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Família Ferrari VL 4 – Luiggi: O Herdeiro Ferido Máfia Debois

Quando Tudo Começou...

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As memórias às vezes são como sombras: silenciosas, persistentes, mas impossíveis de ignorar. Luiggi sabia disso melhor do que ninguém. Em noites solitárias ou nas manhãs em que o coração pesava mais do que o corpo podia carregar, ele se pegava voltando àquele dia… ao início de tudo.

Tinha apenas dois anos de idade.

O sol brilhava forte sobre o pátio de terra batida do orfanato, onde os garotos mais velhos se empolgavam com uma bola de futebol remendada. Luiggi os observava de longe, sentado próximo ao muro, brincando com uma pedrinha entre os dedos. O riso dos meninos fazia seu peito vibrar de vontade. Um dia, ele também correria como eles.

Mas, naquele dia, algo diferente aconteceu.

Com olhos curiosos, Luiggi percebeu um homem desconhecido parado perto da entrada da ala administrativa. Alto, vestindo roupas elegantes e com um olhar sério, ele observava os garotos com atenção. Não estava sozinho. Ao lado dele, uma mulher loira e bonita conversava baixinho com a diretora. Mas foi o homem que capturou os olhos do garotinho.

Sem pensar, Luiggi se levantou. Deu dois passos. Depois três. Então correu — tropeçando nos próprios pés — até cair de joelhos na terra. Choramingou baixinho, mas não desistiu. Se levantou e continuou, determinado a se aproximar.

Ao chegar diante do homem, puxou levemente a barra da calça dele.

O homem olhou para baixo, surpreso.

Luiggi o encarou com seus olhinhos brilhantes, sujos de terra, e soltou:

— Papa...

O homem ficou imóvel por um instante. A mulher ao lado dele virou-se de imediato.

Luiggi, ainda sujo e com a boca suja de terra, levantou os bracinhos e insistiu:

— Papa! — e sorriu, encantado.

Sem resistir, o homem se abaixou e o pegou no colo. Nesse exato momento, uma garotinha de cabelos castanhos  surgiu correndo pelo pátio, com expressão impaciente.

— Luiggi! — gritou ela. — Quantas vezes vou dizer pra você parar de chamar todo homem que aparece aqui de pai?!

Ela parou ao lado do homem e cruzou os braços.

— tio, me desculpa. Meu irmão é assim. Todo homem que visita o orfanato, ele chama de papa...

O homem, ainda sorrindo, olhou da menina para o garoto em seus braços.

— Qual o nome de vocês?

— Luiza. E ele é o Luiggi. Ele  é meu irmão. — respondeu a menina, séria.

A mulher loira se aproximou mais, com um sorriso curioso.

— Eles são adoráveis. Mas esse aí tem uma coragem fora do comum…

O homem olhou para ela e disse com carinho:

— Minha bruxinha... e se fossem nossos?

Antes que a mulher respondesse, Luiggi olhou para ela e, sem hesitar, sussurrou:

— Mama.

Os olhos da mulher se arregalaram.

— Ele me chamou de mãe... — murmurou.

Mateus sorriu, emocionado. Então se abaixou e olhou diretamente nos olhos da menina.

— Luiza... você gostaria de ter um pai e uma mãe?

Ela ficou em silêncio por um momento, olhando para o irmão, depois para o casal diante dela. Engoliu em seco.

— Sim. Se for vocês... eu quero.

Naquele instante, algo invisível foi selado. Um pacto de alma, um laço que o destino insistia em construir. Não eram laços de sangue, mas eram mais fortes do que qualquer DNA.

E assim, naquele pátio de terra, com os joelhos ralados e o coração cheio de esperança, Luiggi foi acolhido. Conheceu seu pai. Sua mãe. E foi nesse dia, ali mesmo, que sua história começou — a história do pequeno órfão que um dia se tornaria Luiggi Ferrari, o herdeiro ferido da máfia Debois.

Luiggi olhava pela janela de seu quarto, os olhos perdidos na imensidão do mundo lá fora. O céu carregado anunciava uma tempestade, mas não era o tempo que o inquietava — era a saudade.

