Mulher Misteriosa
Passaram alguns meses desde a fuga do Sr. Carter, ninguém sabia seu paradeiro e a Duquesa ainda desconhecia o fato de que o caçador se encontrava foragido.
No vilarejo próximo onde o irmão mais jovem de Albert, Richard Drummond morava, uma nova habitante aguçou a curiosidade de todos que ali viviam.
A moça ruiva e misteriosa não passou despercebida ao jovem vampiro. Sem coragem para abordá-la e falar com ela, Rick começou a segui-la e observá-la, usando as árvores como disfarce. A intrigante mulher, estabeleceu residência em uma casa no bosque que se encontrava desabitada e longe das demais residências da aldeia.
Enquanto a observava cuidando de sua pequena horta ao entardecer, Rick foi surpreendido por uma jovem menina que fugia de um lobo faminto. A garota esbarra nele com violência e desesperada pede ajuda.
— Senhor, me ajude... uma fera está atrás de mim...
Enquanto conversavam, um lobo surgiu correndo de trás dos arbustos, em segundos foi interceptado por Richard que o segurou firme no pescoço.
Sem maiores explicações ele arrastou o lobo perseguidor para longe da menina que pode ouvir o grito de agonia do animal. Momentos depois o caçula Drummond retorna limpando a boca na manga da camisa:
— Não se preocupe... esse lobo não poderá mais fazer mal a ninguém...
A menina fixou os olhos na mancha de sangue no punho da camisa e não conseguiu prestar atenção nas palavras de seu salvador.
— Ei... estou falando com você! Você está bem? Qual é o seu nome? Eu me chamo Richard Drummond...
É muito tarde para uma garota estar sozinha... na rua...
— Eu já estou indo para casa... — Respondeu aflita.
Richard envergonhado e receoso que aquela menina descobrisse que ele estava ali vigiando a cabana da moça misteriosa, ou que ele havia se alimentado do lobo, tratou de dizer que ia embora também.
— Também já vou.… Boa noite.
— Anna... — Disse ela finalmente revelando o seu nome.
Após ele se afastar, a jovem foi para trás dos arbustos e pode ver com seus próprios olhos que fim levou o lobo... estava morto, sem nenhuma gota de sangue e com dois aterradores furos no pescoço.
Anna não pode crer... seriam verdadeiras as lendas que os anciãos contavam? Existiam seres sombrios que se alimentam de sangue? Resolveu não dar importância a superstições e saiu dali rapidamente.
Richard retornou ao castelo, em sua distante infância, seu lar estava sempre repleto de familiares... os irmãos, seu pai, sua mãe... o castelo outrora cheio, agora encontrava-se vazio, tendo Richard como único habitante.
Com o falecimento do pai, Robert Drummond, que foi ceifado por caçadores em uma viagem de negócios em terras longínquas da Irlanda, a família tomou outros rumos... Jennifer casou apressadamente e foi morar com seu marido, logo ficou gravida de seu sobrinho Nicholas.
Leonard decidiu morar sozinho, era muito apegado ao pai e não suportou continuar vivendo ali com sua ausência, seguiu cuidando dos negócios do Clã, porém era doloroso de mais estar cercado por tantos séculos de lembranças. Com pesar, concluiu que afastar-se daquele castelo reduziria seu sofrimento.
Albert alguns anos depois, foi envolvido na trama traiçoeira de Tessália e logo também precisou partir.
Richard cresceu na companhia da mãe, Lady Viviam, e isso fez a ligação deles tornar-se muito forte. Por sua vez Rick tornou-se extremamente dependente dela e de seus cuidados, prejudicando muito seu amadurecimento.
Há algum tempo, Viviam foi pedida em casamento por um distinto e nobre vampiro Romeno, Príncipe da região da Valáquia. Richard compreendeu que sua jovem mãe, sozinha a quase um século, deveria seguir a diante... e deu sua benção para que ela casasse novamente. Rick se viu completamente só e obrigado a viver por sua conta, mesmo estando despreparado para isso.
Na solidão do castelo o caçula pensava na moça misteriosa e na jovem humana que ele havia ajudado...
— Com certeza Albert saberia exatamente o que fazer...
Dos irmãos, Albert foi o que conviveu com Richard por mais tempo. O caçula o idolatrava e acabou associando-o com a figura paterna, com alguém que sempre sabia o que fazer por pior que a situação se apresentasse... em sua concepção Albert possuía a resposta para todos os enigmas do Universo.
