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O Herdeiro da Máfia

Capítulo 1 – A Última Luz

Nunca pensei que voltaria a sorrir. Não depois de tudo que vivi. Mas ali estava eu, sentada naquela cadeira branca de couro da clínica, com a mão pousada sobre a barriga ainda imperceptível e o coração acelerado.

— Parabéns, senhora Ferrari. O exame de sangue confirma. A senhora está grávida.

A médica sorria com ternura, segurando o prontuário com a leveza de quem acabara de mudar a vida de alguém. E mudou. Mudou a minha. Uma avalanche de emoções me atingiu, mas, ao invés do medo, foi um alívio que me lavou por dentro.

Eu não consegui responder de imediato. Apenas fechei os olhos, deixando que uma lágrima escapasse. Era real. Tão real quanto o acidente que tirou meu marido e meu filho de dentro do carro em chamas. Tão real quanto as noites em que gritei de dor, sozinha em uma cama vazia, implorando a Deus por uma segunda chance.

Agora eu a tinha.

A médica continuava falando algo sobre o acompanhamento inicial, mas minha mente se perdeu nas batidas do meu coração. Pela primeira vez em muito tempo, ele não parecia quebrado.

Peguei minha bolsa, agradeci, e saí da clínica com passos leves. Eu não queria contar pra ninguém ainda. Não sabia nem como explicar aquilo... Afinal, minha tentativa de fertilização fora marcada como algo praticamente simbólico. Uma chance em mil. Mas eu consegui. Um milagre.

Voltei pra casa abraçada ao meu pequeno segredo. Passei a mão no ventre com carinho.

— Vai ficar tudo bem, meu amor... Mamãe vai te proteger com tudo o que tiver...

Mas o que eu não sabia é que minha vida estava prestes a se transformar novamente. E não por um milagre. Mas por um pesadelo.

 

Do outro lado da cidade, enquanto eu celebrava minha luz, um homem destruía o mundo ao seu redor.

— O que você acabou de dizer? — a voz de Lorenzo Mancini cortava o ar da sala como uma lâmina fria.

O médico tremia. Suava. A noiva de Lorenzo, Chiara, já estava de pé, em choque, encarando o profissional com olhos esbugalhados.

— Eu... eu sinto muito... houve um erro na triagem genética... a amostra de esperma usada não foi a da senhorita Chiara... ela ainda está intacta... mas... outra paciente recebeu o material... — o médico gaguejou.

Chiara gritou. Uma explosão de raiva e vergonha.

— Isso é um absurdo! Uma vergonha! Eu não vou mais me casar com você, Lorenzo! Isso é um escândalo!

Ele nem a olhou. Estava parado, como uma estátua de mármore, com os olhos fixos no médico.

— Quem? — ele perguntou com a voz baixa.

— O q-quê?

— O nome da mulher. Agora.

— Isso é sigilo médico... — o médico tentou argumentar, mas não teve tempo.

Em um movimento rápido, Lorenzo puxou a arma do paletó e atirou no peito do médico. O estampido ecoou pelo corredor da clínica. Chiara gritou, caindo de joelhos, coberta de sangue.

— Eu disse... o nome.

Um dos seguranças da clínica, branco como papel, entrou correndo com uma ficha na mão. — É... é essa aqui. Giulia Ferrari.

Lorenzo pegou o papel, leu, e então simplesmente virou as costas.

— O casamento foi cancelado, Chiara. Mas minha herança não.

E foi nesse momento que meu mundo começou a ruir.

 

Na manhã seguinte, eu tomava meu café tranquilamente quando a campainha tocou. Achei que fosse a vizinha, talvez um pacote. Abri a porta sem pensar duas vezes.

E dei de cara com ele.

O homem mais bonito e aterrorizante que eu já vi.

Alto, impecável, terno escuro, olhar de gelo. Ele me encarava como se já me conhecesse há anos. Atrás dele, dois seguranças vestidos de preto aguardavam em silêncio.

— Giulia Ferrari? — a voz era grave, sem nenhum traço de emoção.

— S-sou eu. Quem é o senhor?

Ele ergueu o papel da ficha da clínica. Eu reconheci de imediato.

Meu corpo congelou.

— Precisamos conversar — ele disse, sem pedir licença, apenas entrando.

— Ei! O senhor não pode entrar assim! — protestei, tentando manter a porta meio fechada.

Mas ele já estava na sala, observando tudo como se fosse dono do lugar.

— Você está grávida — ele disse. — E o bebê é meu.

Foi como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés.

— Como assim seu?! — gritei. — Eu fiz o procedimento na clínica! Era um doador anônimo! Foi tudo legal!

— Foi um erro — ele respondeu. — Você recebeu o meu material genético. Sem permissão.

