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Loucura de uma Noite

Paola

Loucura de uma Noite

Capítulo 1

Sua cabeça girava, havia bebido muito na noite anterior. Paola abriu os olhos e foi então que viu que não estava na cama sozinha e muito menos no seu apartamento. Olhou para o lado e fez careta, chocada com o que estava vendo. Não tinha esse costume de beber a ponto de dormir com qualquer cara que aparecesse.

Foi então que lembrou que tinha finalizado um casamento e saído com suas amigas para esquecer que tinha um ex namorado. Havia trabalhado tanto e que não recusou o convite em ir num bar, mas não imaginaria que acabaria na cama de um... desconhecido.

Levantou-se devagar e o cara resmungou, parou e segundos depois tentou levantar novamente, procurou por suas coisas e não encontrou tudo, decidiu ir embora do jeito que estava, com a camisa do sujeito.

Será que ele sentiria falta da camisa?

Não. Acho que já estava acostumado com isso. Deu mais uma olhada para ele deitado e mordeu os lábios confusa. Ele era muito gato, porém, não poderia fazer isso... novamente.

Paola suspirou, colocou o resto da roupa e saiu dali o mais rápido, nem quis reparar no resto da casa, pois não queria ser pega fugindo depois de tudo.  Estava sendo idiota em fugir, mas era melhor assim. Afinal, ele nem lembraria dela.

Estava na rua procurando o seu carro, mas nem sinal dele. Merda! Onde estava?

De repente seu celular tocou, era uma de suas amigas. Aliviada por isso atendeu.

- Lu?

- Onde você está?

- Eu...não sei. – respondeu olhando em volta. Era domingo e não havia muito movimento por ali naquela hora.

- Como não sabe?

- Não sei. É um bairro bem... O que eu fiz ontem? – perguntou, mas não pode ouvir a resposta o celular havia descarregado. – Merda!

Andou um quarteirão até ver o seu carro parado num lugar indevido. Aliviada por encontrar o seu carro, procurou pelas chaves na bolsa e rezou para estar ali, foi quando um cara apareceu.

- Moça é seu carro?

- É sim. Estou procurando as chaves. – tentou sorrir.

- Eu ia guincha-lo. Lugar indevido.

- Eu já vou tirar, só preciso encontrar as...chaves.

- Cinco minutos.

- O quê?

O homem a olhou e pela cara dele já notou que não estava muito apresentável, estava parecendo uma prostituta que acabava de fazer um serviço e realmente tinha agido como uma, mas sem pagamento.

- Você tem cinco minutos para tirar o carro daí se não... Vou guincha-lo.

- Está falando sério?

- Sim.

Paola fez careta ao vê-lo se afastar deixando a no vácuo. Procurou novamente a chave do carro e não estava lá, era só o que lhe faltava. Não iria voltar a casa do sujeito e pra completar estava sem celular. Olhou para dentro do carro e tentou vê se tinha algo que pudesse quebrar quando o homem voltou.

- Encontrou a chave?

- Eu... Esqueci na casa de um...amigo.

Ele suspirou.

- Sinto muito moça.

- Eu vou buscar... Espera só um minuto. – ela disse apavorada.

- Eu lhe dei cinco minutos.

- Está duvidando que o carro é meu?

- Não. Só estou fazendo o meu trabalho. – ele a olhou novamente. – Deveria saber onde estaciona o seu carro.

- Eu... Não lembro... Quer saber, leva esse carro. – ela tentou outra jogada. – Será que pode me levar junto?

O homem franziu o cenho confuso. Ele não era novo e nem velho, era alto, magro e usava macacão azul combinando com os olhos, mas não era atraente.

- Achei que você iria buscar as chaves na casa do seu amigo.

- Mudei de ideia.

- Certo.

 

Ao ser deixada próxima de sua casa, andou alguns quarteirões antes de chegar. Morava com uma amiga que conhecerá na adolescência e desde então não se separaram mais, e claro que ouviria muito depois que chegasse em seu apartamento.

Morava quase próxima ao centro de Portland num bairro um pouco movimentado e naquela hora tinha várias pessoas passando por ali e se sentiu uma prostituta chegando do serviço. Sorriu para uma senhora que passava e subiu correndo para o seu apartamento, pelos menos tinha as chaves para entrar.