No dia seguinte, pela manhã, Richard saiu novamente para tentar rever sua paixão platônica... casualmente encontrou Anna lavando o rosto no chafariz da praça do vilarejo.
— Anna... o que está fazendo? Se banhando na praça?
A garota foi pega de surpresa, não teve tempo para inventar uma desculpa.... Apesar de estar um pouco receosa, acabou revelando que era órfã e que não tinha onde morar.
— Infelizmente, ontem quando nos conhecemos, eu não lhe falei a verdade ao meu respeito... sou órfã desde os 8 anos e não tenho onde morar...
— Agora tem! Pois vai morar comigo no castelo! — Convidou Richard de forma impulsiva.
— Não posso aceitar, acabei de conhecê-lo...
— Tenho certeza que morar comigo é melhor que morar na rua... mas não vou apressá-la, tenho muitas coisas para fazer. Os portões do castelo estarão abertos. Tenha um bom dia!
Richard retornou ao bosque, tentado avistar novamente sua dama misteriosa, ele a encontrou colhendo ervas, pensou:
— É agora ou nunca! Bom dia! — Cumprimentou a moça de forma entusiasmada com um cordial sorriso.
— O que quer vampiro? — Respondeu com estupidez.
— Céus.... Como ela sabe? — Disse para si mesmo.
— Diga logo!
— Eu... eu não pude deixar de notá-la, e queria convidá-la para um passeio.
Ela o olhou com indiferença, e respondeu com poucas palavras, enquanto recolhia suas coisas para ir embora.
— Não, obrigada.
— Espere, não vá ainda...
— Por que criaturas das sombras como você insistem em me procurar? Desapareça! — Disse gritando, saindo rapidamente dali.
— Mas que despropósito, não foi assim que planejei.... Se fosse com Albert ela diria:
“Oh sim, Senhor vampiro... me possua agora mesmo aqui na relva...”
Maldição! Está decidido... preciso do meu irmão aqui! Irei agora mesmo escrever a Albert, solicitando que ele venha! Se tem alguém que pode resolver isso... é ele! — Pensou enquanto retornava ao castelo.
Irmãos
Richard apressou-se em escrever a carta e enviá-la através de um mensageiro, que partiu sem demora.
No final do dia o Duque recebe a mensagem do irmão caçula e sente uma mistura de gratidão e alivio, por interferência divina, aquele convite veio de encontro aos seus propósitos.
— Manterei minha família em segurança e Clinton Carter não nos encontrará. Leonard, fique aqui e cuide das coisas... mas, ao menor sinal de perigo não hesite em partir. Estarei com Rick auxiliando-o numa empreitada amorosa, será um bom disfarce.
Albert então foi comunicar sua bela que fariam uma viagem.
— Minha adorada Senhora, faça as malas, pois iremos passar um tempo com Richard!
— Mas meu Duque... logo entrarei em trabalho de parto. Seria prudente fazer uma viagem agora, com a chegada dos bebês tão próxima?
— Ainda falta um tempo para nossos bebês nascerem... será muito bom trocar de ares, confie em mim. — Disse de forma convincente, envolvendo-a em um abraço sedutor.
— Talvez eu deva ir ao vilarejo, me despedir de minha tia...
— Por que? Sua tia não se deu o trabalho de comparecer ao nosso casamento! Eu não pretendia te contar agora, minha bela, mas ela fechou a estalagem e partiu, ninguém sabe para onde.
Wynnie então com auxílio de sua fiel governanta e uma das arrumadeiras começa a escolher quais roupas levará na viagem.
Ao levantar sua caixa de joias para escolher algumas peças, encontra uma carta escondida sob ela. Intrigada, abre o envelope e lê a mensagem. Tratava-se da carta do Juiz, comunicando a Albert que Clinton fugiu e que seu paradeiro era desconhecido.
A Duquesa, enraivecida, sentindo-se traída e enganada, leva a carta até o marido, exibindo-a enquanto o questiona:
— Quando pretendia me contar Sr. Drummond?
— Eu devia ter jogado essa carta na lareira.... Perdoe-me Wynnie, eu só não queria preocupá-la.
— Eu tinha o direito de saber que corremos perigo.... Desde quando você sabe?
— Descobri um dia antes de Leonard chegar.... Aliás... devo confessar que a visita de meu irmão não foi social, nem casual.... Eu escrevi a ele solicitando que viesse. Precisaríamos dele caso fossemos atacados. Estou sem palavras... perdão, minha Rainha.
