Bernardo chega cansado do trabalho, passa pela sala e ouve barulhos de choro na cozinha...
A cozinha estava silenciosa, exceto pelo tique-taque do relógio na parede e pelo soluço contido de sua mãe. Bernardo, se senta ao lado dela, tenta acalmá-la, passando a mão em seus cabelos.
Bernardo: Mãe, respira fundo. Eu estou aqui.
Maria: (Soluçando) É que… ele… ele me assustou tanto, Bernardo. Ele gritava… batia na mesa… Eu não sei mais o que fazer, com seu irmão...
A porta da cozinha rangeu e Josué entrou, a expressão séria e implacável. Ele se apoiou no batente, os braços cruzados sobre o peito.
Josué: Ainda chorando, Maria? Sempre a mesma ladainha. Esse menino é assim porque você não soube educá-lo direito. Deveria ter sido mais firme desde o começo.
Bernardo se levantou, a raiva borbulhando dentro dele.
Bernardo: Pai, não fala assim com a mãe! Não é culpa dela! Gabriel tem problemas, precisa de ajuda.
Josué: (Rindo sarcasticamente) Ajuda? Ele precisa de uma lição de respeito! Você o protege demais, Bernardo. Ele precisa aprender que as consequências dos seus atos são dele, e só dele.
Bernardo: Mas ele precisa de ajuda, pai! Ele não é um monstro, é seu filho. Ele precisa de tratamento, de apoio…
Josué: Tratamento? Ele precisa de trabalho e responsabilidade! Não de mimimi e desculpas! Ele é um homem, que se vire sozinho. Eu não vou ficar gastando dinheiro com terapias e remédios para um bêbado irresponsável.
Bernardo: Mas pai, ele está doente! Não é só irresponsabilidade, ele precisa de ajuda profissional. Você não pode simplesmente ignorar isso.
Josué: Doente? Ele é preguiçoso e mimado! Se ele não arrumar um emprego e parar de beber, não vai receber um centavo meu. E ponto final.
Maria soluçava baixinho, observando a discussão entre pai e filho. Bernardo sentiu um aperto no peito. Ele sabia que a conversa não estava levando a lugar nenhum, e a situação só pioraria se continuassem discutindo dessa forma. A noite estava apenas começando, e o clima na casa era pesado, carregado de tensão e frustração.
A porta da frente se abriu com um estrondo, e Gabriel cambaleou para dentro, quase caindo. O cheiro de álcool era forte, sufocante. Ele batia as mãos na parede, derrubando um vaso de flores que se espatifou no chão.
Josué: (Suspirando) Eu avisei… Não tem jeito com esse menino…
Bernardo se lançou sobre Gabriel, segurando-o pelos braços antes que ele pudesse causar mais estragos. Gabriel lutava, xingando e tentando se soltar.
Gabriel: Me solta, Bernardo! Sai de perto! Você não manda em mim! Me deixa.
Bernardo: (Com firmeza) Chega, Gabriel! Você está bêbado e está destruindo tudo! Vamos para o banheiro.
Bernardo, com grande esforço, arrastou Gabriel até o banheiro. A luta foi árdua; Gabriel era mais forte do que parecia, impulsionado pelo álcool.
Gabriel: Bernardo… deixa eu ir… Eu quero… quero mais…para que se importar comigo, eu não mereço...
Bernardo: você é meu irmão cara, sempre vou me importar com você . Gabriel! Você precisa se limpar. Vamos tomar um banho.
Bernardo ligou o chuveiro na água fria. Gabriel resistiu, gritando e se debatendo, mas Bernardo o segurou firme, despejando água fria sobre ele.
Gabriel: Água fria… Isso não… Me solta…
Bernardo: Calma, Gabriel. A água vai te ajudar a se acalmar.
Gabriel continuou a lutar, mas aos poucos, a água fria e a força de Bernardo o foram dominando. A fúria dele diminuiu, dando lugar a um estado de confusão e letargia.
Gabriel: (Gemendo) Bernardo… Estou com frio… Estou cansado…
Bernardo o ajudou a se enxugar e o levou para a cama. Josué observava tudo de longe, balançando a cabeça.