— Isso não é problema meu! Eu só queria ser mãe de novo! E agora estou grávida! Esse bebê é meu!

— É meu filho — ele corrigiu. — E eu vim buscá-lo.

Meu corpo inteiro tremeu. Senti as pernas fraquejarem. Tive vontade de chorar, de gritar, de mandar ele sumir dali. Mas algo me dizia que aquele homem não era alguém que se mandava embora.

— Eu não vou entregar esse bebê pra você — falei com firmeza, mesmo com o medo me corroendo. — Esse é o meu filho. Eu perdi meu marido, perdi meu primeiro filho. Essa criança é tudo que me resta. Você não pode tirar ela de mim!

Ele se aproximou. Eu recuei instintivamente.

— Então temos um problema — ele disse, frio. — Porque eu também não vou abrir mão dele.

— Faça o que quiser, mas eu não vou ceder. Eu vou lutar.

— Ótimo — ele respondeu, com um sorriso de canto. — Mas não vai precisar. Porque eu tenho outra solução.

— O quê?

— Você vai se casar comigo.

O silêncio que se instalou foi ensurdecedor. Eu arregalei os olhos, sentindo o coração disparar.

— V-você só pode estar brincando...

— Estou falando sério. Em três dias, será minha esposa.

— Eu... eu não sou virgem! — a confissão escapou sem que eu pudesse conter. O medo, a pressão, tudo me fez explodir.

Ele apenas ergueu uma sobrancelha.

— Não me importa. Você está carregando meu filho. E vai carregar meu sobrenome.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

— Isso é loucura... você não pode me obrigar!

Ele se aproximou até ficar a centímetros de mim. Seu olhar era de aço. Implacável.

— Não se engane, Giulia. Eu sou Lorenzo Mancini. Eu posso tudo.

Capítulo 2 – Eu Decido

Meu nome é Lorenzo Mancini. Tenho trinta e três anos e sou o homem mais temido da Calábria.

Não há uma única alma neste maldito país que ouça meu sobrenome e não estremeça. Sou o sucessor direto do império que meu pai construiu com sangue, aço e silêncio. Carrego o legado da máfia mais antiga da Itália, e se hoje respiro, é porque aprendi cedo que fraqueza é um luxo que homens como eu não podem ter.

Sempre vivi com um único objetivo: consolidar o poder da Família. Por isso, escolhi Chiara. Um casamento estratégico, perfeito, com uma filha de um dos meus homens de confiança. Seria conveniente. Simples. Sem emoções. Até que a maldita clínica jogou todo o meu plano no lixo.

Os espermatozoides que eu havia congelado como segurança genética foram implantados por engano. E agora, uma mulher completamente desconhecida carrega meu filho no ventre.

Uma mulher que se recusa a abrir mão da criança.

E, diante disso, a única coisa que me resta... é tomar o que é meu.

---

Cheguei em casa como um furacão. As portas se abriram com um chute, os criados se afastaram ao ver minha expressão. Peguei o telefone, respirei fundo e disparei:

— Reunião de emergência. Dez minutos. Aqui em casa. Não aceito atrasos.

Nem esperei respostas. Desliguei e caminhei até a sala principal, onde a mesa redonda de carvalho maciço já me aguardava. Era nela que as decisões da Família Mancini eram tomadas. E hoje, todos eles ouviriam a minha.

Um a um, os homens chegaram. Riccardo, Matteo, Don Cesare... e por fim, Giovanni Ferretti, pai de Chiara. Seu olhar carregava a arrogância de sempre, como se já soubesse que essa reunião era sobre o casamento. Mal sabia ele o que estava por vir.

— O que está acontecendo, Lorenzo? — perguntou Don Cesare, sempre direto. — Uma reunião assim, sem aviso?

Apoiei as mãos sobre a mesa, firme.

— Não vou mais me casar com Chiara.

O silêncio que se seguiu foi absoluto. Até que a cadeira de Giovanni se arrastou bruscamente.

— Como é que é?! — ele se levantou, os olhos flamejantes. — Lorenzo, você enlouqueceu?! Você prometeu! Isso já estava selado!

— Mudei de planos — respondi friamente. — E vocês estão aqui para ouvir, não para questionar.

— Eu exijo uma explicação! — Giovanni rugiu.

Cruzei os braços e encarei todos eles. O ar parecia pesado. Nenhum homem ousava se mexer.

— Houve um erro na clínica de fertilização. Meus espermatozoides foram implantados na barriga de outra mulher. Ela está grávida. E se recusa a abrir mão do bebê.

Riccardo arregalou os olhos.

— Está brincando...

— Nunca brinco — rebati. — Essa criança é meu herdeiro. E se ela não vai me dar o bebê, então ela será minha esposa.