Wynnie amassa a carta com raiva.
— Por que não confia em mim Albert?
— Minha bela, eu imploro... só escondi isso de você pensando em seu bem-estar e em proteger nossos gêmeos... me desculpe!
— Tudo bem Albert, esse monstro só está vivo porque eu pedi para poupá-lo, se agora estamos inseguros, a mercê de um eminente ataque desse miserável, tenho minha parcela de culpa.
— É meu dever cuidar para que nada te aconteça, eu protegerei nossa família. Essa visita ao Rick veio por providencia divina e dará tempo para pensarmos em como nos livraremos de Clinton Carter. Se esse maldito não apareceu até agora, é porque certamente está tramando algo! Você terá os bebês em segurança no castelo do meu irmão, dará tudo certo.... Eu prometo.
A Duquesa voltou a organizar a bagagem, realmente não conseguia ficar zangada com o marido. Wynnie também tinha outras preocupações, há dias sentia uma sede incontrolável e perguntava-se... Seus bebês seriam vampiros? Decidiu que conversaria sobre isso com seu amado esposo durante a viagem.
Mais tarde, Olivier e os demais criados levaram os baús para a carruagem. Antes de partirem, Albert deu ao filho um anelzinho protetor para ele presentear sua pequena dama.
— Nós vamos noivar pai? Igual você e a mamãe?
— Não filho, agora que a pequena Wendy se tornou vampira, ela precisa de uma joia solar para protegê-la durante o dia.
— Ah, claro..., mas eu não posso noivar?
— Eduard! Crianças não noivam!
— Tem certeza?
— Tenho!
— Está bem pai... mas...
— Eduard Drummond! Não seja teimoso!
Eduard entrou no castelo e colocou o anel na pequena mão de Wendy, ajoelhou de forma solene, fazendo o contrário do que o pai havia pedido.
— Estamos noivos? — Perguntou a menina com alegria.
— Sim! Mas esse anel também a protegerá do sol... deverá usá-lo sempre. — Respondeu ele com ar responsável.
— Não o tirarei nunca mais... irei usá-lo para sempre!
Tão logo todos estavam prontos partiram, dando início a viagem. Wynnie achou que era o momento oportuno para iniciar a conversa, a sombra da dúvida estava punindo seu coração.
— Albert... tenho que te contar uma coisa... há algo que está
me preocupando a alguns dias... tenho sede.
— E porque não bebe água?
— Não é essa sede Albert!
— Eu entendi... só não pude perder a oportunidade de me divertir um pouco... — Disse sorrindo ironicamente.
— Claro Milorde... ao seu lado a diversão nunca acaba... — Respondeu ela com sarcasmo.
— É normal meu amor.... Chegando ao castelo de Richard, providenciarei o que precisa... — Prosseguiu, mudando o tom, com a voz melodiosa e tranquilizadora.
— Nossos filhos serão vampiros Albert?
— Acredito que serão meio vampiros, como você, pois consigo ouvir seus batimentos cardíacos. Mas é indiferente para mim... eu já os amo, não importa se serão vampiros ou não... são um pedaço de mim em você. — Disse o Duque tocando a barriga da esposa e não conseguindo conter suas lágrimas...
— Albert... estão chutando! Sua semente floresceu em mim meu Senhor... — Disse Wynnie cheia de poesia nas palavras.
Ao anoitecer chegaram ao castelo de Rick, que ansioso os aguardava no portão.
— Sejam bem-vindos! — Gritou eufórico.
Albert ajudou a esposa a descer do coche, o caçula ao vê-la disse sem cerimônia:
— Wynnie! Sua barriga está enorme!
— Richard! Que grosseria! — Gritou Albert impaciente.
— Perdão irmão... nem sempre consigo controlar o que digo.
— Sei disso... desde o instante que ensaiou suas primeiras palavras. Incontáveis foram as encrencas que sua boca enorme me causou...
— Quero que conheçam minha hospede Anna. — Disse Rick desconversando.
— Rick! Essa garota é muito jovem para você...
— Não Albert... não é por ela que estou interessado!
— Que bom.... Por um momento achei que estava afligido por alguma enfermidade mental...
— Ela não sabe que somos vampiros... seja discreto... — Disse o caçula cochichando.
— E quando pretende contar Rick?
— Quem sabe... nunca!
— E acha que ela não vai juntar as peças Rick? Wynnie não levou nem cinco minutos para descobrir... foi necessário apenas
mencionar o nome “Drácula”.
