O café estava abafado, mas a calmaria da tarde fazia com que Ayumi se sentisse à vontade, como se o tempo ali fosse menos importante do que qualquer outra coisa. Seus olhos vasculhavam as páginas do livro enquanto os raios de sol filtrados pelas grandes janelas tocavam suavemente seu rosto. A vida estava em um momento de quietude, e ela adorava isso. Quase como se o mundo lá fora não existisse. Era a paz que ela tanto buscava.
Mas a tranquilidade daquela tarde de outono foi quebrada por um barulho repentino. Um forte som de algo caindo no chão, seguido de um leve gemido de surpresa. Ayumi levantou o olhar, distraída, mas logo seus olhos encontraram uma cena inesperada. Um homem, aparentemente em seus vinte e poucos anos, estava diante da mesa ao lado, tentando desesperadamente se recompor após um tombo. Ele parecia ter derrubado uma pilha de livros e papéis espalhados por todo o chão.
Ele estava tão embaraçado quanto atencioso. Seus olhos escuros e profundos, tão intensos, estavam tentando buscar os de quem o observava. Ayumi não pôde deixar de notar o rosto perfeito e a expressão de desconcerto, como se ele fosse alguém acostumado a ter tudo sob controle e, naquele momento, estivesse totalmente perdido.
— Desculpe-me, senhorita. Foi um desastre! — Ele se apressou em dizer enquanto pegava os livros do chão, seus olhos focados nos papéis amassados.
Ayumi levantou-se para ajudar, a risada involuntária saindo de seus lábios antes que ela pudesse se controlar. O homem a observava com um sorriso tímido, ainda ruborizado pela vergonha.
— Não se preocupe, você não é o primeiro a tropeçar aqui. — Ela disse, tentando aliviar a situação.
Quando ele olhou para ela, houve algo ali que a fez prender a respiração. Seus olhos, intensos e profundos, se fixaram nos dela por um breve momento. Algo parecia passar entre eles, uma conexão, embora fugaz e confusa, mas que fez Ayumi sentir como se estivesse sendo observada de uma forma que ninguém jamais fizera.
— Eu… — O homem hesitou, sua expressão séria se transformando em uma mistura de curiosidade e respeito. — Sou Renji. Renji Sakamoto.
Ayumi sorriu, desconcertada. Ele parecia alguém de outra esfera, como um homem que pertencia a um mundo bem distante do seu. Seu modo de falar, o jeito com que se comportava, tudo indicava que ele não era apenas mais um desconhecido. Algo sobre ele transmitia poder e controle.
— Ayumi. Ayumi Tanaka. — Ela respondeu, mais por educação do que qualquer outra coisa, já que, por algum motivo, Renji a fazia se sentir estranha.
Renji ainda estava agachado, pegando os últimos papéis espalhados, e Ayumi, mesmo sem querer, observava a elegância com que ele se movia. Não era apenas um homem bonito; havia algo mais, algo que a atraía. Mas ela sabia que esse tipo de homem estava fora de seu alcance. Não fazia parte do seu mundo. Ele era o tipo que estava destinado a algo grande, talvez uma vida inteira de conquistas e expectativas familiares. Ela, por outro lado, era apenas uma jovem comum que buscava conforto nas pequenas coisas da vida.
— Você está bem? — Ela perguntou, quebrando o silêncio constrangedor que se formou entre eles.
— Acho que sim. — Renji se levantou, ainda com uma leve risada nervosa. — Sou mais desastrado do que pensava.
Ayumi notou o brilho de um anel no dedo de Renji, um anel discreto, mas de um design imponente, que parecia pertencer a uma família com certa influência. O pensamento rapidamente a levou a questionar quem ele realmente era, mas logo ela afastou a ideia. Não deveria se perder nesses detalhes.
Mas o destino tinha suas próprias vontades, e quando ela menos esperava, Renji a convidou para sentar-se à mesa com ele. Uma simples conversa, ou pelo menos foi assim que começou.
— Acho que já causei um certo caos aqui, não? — Renji disse, com um sorriso que, embora contido, parecia sincero.
