Paris,5 de abril 2014
allan morais 28 anos,projetor de mobílias artesanais.
clara 26 anos e jorge 8 anos
Clara-Pegou tudo?
perguntou clara, parada no meio do hall de entrada da casa dos meus pais, roendo as unhas. Quando seus belos olhos azuis sorriram para mim, pensei na sorte que tinha por ela ser minha.
Fui até ela e a abracei, apertando seu lindo corpo junto ao meu.
Allan-Peguei. É isso, meu amor. A hora é essa.
Ela entrelaçou os dedos na minha nuca e me beijou.
Clara-Estou tão orgulhosa de você.
Allan-De nós
eu a corrigi.Depois de tantos anos vivendo de planos e sonhos, meu objetivo de criar e vender minhas próprias peças de mobília artesanal estava prestes a se tornar realidade. Eu e meu pai, que também era meu melhor amigo e sócio, estávamos a caminho da Alemanha para uma reunião com alguns empresários que se mostraram muito interessados em investir em nosso negócio.
Allan -Sem o Ela beijou-me não seria nada. Essa é a nossa chance de conseguir tudo que a gente sempre sonhou.
Ela beijou-me de novo.
Clara-Antes de ir, é melhor saber logo que a professora do jorge me ligou. Ele arranjou confusão na escola outra vez. O que não me surpreende, ja que puxou a você.
Allan-O que ele aprontou agora?
Clara-Segundo a professora,ele disse para uma menina que zombava dos óculos dele que esperava que ela virasse um sapo, já que ela se parecia com um. Que ela parecia um sapo,dá pra acreditar?
Allan-jorgeee............. chamei.
Ele veio da sala de estar com um brinquedo nas mãos. Não estava de óculos, e eu sabia que era por causa do bullying.
Jorge-o Que foi, pai?
Allan- Você disse para uma menina que queria que ela virasse um sapo?
Jorge-sim
confirmou ele, como se não fosse nada de mais.
Para um menino de 8 anos,jorge parecia se preocupar muito pouco com a possibilidade de deixar os pais irritados.
Allan- Cara, você não pode dizer uma coisa dessas.
Jorge-Mas, pai, ela tem mesmo cara de sapo
retrucou ele.Tive que me virar para disfarçar a risada.
Allan-Vem aqui e me dá um abraço.
Ele me abraçou apertado. Eu ficava apavorado ao pensar no futuro, no dia em que ele não quisesse mais abraçar o velho pai.
Allan- se você se comporta enquanto eu estiver fora. Obedeça à sua mãe e à sua avó, está bem?
jorge-Tá, tá bommm...
Allan-E coloque os óculos.
Jorge-Por quê? eu não gosto deles pai
Eu me agachei,toco o nariz dele.
Allan-os Homens mais inteligente usam óculos.
Jorge-Você não usa!
Allan-Tá, alguns não usam. Só ponha os óculos, ta legal?
Ele resmungou antes de sair correndo para a sala. Eu ficava feliz por ele gostar mais de brincar do que de ficar no celular.queria que ele herdasse o amor pela leitura como a mãe. Mas no fundo,seu que ele é inteligente e muito astuto,e adora brincar de desenhar móveis como eu e meu pai.
Allam-O que vocês vão fazer hoje?
Clara-A tarde vamos ao mercado e na floricultura . Sua mãe quer comprar flores. Provavelmente também vai comprar alguma bobagem para o jorge. Ah, já ia esquecendo o pingo mastigou seu tênis favorito.
Allan-Meu Deus! por isso não queria um cachorro tá vendo.isso foi ideia sua.
clara ri.
Clara-kkk Eu nunca quis um, mas você nunca soube dizer não ao jorge.
Ela me beijou novamente antes de me entregar minhas malas.
Clara-Tenha uma ótima viagem e transforme nossos sonhos em realidade.
Eu a beijei de leve e sorri.
Allan-pode deixar meu amor,Quando eu voltar, vou construir uma linda sala de leituras para você.