— Vou adiar o máximo possível... ela quase não aceitou o convite para morar aqui. Anna é órfã e morou por muito tempo nas ruas... precisa de uma tutora de boas maneiras.... Será que Wynnie não poderia fazer isso? — Segredou Richard.
— Certamente.... — Disse Albert com naturalidade.
— Fale-me de sua pretendente misteriosa. — Prosseguiu o Duque trocando de assunto.
— Sei muito pouco a respeito dela, nem sei como se chama...
— Preciso de mais detalhes para minha “magia” começar a trabalhar... — Respondeu soberbo, esbanjando vaidade.
— Amanhã mesmo, vou descobrir o que puder sobre ela. — Disse o irmão mais novo resoluto.
Albert levou sua amada para se instalar em um dos inúmeros quartos.
— Albert... tudo está tão empoeirado.
— Bem... meu irmão não tem criados como nós, desde que sua mãe, lady Viviam partiu, Richard dispensou os empregados que ela não levou.
— Se eu não estivesse tão gravida... eu mesma limparia...
— De forma alguma! Quando nos conhecemos lhe prometi que jamais limparia o chão novamente enquanto eu vivesse. Logo entrará em trabalho de parto e vai precisar de cuidados.
Agora deve descansar minha adorada, a viagem apesar de tranquila foi longa. Vou acomodar as crianças e procurar onde está o berço da família Drummond, uma antiga tradição familiar, todo o bebê do clã deve passar sua primeira infância no berço de ouro e carvalho branco. Eu te amo minha bela. — Disse Albert que antes de se retirar beija a barriga da esposa em adoração.
O Duque arrumou todas as coisas necessárias e quando retornou Wynnie já estava dormindo. Era nessa hora que ele se dava o direito de se preocupar. Diante da esposa Albert era uma fortaleza, mas após ela dormir, os problemas martelavam a cabeça do Sr. Drummond sem nenhuma solução plausível. Isso que Albert nem por um instante desconfiava que o desafeto agora era um lobisomem e que contava com uma Alcateia de lobos que planejava matá-los, e que após exterminar toda a sua família, saquearia todos os objetos de valor em seus castelos.
Pelo menos morando com seu irmão caçula, Albert garantiu a segurança de todos e também seu anonimato, somente Leonard e Richard sabiam de seu paradeiro.
Melody
Naquela manhã, o nobre que não havia dormido quase nada, levantou-se e foi providenciar tudo que sua Rainha precisaria. Procurou e encontrou o sofisticado berço, o acomodou no quarto e foi comunicar a Richard que precisariam de empregados bem como de uma moça para ser dama de companhia, babá, ama e parteira.
Richard perguntou se Anna conhecia uma jovem confiável para indicar. A menina após pensar um pouco respondeu:
— Conheço uma moça, ela é enfermeira e é muito cuidadosa com todos... até com os desenganados pela peste. Cuidou várias vezes de mim, enquanto eu morava na rua.
Albert então solicitou que Anna fosse procurá-la e pedir que viesse ao castelo, para ouvir a proposta de trabalho. O Duque também escreveu uma carta a Ioana, sua fiel governanta, solicitando que ela contratasse cerca de sete empregados para trabalhar no castelo de Richard.
— Albert... não preciso de nada disso...
— Precisa sim! Como vai conquistar sua dama misteriosa vivendo em meio a poeira e com os punhos das camisas manchados de sangue?
Richard se calou, pois em seu íntimo sabia que seu irmão tinha razão.
Anna foi até o vilarejo e depois de algumas horas retornou com a enfermeira, uma moça jovem que atingiu a maioridade a pouco mais de dois meses, de pele clara, sorriso encantador, cabelos longos, lisos, olhos castanhos, brilhantes como topázios.
— Boa tarde minha jovem. — Disse Albert beijando sua mão.
— Boa tarde. — Respondeu a moça tímida.
— Sou o Duque Albert Drummond e minha amada esposa está gravida de gêmeos... eles logo nascerão e precisaremos de seus serviços.... Quanto deseja receber? — Prosseguiu.
A moça surpresa com a abordagem direta não conseguiu falar uma única palavra.
— Qual seu nome? — Pergunta Albert no intuito de tranquilizá-la e estreitar laços.
— Me-Melody... Melody Kalitch.
— Bem senhorita Kalitch, escreverei um valor nesse pedaço de papel e você me dirá se está de acordo...
