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Alexia

Capítulo 1

...Dois anos atrás...

Alexia era uma jovem comum, com uma vida tranquila e sem grandes aventuras.

Um dia, enquanto navegava pela internet, ela se viu em um canto obscuro da web, um site negro que prometia tudo, desde produtos ilegais até fóruns de discussão secreta. Curiosa e um pouco nervosa, ela decidiu explorar.

Foi nesse ambiente hostil que ela conheceu Zake, um hacker enigmático que parecia saber tudo sobre o que acontecia nas sombras da internet. A princípio, a conversa entre eles era casual, cheia de brincadeiras e trocas de informações sobre tecnologia e segurança cibernética. Zake tinha um jeito intrigante de se expressar, e Alexia não pôde evitar a atração pela sua inteligência e audácia.

Conforme as conversas se tornaram mais frequentes, Zake começou a abrir seu coração. Ele confessou que estava apaixonado por Alexia. Para ele, a conexão que tinham era especial, algo raro em seu mundo caótico. No entanto, Alexia não compartilhava os mesmos sentimentos; para ela, Zake era apenas um amigo interessante e misterioso.

Quando Zake revelou seu segredo mais profundo — que estava foragido há seis anos por crimes contra o governo — Alexia sentiu um frio na espinha. O medo a invadiu.

Como alguém poderia se envolver em algo tão perigoso? Ela hesitou por um momento, pensando em cortar laços imediatamente. Mas havia algo em Zake que a prendia; talvez fosse sua vulnerabilidade ou o jeito como ele falava sobre suas motivações.

"Eu me envolvi em algo que sabia que era errado", ele disse com sinceridade. "Mas eu sou um dos mocinhos, se é que posso chamar assim."

Essa declaração a deixou confusa.

Como ele poderia se ver como um herói quando suas ações eram claramente ilegais? O dilema moral a fez refletir sobre o conceito de certo e errado em um mundo onde as linhas eram frequentemente borradas.

Alexia sabia que precisava manter uma distância segura. Embora Zake não parecesse tão mal quanto outros que ela poderia imaginar nesse cenário sombrio, a realidade de sua situação ainda era alarmante. Ela decidiu ser cautelosa nas conversas, sempre mantendo uma parede entre eles.

Ele também confiou a ela que tinha duas irmãs e que nunca contou sobre o parentesco deles, mas elas conversavam online.

A amizade deles se tornou uma dança delicada entre luz e sombra, onde cada passo precisava ser cuidadosamente calculado para evitar cair no abismo do desconhecido.

...Oito meses depois - Atualmente...

Era uma noite tranquila em Blackwood, e Alexia estava no seu pequeno apartamento, deitada na cama, ao seu redor na penumbra, cercada por pilhas de livros e uma xícara de café frio. O silêncio da cidade era quase reconfortante, até que um barulho estrondoso a acordou.

Ela se sobressaltou, levantando-se rapidamente da cama. O relógio na parede marcou 3:15 da manhã, e a luz fraca da rua mal iluminava o quarto.

Confusa e um tanto alarmada, Alexia se aproximou da janela. O que ela viu a deixou paralisada: uma movimentação intensa do lado de fora, com vários carros de polícia cercando o prédio. As luzes vermelhas e azuis piscavam como um sinal de alerta em sua mente.

O coração dela disparou ao perceber que a cidade, normalmente calma, estava agora em estado de alerta.

Foi então que a memória do dia anterior voltou à sua mente como um relâmpago. Durante a conversa com Zake, ela havia desligado acidentalmente sua VPN enquanto tentava resolver um problema técnico em seu computador. Isso havia permitido que os perseguidores do hacker rastreassem sua localização no site obscuro onde se comunicavam. A realidade da situação a atingiu como um soco no estômago: ela estava em perigo por causa de uma simples distração.

Enquanto olhava pela janela, um policial muito bonito — com cabelo escuro e traços marcantes — pegou o megafone. Sua voz ecoou pela rua silenciosa:

— Senhorita Cox, saia com as mãos para cima. - O tom firme e autoritário dele fez Alexia sentir um frio na barriga.

Ela não sabia o que fazer; as opções se esgotavam rapidamente.

O pânico tomou conta dela. Alexia sabia que não poderia simplesmente sair para a rua e se entregar; isso significaria se envolver em algo muito maior do que ela poderia controlar. O instinto de sobrevivência gritou dentro dela enquanto ela olhava ao redor do apartamento em busca de uma saída.