Josué: Viram? Não adianta… Ele é assim mesmo… Não tem jeito… é um imprestável.
Maria se aproximou de Gabriel, sentando-se ao lado da cama. Ela acariciava seus cabelos, falando baixinho, com uma voz suave e calma.
Maria: Gabriel… meu filho… Você precisa parar de beber, Você não precisa fazer isso com você...
Gabriel: me deixa mãe, minha vida acabou mesmo.
Gabriel murmurou algo ininteligível, os olhos pesados de sono. Maria continuou a falar, sua voz um bálsamo para a alma perturbada do filho. Aos poucos, Gabriel foi se acalmando, até que finalmente adormeceu.
Josué: Maria, para com isso! Você está mimando-o! Ele é homem, tem que ter vergonha na cara! Essa babação toda só vai piorar as coisas.
Bernardo: Pai, deixa ela. A mãe só está tentando acalmá-lo.
Josué: depois se lamenta quando acordar com a ressaca e perceber a bagunça que fez. Mas amanhã ele vai esquecer tudo e vai repetir tudo de novo. Essa situação não vai mudar, Maria. Você precisa entender isso.
Maria: (Com a voz baixa) Eu sei, Josué. Mas ele é meu filho. Eu não consigo simplesmente ignorar o sofrimento dele. Eu preciso tentar ajudá-lo, ele não era assim, você sabe muito bem porque ele ficou assim.
Josué: Ajudá-lo? Você está só alimentando esse vício dele! Ele precisa aprender a lidar com as consequências dos seus atos sozinho. Essa proteção toda só o torna mais fraco.
Bernardo: Pai, você está sendo muito duro. Ele precisa de apoio, não de julgamento. Precisamos encontrar uma forma de ajudá-lo a superar esse problema, não apenas puni-lo. Ele precisa de ajuda profissional, talvez uma terapia…
Josué: Terapia? Dinheiro não cresce em árvore, Bernardo! Ele precisa de trabalho, de responsabilidade. Se ele não conseguir se controlar, que se vire sozinho. Eu não vou bancar as consequências da irresponsabilidade dele.
Maria suspirou, olhando para Gabriel com uma mistura de tristeza e preocupação.
O silêncio na cozinha era tenso, quebrado apenas pela respiração de Gabriel. Bernardo, observando a cena, sentiu um aperto no peito.
Bernardo: Pai, eu sei que você não acredita em terapia, mas…
Josué: (Cortando Bernardo) Não acredito em mimimi, Bernardo. O que Gabriel precisa não é de um terapeuta, é de vergonha na cara!
Bernardo: Mas pai, isso não é só falta de vergonha na cara. É um vício, uma doença. Ignorar o problema não vai fazê-lo desaparecer.
Josué: Doença? Ele é um homem, Bernardo! Homens resolvem os próprios problemas. Ele precisa de trabalho. Essa mania moderna de achar que tudo é doença…
Bernardo: Pai, não é mania moderna. É ciência. O alcoolismo é uma doença séria, e precisa de tratamento. Você está sendo teimoso, e isso só vai prejudicar o Gabriel. Ele precisa de ajuda, e nós precisamos ajudá-lo.
Josué: (Respirando fundo) Eu não vou pagar por terapia para ele. Se ele quer ajuda, que procure sozinho. Eu não vou bancar as consequências da irresponsabilidade dele. Ele precisa aprender na marra.
Bernardo: Mas pai… ele não vai conseguir sozinho. Ele precisa do nosso apoio. Precisamos estar juntos nessa. Se você não ajudar, quem vai?
O silêncio pairou na cozinha, pesado e carregado de tensão. Bernardo observava o pai, esperando uma resposta, uma concessão, qualquer sinal de mudança de postura. Mas Josué apenas cruzou os braços, a expressão implacável.
Josué: Olha, eu estou cansado. Cansado dessa situação, cansado de toda essa discussão. Se Gabriel continuar assim, se ele não arrumar um emprego e parar de beber, eu vou colocá-lo para fora de casa. Simples assim. Não estou nem aí mais.