Albert então entregou o papel a moça que não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo... nunca havia sequer imaginado que existisse tamanha quantidade de dinheiro. Não ganharia ao menos nem um décimo daquele valor trabalhando a vida inteira em seu atual emprego. Em resposta, conseguiu dizer apenas uma única palavra:
— A-aceito.
— Ótimo! — Respondeu Albert satisfeito.
— Vou lhe apresentar minha esposa. Tem só mais uma coisa.... Somos vampiros, mas Anna não sabe.... Isso é um problema para você? — Indagou o Duque indo direto ao ponto.
— Na-não. — Gaguejou.
— Perfeito! Venha conhecer minha Wynnie!
Melody se levantou para acompanhá-lo, neste breve instante seu olhar cruzou com o olhar de Albert... o Duque aproveitou o contato visual para fazer outra coisa da qual precisava... segurou Melody no pulso e com seu penetrante olhar de safira invadiu a alma da jovem enfermeira. Em seguida com muita serenidade lhe disse:
— Fique calma... está tudo bem... eu vou precisar de um pequeno favor...
Albert levou Melody aos aposentos de Wynnie que já estava acordada.
— Minha bela, essa é Melody... será sua parteira e ajudará a cuidar dos gêmeos.
— Albert... que moça estranha...
— Ela não é estranha Wynnie... ela está hipnotizada.
— Mas porquê?
— Ela será sua “doadora” e ajudará a aplacar sua sede.
— E por isso a hipnotizou? Por que não pediu?
— Por que é melhor pedir perdão do que pedir permissão.
Bem minha bela... não se preocupe com os detalhes.... Sirva-se, ela é toda sua...
— E como faço?
— Morda aqui... no pescoço.
— Eu... eu... não consigo...
— Permita-me mostrar, minha amada Duquesa. — Disse Albert se transformando e mordendo a jovem em seguida.
Wynnie ficou abalada e ao mesmo tempo enciumada, ver Albert morder e se alimentar de outra mulher que não seja ela, sem nenhuma cerimônia e bem na sua frente... isso a deixou muito desconfortável.
O Sr. Drummond se alimentou por alguns segundos e logo cedeu a vez a amada... estava ainda um pouco alterado, pois fazia algum tempo que não consumia sangue humano. Finalmente ele disse ofegante e com a voz lasciva.
— Aqui minha Rainha... onde estão as marcas...
Melody estava ajoelhada no tapete, Wynnie fez o mesmo e a mordeu. Albert ficou assistindo e sentiu uma certa excitação com a cena, distraído sorriu maliciosamente, mordendo o lábio inferior. Quando finalmente se deu por conta, percebeu que deveria interromper Wynnie, pois logo ela alcançaria um ponto onde não mais seria possível regressar.
— Minha bela.... Já basta...
Wynnie levantou a cabeça, passou o dedo médio pela lateral da boca, por fim, lambeu os lábios sensualmente dizendo:
— Eu quero mais! Muito mais!
Albert não pode acreditar... aquele gesto... aquela voz... que por décadas atormentaram seus piores pesadelos. Jamais imaginou que a ouviria novamente... era Tessália Badream. A presença maligna da herege fez as rosas dos vasos murcharem.
Sem conseguir entender como aquilo era possível, ainda atordoado, tratou logo de agir o mais rápido que pode. Ele então empurrou a esposa, soltando a jovem de suas garras, tirando Melody dali a acomodou em um dos muitos quartos vazios. O Duque deitou a moça na cama e mordeu seu próprio pulso na intensão de dar a ela um pouco do seu sangue para curá-la.
— Durma senhorita Melody... e quando acordar não se lembrará de nada... só lembrará que aceitou o emprego e desmaiou ao ser informada do valor salarial.
Albert chaveou a porta e retornou afoito aos aposentos da amada, sem conseguir acreditar no que estava acontecendo, bem diante de seus olhos, questionou engolindo seco:
— Tessa? É você?
— Albert querido... sentiu a minha falta? — Perguntou com requinte de crueldade e ironia.
— Claro, maldita... como um leproso sente falta de um espelho! — Respondeu irônico.
— Sempre com seus comentários ácidos não é mesmo Sr. Drummond? Então meu estimado Duque... essa sonsa da sua esposa... está gravida... que oportuno... tratou logo de te amarrar no primeiro ano de casamento.
— Ao contrário de você, Wynnie não precisou me amarrar... pois eu a amo! — Respondeu tomado pela ira.
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