O que fazer?

A mente dela girava com possibilidades enquanto buscava por qualquer coisa que pudesse usar a seu favor.

Ela ia para seu esconderijo secreto.

Enquanto ponderava, as vozes dos policiais aumentaram em volume, exigindo que ela saísse imediatamente. A adrenalina pulsava nas veias de Alexia; a realidade do mundo ao seu redor parecia distorcida pelo medo e pela confusão.

Com um último olhar para o apartamento — seu refúgio seguro que agora parecia uma armadilha — ela decidiu: precisava agir rápido.

Com as mãos tremendo, ela começou a procurar algo útil entre seus pertences, tentando encontrar uma maneira de contornar essa situação desesperadora antes que fosse tarde demais.

O policial bonito, com um olhar intenso e decidido, gritou:

— Tragam ela!

A ordem ecoou pela calada da noite, quebrando a tranquilidade que antes imperava em Blackwood. Vários policiais se mobilizaram rapidamente, subindo as escadas do prédio e se espalhando pelo andar. A vizinhança, antes pacata, agora assistia à cena com um misto de pavor e curiosidade, as janelas se iluminando com rostos preocupados.

Os vizinhos sabiam que aquela jovem que havia se mudado para a cidade há dois meses, não era a criminosa que todos imaginavam; sempre foi uma pessoa gentil e prestativa na comunidade.

Alexia, em sua mente frenética, sabia que não podia esperar. O que parecia ser uma simples conversa havia se transformado em uma caçada.

Com o coração disparado, Alexia se dirigiu à escada de incêndio nos fundos do prédio. Cada passo era um misto de medo e determinação. Ao chegar ao chão, ela avistou seu Mini Cooper S, coberto por um toldo preto que o escondia da vista dos policiais. A adrenalina tomou conta dela enquanto ela se esgueirava para dentro do carro.

Com um giro rápido da chave na ignição, o motor rugiu e Alexia acelerou em direção à saída. O carro disparou pela rua silenciosa enquanto os policiais finalmente chegavam ao quarto dela. O ambiente estava em desordem; a cama desfeita deixava indícios claros de que ela havia estado ali momentos antes.

Um dos oficiais, com um walkie-talkie em mãos, relatou ao delegado loiro:

— Senhor, ela acabou de sair. A cama dela tem indícios de que estava aqui. Ela fugiu pela saída de incêndio.

O delegado franziu a testa, frustrado com a situação.

— Estamos perdendo tempo! Precisamos encontrá-la!

Lá fora, a movimentação aumentava rapidamente com a chegada da equipe do FBI. Vários agentes se aproximaram do delegado, que explicou a situação com um tom de urgência:

— Lamento, mas ela fugiu.

Um agente com um relógio Patek ajustado no pulso e uma expressão calma no rosto, ouviu atentamente antes de responder:

— Não se preocupe; ela não tem para onde fugir. Ele olhou ao redor como se já estivesse antecipando os próximos movimentos dela: — Há uma equipe em pontos estratégicos. Pessoas desesperadas sempre correm para a floresta.

O agente fez uma pausa significativa antes de continuar:

— E é lá que ela vai cair.

A determinação em seus olhos refletia a confiança na operação meticulosamente planejada para capturar Alexia antes que ela pudesse realmente escapar.

Enquanto isso, no Mini Cooper S acelerando pela estrada deserta, Alexia sentia o vento no rosto e a urgência da situação pressionando suas decisões.

A floresta estava à vista à distância — um labirinto verde que poderia oferecer tanto abrigo quanto perigo. Com cada curva feita em alta velocidade e cada batida do coração ressoando nos ouvidos dela, ela sabia que precisava encontrar uma maneira de se esconder e planejar seu próximo movimento antes que os agentes conseguissem cercá-la.

...........

Zake estava em seu esconderijo, a luz fraca da manhã filtrando-se pelas janelas empoeiradas. Ele tomava um gole do seu café amargo, mas a bebida já não tinha sabor. Sua mente estava completamente voltada para Alexia.

Desde que ouviu os rumores sobre a operação policial, uma inquietação crescente se instalou em seu peito. Ele sabia que ela estava em perigo.

De repente, seu celular vibrou sobre a mesa, e ele quase derrubou a xícara ao pegar o aparelho.