Bernardo sentiu um choque. A ameaça do pai era direta, brutal, e o atingiu em cheio. Ele sabia que Josué era um homem de palavra, e a possibilidade de Gabriel ser expulso de casa era real, e aterradora.
Bernardo: Pai, você não pode fazer isso! Expulsá-lo de casa só vai piorar as coisas. Você não pode simplesmente abandoná-lo.
Josué: Abandoná-lo? Eu estou tentando ajudá-lo há anos! Mas ele não quer ajuda! Ele prefere se afogar no álcool do que assumir a responsabilidade pela própria vida.
Bernardo: Mas pai, você não está tentando da maneira certa. Você está sendo duro demais. Não adianta só gritar e ameaçar. Isso só vai piorar a situação.
Josué: E o que você sugere então? Que eu banque as terapias e os tratamentos dele enquanto ele continua bebendo e destruindo tudo? Eu não sou um banco, Bernardo! Eu tenho limites.
Bernardo: Eu sei, pai. Mas expulsar ele de casa não é a solução. Por favor não desista dele.
Josué ficou em silêncio, a expressão dura.
Maria, que até então permanecera em silêncio, falou, a voz firme, apesar do tremor perceptível.
Maria: Josué, você não vai colocar o Gabriel para fora dessa casa. Se ele sair, eu saio também.
Josué olhou para dona Maria, surpreso. Ele não esperava essa reação. A firmeza em sua voz era algo que ele raramente via.
Josué: Maria… o que você está dizendo?
Maria: Estou dizendo que não vou permitir que você abandone nosso filho. Ele está doente, precisa de ajuda, e eu não vou abandoná-lo. Se você o expulsar, eu vou com ele. E se você não quiser que eu vá, então ele tem que ficar.
Um silêncio profundo se instalou na cozinha. Bernardo observava a cena, incrédulo. A mãe, normalmente tão submissa, demonstrava uma força e uma determinação surpreendentes. Josué parecia estar em choque, processando as palavras da esposa.
Josué: Maria… você está falando sério?
Dona Maria: Nunca estive tão séria na minha vida. Eu não vou deixar meu filho sozinho, à mercê. Eu vou lutar por ele, e se você não quiser me ajudar, então eu vou lutar sozinha. Mas eu não vou abandoná-lo.
Josué: (Suspirando) Eu… eu não sei o que dizer.
Dona Maria: Você não precisa dizer nada agora. Só precisa pensar. Pense no seu filho, Josué. Pense no quanto ele precisa de você, de nós. Pense em como podemos ajudá-lo, juntos.
A porta da cozinha se abriu e Yara entrou, soluçando, os olhos vermelhos e inchados. Ela se jogou em uma cadeira, deixando cair a bolsa ao lado.
Yara: Mãe… eu briguei com o Diogo… de novo… Ele… ele disse coisas horríveis…
Maria se aproximou de Yara, envolvendo-a em um abraço caloroso.
Maria: Calma, minha filha. Conta tudo para mim. Vamos resolver. Eu vou conversar com o Diogo.
Nesse momento, Josué, que estava sentado à mesa, interrompeu, a voz carregada de impaciência.
Josué: Olha só… mais um problema. Outra que não tem vergonha na cara, vive brigando com esse traste aí e corre para cá para chorar. Vai cuidar dos seus problemas, Yara!
Yara se afastou do abraço da mãe, os olhos cheios de lágrimas. Ela olhou para o pai, a voz tremendo.
Yara: Pai… como você pode falar assim? Eu estou sofrendo…
Josué: Sofrimento? Você se mete em brigas e depois vem aqui chorar no colo da sua mãe. Resolve seus problemas, Yara! Não venha me encher com suas lamúrias, daqui a pouco volta igual um cachorrinho.
Yara, tomada pela raiva e pela dor, respondeu com a voz embargada:
Yara: Você não entende nada! Você nunca entendeu! Você só sabe julgar e criticar! Eu estou precisando de apoio, não de julgamento!
Bernardo, que observava a cena com crescente preocupação, interveio, a voz firme.
