NovelToon NovelToon

Arrogância que Seduz

capítulo 01

Apresentação dos Personagens Principais

Gabriel Volkov (31 anos)

CEO da maior empresa da Rússia, a Volkov International. É alto, forte, tem cabelos pretos e olhos penetrantes. É arrogante, dominador, mulherengo, sarcástico, ciumento e extremamente possessivo. Apesar da casca dura, esconde um lado carinhoso e protetor que poucas pessoas conhecem. Após a morte dos pais, assumiu o controle dos negócios ao lado do irmão mais velho, Lucas. Nunca acreditou em amor verdadeiro... até conhecer Heloise.

Lucas Volkov (34 anos)

Vice-presidente da Volkov International. Inteligente, estratégico e levemente dramático, adora implicar com o irmão mais novo. É ciumento e possessivo, mas tem um coração enorme. Tenta esconder os seus sentimentos com sarcasmo. Nunca pensou em se apaixonar, até cruzar o caminho de Heloisa.

Heloise Andrade (25 anos)

Brasileira, médica, alegre, divertida e cheia de luz. Carinhosa, intensa e ciumenta quando sente que algo ou alguém ameaça quem ama. Foi tentar a vida na Rússia ao lado da irmã mais velha. Tem uma relação difícil com os pais, mas um vínculo inquebrável com Heloisa. Vai se apaixonar por Gabriel, e descobrir que por trás da arrogância, existe um homem que a deseja como nunca foi desejada.

Heloisa Andrade (29 anos)

Médica, brasileira, reservada e protetora. Cuida da irmã como se fosse sua filha. Apesar de parecer durona, é extremamente amorosa, intensa e ciumenta. Também foi para a Rússia em busca de novas oportunidades. Vai se apaixonar por Lucas, o vice-presidente, e viver uma relação cheia de conflitos, paixão e entrega.

Capítulo 1 – Um Novo Começo em Terras Geladas

O vento gelado de Moscou parecia querer cortar a pele de Heloise assim que ela pisou fora do aeroporto. O choque térmico quase a fez recuar, mas o olhar confiante da irmã mais velha ao lado a impulsionou para frente.

— Está mais frio do que eu imaginava — Heloise comentou, encolhendo-se no casaco cinza enquanto observava os flocos de neve que dançavam no ar.

— É a Rússia, maninha. Aqui até o verão é frio — Heloisa respondeu com um sorriso contido, ajeitando a mala com uma mão e chamando um táxi com a outra.

Heloise sorriu. Aquele era um recomeço. Após anos se sentindo sufocada pela pressão dos pais, ela finalmente havia tomado coragem para sair do Brasil. E não sozinha. Heloisa, sempre protetora, decidiu embarcar junto nessa aventura. As duas médicas estavam prontas para trabalhar em um renomado hospital privado em Moscou, graças a um programa internacional que aceitava estrangeiros fluentes em outras línguas.

O trajeto até o novo apartamento alugado foi silencioso. As irmãs trocavam olhares cúmplices, absorvendo a grandiosidade da cidade. Prédios antigos, arquitetura imponente, ruas cheias de vida e uma sensação de mistério que parecia se esconder por trás de cada esquina.

Ao chegarem no novo lar, um apartamento elegante no centro da cidade, Heloise largou as malas no chão da sala e correu para a janela.

— Eu não acredito que a gente realmente fez isso.

— A gente precisava. E vai dar certo. — Heloisa falou com convicção, mas seu olhar repousou por alguns segundos na neve lá fora, como se tentasse convencer a si mesma também.

Na manhã seguinte, elas acordaram cedo para a primeira visita ao hospital onde iriam trabalhar. O local era moderno, tecnológico e exigente. Tudo ali funcionava com precisão. Durante a apresentação da equipe, Heloise se destacou rapidamente pela simpatia, enquanto Heloisa chamava atenção pela segurança nos termos técnicos. Ambas receberam elogios.

Ao final do expediente, foram convidadas para um jantar de boas-vindas promovido por um dos patrocinadores do hospital. O evento seria realizado em um restaurante luxuoso, conhecido por atrair empresários poderosos.

Heloise se arrumou com cuidado. Vestia um vestido preto elegante, sem exageros, e prendeu os cabelos em um coque baixo. Já Heloisa optou por um conjunto de blazer vinho e calça justa, com os longos cabelos soltos. As duas estavam deslumbrantes.