Giovanni quase caiu da cadeira.

— Isso é um absurdo! Você vai jogar tudo no lixo por causa de um erro?! Eu vou mandar meus homens matarem essa mulher agora mesmo! Cortamos o problema pela raiz!

Minha mão bateu com força na mesa, o som seco ecoando pelas paredes.

— Você não vai fazer nada!

Todos congelaram.

— Eu decido. Eu sou o Don. E essa mulher não será tocada. Se alguém sequer chegar perto dela, eu arranco a língua e os olhos.

Giovanni empalideceu.

— Isso é uma afronta... você vai jogar meu nome no lixo. Vai envergonhar minha filha!

— Sua filha nunca foi parte do meu futuro, Giovanni. Foi uma escolha conveniente. Agora não é mais. Me importo com sangue, com legado. E aquele bebê que ela carrega é meu. Nada é mais importante que isso.

Matteo, que estava calado até então, limpou a garganta.

— Essa mulher... ela é virgem?

Eu encarei ele.

— Não. Mas eu não dou a mínima.

Ele desviou o olhar imediatamente.

— O casamento será em três dias — continuei. — E é uma ordem. Eu não vou mais ouvir lamentos ou objeções.

— Você está jogando fora anos de planejamento! — Giovanni gritou. — Tudo isso por uma vadia que ninguém conhece!

Me aproximei lentamente, meus passos pesando sobre o chão de mármore.

— Cuidado com as palavras, Giovanni. A partir de agora, ela será minha esposa. E se eu ouvir alguém desrespeitá-la, não importa se é aliado, sangue ou irmão... eu mato. Estamos entendidos?

O velho engoliu seco. Os outros homens assentiram em silêncio.

— Vocês podem sair agora — ordenei, voltando à minha posição na cabeceira da mesa. — A reunião acabou.

Eles saíram em silêncio. Um a um. Alguns assustados. Outros desconfortáveis. Mas nenhum teve coragem de olhar para trás. Nem mesmo Giovanni.

A sala ficou em silêncio. A tensão ainda pairava, mas eu já tinha feito o necessário. Aquilo era o que separava homens fracos dos que comandam o mundo.

E agora, era hora de encerrar o último elo com o passado.

Peguei o telefone. Disquei o número de Chiara. Ela atendeu na terceira chamada, com a voz ainda alterada pela raiva.

— Finalmente resolveu me ligar? Vai me explicar que tipo de loucura foi aquela?!

Fiquei em silêncio por alguns segundos antes de responder.

— O casamento está cancelado.

— Como é?! Você enlouqueceu?! Meu pai vai te matar!

— Tente. Ele e qualquer outro que quiser. A decisão está tomada.

— Você é um idiota! Você está jogando tudo fora! Você nunca vai encontrar outra mulher como eu!

Soltei um riso seco.

— Ainda bem. Não quero. Vou me casar com a mulher que carrega meu filho.

Chiara ficou muda por alguns segundos.

— Ela é só uma barriga! Uma ninguém! Você vai se casar com ela só por causa de um erro?!

— Não foi um erro. Foi o destino. E eu não discuto com o destino.

— Vai se arrepender disso, Lorenzo! — ela gritou.

— Dificilmente.

E desliguei.

Sem despedidas.

Sem hesitação.

Fiquei olhando o telefone por alguns segundos, sentindo algo estranho dentro do peito. Não era arrependimento. Era uma espécie de paz.

Pela primeira vez em muito tempo... eu não estava tomando uma decisão apenas pela máfia.

Estava fazendo algo por mim.

E por ele.

Meu filho.

Três dias.

Era tudo que eu precisava.

Ninguém Toma o Que É Meu

O silêncio do quarto era ensurdecedor. Mas dentro da minha cabeça, uma tempestade rugia.

Joguei o celular com tanta força na parede que ele estourou em mil pedaços. Gritei. Gritei como nunca tinha gritado antes. Aquilo não podia estar acontecendo. Não comigo. Não com Chiara Ferretti.

Eu fui criada para ser esposa de um Don. Para comandar ao lado de um rei. Para ser a primeira dama da máfia da Calábria. Era meu destino. Estava selado. Lorenzo Mancini era meu noivo, e tudo estava pronto para o nosso casamento. Tudo.

E agora... tudo havia desmoronado por causa de uma mulher qualquer. Uma idiota desconhecida que ousou carregar no ventre o que deveria ser meu.

Minha respiração estava acelerada, e as lágrimas queimavam meus olhos. Mas não era tristeza. Era ódio. Um ódio tão profundo que parecia me corroer por dentro.

Ouvi a porta se abrir e me virei, já sabendo quem era.

— Pai — minha voz saiu trêmula, carregada de raiva.