Clara-Com aquelas mesas rodando tudo.
allan-sim,e depois, vou fazer amor com você no meio da mesa.
Ela mordeu o lábio.
clara-voce Promete?
Allan-Prometo.
Clara-Me liga quando pousar, ta?
Fiz que sim com a cabeça e saí de casa para encontrar meu pai, que já estava no taxi, me esperando.
clara-amor
clara me chama, enquanto eu guardava a bagagem no porta-malas.jorge estava a seu lado.
Allan-Sim amor?
Eles colocaram as mãos em torno da boca e gritaram:
clara e jorge-NOS TE AMAMOS MUITO..
Sorri e disse o mesmo para eles, em alto e bom tom.Durante o voo, meu pai não parava de dizer que essa era nossa grande oportunidade. Quando aterrissamos na Alemanha para aguardar a conexão, pegamos o celular para dar uma olhada nos emails e enviar noticias para minha mãe e minha esposa.
Assim que ligamos os telefones, nós dois recebemos um bombardeio de mensagens da minha mãe. Soube instantaneamente que alguma coisa estava errada. Senti um frio na barriga e quase deixei o telefone cair enquanto eu lia.
Maria/mãe -Aconteceu um acidente,com a clara e o Jorge,eles não estão bem.voltem para cara,rapidooo
meu mandou parou depois que terminei de ler a mensagem da minha mãe.meu pai mau conseguia falar,ele estava nervoso,liguei para os telefones delas,mais estava caindo direto na caixa postal,voltamos para o aeroporto o mais rápido que conseguimos,mais só tinha vôo para daqui a três horas,não tinha o que fazer,minha mãe parou de mandar mensagem,e não conseguimos falar com ela,então falei para meu pai ir na reunião e ficaria no aeroporto,assim que desse a hora do vôo ele voltava,assim ele fez,ele levou tudo do nosso trabalho.e fiquei aguardando a hora do vôo,e tentando falar com minha mãe,mais nada estava tudo fora de área,meu deus meu coração não para com essa angústia,me pego pensando no pior,uma hora e meia depois meu pai chega correndo no aeroporto,avisando que minha mãe está com eles no hospital,mais não deu detalhes por telefone,só para voltarmos o mais rápido possível.logo anuncia nosso vôo,embarcamos e ficamos esperando o avião decolar,uma eternidade,o que era minutos,parecia horas,estava ansioso,nervoso,meus olhos enchiam de lágrimas e meu pai me consolava,minha mente estava preso na minha família.
Paris,5 de janeiro de 2015
Erica Ranis 25 anos,e Manuela Ranis 5 anos
Todas as manhãs, leio cartas de amor escritas do meu pai para minha mãe.Nós duas temos muito em comum: os olhos cor de chocolate e o mesmo tom de loiro escuro no cabelo. Também temos a mesma risada: discreta no início, mas que se torna mais alta quando estamos na companhia das pessoas que amamos. Quando ela sorri, ergue o canto direito da boca, exatamente como eu.
Encontrei as cartas na lixeira, dentro de uma caixa de metal em formato de coração. Centenas delas. Algumas longas, outras mais curtas, algumas felizes, outras incrivelmente tristes. Pelas datas, são muito antigas. Bem mais velhas do que eu. Algumas assinadas,e outras nao
Imaginei como meu pai se sentiria se soubesse que mamãe havia jogado todas elas fora.Mas, ultimamente,me pego imaginando,minha mãe já foi aquilo que estava escrito nas cartas.algo magnífico e maravilhosa.Agora, ela era exatamente o oposto.