Quando chegaram ao restaurante, foram direcionadas a um salão reservado. Lá dentro, pessoas influentes conversavam em russo, francês, inglês. O clima era sofisticado, e o ar exalava poder.

Mas foi quando Heloise levantou os olhos que tudo ao redor pareceu silenciar.

Ele entrou.

Gabriel Volkov. O CEO da maior empresa da Rússia. Alto, imponente, trajando um terno preto perfeitamente ajustado. Os cabelos escuros levemente bagunçados, como se não tivesse se esforçado para parecer impecável — e ainda assim, era. Os olhos penetrantes analisavam cada detalhe do ambiente, como um predador.

— Quem é ele? — Heloise sussurrou para a irmã, engolindo seco.

— Gabriel Volkov. Ele é o patrocinador principal do programa médico internacional. E também o homem mais temido e desejado desse país.

Gabriel cruzou o olhar com o de Heloise por apenas um segundo. Um breve, intenso segundo. Mas foi o suficiente para ela sentir o estômago revirar. Aquele homem tinha algo perigoso nos olhos. Algo que provocava medo e desejo ao mesmo tempo.

— Não se envolva com esse tipo, Heloise. Ele destrói tudo o que toca. — Heloisa alertou, firme.

Mas o problema era: Heloise sentia que, se ele a tocasse... ela deixaria queimar.

**

Do outro lado do salão, Gabriel servia-se de uma taça de vinho enquanto mantinha o semblante frio. Estava ali apenas por protocolo. Não gostava de eventos sociais, muito menos de médicos — ainda que patrocinasse vários programas relacionados à saúde.

Mas então ele viu algo. Ou melhor, alguém.

Ela tinha um sorriso tímido, olhos vivos demais para aquela cidade cinzenta. E um jeito... suave demais para o seu mundo brutal. Por um instante, Gabriel esqueceu o que estava fazendo. Quem era. Sentiu o corpo responder apenas ao instinto: descobrir quem ela era.

— Quem é a morena ao lado da mulher de vermelho? — perguntou ao irmão, que havia acabado de chegar.

Lucas Volkov, o vice-presidente, riu com deboche.

— Já vai começar, Gabriel? Pelo amor de Deus, pelo menos finge que tem noção de limites em eventos públicos.

— Não brinque comigo. Quem é?

Lucas observou as duas por alguns segundos, até seu olhar se prender em Heloisa. Seus olhos também se estreitaram.

— Elas são brasileiras. As novas médicas do Saint Alexander. Heloise e Heloisa Andrade.

— Heloise — Gabriel repetiu em voz baixa. — O nome combina com a boca dela.

— Você não presta — Lucas resmungou, mas não tirava os olhos da mais velha. — E eu sou pior, porque tô achando a irmã dela... interessante.

Os dois irmãos poderosos, donos de um império, foram atingidos pela presença de duas mulheres que mal sabiam onde estavam pisando.

Naquela noite, Gabriel não fez nada. Apenas observou de longe. Mas prometeu a si mesmo que descobriria tudo sobre Heloise. Ela despertara algo que ele não sabia nomear.

E isso o deixava irritado.

**

Horas depois, já em casa, Heloise não conseguia dormir. Revivia o olhar daquele homem repetidamente. O modo como seus olhos a despiram com naturalidade, sem sequer tocá-la.

— Ele é perigoso, eu sei... — murmurou para si mesma, olhando o teto. — Mas por que parece que quero me aproximar mesmo assim?

Na sala, Heloisa terminava um chá quando pegou o celular. Tinha recebido uma mensagem do diretor do hospital avisando que a partir da próxima semana, elas teriam que comparecer a um evento na sede da empresa Volkov. Uma parceria formal seria firmada.

Ela suspirou, já imaginando as complicações.

Elas haviam acabado de chegar à Rússia.

E já estavam prestes a mergulhar em um jogo onde o coração era a moeda mais valiosa — e o mais vulnerável dos alvos.

---

Capítulo 2 – Olhares que Queimam

A sede da Volkov Corporation era tão grandiosa quanto imponente. O prédio envidraçado parecia tocar o céu, refletindo a paisagem branca de Moscou com uma elegância quase fria. O saguão era decorado com mármore, aço e sofisticação em cada detalhe. Ao pisar ali, Heloise sentiu um arrepio percorrer sua espinha — e não era apenas pelo frio que ainda não tinha se acostumado.