Giovanni entrou e fechou a porta atrás de si. Estava visivelmente tenso, mas tentando manter a pose. Sempre político. Sempre calculista. Mas eu conhecia aquele olhar. Ele também estava furioso.

— Filha — ele se aproximou, me analisando com cautela. — Precisamos conversar.

— Ele me humilhou. Na frente de todos. Disse que ia se casar com aquela mulher! — gritei. — Uma qualquer, pai! Uma ninguém!

— Eu sei — ele respondeu, puxando uma cadeira e sentando de frente para mim. — Eu estava lá, lembra?

— E o que você fez?! Nada! Ficou calado enquanto ele cuspia na nossa cara! Na sua! Na minha!

Giovanni me encarou por um instante. Depois suspirou.

— Porque eu não posso agir por impulso. Lorenzo ainda é o Don. Qualquer ação direta contra ele seria suicídio. Ele deixaria meu corpo pendurado no portão da mansão.

— Eu não ligo! Eu quero ela morta, pai! Essa vagabunda tem que sumir da face da Terra!

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Depois, cruzou as mãos sobre o joelho e falou com a calma de quem já matou muitos homens:

— Então vamos matá-la.

Meu coração disparou.

— Sério?

— Mas vai parecer um acidente. Ou um assalto. Algo limpo. Algo sem rastro. Porque se Lorenzo descobrir que fomos nós... ele mata os dois.

— Eu não me importo — respondi, a voz embargada de ódio. — Não vou deixar que uma imbecil qualquer roube o lugar que é meu. Eu fui criada para isso. Você me treinou pra isso!

— E você ainda vai ter esse lugar, filha. Confie em mim. — Ele se levantou, caminhando até o bar de canto e servindo dois copos de whisky. Me entregou um. — Mas precisamos ser espertos. E rápidos.

Tomei o gole como se fosse água. A raiva queimava mais que o álcool.

— Já sabe onde ela mora? — perguntei.

— Ainda não. Mas um dos nossos homens que trabalha na clínica está em contato com um dos funcionários. Com o valor certo, conseguimos o endereço. Ela deve estar sendo monitorada, mas nada que um bom plano não resolva.

— Quero que ela sofra — murmurei. — Quero que ela saiba, nos últimos segundos da vida dela, que foi porque ousou me desafiar.

Meu pai arqueou uma sobrancelha.

— Isso não podemos garantir. Precisamos que pareça um acidente. Carro fora da pista, gás vazando no fogão, assalto com faca... quanto mais real, melhor.

— Que seja. Mas eu quero que ela morra antes do casamento. Se ela aparecer no altar, pai, eu juro que eu mesma subo lá e corto a garganta dela.

Ele me encarou, sério. Depois assentiu.

— Vou resolver isso. Mas até lá, você vai se controlar. Vai agir normalmente. Nada de escândalos. Nada de alarde.

— Eu não consigo, pai! Ele me deixou! Me dispensou como se eu fosse lixo! — gritei, jogando o copo no chão, que se estilhaçou.

— E você vai erguer a cabeça como uma Ferretti! — ele retrucou com firmeza. — Você quer vingança? Então aja com inteligência! Ou você quer morrer antes dela?

Aquilo me calou.

— Você não entende... — sussurrei. — Eu amo ele, pai.

Ele suspirou, se aproximando e segurando meu rosto entre as mãos.

— Você ama o poder que ele representa. E ele era a sua chance de comandar. Essa chance não acabou. Só precisamos... reorganizar o jogo.

— E se ela não morrer a tempo?

— Então vamos ter que agir de outra forma. Mas primeiro, vamos eliminar o problema da maneira mais simples. Acidente.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Você quer que eu mesma escolha como? — perguntei, a voz fria como gelo.

Ele sorriu de canto.

— Claro. Ela roubou o que era seu. É justo que você escolha como ela vai pagar por isso.

Meu coração acelerou com aquela sensação de controle. De retomar as rédeas. De não ser mais a noiva abandonada, mas sim a mulher que se vingaria.

— Um acidente de carro — sussurrei. — Ela está grávida. A pancada vai matar os dois.

— Perfeito — ele assentiu. — Vou cuidar disso ainda hoje.

— Mas tem que parecer real. Ela tem que sair da vida dele como se o destino tivesse feito isso. Como se o universo estivesse protegendo o verdadeiro casal.

— Vai parecer. Confie em mim, filha.

Me levantei e abracei meu pai. Era a primeira vez em anos que sentia algo real por ele. Ele era um monstro, sim. Mas era meu monstro. E por mais que Lorenzo fosse o rei, eu me recusava a ser substituída por uma camponesa.

Giulia Ferrari pode até estar carregando o filho dele...

Mas não vai viver tempo o suficiente para segurá-lo nos braços.

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