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A Lua Rejeitada e o Rei Vampiro

Capítulo 1

"Eu, Dante Montés, rejeito você como minha lua, minha companheira destinada pela deusa lua." A deusa lua nos uniu, mas Dante Montés escolheu outro caminho. Por que ele rejeitou o laço que a deusa lua marcou entre nós?

A dor se torna insuportável em todo o meu corpo ao sentir como o laço que nos unia começa a se romper, destruindo cada fibra do meu ser. Mas a pior dor é a zombaria de quase todos os membros da matilha ao me ver sofrer. Nunca gostei deles, isso sempre soube, mas daí a desfrutar da dor de um membro da sua matilha é inaceitável. Aguento a dor o melhor que posso e, ao sentir melhora no meu corpo, me levanto. Com o olhar fixo naquele que era meu companheiro, quem, embora não esteja rindo, seu rosto cheio de soberba e segurando pela cintura a filha do beta, me causa nojo. O vínculo que ainda nos une, do meu lado, esmaga meu coração, mas ignoro a dor para fazer o que devia ter feito desde que sei que o rei alfa é meu companheiro destinado.

"Eu, Aylin Eletto, aceito a rejeição do rei alfa como meu alfa e meu companheiro destinado pela deusa lua." Eu, Aylin Eletto, esperei minha apresentação perante a matilha como sua lua desde que soube que era minha alma gêmea. Ansiava me tornar a lua do rei alfa, porque o vínculo me fazia desejá-lo mais do que a minha vida, e por isso fiz o impossível para agradá-lo, mas para ele sempre fui pouca coisa.

A Deusa Lua havia previsto que o rei alfa seria meu companheiro. No entanto, quando chegou o dia da apresentação, ele me rejeitou com uma frieza que me gelou o coração e matou tudo o que o unia a ele e a esta matilha, e o que me fazia me agarrar com desespero à minha humanidade. Mas essa parte de mim morreu e agora devem enfrentar as consequências de desafiar os desígnios da deusa Lua e minha ira. Apesar da dor, aceitei meu destino, consciente de que meu futuro é incerto. Mas uma coisa é certa: não preciso que ninguém me complete. Sou capaz de construir minha própria felicidade e não me conformarei com menos do que mereço. Me levantarei e seguirei em frente, mais forte do que nunca. Aceitei meu destino, mas não minha derrota. Não serei um troféu para ninguém.

"Como se atreve, insignificante Ômega, a me rejeitar como seu alfa? Acha que pode escapar do meu lado, mas se engana! Sou o rei e você só será a encarregada de conceber meus descendentes, porque uma Ômega como você não me serve como lua, mas como escrava."

Suas palavras, como ácido, queimaram minha alma. A dor é insuportável, mas ao mesmo tempo também me fortalece. Mostrarei ao mundo, e a ele em particular, que uma Ômega ferida pode se tornar uma fera indomável.

"Você se enganou ao acreditar que me submeteria, alfa Dante. A deusa Lua me premiou com uma força interior que você nunca poderá dobrar. Nosso destino nunca foi estarmos juntos, e agora sei com certeza, porque é preciso muito mais do que uma predição e um vínculo para unir duas pessoas em corpo e alma." O ranger de seus dentes é a música mais linda que ouvi em muito tempo. É a melodia da minha liberdade.

Que morra de raiva. Eu, a Ômega que despreza, sou quem tem a última palavra. A predição se rompeu e ele ficou exposto como o covarde que é.

"Espero não cruzar novamente o meu caminho, Dante. Se o fizer, se arrependerá amargamente. Mostrarei que até mesmo uma Ômega pode fazer tremer os alicerces do seu reino." Não é preciso que Dante diga nada. Seus olhos dizem tudo. Se sente acuado, derrotado. E adoro vê-lo assim.

Seu rosto desencaixado reflete sua derrota. Nunca imaginou que a Ômega a quem desprezou se tornaria seu pior pesadelo. Sua ira é um espetáculo patético. Enquanto isso, eu me sinto livre, como um pássaro que escapou de sua gaiola.