— Isso aqui parece coisa de filme — sussurrou para Heloisa, que caminhava ao seu lado com a postura impecável.

— É o império dos Volkov. E hoje, estamos oficialmente pisando no território deles.

O evento era fechado, apenas para convidados, médicos e altos executivos. Elas foram recepcionadas por uma assistente bilíngue, que as conduziu até um elevador privativo.

— O senhor Volkov fará uma apresentação sobre os investimentos na área da saúde. Após isso, haverá um coquetel — explicou, enquanto o elevador subia.

Heloise estava nervosa. Ainda não sabia explicar por quê, mas o nome "Volkov" fazia seu coração acelerar. O rosto de Gabriel vinha à mente sem convite, e mesmo ela tentando resistir àquela ideia absurda de se interessar por um homem como ele… algo dentro dela a empurrava para esse abismo.

Quando as portas do elevador se abriram, Heloisa segurou discretamente a mão da irmã.

— Lembre-se de quem somos. Brasileiras, médicas, independentes. A gente não veio aqui para se deslumbrar.

Heloise assentiu com um sorriso. Mas o coração? Esse já estava inquieto demais.

**

Gabriel observava da sacada do último andar. Um copo de whisky na mão, o terno impecável e o olhar fixo na entrada do salão. Estava impaciente.

Desde o jantar no restaurante, ele não conseguia tirá-la da cabeça. O jeito como ela sorria. A maneira como mordeu o lábio inferior quando tropeçou em uma palavra em russo. Aquilo o perseguiu como uma maldição doce. E ele odiava perder o controle.

Quando Heloise entrou no salão, o ar pareceu rarefeito.

Ela estava deslumbrante em um vestido vinho de manga longa, justo no corpo e discreto, mas com uma sensualidade que escapava por cada movimento. Os cabelos estavam soltos, com leves ondas, e o perfume suave chegou até ele antes mesmo de sua presença.

— Ela chegou — murmurou para si mesmo.

Lucas se aproximou.

— Está obcecado? Porque se estiver, posso marcar no calendário o dia em que você vai se ferrar.

— Ela tem algo diferente. Não sei explicar. — Gabriel virou o whisky em um único gole, ajeitou o paletó e caminhou em direção ao salão, como um predador que sentiu o cheiro da presa.

**

— Senhoritas Andrade? — uma voz firme e profunda fez as duas se virarem.

Heloise congelou ao dar de cara com ele. Gabriel estava ali, imponente, os olhos azuis escuros cravados nela com uma intensidade que a fez esquecer até o próprio nome por um segundo.

— Sou Gabriel Volkov. É um prazer conhecê-las oficialmente.

— O prazer é nosso, senhor Volkov — Heloisa respondeu primeiro, formal. Mas Gabriel nem olhou para ela. Seu foco era Heloise. O jeito como ela o olhava com receio, curiosidade e… algo mais.

— Espero que estejam sendo bem tratadas na Rússia. Imagino que o clima tenha sido um choque.

— É… um pouco — Heloise respondeu, forçando um sorriso tímido. — Mas estamos nos adaptando.

Gabriel se aproximou um pouco mais, deixando apenas o espaço necessário para manter a formalidade. Seu perfume era forte, marcante. Heloise teve que inspirar fundo para não demonstrar o quanto aquilo a afetava.

— Gosto de quem se adapta rápido. Mostra força. — Ele disse, em voz baixa, apenas para ela.

A eletricidade entre eles era palpável. Heloisa pigarreou ao lado, desconfiada.

— Senhor Volkov, creio que há outros convidados esperando pela sua atenção — alfinetou, com um sorriso educado.

Gabriel finalmente olhou para ela e riu com sarcasmo.

— Claro. Mas alguns convidados merecem atenção especial.

Ele se afastou, mas antes de virar completamente, lançou um último olhar para Heloise.

— Espero vê-la no coquetel. Gosto de conversas... mais descontraídas.

E então sumiu entre os convidados.

**

— Esse homem vai te destruir — Heloisa disse entre os dentes, assim que ele se afastou.

— Eu não fiz nada! Só... ele veio falar. — Heloise estava com o rosto em chamas, o coração disparado.

— Você não conhece homens como ele, Heloise. Eles têm o mundo nas mãos, estão acostumados a controlar tudo. Não se deixe envolver.