Mas ao ver o que havia na tela, seu coração disparou: uma notificação do rastreador GPS que ele havia instalado no carro dela.

Ele clicou na notificação rapidamente, e seus olhos se arregalaram ao ver o ponto vermelho se movendo rapidamente pela cidade. “Ela está fugindo,” pensou, mas logo uma sensação de pânico o dominou.

Zake acessou as câmeras ao redor do apartamento dela e assistiu quando um grupo de policiais se aproximavam do prédio onde Alexia morava. A preocupação tomou conta dele como uma onda avassaladora.

Ele tentou ligar para ela, a sua mente correndo com pensamentos de proteção e amor.

"Atenda, por favor,” murmurou para si mesmo enquanto esperava ansiosamente o toque.

Mas o celular nem sequer chamava.

O sinal parecia ter desaparecido, e a frustração se transformou em desespero. Ele tentou novamente, pressionando os botões freneticamente, mas nada funcionava.

“Droga!” Ele bateu com a mão na mesa.

Ele voltou a olhar para o GPS e viu que Alexia havia deixado o prédio e agora seguia em direção à floresta próxima à cidade. Conhecendo-a como conhecia, Zake sabia que aquele era um lugar onde ela poderia se sentir mais segura — ou assim pensava.

Com a mente trabalhando a mil por hora, ele começou a montar um plano. Se os policiais estavam atrás dela e ela estava se dirigindo para a floresta, ele precisava alcançá-la antes que as autoridades fizessem isso.

Zake rapidamente arrumou suas coisas.

Ele não poderia deixar que ela enfrentasse isso sozinha.

Sabendo que cada segundo contava, ele seguiria em frente com foco absoluto — determinado a proteger a mulher que amava acima de tudo, mesmo que isso colocasse em risco sua própria liberdade.

Capítulo 2

Zake descobriu pelo Gps dela, que ela estava indo para o esconderijo secreto que ela havia descoberto: Uma mina abandonada.

Ele vestiu seu moletom preto, calça jeans preta, esfregou o sono dos olhos e colocou a mochila no chão, abrindo-a com cuidado para inspecionar seu equipamento.

Dentro, havia um dispositivo compacto e poderoso, o HackerDeck - um instrumento essencial para hackers em qualquer local, mesmo em uma mina abandonada. Seu design simplista, com linhas angulares, combinava perfeitamente com a estética sombria de Zake.

Ele se vestiu com rapidez e precisão, as roupas escuras absorvendo a luz fraca que iluminava seu esconderijo.

Seu cabelo preto, em contraste com seus olhos azuis marinhos intensos, conferiam ao jovem um ar misterioso e intocável. A luz do computador refletia em sua pele pálida, realçando suas feições finas e sugerindo uma inteligência viva e aguçada.

Ao colocar a bataclava preta sobre seu rosto, Zake escondeu sua beleza sob o disfarce, seus traços permanecendo obscurecidos pela teia sintética. Ele se inclinou sobre seu notebook, analisando a tela e verificando o rastreador de vigilância do FBI. Após constatar que eles estavam a uma distância segura, ele pegou seu smartphone e acionou a tela, revelando um mapa com a rota para a mina abandonada.

Ele iria encontrar Alexia lá e levar ela para longe para protegê-la.

Com passos rápidos e determinados, Zake saiu do esconderijo, imerso nas sombras que a lua projetava sobre o chão. Ele seguiu pelas estradas sinuosas da floresta, as árvores formando um túnel escuro e misterioso à sua frente. O mapa em seu smartphone pulsava com a localização atualizada, guiando Zake em direção à mina.

............

Alexia dirigia com destreza seu Mini Cooper S, acelerando pelas estradas que se iluminavam com o chegar na manhã. Seus olhos intensos, com unhas pintadas de preto seguravam firmemente o volante, seus dedos envoltos em luvas pretas, combinando com suas unhas maniqueadas.

Seu cabelo Channel, com bico longo e ondulado, destacava-se sob a luz intermitente do painel do carro, enquadrando seu rosto encantador.

Ela vestia uma blusa azul de manga curta que ressaltava seu corpo atlético, uma calça jeans jogger que se encaixava perfeitamente em suas pernas e uma bota tratorada, preparada para a aventura que a aguardava.