"Guardas! Levem-na para as masmorras e apliquem a punição máxima! Que sirva de exemplo para os demais. Cinquenta chicotadas! E se não for suficiente, adicionaremos mais até que aprenda a respeitar minha autoridade!"

"Cinquenta chicotadas! Que medo! Deveria colocar meu melhor vestido para a ocasião? Ah, espere! Já o estou usando! É o vestido da rainha que já sou, e acabou de perder por idiota." Minhas palavras, como uma zombaria cruel, expuseram seu maior temor: a perda de seu poder. Sua ira é um grito desesperado para manter o controle.

"Insolente! Suas zombarias não a salvarão da minha justiça! Cinquenta chicotadas serão apenas o começo. Farei você sofrer até que rogue pela morte." O imbecil do Dante, cego pela ira, volta a ordenar que me prendam, subestimando-me mais uma vez.

Com o brilho da lua iluminando meus olhos, canalizei a energia da deusa. Ao invocar o poder da deusa Lua, uma força sobre-humana me inundou. A cada golpe, sinto a energia da deusa fluindo pelas minhas veias, me tornando invencível. Como uma dança mortal, me movo entre os guerreiros, desviando de espadas e lanças com uma agilidade felina. Cada movimento é uma obra de arte, uma demonstração da graça e da força que a deusa Lua me outorgou.

Depois de imobilizar os guerreiros, me dirigi à minha cabana. Minha cabana, minha pequena cela. Recolhi minhas poucas pertences e saí sem olhar para trás. Este lugar, que supostamente era meu lar, nunca me pertenceu. Ao pegar minhas pertences, senti uma estranha sensação de liberdade. Finalmente sou livre.

A luz da lua ilumina minha figura enquanto adentro na floresta. A deusa me guia para um novo começo, longe das sombras desta matilha. Agora sei que me espera um futuro brilhante. Com a cabeça erguida, saí da matilha. Não voltarei a olhar para trás. Meu destino está escrito nas estrelas, e nada nem ninguém poderá me deter. Agradeci à deusa Lua por ter me dado a força para me libertar deste lugar. Agora sei que me espera um futuro brilhante. Enquanto que Dante e sua matilha podem ficar com seus preconceitos e seu ódio. Eu tenho um mundo para explorar e um destino para cumprir.

Aylin, com o coração cheio de esperança e a alma livre, se afastou da matilha. Dante, em um ataque de raiva, ordenou a seus guerreiros que a perseguissem. Mas é tarde demais. A ômega, guiada pela luz da lua, já desapareceu, deixando para trás apenas o eco de sua risada zombeteira.

Dante, deixando-se dominar pela fúria, golpeou a parede, rugindo como uma besta ferida. Seu orgulho, maior que sua razão, não pode aceitar a rejeição de uma ômega a quem considera sua. Aylin, a 'insignificante ômega', se afastou com a graça de uma deusa. Dante, o poderoso rei alfa, ficou mergulhado na ira, incapaz de compreender como uma simples ômega conseguiu escapar de suas garras.

A deusa Lua marcou Aylin como sua, e nenhum alfa, nem mesmo Dante, poderá mudar o destino. Com um último olhar ao céu, Aylin se perdeu na escuridão, deixando para trás um alfa derrotado.

O alfa, ao perder a escolhida, não só perde sua alma gêmea, mas também uma companheira poderosa, além do respeito de sua matilha e de outros líderes sobrenaturais. Sua reputação ficará manchada por sua arrogância e falta de respeito. Sem a escolhida, o alfa se encontrará sozinho e isolado. A conexão especial que compartilhavam era única e difícil de substituir, o que o levará a uma profunda solidão. O alfa terá que enfrentar seus próprios demônios e reconhecer os erros que o levaram a perder a escolhida. Este processo de autodescoberta pode ser doloroso, mas necessário para seu crescimento pessoal.