Desde muito pequeno, ele soube que sua vida nunca seria comum.

Tinha apenas dois anos quando foi adotado, mas as lembranças daquele início eram vívidas, como se cada momento tivesse ficado gravado em sua alma. Ele se recordava do calor dos braços de Mateus Castellazzo Ferrari, do cheiro doce dos cabelos de Luciana, e da maneira como ela o abraçava como se ele fosse seu filho desde o primeiro choro.

Mas Mateus e Luciana não eram pessoas comuns. Eles eram membros da poderosa Família Castellazzo Ferrari, uma das mais influentes do mundo — donos de uma herança que ia muito além de dinheiro. Eles pertenciam à LME, a Liga das Mafias Européias, uma organização que reunia e controlava as máfias mais poderosas do planeta. Era um mundo secreto, governado por regras rígidas, alianças frágeis e promessas inquebráveis.

E foi ali, naquela casa gigantesca e imponente no alto das colinas da sicília, que o pequeno Luiggi começou seu legado. Sem saber, o destino o moldava para ser um Dom.

Quando chegaram à mansão, ele e Luiza foram recebidos por dois idosos de aparência imponente e olhares calorosos.

— Luiggi, Luiza... esses são seus avós: Fabrício e Isabela Ferrari. — disse Luciana com um sorriso gentil.

Assim que Fabrício viu o neto, seus olhos brilharam. Era o primeiro neto homem. O herdeiro.

— Venha cá, meu garoto! — disse o avô, abaixando-se para pegá-lo nos braços.

Luiggi correu com passos desajeitados até ele, rindo quando o avô o jogou para cima e o segurou firme.

— Esse menino vai ser o chefe da LME um dia... pode anotar. — disse Fabrício com orgulho, girando com o neto nos braços.

— Chefe... — balbuciou Luiggi, ainda aprendendo as palavras.

Todos riram.

— Olha só! Ele entendeu! — disse Isabela, com os olhos marejados de emoção.

E foi assim que começou. A partir daquele dia, para cada adulto da família, Luiggi dizia “chefe” com uma voz engraçada e carinhosa. A casa se enchia de risos. Ele montava no avô como um cavalinho, percorrendo os corredores da mansão com uma alegria que só se encontra nos começos puros da infância.

Mas o tempo nunca para. Um ano depois, o cenário familiar ganhava novos personagens.

Luciana deu à luz trigêmeos — Domênico, Daiana e Daniela. A casa se encheu de choros, mamadeiras e correrias. Mas eles não foram os únicos a chegar. Também chegaram Arthur Castellazzo Ferrari e Carla, outras duas crianças do orfanato que Matheus e Luciana decidiram adotar.

Arthur, então com quatro anos, era apenas dois anos mais velho que Luiggi, mas já carregava nos olhos uma seriedade que impressionava. Desde o primeiro encontro, Luiggi se aproximou dele como se já o conhecesse. A conexão entre os dois foi instantânea.

Eles corriam juntos pelo jardim, jogavam bola, treinavam artes marciais com os instrutores da casa e, às escondidas, brincavam de espadas com galhos secos. Eram irmãos de sangue e de alma. Luiggi confiava em Arthur como nunca havia confiado em ninguém.

Mesmo com a chegada dos trigêmeos, Domênico nunca se aproximou muito de Luiggi. Ele era mais ligado às irmãs, passava horas com Donatella e Daniele criando jogos de faz de conta. Luiggi não se incomodava. Ele já tinha Arthur, e isso bastava.

A LME tinha regras muito claras: o filho homem mais velho da nova geração assumiria o comando da organização. Embora Enrico, irmão de Mateus, também tivesse um filho — Felipe Castellazzo Ferrari — ele ainda era muito novo, apenas um ano, e as regras davam prioridade ao mais velho. Isso significava que Arthur, com sua inteligência precoce e natureza estratégica, seria o próximo Dom da LME.

