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Pesadelos sem Fim

Capítulo 1 – Onde Tudo Começa

Desde pequeno, minha vida nunca foi fácil. Pra falar a verdade, teve época em que eu achava que felicidade era coisa inventada — dessas que a gente só vê em filme ou novela.
Mas foi aos 23 anos que as coisas começaram a mudar. Pela primeira vez, eu senti que talvez existisse um caminho diferente pra mim. Que talvez... eu tivesse escolha.
Antes de te contar como tudo aconteceu, deixa eu te apresentar quem faz parte dessa história. Porque nenhum começo é só sobre uma pessoa. ---
Eu Nome: William Idade (na infância): 3 anos Altura: 102,8 cm Significado do nome: “Protetor da vontade” ou “Defensor da vontade”
Meu nome sempre carregou um peso — desses que a gente demora pra entender, mas sente desde cedo. Ele representa força e proteção. Liderança e autoridade. Integridade e honestidade. Lealdade e dedicação.
Coisas que nenhuma criança entende tão cedo… mas que, de algum jeito, já estavam dentro de mim.
--- Minha Mãe Nome: Hannah Idade: 53 anos Altura: 1,65 m Significado do nome: “Favor” ou “Graça”
Minha mãe foi — e ainda é — meu maior exemplo. Seu nome carrega graça e favor divino. Ela era piedade e devoção em carne e osso. Força e resiliência, mesmo quando o mundo desabava. Alegria e gratidão, mesmo quando só restava dor.
Se eu sou quem sou hoje, é por causa dela. ---
Meu Pai Nome: Spike Idade: 64 anos Altura: 1,80 m Significado do nome: “Pico” ou “Espinho”
Spike… o nome até parece forte. E é. Força e intensidade. Agilidade e rapidez. Coragem e ousadia. Independência e rebeldia.
No papel, até parece nome de herói. Na vida real? Era só espinho
Ele usava a força pra controlar, a intensidade pra ferir, a ousadia pra mentir. E a tal independência? Era só uma desculpa pra fugir daquilo que não queria enfrentar: ser pai.
Spike… aquele filho da puta. Mas calma. Você ainda vai entender o porquê de tudo isso.
Porque essa história — a minha história — não é só sobre dor. É sobre resistir. É sobre sobreviver. E, acima de tudo, é sobre renascer. ....

Capítulo 2 – As Sombras da

Quando eu tinha três anos, o mundo era um lugar barulhento demais — e ainda assim, o que mais doía era o silêncio entre os gritos.
A casa era simples, com paredes finas e o chão de madeira que rangia a cada passo. Mas pra mim, parecia um campo de batalha escondido dentro de um lar. E as trincheiras? Eram os cantos da casa onde eu me encolhia pra tentar desaparecer.
A casa era simples, com paredes finas e o chão de madeira que rangia a cada passo. Mas pra mim, parecia um campo de batalha escondido dentro de um lar. E as trincheiras? Eram os cantos da casa onde eu me encolhia pra tentar desaparecer.
O Estopim
Era uma noite quente, abafada. O ventilador velho no canto só fazia barulho, sem refrescar nada. Minha mãe estava lavando a louça, e meu pai chegou do trabalho com os passos pesados, já chutando a porta.
Spike
Spike
> — “De novo esse arroz empapado, Hannah?!” — ele gritou, jogando a mochila no sofá com violência.
Minha mãe nem olhou pra ele. Continuou lavando os pratos como se cada gota d'água fosse uma oração silenciosa.
Hannah
Hannah
> — “É o que tem, Spike. Se quiser algo melhor, vá fazer.”
Ela disse com voz firme, mas cansada. Eu estava sentado no chão da sala, com um carrinho de brinquedo na mão. Parado. Sem brincar. Ouvindo tudo.
Spike
Spike
— “Você me desafia agora? É isso? Vai começar o showzinho na frente do moleque?”
Hannah
Hannah
— “Você já faz o show sozinho. Eu só tento proteger meu filho.”
A voz dela tremeu um pouco. Não de medo. De dor.
O que veio depois eu não vi. Só ouvi. Barulho de copo quebrando. Um prato batendo na parede. E o som do choro dela tentando não escapar.
Eu me encolhi atrás do sofá. O carrinho caiu da minha mão. Naquele momento, aprendi que silêncio também pode ser grito.
--- Minha Relação com Minha Mãe
Minha mãe era minha única certeza em meio ao caos. Ela me abraçava como se quisesse me esconder do mundo. Cantava baixinho músicas antigas enquanto eu dormia. E quando eu perguntava por que o papai gritava tanto, ela só dizia:
Hannah
Hannah
Porque ele tem medo de si mesmo, meu amor. Mas você não precisa ser como ele.”
Ela nunca falava mal dele diretamente. Mas cada vez que limpava uma lágrima minha com as mãos cansadas, ela dizia tudo com os olhos.
--- Minha Relação com Meu Pai
Meu pai era o tipo de homem que causava medo só de abrir a porta. Ele quase nunca me tocava com carinho. Só dava ordens, gritava, ou ignorava minha existência.
Spike
Spike
— “Homem não chora.”
Spike
Spike
— “Engole esse drama.”
Spike
Spike
Você tem que ser forte, moleque.”
Eu cresci tentando ser invisível pra não ser o alvo. E ao mesmo tempo... desejando que um dia ele me olhasse com amor.
Mas o amor dele era uma promessa nunca cumprida.
--- Reflexão Final
Aos três anos, aprendi que nem todo pai é abrigo. E que às vezes, o maior ato de coragem de uma criança... é continuar acreditando que existe algo melhor do que aquilo.
E foi assim que minha vontade de lutar começou. Nasceu no meio da dor, alimentada pelo silêncio e protegida pelo colo da minha mãe. ---