A escolhida, agora é livre, por isso se tornará um objetivo para outros alfas e seres sobrenaturais que desejem obter seu poder e sua beleza. Aylin poderá explorar novas possibilidades e construir uma vida baseada em seus próprios termos. Poderá encontrar o amor verdadeiro e formar uma família com alguém que a respeite e valore.

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Bem-vindos a esta nova aventura ambientada em um mundo de fantasia.

Capítulo 2

— Meu alfa, quando será a celebração da nossa união? — A voz estridente de Vicky me tirou dos meus pensamentos, fazendo-me suspirar de raiva e resignação pelo que aconteceu ontem na alcateia com Aylin.

Pensei que ela ia me implorar, que ia rogar para que eu não a afastasse do meu lado, mas sua reação foi completamente oposta. Aylin, apesar da dor, aceitou a rejeição e me enfrentou de cabeça erguida, fazendo-me enfurecer, porque não é correto sentir algo mais por ela que não seja desprezo.

Desde que soube que ela era minha Luna, meus pais me fizeram saber que uma Ômega é muito pouco para ser a Rainha Luna e que jamais a aceitariam, nem a alcateia tampouco, ainda que uma suposta premonição dissesse que isso era o melhor para a linhagem lupina. Por isso, a celebração de união e a apresentação do Alfa e sua Luna na alcateia sempre era adiada, porque ainda que o correto fosse rejeitá-la, algo em meu interior não me deixava fazê-lo.

E esse algo é meu lobo Kyon, quem desde o momento em que Aylin aceitou a rejeição, cortou toda comunicação comigo e já não o sinto. Está aborrecido porque contradisse a vontade da Deusa Luna, mas não entende que fiz o correto para nossa alcateia e linhagem. Aylin não é apta para governar ao meu lado, em troca, Vicky é perfeita. Sua linhagem é de betas, fazendo-a a melhor candidata para minha companheira, minha Rainha Luna.

Será que fiz o correto? Sinto que meti o pé feio, porque me dói a alma, porque sinto que algo me falta, porque me dói ter visto a dor de Aylin e seus olhos lacrimejantes por havê-la rejeitado. Queria ir consolá-la, mas não podia fazê-lo, porque não era o correto. Mas o que mais me dói é meu orgulho. Ainda que odeie admitir, sua presença na alcateia me faz falta.

Sempre a observava das sombras, esforçando-se por ser uma boa Rainha Luna. E é que, se não fosse porque sua linhagem é só de Ômega, ela teria sido a melhor Rainha Luna, minha Luna. Mas agora já não está e devo conformar-me com Vicky, quem é a loba correta para reinar ao meu lado. Ainda assim, me nego a deixar ir por completo Aylin, a que esteja com outro homem que não seja eu, porque ela é minha, ainda que tenhamos nos rejeitado, sempre será minha, ainda que deva gravá-lo na mente e o corpo à força.

— Em uma semana, Vicky. — Respondo por responder, já que Vicky não me inspira nada. É formosa, mas sua beleza não se compara à de Aylin, quem se foi sem olhar para trás, sem importar-se com a alcateia e me deixando em ridículo.

— Estou tão feliz, meu Alfa, serei a melhor rainha luna que tenha existido. — A voz estridente de Vicky nunca me agradou e sempre me dá dor de cabeça, assim que, com a desculpa de ter que trabalhar e organizar sua apresentação como rainha Luna ante a alcateia, consigo livrar-me dela por o momento. Ela fica mais que feliz e, depois de me dar um beijo nos lábios que não me provoca nada, mas o recebo para não fazê-la sentir mal, sai do meu escritório movendo seus quadris.

Depois da saída de Vicky do meu escritório, me comuniquei com minha delta. Preciso que faça algo importante. Através da ligação, me comuniquei com ela e, aos minutos, apareceu em meu escritório com seu porte frio e sério de sempre. A verdade é que nunca a vi sorrir, e isso é estranho.

