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De Joelhos, Baby

CAPÍTULO 1

AVISO AO LEITOR

Esta história contém:

✧ Cenas intensas de violência gráfica

✧ Conteúdo sexual explícito (hot pesado)

✧ Linguagem adulta e imprópria

✧ Temas sensíveis e psicológicos

Se busca um romance dark, cru e sem censura, você acabou de encontrar.

⚠️ Leia por sua própria conta e risco.

Boa leitura... se você estiver preparado.

Elas sempre quebram as regras.

    Mais cedo ou mais tarde, todas querem mais do que estou disposto a oferecer. Querem amor, romantismo, promessas, um futuro.

Ridículo.

A mulher ajoelhada à minha frente estava nua, submissa, linda, e, ainda assim, não soube calar a boca.

— Eu estava pensando, Dante... — começou, com aquele olhar de esperança. — Talvez, um dia, eu pudesse ser mais do que sua submissa. Sua mulher, quem sabe... poderíamos ter filhos...

Filhos.

A palavra caiu como veneno nos meus ouvidos.

    Por um instante, fiquei em silêncio. Não por surpresa, mas por desprezo. Ela ousou corromper o que temos com sentimentalismo barato. Com fantasias de aliança e berço.

     Levantei-me devagar. A camisa de algodão egípcio ainda aberta até o peito, os suspensórios caídos nas laterais da calça social. Caminhei em direção à parede de vidro que dava vista para Manhattan. Tudo o que eu construí. Tudo o que controlo.

Atrás de mim, ela ainda estava ajoelhada.

— Vista-se — ordenei.

— Dante... por favor, eu só...

— Vista-se — repeti, virando-me. Minha voz não falhou, nem precisou se elevar. Uma ordem dita uma vez é o suficiente. A segunda é misericórdia. A terceira, fraqueza, e eu não sou fraco.

Ela se levantou às pressas, recolhendo as roupas espalhadas, lutando para conter as lágrimas.

— Você assinou um contrato, Melanie. Um acordo claro. Você se comprometeu a me pertencer por seis semanas, com exclusividade, com obediência. Sem apego emocional. Sem exigências. Sem infantilidade. Que parte disso escapou da sua compreensão?

Ela tentou falar, mas eu ergui a mão.

— Você está dispensada. Com efeito imediato.

— Dante, por favor, não precisa ser assim. Eu só queria...

— Não me importa o que você quer.

Apertei um botão no painel da parede. A porta automática se abriu com um clique sutil.

— Saia.

Ela me lançou um último olhar, ferido, esperançoso, humilhado, e então foi embora.

Permaneci ali, sozinho, com o silêncio que tanto amo.

Controle é tudo. Domínio. Ordem. As emoções são inimigas do poder. E eu não permito inimigos por perto.

O andar 78 da Miller & Co. não é um escritório. É um reino.

Meu reino.

     Vidros escurecidos, móveis de linhas retas, mármore negro e aço inox polido. Tudo é simétrico, calculado, afiado. Assim como eu.

     Sentei-me na cadeira executiva com o tablet na mão e a cidade aos meus pés. Não havia sensação melhor do que comandar tudo de cima, onde ninguém alcança, onde ninguém ousa me confrontar.

Toquei um botão.

— Sienna. Melanie quebrou contrato. Lista negra. Quero que atualize os termos imediatamente.

— Sim, senhor — respondeu a voz precisa da minha assistente. — Algo mais?

— Sim. O programa de estágio da empresa. Começa semana que vem, certo?

— Correto. O RH finalizou a triagem. Temos cerca de 180 candidatos.

— Reduzam para 10. Somente os mais brilhantes. Sem exceções. E se encontrar alguém com ativismo estudantil ou algum histórico de militância política, delete.

— Entendido.

Fechei o tablet. Enfiei os dedos entre os cabelos. O barulho da cidade abaixo era abafado pelo vidro. Aqui, acima de tudo, existia paz. Porque aqui, eu ditava as regras.

Dez horas. O sistema de segurança me avisou da entrada de Kendrick.

Um dos maiores nomes do setor de investimento jurídico. Velho conhecido, mente afiada, sócio em algumas aquisições que me renderam bilhões.

Ele entrou sem pedir permissão. Gosto disso nele.

— Dante, seu desgraçado. Ainda no comando do mundo? — disse, abrindo os braços.

— Por enquanto — respondi, levantando-me para cumprimentá-lo. — Glenfiddich 30 anos? Está na sua frente.