— Não se preocupe. Eu que… bem, acabei me distraindo com isso tudo. — Ayumi respondeu, sentando-se. Mas seus pensamentos estavam longe, em um lugar onde ela sabia que não deveria ir. Algo naquele homem, em sua presença, a fazia querer saber mais.
A conversa fluiu com facilidade. Renji não parecia forçado ou distante, e sua maneira de falar tinha algo de encantador, mas sem ser excessivamente meloso. Eles falavam sobre as banalidades do cotidiano, sobre a vida, os interesses, mas sem que nenhuma das palavras soasse realmente vazia. Ela estava encantada, embora tentasse não deixar isso transparecer.
Mas então, enquanto eles conversavam sobre viagens e livros, Renji fez uma pergunta que Ayumi não estava preparada para ouvir.
— Você tem planos de voltar para Tóquio algum dia?
Ela sentiu uma pontada no peito. Tóquio… A cidade onde sua vida havia começado, mas também onde as feridas mais profundas estavam. Ela não queria voltar. Não queria enfrentar as pessoas que a haviam deixado para trás.
— Não, na verdade, estou contente onde estou agora. — Ela respondeu, tentando manter o tom leve, mas sua voz falhou.
Renji a observou por um instante, como se estivesse analisando cada palavra que ela dizia, sem pressa. Ele não parecia perceber, mas havia algo no olhar dele que a fazia se sentir exposta. Como se ele estivesse enxergando muito além da superfície.
— Eu entendo. Às vezes, é necessário fugir para encontrar a si mesmo. — Renji disse, com um tom que, de algum modo, parecia mais íntimo do que deveriam ser duas pessoas que acabaram de se conhecer.
Ayumi ficou em silêncio, tocada pela profundidade de suas palavras. Ela não sabia por que, mas o que ele disse parecia ressoar dentro de si de uma maneira que ela não podia ignorar. E, de repente, ela se viu querendo mais. Mais da conversa, mais da presença dele.
Mas então, a realidade os separou. O telefone de Renji tocou, cortando o momento como um fio afiado. Ele olhou para a tela com uma expressão de leve frustração, como se o chamado fosse algo que não pudesse ignorar.
— Desculpe-me, Ayumi, mas preciso atender isso. — Ele disse, levantando-se.
Ayumi assentiu, tentando disfarçar o desapontamento. Ela sabia que aqueles momentos eram preciosos, mas também efêmeros. Nada poderia durar para sempre.
Enquanto Renji se afastava para atender a ligação, Ayumi ficou ali, sentada, o olhar perdido no vazio da sala. Sentia algo, algo que não conseguia entender completamente, mas que estava ali, queimando em seu peito. Talvez fosse apenas curiosidade. Talvez fosse algo mais profundo.
Ela sabia que esse encontro, tão inesperado e desconcertante, era apenas o começo. Algo grande estava se desenrolando, e ela não poderia prever até onde isso a levaria.
O relógio na parede do café parecia correr mais devagar do que o habitual, e Ayumi sentia que o mundo estava, de alguma forma, se desdobrando ao seu redor de maneira estranha. Enquanto Renji falava ao telefone, a pressão de seu olhar penetrante ainda parecia acompanhar cada movimento seu. Ela não sabia o que sentia — se alívio por ter escapado de um momento tão íntimo ou se um desejo confuso de saber mais sobre aquele homem, mais do que qualquer pessoa teria o direito de querer.
Renji voltou à mesa com uma expressão séria, seu rosto agora marcado pela frieza que ele aparentemente escondia sob a superfície. Ele estava diferente, mais distante, como se a conversa ao telefone tivesse alterado algo dentro dele. Isso a incomodou de maneira inesperada, mas ela não sabia por quê. Talvez fosse a facilidade com que ele havia se afastado, ou a sensação de que ele agora estava mais fechado, mais inacessível.
— Desculpe pela interrupção — Renji disse, voltando a se sentar, sua voz carregada de um tom sério, quase formal. — Precisava resolver um problema de negócios. Não pensei que fosse demorar tanto.
Ayumi apenas assentiu, tentando manter a compostura, mas sentindo o desconforto crescer dentro dela. Ela queria que a conversa voltasse ao mesmo tom leve de antes, mas agora tudo parecia tenso demais. O ar entre eles estava denso, como se houvesse algo no espaço que os separava, algo que ela não conseguia identificar.