— Em que o posso ajudar, Alfa? — Sua voz e palavras soam mecânicas, como se seu discurso estivesse programado, já que não há nenhum tipo de emoção em suas palavras.

— Astrid, preciso que coloque a melhor equipe de rastreadores para rastrear Aylin. — Sua expressão séria e fria se transformou por um momento em uma de confusão e aborrecimento, surpreendendo-me porque é a primeira vez que lhe vejo alguma emoção. Assim que o mais seguro é que ela também esteja de acordo em que Aylin não é apta nem digna de ser a rainha Luna.

— Alfa, com todo o respeito que merece por ser o Alfa desta alcateia e o Rei Alfa, não creio conveniente que mande rastrear a Luna Aylin. — Agora, o confundido e aborrecido sou eu, porque Aylin não é Luna, já que nunca a aceitei como tal. Não entendo por que se refere a ela como Luna, mas antes que possa falar e aclarar que Aylin não é nem será Luna, ela se adianta.

— Por sua expressão, sei que o aborreceu que diga que Aylin é Luna, mas ainda que não goste, a Deusa Luna a escolheu como Rainha Luna. E ainda que não seja sua Luna, ela foi destinada a ser rainha. Se você a rejeitou, então a Deusa Luna a porá onde verdadeiramente a valorizem, e esse dia você chorará ao vê-la feliz com alguém que não é você, e estarei na primeira fila para lhe dizer: Te disse.

Minha mandíbula se tesa e meus punhos impactam contra o escritório, mas minha delta se mantém imóvel, sem expressão ante meu rompante de fúria, como se o estivesse esperando. É uma falta de respeito ir contra a vontade e as ordens do Alfa, seu Alfa, mas ao que parece todos nesta alcateia querem seguir o exemplo de desrespeito de Aylin.

— Ela tem razão, mas como você é um tonto manipulável que dá ouvidos a todo o mundo, menos a quem em verdade tem a razão e quer seu bem-estar e o da alcateia, terminará dando-se conta quando seja muito tarde e irremediável o dano que tem feito ao rejeitar nossa lua. — Meu lobo falou pela primeira vez desde que Aylin se foi, fazendo-me enfurecer ainda mais, porque só imaginar Aylin nos braços de outro homem e sendo rainha me faz ferver de cólera.

— Aylin é e sempre será minha, porque assim o dispôs a Deusa Luna, que não se te esqueça. Por isso, ainda que não goste, o Rei Alfa aqui sou eu e deve seguir minhas ordens. E se não gosta, então entregue seu posto a alguém que sim seja competente para levar o cargo de Delta. — Sua mandíbula se tesou, mostra de que está furiosa, e é que lhe dei onde mais lhe dói: seu cargo de Delta. Ao ser a única filha do anterior Delta, desde menina se esforçou por demonstrar ser digna de herdar o posto, apesar de ser mulher. Por isso sei que engolirá seu orgulho e cumprirá minhas ordens para manter o posto que tanto lhe tem custado.

— Suas ordens serão cumpridas, Alfa, porque eu sim sei separar meu dever de minha opinião pessoal, e não me deixo levar por comentários de terceiros. Espero que você também faça o mesmo quando chegar o momento de remediar o dano que tem feito ao rejeitar a Rainha Aylin. — Astrid saiu do meu escritório sem olhar para trás, apesar de que a chamei, e isso me enfureceu. Como se atreve a contradizer minhas ordens e através de palavras disfarçadas dizer que me equivoquei ao rejeitar Aylin? Mas o pior, dizer que é uma Rainha quando eu nunca a aceitei como minha Rainha.

Concentrar-me no trabalho é impossível quando a fúria e impotência se negam a sair do meu sistema. Só de recordar o olhar e palavras de Aylin enquanto me falava depois da rejeição, e a elegância, eficácia e formosura com que acabou com meus guerreiros me põe de mau humor. Porque ela é uma Ômega, não deveria ser tão boa lutando e vencer a um grupo de guerreiros como se nada. Mas o que mais me enfurece é que tenha ido da alcateia, apesar de que seu dever é procrear meus herdeiros por ser minha alma gêmea, e que esteja lá fora, possivelmente rolando com o primeiro homem que se lhe atravesse, deixando manchar o corpo que somente eu posso tocar.