Bernardo ( coça a cabeça) Chega! Os dois! Vocês precisam parar! Essa discussão não vai resolver nada. Yara, você precisa se acalmar. Pai, você precisa ser mais compreensivo. Vamos resolver isso com calma, sem gritaria. Primeiro, Yara, conta o que aconteceu. Depois, a gente pensa em como ajudar.
Josué: (Resmungando) Ajudar? Ela não tem o que fazer, fica correndo atrás daquele sem-valor. Quem tem que se ajudar é ela mesma, parando de ser idiota! Se ela não consegue resolver os próprios problemas, problema dela.
Bernardo: Pai, você não pode falar assim! Yara está sofrendo.
Josué: Ela precisa de uma lição de realidade! Precisa aprender a se valorizar e a se afastar desse Diogo, que só a faz sofrer. Essa mania de ficar correndo atrás de homem…
Maria, que até então permanecera em silêncio, interveio, a voz firme.
Maria: Josué, as coisas não são tão simples assim, custa você apoiar nossos filhos?
Josué: Apoio? Ela precisa de uma boa surra de realidade! Precisa aprender a se respeitar e a não se deixar humilhar por aquele…desempregado...
Bernardo: Pai, chega! Você está sendo injusto, meu Deus pra que isso...
Josué: (Suspirando) Eu só quero que ela seja feliz, Bernardo. Mas essa situação com o Diogo… é complicado.
Maria: hum...
Josué ficou em silêncio.
Bernardo: fica calma Yara, logo tudo se resolve.
Bernardo saiu de casa, sentindo a necessidade de um pouco de ar fresco e de um espaço para organizar seus pensamentos.
A tensão na casa estava sufocante, e ele precisava de um tempo para processar tudo o que havia acontecido. Ele acabou indo parar em um barzinho próximo, um lugar pequeno e aconchegante, com iluminação suave e música baixa. O aroma de café e de alguma bebida alcoólica suave pairava no ar, misturado ao cheiro de madeira velha. Havia algumas pessoas conversando em mesas pequenas e alguns poucos no balcão, bebendo e observando a rua.
Enquanto tomava um gole de café, seus olhos se fixaram em diogo sentado em um canto. Bernardo hesitou por um instante, mas decidiu se aproximar. Ele precisava conversar com Diogo, precisava que ele entendesse a gravidade da situação.
Bernardo se aproximou da mesa, sentando-se em frente a Diogo. Diogo o olhou, surpreso.
Bernardo: Diogo, podemos conversar?
Diogo: (Resmungando) O que você quer?
Bernardo: Eu quero que você me diga por que você trata a Yara daquela maneira. Eu sei que vocês brigam, mas o que aconteceu hoje… Yara chegou em casa chorando, completamente devastada.
Diogo: (Suspirando) Ela é dramática. Sempre exagera nas coisas.
Bernardo: Não, Diogo. Ela não exagera. Eu vi o estado dela. E eu sei que você não é um anjo. Eu sei que vocês brigam, mas isso não justifica o que você faz. Yara merece respeito, Diogo. Ela merece ser tratada com carinho e consideração. Não com violência e humilhação.
Diogo: Eu não a humilhei.
Bernardo: Não minta para mim, Diogo. Eu vi o estado dela. E se eu descobrir que você levantou a mão para ela, eu juro que vou quebrar a sua cara. Yara é minha irmã, e eu não vou permitir que ninguém a maltrate. Respeite-a, Diogo. Trate-a bem. Ou você vai se arrepender amargamente, se não dá certo é melhor separar.
Diogo ficou em silêncio por um longo momento, olhando para Bernardo. A expressão em seu rosto era indecifrável, uma mistura de surpresa e talvez… medo.
O silêncio entre Bernardo e Diogo era tenso, quebrado apenas pelo som baixo da música e das conversas abafadas dos outros frequentadores do bar. Diogo olhava para baixo, mexendo no copo de cerveja sem beber.
Diogo: (Em voz baixa) Eu… eu não queria machucá-la.
Bernardo: Não importa o que você queria, Diogo. O que importa é o que você fez. Você a magoou, a deixou devastada. E isso não está certo.