Seu casaco marrom escuro, envolvia-a em uma aura de mistério e determinação.

Seus olhos azuis, com órbitas em forma de flor, transmitiam concentração e cautela enquanto ela mantinha seu foco na estrada à frente. Seu rosto encantador exibia um nariz empinado em forma de botão, cílios volumosos e sobrancelhas arqueadas, fazendo-a uma pessoa extremamente atraente.

Alexia estacionou seu Mini Cooper S em uma área escura, e então reuniu grandes folhas de carvalho, cobrindo seu carro com várias delas para ocultá-lo à vista.

Inalando profundamente, ela começou a caminhar pela floresta, sentindo as folhas secas rangendo sob seus pés.

Alexia entrou na floresta com o coração acelerado, a adrenalina pulsando em suas veias. O ar estava fresco e carregado de um cheiro terroso, mas a beleza do lugar não conseguia acalmar sua mente tumultuada.

“Mantenha a calma e fique tranquila,” repetia para si mesma, como um mantra.

Ela precisava focar, precisava pensar claramente. Mas a cada passo que dava, o farfalhar das folhas e o ranger dos galhos sob seus pés pareciam amplificar seus medos.

Os sons da floresta, normalmente reconfortantes, agora soavam ameaçadores. A cada estalo de ramo, ela se virava rapidamente, o coração pulando no peito.

É só o vento,” dizia para si mesma, tentando se convencer de que não havia nada a temer.

Mas a cada instante que passava, a sensação de ser observada aumentava. O medo se infiltrava em sua mente como uma sombra.

Ela caminhou por horas, a luz do sol filtrando-se através das copas das árvores e criando padrões dançantes no chão coberto de folhas. A distância parecia interminável, e os pensamentos sobre Zake e sua segurança a impulsionavam a seguir em frente.

Finalmente, após uma longa caminhada, Alexia avistou uma estrutura antiga entre as árvores: a escotilha da mina abandonada.

O coração dela disparou ao se aproximar; ali poderia ser um bom esconderijo. O lugar tinha uma aura sombria, mas era melhor do que ser encontrada nas clareiras abertas da floresta. Ela hesitou por um momento diante da entrada escura e úmida, mas as vozes de sua consciência a incentivavam a entrar.

Assim que colocou um pé dentro da mina, um arrepio percorreu sua espinha. O silêncio era quase absoluto, quebrado apenas pelo eco distante de gotas d'água caindo no chão. Ela respirou fundo e estava prestes a se mover mais para dentro quando ouviu uma voz grave atrás dela:

— Pontual. Isso facilita nosso trabalho.

O sangue dela congelou nas veias enquanto ela se virava lentamente. Seu rosto empalideceu ao ver três agentes do FBI posicionados estrategicamente com armas apontadas para ela. O agente responsável tinha uma expressão séria e determinada; seus olhos eram frios como aço.

— Está presa por cumplicidade com um foragido. - Disse ele com firmeza.

A frase ecoou na mente de Alexia como um golpe devastador. Ela tentou processar o que estava acontecendo; tudo parecia surreal.

— Algeme-a. - Ordenou o agente, e o pânico tomou conta de Alexia.

Ela olhou ao redor em busca de uma saída ou qualquer forma de escapar, mas sabia que não havia como enfrentar aqueles homens armados.

Os agentes avançaram em sua direção, e neste momento crucial, todas as suas esperanças pareciam desmoronar. A única coisa que lhe restava era a certeza de que Zake ainda estava lá fora; ele precisaria saber disso — precisaria saber que ela não era culpada daquela situação terrível.

Mas agora não havia tempo para pensar nisso; tudo o que podia fazer era enfrentar seu destino com coragem.

Zake chegou no exato momento, escondido entre as árvores, ele presenciou tudo.

Ele viu Alexia sendo algemada.

Seu coração disparou.

Agora, a mulher que ele amava estava sendo presa por protegê-lo, e os agentes não pareciam ter nenhuma intenção de serem gentis com ela.

Um dos agentes, impaciente com a relutância de Alexia, deu um chute em sua perna, fazendo-a cair com o rosto na terra, algemada com as mãos para trás.

Ela desejava com todas as suas forças poder socar o agente, mas estava completamente impossibilitada de reagir.

Zake, observando tudo isso, não aguentou mais ver a mulher que amava sendo humilhada e decidiu se entregar para protegê-la.