Meus punhos impactam contra a parede uma e outra vez, tratando de sacar a ira do meu sistema. Mas isto não vai ficar assim. Aylin vai pagar haver-me humilhado por aceitar a rejeição diante da alcateia. Ela só devia abaixar a cabeça ante minha rejeição e procrear meus herdeiros como a Ômega que é, mas fez todo o contrário. E quando a encontrar, vai desejar não haver despertado a ira do Rei Alfa, seu Rei Alfa.

Capítulo 3

A morte dos meus pais, protegendo a matilha e me protegendo, foi o início das minhas desgraças. Fiquei órfã sendo apenas uma adolescente de treze anos, que ninguém quis acolher por ser uma Ômega e a quem culparam pela morte de seus pais, como se eu tivesse trazido esses lobos renegados para atacar a matilha e lhes tivesse pedido que matassem meus pais, deixando-me sozinha e desprotegida.

Uma cabana sozinha e triste foi o que me restou dos meus pais, e tive que amadurecer sendo ainda uma menina, porque ninguém se encarregaria da Ômega órfã e "boa para nada". E isso era só o mais bonito que diziam de mim, porque só de tentar recordar o resto de palavras dolorosas que usaram contra mim faz meu peito doer com uma dor maior, inexplicável e incontrolável, que nem sequer se compara com a dor que senti pela rejeição de Dante. A dor pela rejeição de Dante foi uma cócega diante de toda a dor que a matilha Reed Moon causou em mim desde que me lembro, só por nascer sendo Ômega e perder meus pais.

As lágrimas caem pelas minhas bochechas enquanto recordo os poucos momentos felizes da minha vida, aqueles em que meus pais ainda estavam comigo. Apesar do pouco que tínhamos, nunca nos faltou amor. Abandonei meus pensamentos ao sentir uma pequena opressão no peito e, ao olhar ao meu redor, percebi que tinha chegado aos limites da matilha onde vivi toda a minha vida. No entanto, nunca foi meu lar, já que nunca me aceitaram ali, apesar de dar o melhor de mim. A rejeição se intensificou quando se soube que eu estava destinada a ser a Rainha Lua, aumentando o maltrato contra mim. Mesmo assim, fiquei e suportei, porque acreditei que Dante me amaria e cuidaria por ser sua Lua. Mas a realidade me golpeou: para ele, nunca valhi, por muito que me esforçasse. Por isso, agora, que se dane. A única coisa que me prendia à matilha era o vínculo com Dante, e esse vínculo já não existe. Minhas ganas de acreditar em um mundo onde ômegas, betas, deltas e alfas podem viver felizes, juntos, em paz e inclusive trabalhar juntos, chegou ao seu fim.

Na matilha Red Moon, só há uma família resgatável cujos valores e pensamentos não estão limitados pelo rango. Para eles, todos são iguais, e o respeito se ganha, não se obriga, nem sequer desde o topo do poder. Por isso, se algum dia me necessitarem, não hesitarei em acudir em sua ajuda e destruir a matilha se for necessário para protegê-los.

A rejeição de Dante e de toda a matilha matou meus desejos de paz, unidade e prosperidade entre todos os rangos da linhagem lobuna. Agora, só me importam minha sobrevivência e felicidade. Um último passo e estarei fora dos limites da matilha. Um calafrio percorre meu corpo ao adentrar no Bosque dos Condenados, território dos vampiros que não aderem nem respeitam seu rei, um ser implacável com todo aquele que quebra suas regras. Acelero o passo para sair rápido deste território, porque, ainda que seja forte, não quero me ver envolvida em brigas constantes pela minha sobrevivência. O melhor é evitar conflitos desnecessários.