— Tudo bem, não foi nada — ela respondeu, forçando um sorriso que não alcançou completamente seus olhos. — Eu estava apenas… distraída.
Renji observou-a por um instante, como se estivesse tentando ler além de suas palavras. Ele parecia mais cauteloso agora, mais calculista, como se estivesse pesando cada um dos seus gestos e palavras. Mas o que mais a inquietava era a maneira como ele a estudava, como se estivesse tentando entender algo que não estava visível.
Havia uma tensão crescente no ambiente, como se algo estivesse prestes a acontecer, algo que ninguém poderia prever. E então, de repente, foi como se o tempo tivesse congelado. Ayumi não podia mais ignorar o fato de que aquela sensação que a envolvia era mais do que apenas curiosidade. Havia algo de perigoso, algo imprevisível, que fazia seu coração bater mais rápido, sem motivo aparente.
O silêncio entre eles foi quebrado por uma mensagem que vibrava no celular de Renji. Ele olhou rapidamente para a tela e suspirou profundamente, sua expressão ficando ainda mais fechada. Ayumi notou a mudança, mas não ousou perguntar.
— Eu realmente preciso ir — Renji disse, levantando-se de maneira brusca. — Um compromisso de última hora. Foi um prazer conhecê-la, Ayumi.
Seu tom era formal demais para o contexto de uma conversa amigável, e Ayumi sentiu a frustração crescer dentro de si. Ele estava se afastando. E não era apenas uma questão de sair do café. Era como se ele tivesse se fechado por completo, como se a parede invisível entre eles tivesse se levantado novamente.
— Tudo bem… — Ayumi murmurou, não sabendo o que mais dizer. A ideia de ver Renji se afastando sem mais explicações a deixou com uma sensação de vazio, como se algo fosse roubado dela, algo importante. Mas ela não sabia o que era.
Renji lhe lançou um olhar intenso antes de se virar para sair, como se estivesse hesitando, mas em seguida, como se algum tipo de obrigação o tivesse empurrado para a porta. Ayumi o observou ir embora, sentindo o peso de sua partida. Ela queria correr atrás dele, perguntar o que estava acontecendo, mas algo a impediu. Era como se ela soubesse que, se o fizesse, tudo o que havia de misterioso e intrigante se perderia. Talvez fosse melhor deixar as coisas como estavam.
Mas quando ela se levantou para pagar a conta, o destino a interrompeu novamente.
A porta do café se abriu com um estrondo repentino, e duas figuras entraram, uma delas sendo Renji, mas com um homem ao seu lado. O outro homem era mais alto, com uma presença imponente. Ayumi o reconheceu instantaneamente. Era **Kaito Sakamoto**, o irmão mais velho de Renji, o sucessor da poderosa família Sakamoto. Sua aparência era tão fria quanto a do irmão, mas havia algo de ainda mais intransigente em seus olhos. Kaito lançou um olhar rápido em direção a Ayumi, como se a conhecesse, e ela sentiu um calafrio subir por sua espinha. Renji, por outro lado, parecia desconcertado ao vê-la.
— Ayumi — Kaito disse em um tom que não deixava espaço para dúvidas. — Conheço você de algum lugar.
A tensão no ar aumentou instantaneamente. Renji olhou para Kaito, e algo passou entre os dois. Ayumi não sabia o que era, mas a mudança na postura de Renji era clara. Ele estava desconfortável, e Kaito parecia aproveitar aquele momento de vulnerabilidade.
— Ah… não, eu não acho que a conheço, senhor — Ayumi respondeu, com um sorriso tímido, tentando não mostrar o nervosismo que estava sentindo.
Renji olhou para ela, e seus olhos brilharam com algo entre arrependimento e culpa. Mas ele não disse nada. Ele apenas se afastou lentamente, acompanhando Kaito, que, por sua vez, parecia mais interessado em seguir com os negócios do que em realmente se importar com a presença de Ayumi.
O café ficou em silêncio por um momento, e Ayumi permaneceu ali, sentada, tentando processar o que acabara de acontecer. Algo estava acontecendo ali, algo que ela não compreendia completamente. O que era aquela conexão com Renji? Por que ele parecia tão distante e, ao mesmo tempo, tão próximo?