Depois que meu pai morreu, a mamãe se tornou uma vadia. Não existe modo mais educado de dizer isso. Não foi de uma hora para outra, apesar da vizinha do final da rua ter espalhado para um monte de gente que minha mãe abria as pernas para todo mundo antes mesmo que meu pai nos deixasse. Eu sabia que não era verdade, pois nunca me esqueci de como ela olhava para ele quando eu era criança. Era como se ele fosse o único homem na face da Terra. Sempre que ele tinha que sair bem cedo para trabalhar, a mesa do café já estava posta, e o almoço, pronto, para ele levar. Ela até preparava uns lanchinhos, porque meu pai vivia reclamando que sentia fome entre as refeições, e mamãe sempre se preocupava em fazer com que ele se alimentasse bem
Papai era professor e dava aulas em uma universidade que ficava a uma hora da nossa casa. Não foi surpresa descobrir que eles trocavam cartas de amor. Palavras eram o ponto forte dele, sua grande vantagem. E mesmo não sendo tão boa quanto o marido, minha mãe conseguia expressar tudo o que sentia em cada cartas que ela escrevia para ele.
De manha, quando ele saía de casa, ela cantarolava e sorria enquanto limpava a casa e me arrumava. E falava dele, dizendo o quanto o amava, como sentia sua falta e que escreveria uma carta de amor antes que ele voltasse, a noite. Quando ele chegava em casa, mamãe sempre o servia com duas taças de vinho, e então era ele quem cantarolava a música favorita dos dois e beijava a mão dela. Eles riam juntos e cochichavam como adolescentes que estão vivendo seu primeiro amor.
Adriana- Você é meu amor eterno.
dizia ela, enquanto o beijava.
Alfred-Você é meu amor eterno,minha amada.
respondia ele, girando-a em seus braços.
Quando papai morreu, uma parte de minha mãe tambem se foi.Minha mãe ficou enclausurada em casa por meses. Eu a obrigava a se alimentar todos os dias, na esperança de que ela não definhasse de tanta tristeza. Nunca a tinha visto chorar até aquele momento. Não demonstrava minhas emoções quando estava perto dela, pois sabia que isso só a deixaria mais triste.deixava para chorar no banheiro,em baixo do chuveiro.
Quando finalmente saiu da cama, foi para ir a igreja. Eu a acompanhei durante algumas semanas. Lembro de me sentir totalmente perdida, aos 14 anos, sentada no banco de uma paroquia. Nunca fomos uma familia religiosa, só rezamos quando algo de ruim acontecia. Nossas visitas à igreja não duraram muito tempo, pois mamãe chamou Deus de mentiroso e desrespeitou os fies, dizendo que deveriam parar de perder tempo, de ser enganados com esperanças vazias e inúteis,e parar de dar dinheiro a igrejas.entao o pastor pediu que ficássemos algum tempo sem aparecer. Pelo menos até a poeira abaixar.
Até então, nunca tinha passado pela minha cabeça que alguém pudesse ser banido de uma igreja kk.
Recentemente, mamãe adotou outro passatempo, homens diferentes todos os dias, Uns para dormir, outros para ajudar a pagar as contas. E ha ainda aqueles que ela gosta de manter por perto em momentos de solidão, ou também porque lembra do papai. Alguns ela ate chama de Alfred as vezes. Agora a noite havia um carro parado em frente a nossa casa. Dentro dele, um homem estava sentado com um charuto na boca, minha mãe no colo. Ela ria baixinho enquanto ele sussurrava algo
em seu ouvido, mas não era o mesmo tipo de risada que costumava a soltar com papai,era meio triste.
Dei uma olhada na rua e vi a vizinha cercada de outras fofoqueiras, apontando para mamãe e o homem da dia. Queria ouvir o que elas diziam e mandar elas calarem a boca, mas elas estavam na calçada oposta. Até mesmo as crianças que brincavam de bola na rua, observavam os dois com os olhos arregalados.
Carros caros como aquele nunca transitavam numa rua como a nossa. Tentei convencer minha mãe a se mudar para uma vizinhança melhor, mas ela se recusou.achei que era porque ela e papai tinham comprado a casa juntos.Talvez ela não tivesse se esquecido completamente dele.
O homem soltou a fumaça do charuto no rosto dela, e os dois riram. Mamãe usava seu melhor vestido,com decotao em v,com cintura justa, colado ao corpo. A maquiagem era tão pesada que fazia ela parecer mais jovem, Ela era bonita sem toda aquela maquiagem, mas ela dizia que se maquiar transformava uma menina em mulher. O colar era da minha avó, Roseli,Eu nunca a vi usar aquele colar com um estranho, e não entendi o porquê de ela fazer isso agora.