Luiggi sabia disso. Aceitava isso. Mesmo tão pequeno, ele já entendia que sua missão era proteger, não competir.

Mas agora, anos depois, sentado sozinho em seu quarto, Luiggi sentia falta de tudo aquilo.

Sentia falta do avô Fabrício o chamando de "meu pequeno chefe". Sentia falta dos risos de Arthur, das broncas de Luiza, da casa cheia, do perfume da mãe, da presença firme do pai, dos corredores com cheiro de madeira antiga e histórias guardadas.

Naquele silêncio, uma lágrima solitária escorreu.

Ele era o herdeiro ferido da máfia Debois, e sua alma carregava cicatrizes que ninguém via. Mas dentro dele, ainda morava aquele garotinho de dois anos que correu para um desconhecido e o chamou de papa. Ainda morava aquele sorriso sujo de terra que encantou uma família inteira. E ainda morava a promessa de um legado que, mesmo distante, nunca deixaria de ser seu.

 

Lembranças Gravadas na Alma

O som da chuva batendo na vidraça trouxe à tona lembranças adormecidas. A adolescência de Luiggi fora marcada por rigor, amor e perdas — mas também por amizades verdadeiras e laços que o tempo jamais quebraria.

Foram anos intensos. Aos dez anos, ele iniciou o treinamento oficial na LME, sob a supervisão direta do avô Fabrício Ferrari, que fazia questão de moldar com as próprias mãos os futuros líderes da organização.

— Um verdadeiro Dom não precisa gritar para ser temido, Luiggi... — dizia Fabrício enquanto o observava praticar com a espada de madeira. — Ele governa com respeito, estratégia e lealdade. E você tem tudo isso dentro de si.

Ao lado dele, Arthur, já considerado o sucessor natural da LME, demonstrava liderança nata. Ágil, calculista, responsável. E Luiggi, mesmo sendo dois anos mais novo, não ficava para trás. Enquanto Arthur liderava, Luiggi observava, aprendia, ajustava os erros e oferecia suporte. Eles eram complementares.

Domênico, antes tão distante, começou a se aproximar. Talvez fosse o treinamento que o aproximou dos irmãos. Talvez fosse o amadurecimento. Mas o fato é que, aos poucos, os três se tornaram inseparáveis. Eram como os três mosqueteiros da nova geração Castellazzo Ferrari — unidos pelo sangue, treinados pela LME, impulsionados pela promessa de um legado.

Passavam tardes treinando juntos, rindo, caindo, levantando, dividindo sonhos e dúvidas.

Mas a vida, como sempre, tinha seus próprios planos.

Luiggi lembrava nitidamente do dia em que seu pai, Mateus, partiu em uma missão especial. O objetivo era resgatar o tio Enzo Castellazzo, que havia sido capturado por um inimigo da máfia coreana, um homem cruel que, segundo informações, estava obcecado pelas mulheres da família Castellazzo Ferrari.

— Arthur, você vai ficar e proteger sua mãe, suas irmãs e seus irmãos. Isso é uma ordem. — dissera o pai, firme, olhando o primogênito nos olhos.

Arthur concordou com um aceno, o semblante sério. Mas por dentro, ele queimava de vontade de estar na linha de frente.

Dois dias depois, Arthur desobedeceu. Saiu escondido, sem que ninguém percebesse, e se juntou à missão na Coreia. Achava que seria útil. Achava que ajudaria o pai.

Foi um erro.

Com a ausência de Arthur, a segurança da casa foi enfraquecida. Na calada da noite, homens armados invadiram a mansão e sequestraram Luciana e Chiara, a filha adotiva recém-chegada à família. Foram horas de terror, de buscas desesperadas, de promessas de vingança.

No fim, elas foram encontradas, vivas. A missão na Coreia teve êxito, Enzo foi salvo. Mas a confiança de Mateus em seu filho mais velho foi quebrada.

Arthur foi chamado ao escritório. A porta fechada. Gritos abafados. E depois o silêncio.

Luiggi se lembrava de encontrar o irmão no jardim, sentado em silêncio, com os olhos perdidos no vazio e os ombros pesados pela culpa.