Enquanto ela pagava a conta, ainda sentia o peso da presença de Kaito e Renji em seu coração. Renji, o homem enigmático que havia cruzado seu caminho por pura casualidade, estava agora mais distante do que nunca. E Kaito, com seus olhos calculistas, parecia saber algo que ela não sabia.
Ela precisava descobrir mais. Mais sobre ele, mais sobre o que estava acontecendo entre eles, mais sobre os laços e mentiras que estavam se formando, sem que ela tivesse qualquer controle sobre isso.
O que Ayumi não sabia era que aquele encontro era apenas o começo. A vida dela, até então simples e tranquila, estava prestes a ser envolvida em uma teia de segredos, traições e desejos proibidos. E Renji Sakamoto, com seu olhar penetrante e misterioso, estava no centro de tudo isso.
O vento frio da manhã de inverno cortava as ruas movimentadas de Tóquio. Ayumi caminhava apressada pelas calçadas, com o olhar perdido entre a multidão apressada que a rodeava. Os últimos dias haviam sido uma montanha-russa de emoções, e ela se via imersa em uma confusão que não conseguia entender. O breve encontro com Renji, seguido pela presença enigmática de Kaito, deixou uma marca indelével em sua mente. Mas, ao mesmo tempo, algo mais estava acontecendo — algo que não era apenas sobre eles, mas sobre sua própria vida e os segredos que ela havia escondido por tanto tempo.
Os pensamentos de Ayumi foram interrompidos por uma mensagem no celular. Ela olhou para a tela e o nome que apareceu fez seu coração bater mais rápido: Renji Sakamoto.
“Você está em Tóquio? Gostaria de conversar?”
O convite a pegou de surpresa. Mesmo que quisesse entender mais sobre Renji, a tensão entre eles não parecia ser algo fácil de resolver. Ela havia tentado seguir em frente, ignorando os sentimentos que surgiram de forma tão repentina, mas agora ele queria encontrá-la. O impulso de aceitar o convite foi quase imediato. Mas, ao mesmo tempo, uma sensação de receio a envolvia, como se algo de ruim estivesse prestes a acontecer.
“Onde e quando?” Ela respondeu rapidamente, tentando manter a calma.
A resposta de Renji foi instantânea. “No mesmo café. Às 15h.”
Sem tempo a perder, Ayumi seguiu sua rotina pela cidade, embora sua mente estivesse longe. Ela não conseguia afastar a ideia de que algo grande estava prestes a acontecer. Renji, com sua presença marcante, sua beleza quase inatingível e o mistério que o cercava, mexia com algo dentro dela — algo que ela nunca havia experimentado antes.
Mas o que a inquietava não era só Renji. Era a sensação de que havia mais em jogo do que simplesmente uma história de amor. Algo estava se formando nas sombras, algo que ela não compreendia completamente.
Quando Ayumi chegou ao café, seus passos hesitaram ao entrar. O ambiente familiar, com suas mesas simples e o aroma quente de café, parecia agora distante, como se a própria atmosfera estivesse mudada. Ela procurou por Renji entre as mesas, mas o encontrou apenas quando ele se levantou de um canto mais reservado, com aquele sorriso calmo, mas distante, que ela ainda não conseguia decifrar. Havia algo em seus olhos, algo que a fazia sentir que ele estava escondendo mais do que estava disposto a revelar.
— Ayumi — Renji disse, sua voz suave, mas com um tom que denotava urgência. — Fico feliz que tenha vindo.
Ayumi sorriu, tentando disfarçar o turbilhão interno, e se sentou à mesa, mantendo uma certa distância física, mesmo que seus olhares se encontrassem de vez em quando.
— O que aconteceu no café na última vez? — Ela perguntou diretamente, sem rodeios. — Algo mudou desde então. Você parece… diferente.
Renji deu um suspiro profundo, como se estivesse ponderando suas palavras. Ele passou as mãos pelos cabelos, como se estivesse tentando organizar seus próprios pensamentos, e então, finalmente, respondeu:
— Aconteceram coisas. Coisas que eu não posso explicar facilmente. — Ele parecia incerto, mas ao mesmo tempo, havia uma força no seu olhar. — Eu sou… complicado, Ayumi. Meu mundo, meu nome, minha família… eles são um peso muito grande para carregar. E, de alguma forma, você se tornou parte disso. Mas não de uma maneira que eu planejei.