Os dois olharam na minha direção, e me escondi na varanda, de onde continuei espiando
Adriana-Erica, se está tentando se esconder, pelo menos faça isso direito.venha aqui agora.
Sai de trás da pilastra e caminhei na direção dos dois. O homem soprou a fumaça mais uma vez e, conforme eu me aproximava, observando seus cabelos grisalhos e seus olhos azuis, o cheiro do charuto chegou ao meu nariz.
Adriana-nick, esta é a minha filha.
ele me olhou de cima a baixo, o que fez com que eu me sentisse um objeto. Ele me analisou como se eu fosse uma presa,pronta para ser caçada. Tentei disfarçar o desconforto, mas não consegui, então baixei os olhos.
Nick-Como vai,menina.
Erica-meu nome é Erica e não menina.
Adriana- isso não é jeito de falar com o amigo da mamãe.
repreendeu minha mãe, franzindo a testa e deixando as rugas à mostra. Ela não teria falado dessa forma se soubesse que isso acentuava as linhas de expressão em seu rosto. Eu odiava quando um homem novo aparecia e ela sempre escolhia ficar do lado dele e não do meu.
Nick-Tudo bem,querida Além do mais, ela está certa.
Havia algo nojento na forma como ele me encarava e fumava seu charuto. Eu usava um vestido solto rodado,mesmo assim era descente e ele mordia os lábios.
Nick-estamos indo a cidade comer alguma coisa. Quer ir?
Erica-a Manuela ainda está dormindo.
recusei. Olhei em direção à casa, onde minha menininha estava dormindo em um colchão velho. Nós duas ja o dividíamos há um bom tempo, desde que viemos para a casa da minha mãe
Ela não foi a única que perdeu o amor de sua vida.Eu tinha esperanças de não acabar como ela.
Esperava ficar so na fase da tristeza.
Dario tinha morrido há um ano, e eu ainda tinha dificuldade para respirar. Manuela e eu morávamos na nossa casa de verdade. O lugar foi reformado, e nós o transformamos em um lar. Foi ali que eu e o Dário nos apaixonamos, brigamos e fizemos as pazes inúmeras vezes.Bastava a nossa presença para tornar a casa um lugar aconchegante. Mas, depois que ele se foi, parecia que uma nuvem escura pairava sobre ela.
Foi no hall de entrada que ficamos juntos pela última vez. Seu braço envolvia minha cintura, e nos achavamos que nos lembrariamos daquele dia para sempre.
Mas o "para sempre"acabou, a vida seguiu seu curso.
Eu me senti sufocada pelas lembranças e pela tristeza, e então fui para a casa da minha mãe.
Voltar ao nosso lar significava encarar a verdade, ele não estava mais entre lá. Por mais de um ano, vivi um faz de conta, fingindo que ele tinha saído para comprar algumas coisas e que voltaria a qualquer momento. Todas as noites, quando me deitava, ficava do lado esquerdo da cama e fechava os olhos, imaginando que ele estava ali ao meu lado.
minha filha merecia mais do que isso, Minha pobre Manuela,precisava de mais do que um colchão velho, homens estranhos e vizinhos fofoqueiros dizendo coisas que uma garotinha de 5 anos nunca deveria ouvir. Ela também precisava de mim. Eu estava afundando na escuridão, não era a mãe que ela merecia. Enfrentar as lembranças do nosso lar talvez me trouxesse paz.
Voltei para dentro e olhei para meu anjinho dormindo, seu peito subindo e descendo em um ritmo perfeito. Nos duas temos muito em comum: as covinhas na bochecha e o mesmo tom loiro escuro no cabelo. Também temos a mesma risada,o mesmo jeito de colocar o cabelo de lado
a única diferença diferença. Os olhos dela eram verdes como a do pai dela
Deitei ao lado da minha princesinha, beijando suavemente seu nariz. Depois, peguei a caixa no formato de coração e li mais uma carta. Já tinha lido aquela antes, mas mesmo assim ela tocou minha alma.Às vezes, eu fazia de conta que as cartas eram do Dário,sempre derramava algumas lágrimas.