— Ele nunca mais vai confiar em mim... — disse Arthur, com a voz embargada.

Luiggi sentou-se ao lado dele. Não disse nada no início. Apenas ficou ali. Presente.

— Você errou, sim... Mas sabe o que diferencia um Dom de um menino? A capacidade de aprender com o erro e seguir em frente. Meu pai está decepcionado agora. Mas ele ainda te ama. E eu também. — disse Luiggi, firme.

Arthur o olhou, os olhos vermelhos, e pela primeira vez deixou que uma lágrima escorresse. Naquele momento, não eram herdeiros, soldados ou líderes. Eram apenas irmãos.

Três anos se passaram desde aquele episódio. As feridas cicatrizaram, mas a memória ficou.

Luiza, a irmã de Luiggi, agora se preparava para casar. Mas havia uma sombra em seus olhos. Ela ainda amava Ricardo, o homem que sumira sem explicações. Mesmo assim, estava prestes a se unir a Jacob Williams, herdeiro de uma família inglesa poderosa, em um casamento arranjado com fins estratégicos.

Luiggi não entendia a decisão da irmã. Mas não se opunha. Ele sabia que, acima de tudo, ela era forte. E confiava que Luiza sabia o que estava fazendo.

— Você tá feliz, mesmo? — ele perguntou certa vez.

— Vou ficar. Às vezes a felicidade não vem pronta, irmão. A gente constrói. — ela respondeu, com um meio sorriso.

E ele acreditou nela.

Naquele mesmo mês, Milan e Juventus se enfrentariam num clássico italiano.

Luiggi, torcedor fanático do Milan. Arthur, apaixonado pela Juventus. A aposta era inevitável.

— Se a Juventus ganhar, quero aquele seu relógio... o de ouro, com o símbolo da LME. O pai te deu, mas ele vai ficar melhor no meu pulso. — provocou Arthur, rindo.

— Se o Milan ganhar, quero aquele carro novo esportivo. Aquele que você esconde da mãe. — retrucou Luiggi.

A partida terminou 2x1 para a Juventus. Arthur comemorou como se tivesse vencido um campeonato.

— Relógio ou vergonha eterna, irmãozinho? — ele provocou.

Luiggi, leal à sua palavra, levou o relógio até o irmão. Era uma peça rara, um presente especial de Mateus em seu último aniversário.

Mas antes que Arthur colocasse o relógio no pulso, o pai entrou no escritório.

— O que estão fazendo?

— Uma aposta inocente, pai. — respondeu Arthur.

Mateus se aproximou, encarando Luiggi com um olhar duro.

— Esse relógio não foi dado para ser moeda de aposta. Ele representa o que você é, Luiggi. Um legado. Uma história. Um presente do seu pai. Que isso não se repita. Não quero ver mais apostas entre vocês dois. Entendido?

Os dois assentiram, envergonhados.

Naquela noite, Arthur devolveu o relógio.

— Fica com ele. O velho tem razão. Ainda não mereço usar algo tão simbólico. — disse, sincero.

Luiggi guardou o relógio, mas ficou com o coração leve. Sabia que, apesar das falhas, o elo entre ele e Arthur era mais forte que qualquer disputa.

E naquele momento, mais uma vez, ele entendeu que o verdadeiro poder não estava em liderar ou vencer... mas em proteger, em apoiar, e em permanecer leal àqueles que realmente importavam.

O Preço da Verdade

Arthur descia as escadas às pressas, os passos firmes ecoando pelos degraus de mármore, enquanto a voz carregada de indignação cortava o ar.

— Você prometeu, Luiggi! Uma aposta é uma aposta! — esbravejou, alcançando o irmão.

— Era só uma brincadeira! — respondeu Luiggi, virando-se para ele no meio do corredor. — O papai mesmo disse que não era pra dar aquele relógio!

— Porque você apostou algo sentimental, não porque não devia pagar! O relógio era o prêmio!

A discussão acalorada invadiu a sala principal, interrompendo o silêncio das visitas. Sentados ali estavam figuras que não viam há muito tempo — ou jamais viram.