Ayumi não sabia o que responder. Suas palavras soavam como uma confissão, mas também uma desculpa. Era como se Renji estivesse tentando se afastar dela, ao mesmo tempo em que a mantinha próxima, sem saber o que fazer com seus próprios sentimentos.
— Eu não sou parte de nada, Renji. Eu sou apenas… uma pessoa normal. Eu não entendo o que você está dizendo. Você está falando de um mundo que eu não conheço.
Ele parecia tentar encontrar a maneira certa de explicar, mas a dificuldade em suas palavras era palpável. Renji olhou para a janela, como se buscasse algo lá fora, algo que o fizesse tomar coragem para continuar.
— O meu mundo é feito de expectativas, Ayumi. A minha família tem uma tradição que não posso simplesmente ignorar. O que você não sabe é que minha vida está sendo controlada por laços muito mais fortes do que qualquer sentimento que eu tenha por você.
Ayumi sentiu uma pontada no peito. Havia algo sombrio no que ele estava dizendo, algo que ela ainda não conseguia compreender completamente.
— Você está dizendo que tudo o que você sente por mim não vale nada? — Ela perguntou, tentando manter a calma, embora a dor estivesse transbordando em sua voz.
Renji a encarou com uma expressão que parecia misturar arrependimento e conflito.
— Não é isso, Ayumi. Não é sobre o que eu sinto. É sobre o que a minha família espera de mim. O que eu sou para eles. Eu sou o herdeiro da família Sakamoto, e, em um mundo como o nosso, os sentimentos pessoais não podem ser prioridade. Eu não posso simplesmente seguir meu coração e deixar tudo para trás. Não posso…
Ele parou, como se as palavras ficassem presas em sua garganta. Havia algo pesado entre eles, uma barreira invisível que parecia aumentar a cada segundo. Ayumi sentiu uma raiva crescente, mas também uma compaixão que não sabia de onde vinha.
— Então, você vai me deixar para trás por causa disso? — Ela perguntou, sentindo que estava na beira de algo muito maior. — Porque sua família não permite que você seja feliz?
Renji olhou para ela, os olhos escurecendo com um misto de dor e determinação.
— Eu não posso negar o que sou, Ayumi. Eu tenho uma responsabilidade. Mas isso não significa que eu não queira ficar ao seu lado. — Ele falou baixinho, quase como se estivesse se desculpando. — Mas tem mais. Tem coisas que você ainda não sabe. E quando souber, talvez me odeie por te envolver nisso tudo.
As palavras caíram como uma bomba no coração de Ayumi. Ela queria mais. Queria entender o que estava acontecendo, o que ele estava escondendo, mas algo na maneira como ele falava a impedia de questionar mais. Havia uma tensão tão grande entre eles que ela se sentiu sufocada pela atmosfera carregada de segredos.
— Então, o que você quer de mim, Renji? — Ela sussurrou, quase sem força.
Ele hesitou por um momento, seus olhos se fixando nos dela com uma intensidade que a fez sentir como se estivesse sendo observada profundamente.
— Eu quero que você confie em mim. — Ele respondeu, a voz rouca e cheia de emoção não expressa. — Quero que você me dê uma chance, mesmo que tudo isso pareça impossível. Porque, no final, se você não me der uma chance, eu não sei o que vai ser de mim.
Ayumi ficou em silêncio, sentindo o peso daquelas palavras. O mundo ao redor parecia desaparecer, e ela se viu confrontada com algo muito maior do que ela podia imaginar. Algo que a forçaria a fazer escolhas difíceis, escolhas que poderiam mudar a vida dela para sempre.
Mas uma coisa era certa: Renji estava agora no centro da sua vida, e, de alguma forma, ela não conseguiria mais ignorá-lo.
As tensões aumentam. O confronto entre Ayumi e Renji revela que há mais segredos em jogo do que ela imaginava, e o dilema de Renji, entre os laços familiares e seu coração, começa a se intensificar.
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