— Solte-a! - A voz dele atraiu os agentes.

Seus olhos estavam fixos em Alexia, que era erguida do chão pelos agentes do FBI e não disse nada.

Em questão de segundos, Zake foi cercado por agentes, exigindo que ele baixasse as mãos e largasse qualquer coisa que tivesse. Um dos agentes chutou sua perna por trás, fazendo Zake cair de joelhos, enquanto outro, de forma brusca, puxava sua balaclava do rosto, revelando seu rosto para todos.

O agente responsável, satisfeito com a captura, proclamou:

— Finalmente, pegamos o verme!

Alexia, ainda em estado de choque e sem poder ver direito, percebeu que havia muitos agentes ao redor de um jovem.

Quando ela finalmente entendeu que Zake estava ali, foi rapidamente levada para uma viatura de polícia, onde um agente empurrou fortemente sua cabeça para dentro da viatura e fechou a porta com força.

Enquanto a viatura de polícia passava, Alexia, sentada no banco de trás com as mãos algemadas, tentava olhar para fora da janela com desespero. Através do vidro sujo e da claridade do sol, ela apenas conseguia vislumbrar figuras e silhuetas.

De repente, um policial deslocou-se, permitindo que ela visse uma figura familiar. Era Zake, sendo algemado pelos agentes. Seus olhos se encontraram por um breve instante. Mesmo com a intensa luz da manhã obscurecendo a visão, Alexia reconheceu-o imediatamente.

Foi a primeira vez que eles se viram, além das mensagens.

Na verdade, ela o viu, pois ele a via em segredo.

No entanto, seu alívio foi de curta duração, pois outro policial se posicionou entre eles, bloqueando sua linha de visão.

Zake foi obrigado a ficar lá, algemado e humilhado pelos agentes.

O agente o puxou do chão, o algemou e o levou embora. Satisfeito por ter conseguido finalmente prender o famoso hacker, o agente se despediu do delegado da cidade,agradeceu-o por ceder seu território.

Enquanto isso, Alexia respirou fundo e pensava no seu passado.

Um passado que ela gostaria muito de esquecer.

Zake no camburão, olhou para o agente responsável e, finalmente, disse:

— Solte-a. Sou eu quem você sempre quis. Ela não tem nada a ver com isso.

O agente sorriu sarcástico e zombou:

— Você é simplesmente tão idiota que acredita que daríamos ouvidos a um criminoso? Aquela cadela não vale tanto a pena.

Zake tentou avançar sobre o agente, mas não conseguia. O agente olhou-o do alto e disse:

— Nossa missão finalmente acabou.

Dois agentes, sentados na frente, começaram a zombar de Zake:

— Seis anos, hein? Você realmente achava que poderia fugir para sempre? Eu diria que você facilitou nosso trabalho. Agora poderemos ter nossas merecidas férias.

Jake ignorou os comentários e olhou para fora da janela, preocupado com Alexia e pensando em como sua vida havia mudado de forma tão drástica.

Capítulo 3

Os olhos de Alexia estavam fixos na estrada que se desenrolava diante de si enquanto o carro seguia seu caminho. Seus pensamentos a levaram à sua própria vida, às escolhas que ela havia feito. 

Suas memórias começaram a fluir, levando-a a um tempo em que a vida era mais simples e cheia de alegria.

Ela lembrou-se da sua infância, quando corria livre pelo parque com sua irmã, rindo até a barriga doer. Os dias eram longos e ensolarados, repletos de aventuras e sonhos.

Havia um tempo em que ela acreditava que tudo era possível.

Lembrava-se das tardes passadas em casa, ouvindo música com sua irmã e sonhando sobre o futuro, imaginando as vidas que levariam juntas. O cheiro dos bolos assando na cozinha de sua mãe ainda estava vívido em sua memória, um perfume de amor e segurança que agora parecia tão distante.

Mas então tudo desmoronou. Um evento trágico havia mudado o curso de sua vida para sempre; um pesadelo que ela nunca contara a ninguém.

O medo se infiltrou em seu ser como uma sombra, tornando-se uma companhia constante. Ela tentava seguir em frente, mas sempre havia algo — uma lembrança, um lugar, uma pessoa — que a puxava de volta para o abismo de dor e tristeza.

Thomas e sua amiga Alessa, eram a únicas pessoa que conhecia seu segredo mais profundo.