— Eu sei me cuidar — respondeu, tentando convencer a si mesma.

**

O coquetel foi ainda mais tenso.

Gabriel não tirava os olhos de Heloise. E ela, mesmo tentando se concentrar em conversas com médicos e outros executivos, sentia cada centímetro do seu corpo sendo observado.

Quando os convidados começaram a se dispersar, Gabriel surgiu ao seu lado mais uma vez.

— Vem comigo por um minuto?

— Onde? — ela perguntou, surpresa.

— Um lugar mais silencioso. — Ele estendeu a mão. Ela hesitou.

Mas aceitou.

Foram até a varanda de vidro do prédio, com uma vista espetacular da cidade. A neve começava a cair novamente, mas o frio ali era ignorado pela tensão entre os dois.

— Você me intriga, Heloise.

— Eu?

— Sim. Não tenta me agradar, não se joga aos meus pés. Isso é raro.

— Talvez porque eu não esteja aqui pra isso.

Gabriel sorriu. Um sorriso lento, perigoso, cheio de segundas intenções.

— Isso só me deixa mais interessado.

Ele se aproximou um passo. Depois outro. Heloise recuou instintivamente até encostar nas grades da varanda. O coração disparava.

— Não me olhe assim, Gabriel…

— Por quê?

— Porque me faz esquecer que você é exatamente o tipo de problema que eu deveria evitar.

— E você é exatamente o tipo de problema que eu quero enfrentar.

Os rostos estavam a centímetros de distância. Ela sentia o calor da respiração dele, os olhos escuros cravados nos seus. Por um instante, o mundo lá fora desapareceu.

Mas antes que seus lábios se encontrassem, ele roçou os dedos na lateral do rosto dela e recuou.

— Em breve, Heloise. Muito em breve.

E saiu, deixando-a sem ar, com o coração disparado e uma certeza crescendo dentro do peito:

Aquele homem ia virar sua vida de cabeça para baixo.

E ela... já estava começando a desejar isso.

---

Capítulo 3 – Provocações e Promessas

O céu acinzentado da manhã russa contrastava com o calor que Gabriel ainda sentia no corpo desde a noite anterior. Ele estava em seu escritório, mas sua mente não saía daquela varanda. O perfume doce, o olhar confuso e a boca entreaberta de Heloise invadiam seus pensamentos sem permissão. E isso o deixava irritado.

— Já está aí fantasiando com a brasileira? — provocou Lucas, entrando sem bater, como sempre.

— Eu bato em você ou só te ignoro? — Gabriel respondeu, sem nem tirar os olhos da tela do notebook.

— Típico. Mas posso ver no seu rosto que está ficando obcecado. — Lucas jogou-se no sofá da sala anexa ao escritório do irmão. — Ela é bonita, claro. Mas vai acabar sendo só mais uma.

Gabriel fechou o notebook com um estalo seco.

— Cuidado com o que você diz.

Lucas ergueu uma sobrancelha. Ele conhecia o irmão melhor que ninguém. Gabriel só defendia alguém assim quando já estava mais envolvido do que admitia.

— E a outra? A irmã dela? Confesso que aquela me interessa. Olhar sério, postura firme... e um olhar que diz “não me irrita”. Me fascina.

— Heloisa é uma bomba-relógio. Vai te desmontar em três dias.

— Talvez eu esteja precisando mesmo ser desmontado.

Gabriel bufou e se levantou, indo até a janela.

— Só não quero você atrapalhando as coisas. A Heloise não é como as outras, Lucas. Não dá pra brincar com ela.

— E você vai fazer o quê? Se casar?

Gabriel lançou um olhar cortante, mas não respondeu. Porque a ideia não parecia tão absurda como deveria parecer.

**

Na casa das irmãs, Heloise ainda estava no meio de uma tempestade interna. Ela caminhava de um lado para o outro com uma xícara de café nas mãos, sem conseguir parar.

— Ele me olha como se quisesse devorar. E o pior… é que eu gosto disso. O que há de errado comigo?

Heloisa riu da irmã.

— Nada de errado. Só está finalmente conhecendo o poder de um homem que sabe o que quer.

— Mas ele não é só isso, Helô. Ele é perigoso. O olhar dele… me faz esquecer quem sou. E eu jurei que não me perderia por ninguém.

