Não um conto de fadas.
Aurora sorriu, com um gosto amargo nos lábios.
— Que pena. Eu sempre gostei de finais felizes.
Capítulo 3 – O Cativeiro Dourado
Os dias seguintes foram sufocantes. Aurora era mantida em uma mansão luxuosa, cercada por seguranças e olhares atentos. Não podia sair sem permissão. Era, na prática, uma prisioneira com joias no pescoço.
Luca vinha e ia, frio como sempre. À noite, tomava o corpo dela com voracidade, mas durante o dia, agia como se ela não existisse. Não havia carinho, nem palavras doces. Apenas desejo e controle.
Mas Aurora não era fraca. Observava tudo em silêncio. Os corredores, as portas sem trancas, os homens que a vigiavam. Ela não era filha de um mafioso à toa. Sabia como sobreviver em um campo de guerra.
Até que, certa manhã, uma dor estranha a fez correr para o banheiro. Náuseas, tontura… e um atraso. Um atraso de semanas.
O teste confirmou.
Grávida.
Aurora sentou-se no chão frio, o coração disparado. Não sabia se ria ou chorava. Agora tinha um pedaço de Luca crescendo dentro dela.
Quando ele chegou à noite, ela estava sentada na cama, de braços cruzados.
— Precisamos conversar.
Luca arqueou a sobrancelha, tirando o paletó.
— Vai me dizer que está apaixonada?
Ela o encarou, firme.
— Não. Vou te dizer que estou grávida.
O silêncio que se seguiu foi absoluto. Pela primeira vez, os olhos dele tremeram.
— O quê?
Aurora sorriu, com uma pontada de desafio.
— Você me queria como sua. Agora vai ter muito mais do que isso.
Capítulo 4 – Um Don em Colapso
A notícia da gravidez caiu como uma bomba no império Moretti.
Luca ficou em silêncio por longos minutos após a revelação. Seu rosto, sempre controlado, se contraiu numa mistura de choque, raiva… e algo mais que Aurora não soube identificar.
— Tem certeza? — ele perguntou, a voz mais baixa do que nunca.
— Absoluta. Fiz dois testes.
Luca andou até o bar, serviu-se de uísque. Tomou tudo de uma vez, depois virou-se para ela.
— Isso muda tudo.
Aurora o encarou com o coração acelerado.
— Vai me prender aqui agora? Me manter como uma barriga de aluguel de luxo?
Ele se aproximou, seus olhos queimando.
— Você carrega meu filho. Isso significa que vai ser protegida. A qualquer custo.
— Por você?
Luca assentiu.
— Por mim. Porque se algo acontecer com você ou com essa criança… eu declaro guerra ao mundo.
Capítulo 5 – Entre Inimigos
Na semana seguinte, Aurora foi oficialmente apresentada como “esposa do Don” para toda a cúpula da máfia. Luca a levava nos jantares, nos eventos familiares, em reuniões perigosas.
Ela andava de salto alto, barriga ainda invisível, mas orgulho bem erguido.
Atrás dos sorrisos educados, sentia o julgamento. Muitos a consideravam uma traidora, filha de uma família rival. Outros a viam como uma oportunista que engravidara para se segurar no poder.
Luca notava. E isso o irritava.
— Ninguém vai te desrespeitar — ele disse certa noite, após expulsar um dos capos que insinuou que ela poderia estar mentindo sobre a gravidez.
— Você me protege por causa do bebê?
— Eu te protejo porque agora você é minha. E ninguém toca no que é meu.
Aurora sentiu o estômago revirar. Não sabia se era o instinto maternal… ou algo mais forte nascendo dentro de si.
Algo que ela jamais esperava sentir por Luca Moretti.
Capítulo 6 – Marcas na Pele
A convivência forçada começou a revelar lados de Luca que Aurora não conhecia.
Ele tinha pesadelos à noite. Sussurrava nomes, acordava com suor no rosto e às vezes olhava para ela como se estivesse vendo um fantasma. Ela o viu sangrar após uma emboscada, quando voltou coberto de ferimentos e com o maxilar travado.
Aurora cuidou dele em silêncio, limpando as feridas. Ele não agradeceu, mas também não recusou. Era um começo.
Naquela noite, ele a puxou pela cintura, os olhos cravados nos dela.
— Você me odeia?
Ela hesitou.
— Às vezes.
— E outras vezes?
Aurora respirou fundo.
— Outras vezes, acho que sou louca por sentir algo diferente.
Luca não respondeu. Mas a beijou com uma fome que ela nunca tinha sentido antes. Ali, entre as sombras, os dois se entregaram com fúria e paixão.
E mesmo que nenhum deles dissesse em voz alta, algo havia mudado.
Eles estavam se marcando um no outro.
Na pele.
Na alma.
No sangue.
Capítulo 7 – As Primeiras Chamas
A gravidez de Aurora começava a se tornar visível. Pequena, discreta, mas presente. Luca observava a transformação do corpo dela com olhos intensos, como se cada curva a mais fosse uma ameaça… ou uma promessa.
— Está diferente — ele disse, numa manhã, ao vê-la sair do banho com uma camisola fina.
— Gorda, você quer dizer? — Aurora rebateu, com o olhar desafiador.
Ele a puxou pela cintura, colando seu corpo no dela.
— Grávida. Minha.
Ela não respondeu. Porque parte dela… estava gostando. Do toque possessivo. Do desejo no olhar dele. Da sensação de finalmente ser vista.
Naquela noite, ele a devorou com lentidão, explorando cada centímetro da nova curva em sua pele. Pela primeira vez, Aurora não se sentiu usada. Sentiu-se desejada.
E isso era muito mais perigoso.
Capítulo 8 – Inimigos na Sombra
A paz entre as famílias Mancini e Moretti era tênue como vidro. E agora que havia um herdeiro em jogo, as ameaças começaram a surgir.
Aurora recebeu flores negras no portão da mansão. Um bilhete veio junto:
“Nem todos estão felizes com seu ventre fértil, princesa. Cuide-se.”
Luca viu o bilhete e mandou dobrar a segurança.
— Você não vai sair dessa casa sem mim.
— Vai me manter em uma redoma?
— Vou manter você viva. Isso é suficiente?
Ela percebeu o medo escondido sob a fúria dele. Medo real.
E por um segundo, se sentiu segura.
Mesmo sabendo que o mundo lá fora esperava a primeira brecha para destruí-la.
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