No centro, com a postura firme, mesmo após anos desaparecido, estava Ricardo Callonni. O homem que todos acreditavam morto havia retornado. Seus olhos escuros ainda carregavam a mesma intensidade, mas agora havia marcas do tempo, cicatrizes da luta, e um ar misterioso. Ao lado dele, um homem de terno elegante e olhar observador os encarava em silêncio. Era Jean Debois.

— Que belo reencontro — disse Ricardo, sorrindo ao ver os irmãos discutindo. — Parece que nada mudou.

Luiggi sentiu um calafrio. Jean o observava com atenção demais, como se analisasse cada gesto, cada palavra não dita. Quando todos se reuniram ao redor de Ricardo, querendo saber detalhes sobre o acidente, a missão e como ele havia sobrevivido após cair do espinhadeiro, Jean se aproximou de Luiggi, silencioso.

— Aqui — disse o francês, estendendo um cheque. — Pague seu irmão. Um Debois não tem dívidas abertas.

Luiggi hesitou. Olhou o cheque. Era mais do que o valor do relógio.

— Eu não posso aceitar isso. Meu pai não aprovaria. Não aceito dinheiro de um estranho.

Jean sorriu com algo que parecia... compaixão. Mas não insistiu.

Dias depois, Luiggi descobriria que Jean não era um estranho. Era seu irmão biológico.

**

A revelação foi como um terremoto. A vida que ele conhecia começou a ruir aos poucos. Ele e Luiza eram filhos de René e Amélia Debois, sequestrados ainda pequenos. A história de que haviam sido resgatados de François era... falsa. Tudo começava a desmoronar.

Para entender melhor, Luiggi embarcou para a França. Precisava conhecer a verdade. Passou dias ao lado dos pais biológicos, tentando se reconectar. Mas dentro dele havia um conflito constante. Amava seus pais adotivos. Como escolher entre dois mundos?

Decidiu ficar. Queria sentir a terra onde nasceu, conhecer sua essência. E foi assim que, com a ida da família para a Itália por conta do sequestro de Charlotte, ele buscou cursos e permaneceu em Paris.

Alguns dias depois, sua tia Margot Debois voltou. Trouxe documentos, histórias... e verdades distorcidas. Dizia que os Castellazzo Ferrari haviam sido os verdadeiros sequestradores. Que Mateus, por inveja e desejo de poder, mandou tirar os sobrinhos dos braços da família Debois. Que Ricardo Callonni estava envolvido em um plano com Luiza, que nunca esteve em coma — tudo encenado para alcançar o poder por meio do casamento.

Com o coração ferido e a mente confusa, Luiggi decidiu voltar. Queria impedir a irmã de cometer um erro. Chegou exatamente no dia do casamento.

**

Na lateral do salão, ficou observando. Quando viu Luiza entrando com os dois pais, biológico e adotivo, percebeu que ela ainda acreditava na mentira. Tomado pela emoção, invadiu o hall da noiva.

— Para esse casamento! — gritou, jogando o dossiê no chão. — você não vai se casar com a minha irmã seu desgraçado, enganou ela por três anos enquanto você vivia em festas e fazendo aliança sabia que a inocente Luiza estava até esperando

Eu me viro vira para o Alexandre o empurro

— você está no meio desta trama, também enganou a Carla? Era um plano dos três para livrar o seu irmão da morte?

— está louco? Do que você está falando, eu amo a Carla

— para com isso Luiggi não estraga o meu casamento

— que casamento Luiza, este imbecil te enganou só quer se aproveitar de você, mas agora não precisa mais ela não é mais a filha do irmão do chefe da LME ela é filha do chefe da maior máfia da França.

Luiza bate no meu rosto

— nunca mais renegue os nossos pais, eu sempre serei a filha do Mateus e da Luciana não importa quantos pais eu ganhei , vai embora nada do que você inventa vai me fazer desistir de me casar com o homem que eu amo

— ele nunca esteve doente e aquele nem era o coreano verdadeiro

— para de mentir, eu me infiltrei com o Jean na máfia coreana e tenho certeza do que eu fiz, não sou um jovem deslumbrado com um cargo, quem está te manipulando? Quem está por trás de tudo isso?