Servi dois copos. Kendrick se jogou no sofá de couro preto como se estivesse em casa.

— A mídia está dizendo que você recusou uma fusão de três bilhões. Isso é verdade?

— Três bilhões por 51% do meu império. Estavam comprando meu trono. Eu não vendo o que sou.

Ele riu. Um riso seco, respeitoso.

— Por isso invisto em você, Miller. Você é um filho da puta esperto.

     Conversamos negócios por mais de uma hora. Contratos, estratégias de expansão para Dubai, uma possível nova sede em Milão. Tudo caminhando como deve.

Naquela noite, no meu apartamento...

    A cidade cintilava além dos vidros, pulsando como um organismo vivo sob meus pés. Do alto do 95º andar, Manhattan parecia uma maquete. Tudo pequeno.

Segurava um copo de uísque, o gelo estalando enquanto o líquido âmbar girava lentamente. Observava as luzes e pensava: quem seria a próxima?

Eu queria algo diferente daquela vez. Já tivera todas as versões previsíveis, submissas ansiosas, obedientes demais, frágeis demais. Cansava fácil.

Queria uma mulher que não soubesse, ainda, que nasceu para se render.

    Mas eu saberia quando a visse. Estaria nos olhos. Na forma como se portaria mesmo tentando parecer forte. Uma centelha que gritaria por domínio, mesmo em silêncio.

Ela não viria pronta.

Mas eu a moldaria.

E quando ela quebrasse, porque todas quebram, ainda assim suplicaria para continuar sendo minha.

Por enquanto, só restava esperar.

Mas eu sabia… ela viria.

CAPÍTULO 2

      Naquele dia, dirigia minha Ferrari como quem comanda um império sobre rodas. A cidade se abria diante de mim, como sempre faz. Dócil. Submissa. E eu gostava disso.

Sabia que teria um dia cheio: reuniões com tubarões de Wall Street, contratos para revisar, decisões para tomar… e o mais irritante de todos: o circo anual do programa de estágio.

Todo ano, centenas de estudantes de Direito se inscreviam com os olhos brilhando, como se trabalhar na Miller & Co. fosse um bilhete dourado. Para alguns, era. Para outros, era só um lembrete de que nem todos são feitos para sobreviver num reino onde só o mais forte respira.

Estacionei. Entrei.

E como sempre, o efeito foi imediato.

    Funcionários se endireitaram. Celulares sumiram das mãos. Olhares se desviaram. Era sempre assim. Eles acham que se evitarem o contato visual, evitam o inferno. Mal sabem… o inferno observa mesmo quando ninguém o vê.

Atravessava o saguão quando a voz de Sienna ecoou com a pontualidade de um relógio suíço.

— Bom dia, Senhor Miller. Os candidatos para o estágio já estão chegando. O RH preparou a sala de avaliação conforme suas exigências. Os dossiês individuais estão prontos, organizados por mérito e perfil psicológico, como solicitado.

— Ótimo. — respondi, sem reduzir o passo. — Agora me traga meu café. Quente, sem açúcar, sem espuma… no ponto exato. Não quero ter que repetir.

— Entendido, senhor.

Ela permaneceu imóvel, profissional. Sienna sabia que não havia margem para erro comigo. Apenas resultados.

   Dirigi-me ao elevador privado. O som dos meus sapatos ecoando no mármore preto como se anunciassem a chegada de um rei, ou de um carrasco.

Entrei. Apertei o botão para o último andar. O santuário.

As portas quase se fecharam, mas, então, uma mão surgiu entre as frestas, interrompendo o curso suave do aço.

Eu me virei, pronto para lançar um olhar que congelaria qualquer alma.

Mas o que vi foi...

Uma garota.

    Cabelos castanhos. Roupas simples. Um jeans escuro, uma blusa branca sem nada demais. A postura? Apressada. Levemente ofegante. O detalhe curioso? Ela não parecia minimamente assustada.

Não desviou o olhar. Não abaixou a cabeça.

Talvez nem fizesse ideia de quem eu era.

— Ufa… consegui. — murmurou, entrando no elevador. Falava ao telefone, a voz baixa, mas audível. — Ethan, pelo amor de Deus, quase perdi a maldita entrevista. Eu? Sim, eu tô tremendo. Esse processo seletivo está me deixando fora de mim…

Sorri de canto. Internamente.