- Meus Deus, onde você estava? – Luíza indagou horrorizada com sua aparência.

- Eu não sei...meu celular descarregou, meu carro foi guinchado. – ela contou apavorada. – Eu acho que fui estuprada.

Luíza arregalou o olhos.

- Como assim?

- Eu não sei, não lembro o que fiz ontem...

- Fomos beber e você bebeu demais... Lembro de você saindo com um cara.

- Aí meu deus!

Paola tampou o rosto com as mãos após sentar no sofá.

- Estou me sentindo um lixo.

- Amiga, não fica assim. Não parecia que você...seria estuprada.

- Não?

Luíza balançou a cabeça negando.

- Você havia bebido muito sim, mas estava encantada com o cara... Praticamente caiu pra cima dele.

Paola fez careta ao lembrar de ter acordado ao lado dele. Nunca havia agido daquele jeito, talvez estivesse decepcionada com sua vida amorosa que era um fracasso. Havia terminado com seu namorado há umas duas semanas e estava se sentindo em depressão por tudo isso.

- Não acredito que fiz isso.

- Não lembra de nada?

- Não tudo. Lembro de pedir uma bebida e... Depois lembro de entrar no carro e... – parou para pensar. – E de acordar hoje cedo na cama dele.

Luíza franziu o cenho.

- Eu estou surtando por dentro. Não sei o que fiz... Não lembro do nome dele e sei...que era muito bonito. – contou levantando e olhou para as roupas. – sai de lá antes que ele acordasse. Isso aqui é dele.

- Eu percebi.

- Deixei a minha blusa e as chaves do meu carro na casa dele.

- Como veio embora?

- De carona com o guincho.

Do nada Luiza teve um ataque de riso. Era cômico sim, mas era algo sério. Poderia ter sido pior.

- Não tem graça.

- Ele deve estar agora se perguntando o que foi que aconteceu.

- Será?

Luiza continuou a rir.

- Como vou pegar a chave do meu carro.

- Voltando pro apartamento dele.

- Não.

- Você é doida sabia.

- Você como amiga deveria ter me impedido de ir com ele.

- Eu tentei, mas você estava determinada em ir com o sujeito. – Luíza contou. – Eu e a...

De repente a porta da frente abriu e foram interrompidas pela presença de Tyana, outra amiga que não morava ali mas não saia do apartamento.

- Vocês não vão... Credo, o que aconteceu com você?

- Ressaca de ontem.

- E o cara?

- Não sei. Sai do apartamento dele antes que acordasse e antes que me pergunte eu não lembro como fui parar lá. – respondeu envergonhada. – Me sinto um lixo.

Tyana se aproximou e sentou ao lado de Luiza, já que ela acabou que deitando no outro sofá.

- Não fique assim. Todo mundo já fez algo... inusitado.

- Isso tudo é culpa do Jared. – ela sentou brava. – Se... Se ele não tivesse feito aquilo comigo.

- Amiga, já disse que ele não te merecia.

- Aham...

Paola fez careta ao ter que concordar com as duas. Há duas semanas atrás Jared havia terminado o relacionamento por causa do trabalho, haviam ficado por dois anos juntos e ainda estava arrasada por isso.

- O que você ia contar pra gente? – ela decidiu mudar de assunto fazendo as duas fazerem cara de surpresa.

Tyana suspirou e tirou um recorte do bolso da calça e colocou em cima da mesinha de centro.

-  A atriz Alícia Howard ficou noiva.

- Aquela que fez o filme “ Conto com Você “? – Luíza.

- Não.

- A que fez “ O figurino” ? – ela dessa vez fazendo a amiga sorrir.

- Isso. Ela mesmo, está em todo lugar que ela vai se casar.

- Mas o que isso... Tem a haver? – indagou confusa.

Tyana suspirou.

- Eu fui selecionada na emissora que vou entrevista-la.

- O quê?

- Sério?

- Sim.

As três levantaram juntas e pularam felizes que nem crianças quando ganham um brinquedo.