— já chega!! Você está me renegando Luiggi, tudo bem se esta é a sua decisão pode retirar nosso sobrenome volte a ser Louis Debois, mas o amor que eu e sua mãe sentimos por você nunca vai se apagar, já que não quer mais fazer parte da nossa família pode se retirar não é mais bem vindo em nossa casa

— espero que esteja satisfeito com tudo isso que você causou, magoou as pessoas que nos deram amor, uma família, um lar, educação, recursos financeiros para vivermos como reis viva com sua ingratidão se não fosse por eles quem sabe onde estaríamos agora, se é que encontraríamos nossa família biológica

Luiza bate palmas

— parabéns para você, que o cargo de Dom da máfia compensa o seu desprezo?

Sem resposta, ele apenas se virou e foi embora. Voltou para a França.

**

As horas seguintes foram silenciosas. Até que René e Amélia voltaram. A discussão foi inevitável.

— Como você pôde destruir o casamento da sua irmã? — gritou René.

— Eu só quis protegê-la!

Mas Jean, o irmão que até então o compreendia, não aceitou. Quando soube da verdade por trás do que Luiggi fez, perdeu a paciência.

— Vai me dizer agora, Luiggi, ou eu te coloco amarrado diante da sua irmã para confessar! — gritou ele.

Luiggi, acuado, revelou tudo. Falou sobre os documentos, sobre Margot, sobre o plano, sobre o dossiê. Jean o olhou com decepção nos olhos.

— só poderia ser, a esposa do traidor que roubou vocês dois e você ainda acreditou nela uma desconhecida para você, por um acaso você é um estúpido , trocou amor, carinho e confiança de uma família que conviveu por 15 anos para acreditar em uma desconhecida que faria qualquer coisa para livrar o marido da morte, nosso tio só não morreu ainda porque estamos esperando atrair François

— não pode ser, ela me disse que o meu Papa me roubou com Luiza para ganhar mais uma máfia, que a LME inventou várias histórias para matar os dons de diversas máfias e tomar posse delas, e era isso que eles estavam fazendo com o nosso tio

— Ele confessou que odeia o nosso pai e sentia inveja por que o nosso avô deu o controle da maior máfia pra ele enquanto ele ficou com a terceira maior, por isso ele se uniu a François para roubar vocês dois e fazer os nossos pais sofrerem, mas você preferiu acreditar em mentiras de uma mulher que se voltou contra a própria filha por causa de um traidor

— eu não sei em quem confiar, ela me deu um dossiê de que Ricardo enganou a Luiza e depois disse várias coisas da minha família, eu já estava dividido entre duas famílias: a biológica e a adotiva

— que dividido seu idiota, você deveria se sentir o homem mais sortudo do mundo por ter duas famílias que te ama, Mateus e Luciana são pessoas honestas, um casal recém casado a mulher gestante e mesmo assim decidiram adotar um casal de irmãos, um homem que se apaixonou por um garotinho de dois anos que o chamou de papa

Ele se ajoelha com as mãos na cabeça

— você estragou a festa de casamento da nossa irmã e magoou a família que te acolheu, Luiza está muito ferida com a sua atitude, Arthur muito magoado, Carla muito triste assim como os seus pais que estão sofrendo

— o que eu fui fazer?

— ainda dá tempo de você consertar a bagunça que você mesmo causou, vamos para Itália e aí você fala com eles

—você vai comigo?

— sou o seu irmão mais velho, tenho o dever de te fazer enxergar os seus erros e te colocar no caminho certo

— vou fazer as malas

**

Luiggi olhou para os dois homens que agora eram suas âncoras. Sabia que tinha errado. Que, no desejo de proteger, havia causado dor.

Agora, precisava consertar o que destruiu.

E a próxima página de sua história seria escrita com arrependimento... e coragem.

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