— Dizem que o dono dessa empresa é o próprio diabo. Frio, arrogante, uma lenda urbana em forma de terno caro. Tem até boatos de que ele nunca sorri. Nunca. — ela riu com um toque nervoso, afastando uma mecha do rosto. — Sim… me deseje sorte, Ethan. Porque se esse homem for metade do que falam… eu tô ferrada. Depois te conto. Tchau.

Desligou.

Meu olhar estava sobre ela o tempo todo. Mas ela só percebeu minha presença quando guardou o celular.

Virou-se devagar. E finalmente me notou.

— Ah… oi. — disse, educada, com um leve sorriso. Mas não havia reverência em sua expressão. Apenas gentileza distraída. Como se eu fosse qualquer um.

Virou-se de novo. Encostou-se na lateral do elevador como se o momento tivesse passado.

Insolente.

Eu poderia mandá-la de volta para casa naquele exato instante. Bastava uma palavra. Mas não.

Preferi fazer melhor.

Cruzei os braços. Permaneci em silêncio.

Observei.

    A curiosidade era uma serpente que rastejava dentro de mim. Havia algo nela. Algo... diferente. Não era beleza estonteante. Era o contraste. O brilho nos olhos. A ausência de medo. Como se o lobo tivesse sido confundido com um cordeiro, e ela sequer percebeu os dentes à mostra.

O elevador parou com um sutil ding.

As portas se abriram.

Ela saiu apressada, sem olhar para trás.

E eu segui rumo ao meu trono.

    Aquele dia foi uma verdadeira corrida contra o tempo. Trânsito, nervosismo, café frio derramado na blusa, e ainda assim… ali estava eu. No prédio imponente da Miller & Co., tentando manter a compostura como uma boa estudante de Direito.

Aquela oportunidade era única. Rara. Tão rara quanto respirar dentro de um tribunal sem ser esmagada. Estagiar ali era praticamente um passaporte direto para o futuro. Mas só para poucos. Para os que tinham algo a mais.

E eu... ainda me perguntava se realmente era uma dessas pessoas.

Fui levada com os outros candidatos para uma sala grande, toda em tons de cinza e preto, móveis minimalistas e um grande painel de vidro espelhado no fundo. Vidro escuro. Reflexo nenhum. Como se alguém pudesse estar observando, mesmo sem ser visto.

A ansiedade corroía meu estômago. Um por um, fomos nos apresentando. Currículos, conquistas, aquele teatrinho de mostrar que somos brilhantes, confiantes, preparados… mesmo quando tudo em mim gritava o oposto.

Então chegou a minha vez.

Respirei fundo.

Levantei-me e comecei a falar.

Minutos depois

    Não sabia se tinha impressionado ou se todos estavam apenas tentando manter a cara de paisagem. Mas ao final da rodada, alguns candidatos foram dispensados.

Eu fiquei.

Junto com mais três.

Estávamos sentados em silêncio. Eu suava frio. O relógio parecia zombar de cada segundo. O ambiente, embora luxuoso, tinha algo... opressor.

Então a porta se abriu.

Uma mulher elegante entrou.

— Olívia Hale? — sua voz era firme, mas polida. Uma pergunta que soou quase como uma sentença.

— S-sou eu, sim. — minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria. Engoli em seco. Endireitei os ombros, tentando parecer segura.

Ela me analisou rapidamente, como se decidisse algo ali, em milésimos.

— O nosso CEO solicitou uma entrevista pessoal com você.

O quê?!

Meu coração falhou uma batida. Ou duas.

— C-com… com ele? — repeti, quase tropeçando na própria língua. — O senhor Miller?

— Sim. Agora. Me acompanhe, por favor. — Ela se virou, sem nem olhar para trás.

Levantei num pulo, o coração martelando no peito. Tentei me lembrar de como andar com elegância sem parecer uma pata nervosa. Meus passos ecoavam pelo corredor, cada um deles me levando mais fundo na toca do lobo.

E então, a porta se abriu.

    O escritório era um espetáculo à parte. Gigantesco. Frio. Intimidante. E uma cadeira de couro virada de costas para mim.

Tudo naquele lugar gritava poder.

Engoli seco. Eu queria correr.

— Sente-se. — a voz grave ecoou como um trovão abafado, mesmo antes da cadeira girar.

Obedeci. Rígida. O couro da poltrona sob mim parecia zombar da minha tensão.

E então a cadeira girou.

E eu congelei.

Não.

Não, não, não.

Era ele.

O cara do elevador.