- Aí amiga, fico feliz por isso.

- Sim, estou progredindo.

- Meus parabéns!

- Vamos comemorar? – Luíza dessa vez.

Paola fez careta.

- Chega de comemoração, posso acabar com outro homem na cama.

- Podemos comemorar tomando um café na lanchonete. – Tyana sugeriu. – Nós merecemos.

Silêncio.

- Ok. Vou tomar um...banho.

Charles

 Capitulo 2

- Ei, vamos parar um pouco.

Charles parou ofegante para esperar seu amigo que acabava de pedir por uma trégua. Isso porque costumavam sempre correr juntos nas manhãs de domingo. Havia acordado com uma ressaca e mesmo assim teve que criar coragem para correr e distrair sua cabeça naquela manhã.

- Como consegue correr depois de uma ressaca? – Ralph indagou ao parar e recuperar o fôlego.

- Minha mente está uma bagunça.

- Cara, você foi beber ontem só por que sua irmã vai se casar. Qual a lógica disso?

Na quinta-feira havia participado de um jantar em família e acabou recebendo uma notícia de que sua irmã estava noiva. Alicia era mais velha que ele há dois anos e conhecerá um cara há três meses atrás, a notícia foi um choque para ele que sempre a protegeu desde que seu pai havia abandonado sua mãe por uma mulher mais nova.

Durante esses três anos vinha tentando não ser como seu pai, odiava se olhar para ter herdado muitas coisas dele e isso às vezes o deixava desconfortável. Parecia fisicamente com seu pai, alto, loiro, olhos verdes e só para não ter que ficar igual há seu pai decidiu deixar a barba crescer já que seu pai odiava isso.

Sua mãe praticamente era uma doida, desde que havia se divorciado e arrumado um outro homem vinha dizendo que queria ambos sendo melhores que qualquer um deles, e para sua sorte ela nunca comparou-o com seu pai.

- Não tem nada ver com isso.

- Sua mãe está enchendo o saco sobre isso.

- Minha mãe não liga quem vai se casar primeiro... Sabe-se que minha mãe é muito doida.

Ralph riu concordando.

- Eu sei e por isso questionei se ela acha estranha sua irmã se casar primeiro.

- Minha irmã é mais velha que eu. Eu só estou inconformado pelo fato dela casar com uma pessoa que conheceu há três meses.

- Eu não vejo problema nisso.

- Isso não vem ao caso de eu ter saído pra beber.

- E cadê o Jean? Ele foi com você ontem...deveria estar aqui no meu lugar.

- Eu liguei pra ele, mas o celular está desligado. Saiu do bar com uma garota e se sabe né...

- Jean e suas... loucuras.

- Acho que todo mundo já fez loucuras um dia. – ele disse olhando para o relógio. – Vamos, preciso correr mais meia hora. Tenho que ir para casa e ajeitar algumas coisas.

- Certo.

Correram de volta da onde haviam começado e cada um seguiu em direções opostas, cada um em seu carro. Como ele morava mais próximo, chegou em dez minutos em seu apartamento. Era um local pequeno, cozinha, sala ,quarto e banheiro, mas muito bem equipado. Havia comprado o apartamento há uns três anos e desde então vem o reformando aos poucos.

Sua mãe e irmã sempre estavam trazendo coisas para ali e acabavam aceitando a maior parte das coisas. Até mesmo o quadro horrível que tinha na sala, mas não podia retirar . Isso deixaria as duas tristes.

Fez careta ao olhar para o quadro e foi tomar banho. Não demorou muito, ao voltar pro quarto apenas com a toalha enrolada na cintura viu a bagunça que estava no seu quarto. Sorriu ao lembrar da noite anterior, havia bebido muito e conhecerá uma mulher encantadora, ela praticamente caiu pra cima dele.

Não tinha como esquecê-la, era morena, de estatura média, cabelo preto, olhos castanhos e tinha um belo sorriso.

Era uma pena não ter acontecido nada entre ambos além do beijo que haviam trocado, afinal ela desmaiar na sua cama. Acordara naquela manhã sem ninguém na sua cama, e pra completar ela levou sua camisa e deixará as chaves do carro junto com a blusa dela.