Quando soube que Jasmine e Liana eram irmãs de Zake, Alexia ficou surpresa com a revelação.

O namorado da irmã de Zake, Thomas, sempre foi um porto seguro para Alexia. Ele tinha uma habilidade especial para ouvi-la sem julgamentos, e sempre parecia saber quando ela precisava de um ombro amigo.

Já Alessa vivenciou o terror na vida de Alexia.

As duas conversavam por videochamada por longas horas.

A vida tinha uma maneira peculiar de surpreendê-la; era como se o destino estivesse constantemente brincando com suas emoções.

Ela nunca imaginou que o seu melhor amigo estivesse ligado à irmã de sangue do homem que agora estava no centro de toda aquela confusão.

A conexão entre eles parecia tão improvável e ao mesmo tempo inevitável.

Tudo foi planejado perfeitamente.

Enquanto pensava nisso, o peso do passado parecia ainda mais pesado sobre os seus ombros.

O medo lhe dizia que talvez nunca pudesse seguir em frente novamente.

Enquanto ela se perdia em seus pensamentos, o carro passou por uma lombada, fazendo-a voltar à realidade.

Ela sabia que não desenvolvera os mesmos sentimentos que Zake tinha por ela, e isso a fazia sentir aliviada.

Ela não poderia entregar seu coração a alguém com uma extensa lista de crimes.

O dia começou a amanhecer totalmente, e a luz do sol filtrava-se pelas árvores, revelando a bela paisagem ao redor. O carro chegou à base temporária do FBI, e o agente abriu o camburão e a puxou para fora.

Alexia olhou ao redor, observando uma grande base temporária do FBI, que consistia em várias barracas e veículos, luzes piscando e agentes uniformizados caminhando de um lado para o outro, comunicando-se através de rádios.

Um enorme mapa da região estava afixado em um painel de comando, com marcadores indicando locais estratégicos. Uma área de helicópteros foi instalada ao lado da base, com alguns helicópteros prontos para decolar. Cabos de energia e comunicação serpenteavam pelo chão, conectando os diversos postos de comando e equipamentos. O som de rádios e conversas encheu o ar, enquanto a atmosfera de urgência era tangível.

O agente Hamtz, conduziu a jovem Alexia por um corredor estreito e escuro, iluminado apenas por lâmpadas fluorescentes piscando de forma intermitente.

Eles pararam diante de uma porta robusta, com um letreiro "SALA DE INTERROGATÓRIO" visível em letras pretas.

Hamtz pressionou seu cartão de acesso contra um leitor e a porta se abriu lentamente, revelando uma sala estéril, com paredes brancas desprovidas de decoração e uma mesa de metal no centro.

Duas cadeiras de metal foram dispostas em lados opostos da mesa, com uma grande lâmpada pendurada justamente acima dela, brilhando intensamente sobre as superfícies refletidas.

Hamtz deixou Alexia em silêncio, enquanto a porta se fechava atrás deles com um ruído sombrio. Ele saiu pela porta e retornou momentos depois, segurando uma pasta marrom de ar enigmático. Seu olhar fixo estava voltado para Alexia, que aguardava ao lado da mesa.

Do outro lado da instalação, Zake chegava à base do FBI, nervoso e preocupado com o que estava por vir. Ele se esforçava para esconder seu medo, pois sabia que poderia ser preso ou morto a qualquer momento.

Sua vida de fugas constantes e seu desejo de nunca se estabelecer em um lugar fixo eram um reflexo do perigo que ele sempre enfrentava.

Contudo, sua vida mudou quando conheceu Alexia.

O oficial superior do FBI, Agente Especial John Peterson, liderava a missão de capturar Jake. Ele notou Alexia na sala pelo espelho e ordenou a Zake que ficasse no local, prometendo voltar logo.

Peterson, então, ativou o áudio externo sem que Zake percebesse e entrou na sala, pegando a pasta do agente Hamtz e deslizando-a com cuidado até Alexia.

— O que significa isso? - Disse ela mostrando suas algemas.

Ao olhar através do espelho, Zake pôde finalmente ver a beleza de Alexia que ele admirava secretamente.

Mesmo estando em uma situação tão perigosa, ele ficou encantado com seus traços delicados, seus cabelos negros e sua expressão determinada.

Ele a comparou a uma obra de arte, cujo valor é inestimável e não pode ser comprado.