Eu estava completamente ferrada.

CAPÍTULO 3

Olívia Hale… Então esse é o seu nome? — a voz dele cortou o silêncio como uma lâmina afiada, carregada de sarcasmo e ameaça velada. Seus olhos cravaram nos meus como se desnudassem cada camada da minha alma. — Interessante… — completou, inclinando-se para frente, os cotovelos apoiados na mesa, os dedos entrelaçados. — A garota que me chamou de diabo sem saber que estava dançando com ele... bem de perto.

Senti meu rosto queimar. O sangue fugiu dos meus pés.

— S-senhor Miller… eu… eu realmente sinto muito… — comecei, engolindo o nó que se formava na garganta. — Eu não fazia ideia de quem o senhor era, juro… Meu Deus, que vergonha… Isso é tão constrangedor, eu…

— Do que foi mesmo que me chamou? — ele interrompeu, com um meio sorriso que mais parecia um aviso. — Frio… arrogante… — sua voz tinha um tom quase divertido, mas os olhos, esses não riam. — Uma lenda urbana em forma de terno caro… Foi isso? Ou ainda teve mais alguma coisa que eu esqueci? — seus dedos tamborilaram lentamente sobre a mesa. — Ah, claro… o homem que nunca sorri. Nunca. Muito poético da sua parte, Hale.

— Eu… eu fui impulsiva, estava nervosa… — disse, as palavras tropeçando na boca. — Não queria ofender, não sabia que… que era o senhor… foi um comentário tolo. Me desculpe. De verdade.

Ele me analisou com um olhar clínico, cortante. Seu silêncio era mais ameaçador do que qualquer grito.

— Me diga uma coisa, senhorita Hale… — disse por fim, a voz baixa, mas cada sílaba saía com precisão cirúrgica. — O quanto você precisa desse estágio? — seus olhos me despiram com intensidade.

— Muito… — respondi, num sussurro que me irritou. Respirei fundo, me endireitando. — Muito mesmo, senhor. Esse estágio pode definir meu futuro… sem ele, eu corro o risco de ser prejudicada na faculdade. O senhor entende como o mercado é cruel…

Ele assentiu lentamente, como quem brinca com uma presa.

— Sim… De fato. Seria uma pena ver sua carreira afundar antes mesmo de emergir. Um simples telefonema e você pode se tornar um nome que ninguém ousa contratar. — Ele encostou-se na cadeira como se avaliasse o quão fundo poderia me empurrar.

Senti o estômago revirar.

— Mas veja bem… — ele continuou, com a calma de um predador saciado — Eu posso esquecer essa insolência. Posso até te perdoar, Senhorita Olívia. Se... — fez uma pausa, apenas para deixar a tensão fermentar no ar — você me der algo em troca.

Meus olhos se estreitaram.

— O quê… o que o senhor quer em troca? — perguntei, mesmo temendo a resposta.

Ele não hesitou e isso só me deixou ainda mais nervosa.

— Você! — a voz era firme, cortante, sem espaço para mal-entendidos. — Completamente...

Meu corpo gelou.

Não. Aquilo não estava acontecendo. Inspirei fundo, meus olhos se fechando para não explodir ali.

— Senhor Miller… — comecei, contendo a raiva. — Acho que o senhor está me confundindo com alguma outra mulher disposta a se vender por um estágio. Eu não sou essa mulher. Que tipo de proposta é essa?!

Levantei-me bruscamente.

— Escute com atenção… — minha voz saiu firme, finalmente. — Eu, Olívia Hale, jamais me colocaria em tal situação. O senhor deveria se envergonhar por usar seu poder para esse tipo de sujeira. O senhor é um homem arrogante, egocêntrico e… repulsivo.

Meus olhos cravados nos dele, minha voz carregada de nojo.

— Nem que eu me odiasse tanto a ponto de querer me destruir, eu aceitaria isso.

Ele sorriu. Um sorriso sombrio. Um sorriso que gelava a espinha.

— Está disposta a arcar com as consequências, Senhorita? — ele perguntou com a voz arrastada, grave, quase um sussurro que me percorreu a pele como um choque.

Arregalei os olhos.

Mas não hesitei.

— Estou. — rosnei, entre os dentes. — Passar bem, senhor Miller.

Girei nos calcanhares, deixando a raiva me guiar porta afora. Eu estava em chamas. Mas ao menos, ainda era dona de mim mesma.

Mal sabia eu… que a verdadeira guerra só estava começando.

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