— E quem disse que se entregar é se perder? Às vezes é se encontrar.

Heloise parou de andar e olhou para a irmã. As palavras de Heloisa a fizeram pensar.

— E você? O que acha do Lucas?

— Um chato. Arrogante. Petulante.

— E bonito?

Heloisa desviou os olhos.

— Muito. Infelizmente.

As duas riram.

Mas a verdade era que, apesar de se provocarem o tempo todo, o olhar de Lucas tinha um efeito estranho em Heloisa. Ele a tirava do sério com facilidade… e a fazia sentir coisas que ela tentava negar.

**

Dias depois, um convite inesperado chegou por mensagem:

> “Jantar reservado hoje à noite. Só nós dois. Às 20h. Gabriel.”

Heloise ficou paralisada, encarando a tela do celular.

— Ele me convidou pra sair. Assim. Sem cerimônia. Sem pergunta.

— Gabriel Volkov não convida, Heloise. Ele ordena. A questão é: você vai obedecer?

Ela encarou o reflexo no espelho e, depois de uma longa pausa, sorriu de canto.

— Hoje, eu vou.

**

O restaurante era luxuoso, com luz baixa e ambiente intimista. Gabriel já estava à mesa, em um terno escuro, os cabelos perfeitamente penteados para trás. Ao vê-la entrando, seu peito se expandiu.

Ela usava um vestido azul escuro que moldava o corpo com perfeição. Os cabelos presos em um coque bagunçado e um batom discreto completavam a imagem de alguém que não precisava se esforçar para ser sexy.

— Você veio — disse ele, em voz baixa, com um brilho satisfeito nos olhos.

— E você parecia muito certo de que eu viria — respondeu, erguendo uma sobrancelha.

— Porque você quer. Só não sabe admitir ainda.

Ela riu, sentando-se.

— Arrogância é seu segundo nome?

— É o primeiro.

O jantar foi repleto de provocações, olhares longos e silêncios que diziam mais que palavras. Em determinado momento, ele segurou a mão dela sobre a mesa.

— Eu não brinco com o que quero, Heloise.

— E o que você quer?

— Você.

Ela prendeu a respiração por um segundo. Aquilo não era charme. Era verdade. Estava nos olhos dele.

**

Enquanto isso, Lucas aproveitava o mesmo horário para aparecer de surpresa na casa das irmãs.

— Vim trazer isso — disse, estendendo um envelope com convites para um evento da empresa.

Heloisa arqueou uma sobrancelha.

— Você podia ter mandado por e-mail.

— Mas não teria o prazer de ver sua cara irritada pessoalmente.

Ela bufou.

— Tem gente que gosta de sofrer.

Lucas entrou sem ser convidado e sentou-se no sofá, completamente à vontade.

— E você? Gosta de provocar quem te atrai?

Heloisa o encarou, desafiadora.

— Quem disse que você me atrai?

— Seus olhos. Eles não mentem tão bem quanto você pensa.

Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos. A tensão entre eles era tão densa quanto o ar antes de uma tempestade.

— Vai me convidar pra café ou vai continuar tentando resistir? — ele perguntou, com um sorriso torto.

— Eu vou fazer o café. Porque eu sou educada.

Ela se afastou para a cozinha, mas Lucas sabia que tinha vencido uma batalha naquela noite. E o jogo entre eles só estava começando.

**

Horas depois, Heloise voltou do jantar com Gabriel com o coração em chamas. Ele a deixou na porta de casa, mas não tentou beijá-la. Apenas tocou seu rosto com os dedos e disse:

— Quando eu a beijar, Heloise, você não vai mais querer parar.

E então se afastou, deixando-a ali, tremendo.

— Aquele homem vai acabar comigo — sussurrou, encostando-se à porta, com um sorriso bobo nos lábios.

**

Naquela noite, em quartos diferentes da mesma casa, duas irmãs brasileiras encaravam o teto, tentando entender como dois irmãos russos estavam bagunçando seus mundos com tanta intensidade.

E, em um apartamento de luxo no centro de Moscou, dois irmãos Volkov brindavam com vodka, em silêncio, cientes de que seus destinos estavam mais entrelaçados do que nunca.

— Isso vai dar merda — disse Lucas, sem cerimônia.

— Vai dar amor, irmão — respondeu Gabriel, com um sorriso perigoso. — Mas o caos vem primeiro.

---

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!