Capítulo 3 – O Começo da Rebeldia

Crescer num ambiente quebrado é como viver dentro de um espelho rachado. Você se vê, mas nunca inteiro. Tudo distorcido. Tudo cortando. E por muito tempo, eu achei que o problema era comigo.
Com cinco anos, eu já sabia o que era pisar leve pra não acordar o monstro. Sabia quando o olhar do meu pai mudava. Sabia quando minha mãe precisava de silêncio mais do que palavras. Eu sabia demais pra uma criança. E isso me doía.
Mas aos sete… alguma coisa dentro de mim mudou.
A Primeira Faísca
Foi numa tarde de verão. Estava brincando na varanda, desenhando num papel amassado, quando meu pai chegou mais cedo. Ele estava bêbado. De novo. Tinha o olhar perdido, e o cheiro de álcool misturado com suor me dava enjoo.
Spike
Spike
— “Isso aí é brincadeira de marica?” — ele disse, arrancando o desenho da minha mão.
Eu levantei os olhos e o encarei pela primeira vez sem abaixar a cabeça.
William
William
“Não é brincadeira. É arte.”
Ele riu. Um riso feio, curto, debochado. Amassou o papel e jogou longe.
Spike
Spike
Homem de verdade não perde tempo com essas porcarias.”
Naquele momento, eu não chorei. Não corri pra minha mãe. Só fiquei parado. Com raiva.
Era a primeira vez que eu sentia aquilo queimando dentro de mim. A raiva de ser silenciado. De ser apagado. De não poder ser quem eu era.
--- O Desejo de Ir Embora
Depois daquele dia, eu comecei a sonhar com a fuga. Não uma fuga de malas e estrada. Mas uma fuga de alma. Eu queria sumir dali. Queria crescer logo, ganhar dinheiro, ser livre. Queria ser tudo o que meu pai dizia que era fraqueza: sensível, criativo, verdadeiro.
Comecei a escrever escondido. Pegava papéis velhos e desenhava mundos só meus. Falava com personagens imaginários que me escutavam melhor do que qualquer adulto.
Minha mãe sabia. Ela encontrava meus desenhos escondidos debaixo do colchão e sorria, mesmo cansada.
Hannah
Hannah
Você tem algo lindo aí dentro, filho. Nunca deixe que ele te apague.”
E era isso que me mantinha de pé. Não era coragem. Era sobrevivência.
--- Reflexão Final
Aquela criança, que um dia se encolheu atrás do sofá com medo dos gritos, agora olhava de volta com fogo nos olhos.
Eu não sabia ainda, mas ali nasceu o começo da minha rebeldia. A primeira faísca da força que um dia ia me tirar daquele inferno.
Porque, no fim, eu não queria só sobreviver. Eu queria viver. ---

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