Ele nunca vira uma mulher tão bonita como Alexia.

Enquanto Zake se perdia em sua admiração, a voz do agente ecoava pelo áudio externo:

— Para pegarmos o hacker, deveríamos fazer parecer verdadeiro. - Peterson respondeu enquanto removia as algemas de Alexia, e ela pressionou o pulso enquanto murmurava algo incompreensível, e em seguida, ela levanta e direciona-se à porta quando ele pergunta:

— Não vai perguntar o que irá acontecer com ele?

Ela sorriu e respondeu:

— Não. Eu quero saber do meu dinheiro. Eu já o entreguei a vocês. Cadê meu pagamento?

Ao ouvir essas palavras, Zake sentiu-se abalado e perturbado.

Aquele momento de conexão visual com Alexia foi interrompido por uma revelação inesperada.

Alexia estava envolvida com a captura dele.

Ela havia armado tudo contra ele!

Durante suas conversas ele conheceu Alexia e, ao longo do tempo, desenvolveu uma profunda conexão com ela. O contato que manteve com Alexia fez com que ele se sentisse atraído por sua inteligência, sensibilidade e personalidade carismática. Ele podia sentir que havia algo diferente nela, algo que o atraía como um ímã.

Ele lembrou de quando a viu sendo presa na mina, o que lhe causou uma imensa dor e preocupação e o fez se entregar para salvá-la.

Apenas para descobrir que era tudo um plano dela.

Ele ficou em frangalhos, dando-se conta de que sua prisão pode ter sido um plano orquestrado pela própria Alexia.

Zake ficou perplexo, lutando contra sua paixão por Alexia e o sentimento de traição que a inundava. Sua alma se dividia entre a dor do amor não correspondido e a raiva pela traição.

O Agente Especial Peterson, com seu semblante sério e calculista, respondeu em tom indiferente:

— Seu dinheiro está na sua conta pessoal, senhorita Cox. Seu trabalho aqui terminou.

Alexia, sem hesitar, aproximou-se e encarou Peterson com seus olhos penetrantes, dizendo em tom cortante:

— Da próxima vez, evite me xingar ou o que quer que seja. Meu trabalho é sério!

Peterson riu brevemente, sem se abalar, e replicou:

— Você é uma caçadora de recompensas. Para fazer o hacker se entregar, eu tive que atuar bem, esqueceu disso?

Alexia assentiu com a cabeça, sentando-se à mesa, e continuou:

— Certo. Mas respeite o que eu faço para vocês levarem os créditos.

O agente olhou para o seu elegante Rolex Daytona no pulso, dizendo:

— Feito.

Alexia entendeu e disse:

— Se precisar que eu enfrente outro caso, me avise.

Ela começou a caminhar em direção à porta, mas Peterson interrompeu:

— Não vai se despedir do seu "amigo virtual"?

Ela se virou, encarando-o friamente:

— Você me conhece tempo suficiente para saber que eu não crio laços com minhas missões. Preciso ir.

O agente freou sua saída:

— Espere! Temos outra missão: Um foragido que precisa ser capturado.

Alexia perguntou sobre o pagamento:

— Quanto?

Peterson respondeu:

— Setenta mil.

Ela sorriu, aceitando a oferta.

Peterson entregou a pasta a Alexia, que devolveu-a imediatamente:

— Eu não leio relatórios das minhas missões; isso me torna previsível demais. Deveria saber.

O agente concordou, e olhando para o espelho, sabendo que Zake estava ouvindo, ele perguntou:

— E se ele souber o que você fez?

Alexia respondeu com zombaria:

— O que ele pode fazer? Hackear minha nuvem? Ele nem sabe meu verdadeiro nome. Alexia, Klara, Penelope, Tiffany dentre outras, são todas personagens que eu criei para pegar esses vermes que acham que são invencíveis. Enfim, eu preciso ir. Envie para o meu pager apenas o suficiente.

Enquanto ela abria a porta, Zake, do outro lado, olhava para ela decepcionado e com raiva. Os olhos dela se reviraram para o agente Peterson, que retribuiu sua expressão com uma mescla de ironia e escárnio.

A verdade foi revelada, e o choque do romance por mensagens e a captura foi revelada como parte de uma missão orquestrada pelo FBI e pela própria Alexia, uma caçadora de recompensas implacável.

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