Infelizmente não teria coragem de ir na policia para procurá-la, mas tinha que devolver as chaves do carro dela pelo menos. Lembrava apenas do primeiro nome e seria como procurar uma agulha no palheiro, afinal Portland não era um lugar pequeno.

Terminou de se arrumar e saiu de casa quando seu celular tocou. Era sua mãe querendo saber se já estava a caminho e desligou logo ao responder que chegava em dez minutos.

E como havia dito chegou em dez minutos, a casa de sua mãe ficava na área mais urbana, ela tinha preferido morar numa casa para a melhor adaptação de Greta, sua irmã mais nova que tinha síndrome de down.

Assim que parou o carro na frente da casa, pode vê que seu padrasto estava em casa. Teve que suspirar, não gostava muito dele, por mais que fizesse bem a sua mãe e irmã não podia questionar nada sobre isso. Bateu na porta e logo foi atendido pela cuidadora de sua irmã e entrou indo para o jardim nos fundos onde a cuidadora havia dito que estavam, assim que se aproximou Greta veio correndo e não pode deixar de sorrir.

- Você veio.

- Sim. Como você está?

- Bem. Olha o que ganhei... – ela mostrou os olhos pintados. – Mamãe disse que posso usar no casamento da Alicia.

- Ficou linda.

Ela sorriu e deu a mão a ele como sempre fazia. Greta tinha vinte e um anos, loira, baixinha e usava óculos que quase todo dia ela trocava por causa das cores e modelos, achava legal isso que sua mãe dava a opção pra ela, já que não podia fazer muita coisa por causa da situação de saúde que ela tinha conforme os anos.

- Mamãe, o Charles chegou...

- Eu vi querida.

Sua mãe sorriu e o abraçou assim que se aproximou. Sua mãe tinha uma vibe meio de paz e amor, por isso costumava dizer que ela era doida. Mas sua beleza era um encanto, não parecia aparentar a idade que tinha, com seus cabelos castanhos que ia até a cintura, magra e olhos castanhos, a única que havia herdado tudo da sua mãe era Alicia.

- Como você está, querido?

- Bem.

- Pela sua cara andou aprontando alguma coisa?

Ele franziu as sobrancelhas.

- Eu... não.

- Vou ler cartas para você depois.

Greta riu fazendo-o sorrir em deboche. Ela adorava fazer isso, e quase sempre acertava.

- Mamãe quer saber se você é o próximo.

- Eu tenho você Greta.

- Irmãos não se casa. – ela respondeu.

- Onde aprendeu isso?

- Mamãe disse isso. E hoje vou pra casa do papai.

- Mãe é sério?

Sua mãe ficou sem graça, foi ai que seu padrasto apareceu, cumprimentou o viu o sentar ao lado de sua mãe, que respondeu.

- Não posso proibi-lo de vê-la, ela é especial e senti falta dele.

- Não pode deixá-la com ele.

- Querido, seu pai sabe cuidar dela muito bem.

- Eu já disse isso há ela, Charles. – seu padrasto comentou. – Greta tem que ter um cuidado especial.

Charles assentiu.

- Por que o interesse agora? – ele indagou. – Depois de todo esse tempo, só agora lembrou que tem uma filha.

- Charles não é bem assim, ele sempre veio vê-la...com restrição, agora ele pode estar levando ela por algumas horas.

- Eu não deixaria...

- O que você não deixaria meu querido irmão? – Alicia chegou pegando o meio da conversa. Abraçou cada um e sentou ao lado de Greta. – Quem você quer proteger?

- Seu irmão acha que eu não deveria deixar a Greta sair com seu pai.

Alicia pigarreou.

- Qual é o problema?

- Ele é um idiota, só vocês não percebem isso.

- Ele é seu pai, Charles.

- Infelizmente.

Alicia tentou não rir e quando viu Greta estava rindo, mesmo sem saber do que o assunto estava sendo discutido.

- Não é engraçado.

- Já se olhou no espelho, Charles? – Alicia brincou.

- Eu acho o Charles muito... Bonito. – Greta disse fazendo os demais sorrirem.

- Você está certa, querida. – Alicia.