Diogo: Nós brigamos… às vezes as coisas escapam do controle…
Bernardo: Não, Diogo. Não é assim que funciona. Não existe desculpa para o que você fez. Vocês precisam aprender a resolver os conflitos de outra maneira, sem violência, sem humilhações.
Bernardo saiu do barzinho, sentindo o ar fresco da noite lhe trazer um pouco de alívio. Ele decidiu caminhar até a praça próxima, buscando um pouco de tranquilidade antes de voltar para casa.
Ao se aproximar da praça, iluminada por lampiões suaves, ele viu uma mulher sentada em um banco, observando as estrelas. Ela tinha cabelos longos e escuros, e um olhar pensativo. Era uma mulher bonita, com uma aura de mistério que o atraiu. Ele se aproximou, hesitando por um instante antes de se sentar no banco ao lado dela.
Bernardo: Boa noite. Linda noite, não é?
A mulher sorriu, um sorriso discreto, quase tímido.
Cassandra: Sim, é. As estrelas estão lindas hoje.
Bernardo: Eu sou Bernardo.
Cassandra: Cassandra.
Um silêncio confortável se instalou entre eles, quebrado apenas pelo som suave dos grilos e pelo movimento leve das árvores na brisa noturna.
Bernardo: Você vem aqui com frequência?
Cassandra: Às vezes. Gosto de observar as estrelas. Elas me trazem paz.
Bernardo: Eu entendo. Às vezes, precisamos de um pouco de paz. De um pouco de silêncio para organizar os pensamentos.
Cassandra: Você parece preocupado.
Bernardo: Estou. Tenho passado por alguns problemas familiares. Coisas complicadas.
Cassandra: Todos nós temos nossos problemas. A vida é assim.
Bernardo: Sim, mas… às vezes parece que as coisas estão fora de controle.
Cassandra: Mas não estão. Sempre há uma solução. Às vezes, só precisamos encontrar a perspectiva certa.
Bernardo: Você tem razão. É difícil ver a perspectiva certa quando estamos no meio da tempestade.
Cassandra: Mas a tempestade passa. E depois do temporal, vem a calma. E as estrelas continuam brilhando.
Bernardo sorriu, sentindo-se um pouco mais calmo.Bernardo: Você tem uma forma… peculiar de ver as coisas. Mas… reconfortante.
Cassandra: A vida nos ensina a encontrar beleza nos lugares mais inesperados. Às vezes, é preciso apenas mudar a perspectiva. Olhar para o céu estrelado, por exemplo, em vez de se concentrar nas nuvens escuras.
Bernardo: Você tem razão. Eu estava tão focado nos problemas, que esqueci de olhar para o lado bom das coisas.
Cassandra: A vida é como um jardim, Bernardo. Às vezes, ele parece seco, sem vida, cheio de ervas daninhas. Mas com um pouco de cuidado, com um pouco de carinho, ele pode florescer novamente. Basta plantar algumas flores.
Bernardo: Flores… uma bela metáfora.
Cassandra: As flores representam a alegria, a esperança, a beleza que existe em cada um de nós, mesmo nos momentos mais difíceis. Às vezes, é preciso apenas encontrar as flores certas para plantar em nosso jardim interior.
Bernardo: E como encontramos essas flores?
Cassandra: Observando a beleza ao nosso redor. Cultivando os bons momentos. Aprendendo a apreciar as pequenas coisas. E, principalmente, acreditando que um dia, tudo ficará bem. A vida tem seus ciclos, Bernardo. Há momentos de escuridão, mas também há momentos de luz. E a luz sempre volta.
Bernardo ficou em silêncio, absorvendo as palavras de Cassandra. Ele pensou em sua família.
Cassandra: problemas com a esposa e filhos?
Bernardo: não, não sou casado e nem tenho filhos, o problema é meu irmão que está bebendo muito e trazendo sofrimentos.
Cassandra: o melhor caminho é o amor, ter paciência e conversar muito com ele.
Bernardo: momentos difíceis, já fizemos isso e ele só piora, desculpa está te falando essas coisas, acabamos de nos conhecer, deve estar me achando muito chato.
Cassandra: não! você só mostra que é preocupado com seu irmão, um gesto muito bonito Bernardo!
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