O amor dos meus pais era capaz de provocar inveja até nos casais que já estavam séculos juntos,nas cartas e pessoalmente eles se amavam muito,meu pai sempre declarou isso a ela e ela a ele.eu e o Dário,sempre mandamos mensagens de amor um para o outro,e era lindo.mais o amor dos meus pais era muito lindo.
Manuela -Vamos mesmo pra casa mamãe
Pergunta ela, quando a luz entrou pela janela, iluminando seu rostinho. saímos da cama, peguei seu ursinho e companheiro de todas as horas, e fiz os dois se sentarem na cadeira mais próxima.simba não era simplesmente um ursinho de pelúcia, era um ursinho mais estranho,minha garotinha era um pouco diferente, e, depois de assistir os desenhos de zumbis,ela decidiu que adorava coisas estranhas.
Erica-Vamos, sim meu amor
respondi, sorrindo ao guardar o colchão atrás do guarda roupas de mamãe. Não consegui dormir a noite toda e fiquei arrumando nossas malas.
manu estava com um sorriso bobo no rosto, igualzinho ao do pai.
Manuela-Obaaaa,vou para casa,minha caminha!
Cantou ela ao urso,Sentia uma pontada no coração cada vez que ouvia essa palavra, mas continuei sorrindo. Aprendi que tinha que sorrir na frente da minha filha, porque ela acabava ficando triste, quando percebia que eu estava mal. Nesses momentos ela me dava os melhores beijos, mas esse era o tipo de responsabilidade que ela não precisava ter comigo.
Erica-Acho que vamos chegar a tempo de ver os rapazes lavando o telhado. Lembra quando o papai fazia isso.
perguntei.Ela estreitou os olhos, tentando se lembrar. Como seria bom se nossa mente funcionasse como um grande arquivo e pudéssemos simplesmente reviver nossos momentos favoritos a qualquer instante.
Manuela -Não lembro mamãe
Ela diz triste apertando seu urso,Aquilo partiu meu coração.e ela Continuou sorrindo mesmo assim.
Erica-Que tal pararmos no mercado e fazer compras.
Manuela-E sorvetes,e m e m
Erica -perfeito
Ela sorriu e deu um gritinho, animada. Dessa vez, meu sorriso foi de verdade.Eu a amava mais do que ela poderia imaginar. Se não fosse por ela, com certeza já teria me rendido ao luto.ppr ela que estou seguindo adiante
Não me despedi da minha mãe porque ela não voltou para casa depois do jantar com o homem da vez. Logo que me mudei, não liguei,quando ela demorava a chegar,eu ligava, mas ela acabava gritando comigo, dizendo que era adulta e sabia o que estava fazendo.deixei um bilhete:
💌mãe, estou voltando para minha casa
te amo,se cuida.💌
A viagem durou horas, e ouvimos as músicas,de Frozen,Moana,e as meninas super poderosas tantas vezes que cheguei a pensar em cortar os pulsos.
minha filha ouviu um milhão de vezes cada música e ainda incluiu sua voz cantando errado nos versos.
Erica -meu deus filha.
Sinceramente,que bom que ela dormiu, dei um descanso também para carro coitado.
Na entrada da rodovia , meu estômago embrulhou. Queria muito que existisse outro caminho para chegar, mas esta era a única via de acesso à cidade. O movimento na estrada era grande por causa do feriado, mas o asfalto novo tornava a rodovia, que antes era toda esburacada, mais segura. Meus olhos se encheram de lágrimas quando me lembrei do momento em que ouvi a noticia.de um acidente grave na estrada.