- Só não gosto da barba... Mas aí fica parecendo o papai.

Charles ficou sem graça quando todos concordaram, até ele mesmo odiava isso.

- Obrigada irmãzinha por me lembrar disso.

- Querido, você é melhor que ele.

Ele acabou assentindo todo sem graça. Depois disso sua irmã começou a falar sobre o casamento e acabou descobrindo que sua mãe havia ido a um casamento no dia anterior, que havia gostado dos arranjos do casamento e falou que daria isso à filha de presente.

Foram almoçar discutindo sobre isso e acabou tentando ficar fora do assunto, mas não deu muito certo.

- Achei o casamento maravilhoso, bem organizado.

- Eu ficarei feliz de fazer algo simples, mãe.

- Bom, uma organizadora de casamentos sabe fazer isso. – sua mãe disse. – Vou pedir pra Célia o contato da que organizou o casamento de Lílian.

- Não acha que está muito cedo pra isso?

Alicia o encarou.

- Não.

- Ninguém se apaixona assim... Em três meses.

- Eu tenho trinta anos, Charles. Estou no meu auge da carreira e estamos apaixonados sim.

- Não estou dizendo que você não deva se casar. Sei lá...espera uns meses ou um ano.

- Quando você parar de ficar com essas mulheres de bar a gente volta a conversar. – Alicia ralhou.

Ele sorriu em deboche.

- Não precisa apelar. Estou sendo sensato.

- Charles...

- Qual é o problema em esperar... Está grávida?

Alicia pigarreou.

- Não. Qual é o seu problema?

- Estou apenas...

- Ei... Sem brigas. Charles respeite a decisão da sua irmã e Alicia não dê ouvidos há seu irmão. – sua mãe interferiu. – Homens não são capazes de ter um raciocínio muito lógico.

Charles riu.

- Idiota.

- Como você sabe que saiu com mulheres de bar?

- Já se olhou no espelho? – ela perguntou fazendo o assentir. – Você é tipo de cara que vive em bar, olha suas roupas.

- O que tem a minha roupa?

- Você se vesti que nem um adolescente.

- É sério isso?

- Seja mais homem... Se vista com um homem da sua idade.

Ele abriu a boca e fechou, chocado com a ousadia da sua irmã.

- Eu não vou fotografar você no seu casamento.

- Retiro o que disse.

Charles riu fazendo os demais rirem também. Ela sabia que se continuasse a fazer showzinho iria acabar sem um fotógrafo, já que esse era o seu trabalho.

Acabou ficando mais um pouco por ali e decidiu ir ao mercado antes de ir pra casa onde pode ficar relembrando da noite catastrófica.

Reencontro

Capítulo 3

Estava dando o retoque final em sua maquiagem simples, porém profissional. Não queria causar muita coisa, afinal estava indo trabalhar. Havia entrado na área de organizadora de casamentos há uns sete meses e só agora ela estava liberada para fazer tudo sozinha, havia feito um ótimo trabalho no fim de semana.

Apesar da noite de sábado ter sido a pior coisa que aconteceu, não iria esquecer de ter acordado na cama de um estranho, havia comprado até uma pílula do dia seguinte para se garantir com a relação. Estava muito abalada e pra completar precisava dar um jeito de arrumar um chaveiro para o seu carro, não iria se encontrar com aquele cara.

- Paola quer uma carona? – Luíza perguntou aos gritos, já que ela está no banheiro e sua amiga na cozinha.

- Claro que quero.

- Então vamos, não posso me atrasar.

- Ok.

Naquele dia havia escolhido usar calça jeans modelo mom, blusa branca e um blazer preto, e um tênis ALL star pra completar o look. Tinha costume de usar sempre calçados confortáveis para ir trabalhar, odiava salto alto.

Luíza a deixou na agência e foi para o trabalho, chegou lá por volta das oito horas e quase não tinha muito o que fazer, a não ser que alguém queira sua ajuda para organizar algo.

Assim que se sentou em sua pequena mesa, sua chefe chegou toda sorridente.

- Bom dia!

- Bom dia!

- Conseguiu entregar o casamento hein.

Ela sorriu.

- Sim.