Sigo avançando através do Bosque dos Condenados quando uns gritos chamam minha atenção. Ao apurar o ouvido, graças à minha audição lobuna, descubro que quem grita é uma mulher. Ela ordena que se detenham, advertindo que, caso contrário, seu irmão desencadeará uma guerra que condenará à destruição o Bosque dos Condenados.

Graças à minha aguda audição e velocidade, cheguei ao lugar de onde provêm os gritos e me encontrei com uma cena desagradável: uma jovem vampira rodeada por um grupo de vampiros que a observam com morbosidade, enquanto tentam tocá-la contra a sua vontade. Apesar de sua juventude, a vampira se defende com tenacidade, mas mesmo assim, não é rival para os dez vampiros que a têm encurralada.

A lógica dita que devo seguir meu caminho e não me meter em problemas com vampiros, sendo eu uma loba, já que nossas linhagens nunca se deram bem; sempre estão em guerra por qualquer motivo. No entanto, a razão me impulsiona a não permitir que essa jovem seja ultrajada, porque a forma em que esses vampiros a olham e pretendem tocá-la sem seu consentimento deixa claras suas intenções obscenas e repugnantes. Quando dois dos vampiros seguraram a garota, um por cada ombro, e os outros se aproximaram para destroçar sua roupa, decidi que é momento de atuar. Não me importa se é vampira e eu uma loba, porque, afinal de contas, continua sendo uma mulher, e nenhuma mulher merece que lhe ponham um dedo em cima se não o deseja.

__Só à força podem submeter uma mulher\, porque a conquista não existe em seu vocabulário. São seres repugnantes que desfrutam da dor que causam\, e uma mulher em seu perfeito juízo jamais se deixaria enganar por alguém tão insignificante que não merece ser escolhido como alma gêmea__. Todos se surpreendem com minha chegada e intromissão\, e mais ao ver que entro no círculo asqueroso que formaram contra a jovem vampira para debilitá-la e abusar dela.

__Vaza\, cadela\, não se meta onde não te chamam__. Rio ao ouvir o insulto pouco criativo do vampiro\, que presumo ser o líder do grupinho sujo de abusadores.

__Eu vou embora se conseguir me dizer um insulto um pouquinho mais criativo que consiga me ferir\, porque 'cadela' já saiu de moda\, querido__. Minhas palavras não causaram nos vampiros a mesma graça que em mim\, lástima\, eu achei que era uma boa piada\, mas a risadinha da jovem me faz saber que sim\, minha piada foi boa\, e que são eles que estão danificados\, que não sabem reconhecer o bom humor.

__Eu te avisei\, cadela\, e agora\, se tanto quer ficar e defender essa vampira de sangue azul\, então também servirá para satisfazer nossas necessidades sexuais\, e depois se converterá em comida__. Rio do comentário do vampiro\, porque só em seus sonhos poderão me ter.

__Hahahahaha\, por favor\, o que vocês carregam entre as pernas nem juntos poderão conseguir me satisfazer\, porque se têm que recorrer a tomar uma mulher à força\, isso deixa em clara evidência que não são suficientemente homens para satisfazer uma mulher em uma situação normal__. Um dos vampiros se lançou ao ataque\, mas essa foi a última ação que fez\, já que Lily\, minha loba\, se fez presente parcialmente e\, com minha mão transformada em garra\, lhe arranquei o coração\, o qual deu seus últimos batimentos em minha mão feita garra. O vampiro que acreditou poder me atacar sem receber um castigo caiu sem vida\, e os outros miraram a cena com evidente medo em seus olhos.

__Ai\, ferem meus sentimentos ao me verem como se eu fosse um monstro\, só sou uma formosa mulher a quem não gostam as injustiças\, assim que vão embora agora e continuam com sua vida patética ou morrem como seu amigo__. Os vi duvidar\, mas a dúvida se desvaneceu e acreditaram ser uma boa ideia me atacar em grupo\, sem saber que assinaram sua ata de óbito. Essa loba não teve um bom dia e eles serão perfeitos para desafogar toda a merda que levo dentro.

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