Continuei dirigindo e não permiti que as lágrimas saíssem. Forcei a permanecer inerte; assim não sentiria nada. Caso contrário, acabaria desabando, e eu simplesmente não podia fazer isso. Olhei pelo retrovisor e encontrei forças ao ver minha filha,Chegamos ao final da estrada e respirei fundo novamente. Eu me concentrava em uma respiração de cada vez. Não conseguia ir além disso, tinha a sensação de que poderia sufocar com o ar.enfim chegamos na nossa cidade,que fica a 4 horas da minha mãe.
minha filha tinha acordado e estava olhando pela janela.
Manuela-Mamãe?
Erica -Oi, filha.
Dos olhos verdes,parece trazer consigo um sentimento caloroso e gentil,iguais ao do pai
Dario tinha olhos lindos,adorava correr e malhar,seu corpo era definido,e amava andar descalço.
Manuela-a senhora Acha que o papai vai saber que a gente se mudou.
Quando dario faleceu e nós nos mudamos para a casa da mamãe, apareceram muitos passaros no jardim.manuela perguntou o que eram. e respondi que eram anjos em forma de passaro, demonstrando que eles estavam sempre por perto cuidando de nos
Ela adorou a ideia e, cada vez que encontrava um passarinho olhava para o céu, sorria e sussurrava. "Eu também te amo, papai Depois, tirava uma foto do passarinho e a colocava no álbum de família.recoradacao era o nome do álbum
Erica-Tenho certeza de que ele sabe filha.
Manuela-eu também acho.
As árvores pareciam mais verdes do que eu lembrava, e as lojinhas no centro estavam enfeitadas para o feriado,. Era tudo tão familiar e, ao mesmo tempo, tão diferente. A bandeira do pais. tremia com o vento.
Ficamos paradas no sinal de trânsito da cidade por uns dez minutos, o que não fazia nenhum sentido. Enquanto aguardávamos, pensei em todas as coisas que me lembravam do meu marido. De nós. Quando o sinal abriu, pisei no acelerador, querendo chegar logo em casa para afastar as sombras do passado. Assim que o carro começou a descer a rua, minha visão periférica captou um cachorro vindo em minha direção. Pisei no freio bem rápido, mas a lata-velha demorou a parar. Quando finalmente freou, ouvi um latido alto.
Meu coração quase saiu pela boca. Fiquei paralisada, parecia incapaz de respirar novamente. Estacionei o carro de qualquer jeito, enquanto a manu perguntava o que estava acontecendo, mas não dava tempo de responder. Abri a porta do carto, e fui em direção ao pobre cachorro e vi um homem correndo na mesma direção. Ele me encarava com um olhar desesperado, praticamente me forçando a enxergar a intensidade de seus olhos azuis profundos.
Erica-foi muito rápido,sinto muito deixa eu leva-los ao veterinário
Allan -nao precisa
Erica-Por favor
insisti.
Erica-E muito longe para ir a pé com o cachorro moço.
Ele assentiu num gesto quase imperceptivel, abri a porta do carona e ele entrou com o cachorro no colo
Corri para dentro do carro e comecei a dirigir
Manuela O que aconteceu mamãe,quem é ele.
Erica -Vamos levar esse cachorrinho ao veterinário, querida. Está tudo bem
Eu realmente esperava não estar mentindo,à clínica veterinária mais próxima, que ficava aberta vinte e quatro horas,era bem longe e o percurso não foi exatamente o que eu esperava
Allan-Vire à esquerda.
Erica-assim vai ser mais rápido.
Allan-Você não sabe o que está fazendo.vire a esquerda droga
Ele grita e Respirei fundo.
Erica -Eu sei dirigir sabia.
Allan-Sabe mesmo? Porque acho que esse é o motivo de estarmos aqui.
Eu estava prestes a jogar aquele idiota para fora do carro, mas o ganido do cachorro me impediu.
Erica-Ja me desculpei.
Allan-Isso não ajuda meu cachorro
Que cara mais Idiota.