- Isso é ótimo. Acho que a Júlia vai precisar da sua ajuda com o evento de um jantar beneficente.

- Ah, seria ótimo.

- Certo. Vou avisar ela. – sua chefe falou antes de sair.

Passou a maior parte da manhã ocupada. Deu uma olhada em algumas fotos que o fotógrafo havia mandado há ela colocar no site e ficou feliz por quase todas. Depois foi falar com Júlia sobre o evento que aconteceria em uma semana, ela estava atolada e pelas exigências que a pessoa pediu estava atrapalhando um pouco.

- E se você colocar alguns vasos de suculentas nas mesas? – indagou. – Eles querem flores pelo local.

- Acho meio brega.

- Mas foram eles que pediram. Suculentas são bonitas.

- Paola... Posso falar com você um minuto. – sua chefe apareceu interrompendo.

- Claro.

Paola assentiu e seguiu sua chefe até a sala dela, acabou sentando numa cadeira por ordem dela.

- Acabei de receber uma ligação da Sra. Martelli querendo nos contratar para organizar o casamento da família. – sua chefe pausou. – Ela presenciou o casamento de Lílian e Carlos e amou o que você fez.

Paola quis dar um grande sorriso, mas se controlou.

- Sério?

- Sim. Quer organizar outro casamento?

- Seria maravilhoso, Sra. Muniz.

- Certo. Vou lhe passar o contato e você já pode começar. – sua chefe falou enquanto anotava o contato da cliente. – Meus parabéns, Paola.

- Obrigada.

- Pode deixar que vou ver quem eu coloco pra ajudar Júlia.

- Se quiser posso auxiliar a Júlia...

- Não precisa.

Sem pestanejar, sorriu concordando e saiu da sala toda feliz. Assim que entrou em sua sala decidiu ligar para a cliente para combinar de se encontrarem para poder anotar algumas coisas.

- Sra. Martelli...aqui é a Paola Castilho da Muniz Eventos.

- Sim.

- Estou entrando em contato para saber se podemos marcar uma hora pra gente estar conversando.

- Ah sim... Estou disponível amanhã cedo.

- Claro. Quer se encontrar em um lugar específico?

- Pode vir a minha casa por favor... Tenho uma filha especial e não posso estar saindo de casa. – uma pausa. – Vou vê se consigo falar com a minha filha.

- Ok.

Depois de anotar o endereço sorriu toda feliz. Agora sim, só de saber que seu trabalho estava sendo reconhecido, ficava feliz demais com isso. Anotou algumas coisas que precisava repassar para sua cliente sobre como eles trabalhavam e saiu do escritório eram quase seis e quinze da tarde.

Teve que pegar um ônibus para ir embora, já que estava sem carro. Teria que resolver esse problema o quanto antes se não tivesse como fazer o seu trabalho, ia precisar se locomover muito agora que tinha um casamento para organizar.

Na manhã seguinte acordou toda disposta, se arrumou como sempre e saiu de casa. Havia marcado com sua cliente às dez horas da manhã e tinha que mostrar que era pontual e competente. Chegou na casa da cliente, faltavam dois minutos para dez e foi atendida por uma mulher num estilo bem hippie.

- Bom dia!

- Bom dia, sou a Paola Castilho da agência.

- Ah, entre querida. Sou a Suzanne Martelli... Prazer em conhecê-la, Srta. Castilho.

- O prazer é todo meu, Sra. Martelli.

Suzanne sorriu.

- Venha, vamos conversar lá no jardim. Minha filha mais nova está lendo...e gosto de acompanhá-la de perto.

Paola não disse nada, apenas assentiu. A casa parecia muito simples por fora, mas por dentro era um encanto. Praticamente tudo planejado e com uma decoração muito simples, tirando os quadros de mal gosto achou tudo muito bonito. Assim que chegaram no jardim, pôde ver a filha dela junto com uma moça e sorriu ao ver que realmente era uma filha especial.

Amou o jardim assim que colocou os pés, tinha uma piscina de um lado e do outro lado, estava tipo uma área coberta com mesa e cadeiras.

- Essa é minha filha mais nova, Greta. Querida, essa é Paola, a moça que vai organizar o casamento da sua irmã.

- Olá, Greta.

- Olá.

- Senta aí, se sinta à vontade meu bem.

Paola assentiu sentando e já foi tirando sua agenda de dentro da bolsa, quando se deu conta que Greta havia se aproximado e estava a olhando.

- Greta...

Ela sorriu ao ver a mãe chamá-la.

- Você é muito bonita.

- Obrigada. Você também é muito bonita.

Greta assentiu e se afastou.

- Então, a sua filha vai vir pra conversar a respeito do que ela...vai querer?

- Ela disse que hoje não pode estar vindo, mas podemos combinar amanhã novamente que ela vai estar desocupada. – a Sra. Martelli respondeu. – Ela anda ocupada com a gravação... A única coisa que ela pediu foi que o casamento seria pequeno e simples.

- Certo. Aqui estão os orçamentos que a agência oferece e se caso precise de algo que seja fora, pode ser pedido mas com pagamento à parte. – ela entregou um papel. – Pode ler a vontade e amanhã posso estar retornando pra discutir sobre o que ela quer.

- O casamento de Lilian estava muito bonito e organizado, por isso pedi que fosse você.

- Fico feliz que tenha gostado. Eu fiz do jeito que a Lilian pediu...

- Vou mostrar há ela e amanhã podemos prosseguir com tudo. – a Sra. Martelli falou e notou que ela olhava para o outro lado. – Meu filho... Chegou.

- Charles... – Greta gritou e meio que saiu correndo.

Paola observou a garota dando um abraço no homem que acabava de chegar e conforme aproximaram pode notar que o conhecia de algum lugar. Oh meu Deus! Era ele, o cara com quem ela havia ido pra cama no fim de semana.

Tentou se esconder vai que ele a reconhecesse, iria ficar tão mal por isso. E para completar estava pra trabalhar para aquela família. Será que isso era um sinal espiritual?

Mesmo querendo se encolher não deu muito certo, a mulher cumprimentou o filho e depois se dirigiu há ela e teve que mostrar o rosto.

- Essa é Paola Castilho, a moça da agência que vai organizar o casamento... E esse é o meu filho Charles.

Ele a encarou por alguns segundos e certeza que lembrava dela só pelo olhar e o sorriso que veio em seguida.

- Muito prazer, srta. Castilho.

- Ah, muito prazer.

- Sente-se querido, o que trás aqui?

- Eu vim só buscar uma coisa. – ele falou ainda de pé. – Tenho coisas pra fazer, então não posso ficar muito aqui...

- Está certo.

- Eu acho que já vou indo. Amanhã eu volto e converso com sua filha melhor... Você pode estar passando o contato dela assim fica mais fácil a comunicação sobre tudo. – ela interrompeu se levantando.

- Claro. Melhor do que ficar conversando comigo.

- Ok. Muito obrigada, Sra. Martelli.

- Querido, pode acompanhar a Paola até lá na frente por favor... – ela pediu olhando para a filha.

- Claro.

Se despediram e assim que começou a andar de volta para dentro da casa, sentiu suas pernas bambas e o coração palpitou bastante, sabia que ele havia a reconhecido, mas pelo menos poderia pedir a chave do seu carro de volta.

Estavam alcançando a porta da frente quando ele decidiu abrir a boca.

- O mundo é mesmo pequeno. – ele sorriu. – Achei que nunca a veria novamente.

- Muito obrigada por me acompanhar. – tentou não falar sobre aquilo.

- Está tentando fugir... novamente. – Ele insistiu ao abrir a porta. – Não precisa fugir, você vai organizar o casamento da minha irmã e nós veremos mais vezes...

- Eu não quero confusão. – disse, engoliu em seco e o encarou. – Vamos esquecer o que aconteceu... Estávamos bêbados e não vai se repetir.

Ele sorriu sorrateiramente.

- Ok. Podemos combinar de se encontrar há uma hora dessas...um café ou almoço?

- Acabei de dizer que não vou...

- Eu só quero devolver a chave do seu carro.

Paola abriu a boca surpresa e envergonhada, então assentiu.

- Seria ótimo.

- Ok. Até mais...

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