Allan- é a próxima à direita - insistiu
Erica-A clínica é a segunda rua
Allan-Não, entre aiiiii,que merda
passei doreto so para irritar esse idiota Quem ele pensa que é.entrei na segunda rua
Allan-Não acredito que você pegou a droga da rua mais longa .
reclamou ele.Sua raiva me fez sorrir, até o momento em que vi as obras e a placa que dizia em obras
Allan- Você é sempre burra assim ou se faz,eu disse para entrar na outra não foi.
Erica- E você é sempre... sempre... sempre...esquece.
Ao contrário dele, eu não era boa em discutir com as pessoas. Normalmente, engolia tudo e acabava chorando como uma criança, porque as palavras não se formavam na minha cabeça com a mesma velocidade em que as brigas aconteciam. Eu era uma idiota que só conseguia responder a um insulto três dias depois.
Erica -sempre... Você é sempre...esse.....
Allan- Sempre o quê? Fala logo! Use as palavras!
exclamou ele, zombando.
Girei o volante e fiz o retorno para pegar a outra rua
Erica-Você é sempre um...um......um..
Allan-Vamos lá, você consegue
debochou.
Erica -UM BABACA! UM FILHO DA PUTA!
gritei, entrando na rua que ele falou.O carro ficou em silêncio. Meu rosto ficou vermelho, e apertei o volante com força.Assim que parei no estacionamento, ele abriu a porta sem dizer absolutamente nada, pegou o cachorro e entrou em disparada na emergência. Fiquei na dúvida se não era melhor ir embora, mas sabia que não ia me acalmar até ter certeza de que o cachorro ficaria bem.
Manuela -Mamãe?
Erica -Sim,
Manuela -O que é filho da puta mamãe?
Erica -Não é nada, amor. Eu disse "trufa".
Manuela-Então você chamou aquele moço de bombom?
Erica -Sim. Uma trufa grande e sem recheio.
Manuela-E o cachorrinho dele, vai morrer mamãe
Erica-Espero que não meu amor,espero que não.
Entrei logo atrás dele com a manuela,a recepcionista pede para espera,e sentamos Ele se aproximou de vagar, sentou-se ao meu lado e apoiou o cachorro nas pernas
Manuela-Qual é o nome dele moço?
Ele abriu a boca e hesitou, antes de falar:
Allan- é pingo princesa.
Sorri
Erica-. Que belo nome para um labrador desse tamanho.
Manuela-E o seu?
Allan- é Allan Morais
Depois de terminar o formulário, entreguei tudo para a recepcionista,e assumi os gastos com o animal
Erica -Pode debitar todas as despesas do pingo no meu cartão por favor
Allan-Tem certeza?
Erica-Absoluta
allan-mais vai ficar caro
-tudo bem,não ligo,pode passar moça.
Levaram o pondo e me Sentei ao lado deles novamente. Ele começou a dar tapinhas de leve nas pernas, e percebi seu nervosismo. Quando olhei para ele, estava me encarando com a mesma confusão de quando nossos caminhos se cruzaram.
ele começou a murmurar algo e a esfregar as mãos uma na outra. Em seguida, colocou os fones de ouvido e apertou o play.
Manuela de vez em quando perguntava se estava na hora de ir para casa, e eu dizia que iria demorar mais um pouco. Antes de voltar a brincar com o urso, ela parou e olhou para o allan
Manuela-Ei,allan
Ele a ignorou. Ela levou as mãos ao quadril.e se balançou toda.
Manela-Ei, allan! Estou falando com você!
insistiu, batendo o pé no chão.ele olhou para ela. Você é uma grande trufa sabia.
Erica -Ai, meu Deus,Manuela.
Alguém devia ter me proibido de ser mäe. Sou péssima nisso.Estava prestes a dar uma bronca nela quando vi um pequeno sorriso se formar, rapidamente, por trás da barba dele.
Allan-kkk,e porque eu sou uma trufa
Manuela-por que é sem recheio,quer dizer chato
Erica-manuelaaa
allan-e quem te disse isso.
manuela-a mamãe lá com carro
Allan-ha sim,ela disse isso mesmo.
Ele poe os fones e a Manu senta ao lado dele e pega um lado do fone e ouve com ele.os dois ficam rindo a toa.
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