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Entre Rosas e Espinhos: O Encanto da Contradição.

Quase livre...

Layla Mancini 🥀✒️

— Onde ela poderia ter ido?! — O homem alto, vestido de terno, gritou com raiva, e eu pude ouvi-lo claramente, mesmo de onde estava, longe o suficiente para não ser vista.

— Ela não pode ter ido tão longe... — disse o outro homem, enquanto ambos continuavam a busca.

Não sabia há quanto tempo estava correndo, mas minhas pernas já não aguentavam mais. A qualquer momento, poderia simplesmente desabar no chão. Depois do que pareceu uma eternidade, me enfiei em um beco escuro o bastante para acreditar que eles não conseguiriam me encontrar ali. Suspirei aliviada ao ouvir seus passos passando por mim. Eles tinham ido embora.

Dei um passo para trás e me encostei na parede, fechando os olhos por um instante. No entanto, meu corpo paralisou assim que senti algo atrás de mim - algo que não era a parede. Virei-me de imediato, e meus olhos se arregalaram ao ver quem estava ali. O homem alto e imponente me encarava como se eu tivesse cometido um assassinato. Fudeu.

Ele se afastou da parede, me observando com aqueles olhos âmbar que pareciam querer penetrar minha alma.

— Por acaso, você estava tentando fugir? — Perguntou, sua voz séria, mas surpreendentemente suave, o que só me deixou ainda mais apavorada. Não respondi de imediato. Na verdade, meu corpo nem reagia. Tudo dentro de mim gritava para correr. Meu corpo ficou alerta e na primeira coisa que eu pensei foi em correr, meu rosto virou para o longo beco, minha única rota de fuga.

Mas antes que eu pudesse dar sequer um passo, senti sua mão agarrar firmemente a parte de trás do meu cabelo, me puxando e me prensando contra a parede. Seu corpo pressionava o meu, e o desespero tomou conta de mim.

— Não, não, merda! Eu não estava tentando fugir, eu juro! — menti, sem pensar. Ele sorriu, um sorriso malicioso que fez meu corpo tremer.

— Você acha que eu sou idiota? — Exclamou, sua voz carregada de raiva, enquanto apertava meu cabelo com mais força.

— Claro que não! Estou falando sério. Eu jamais fugiria... Como eu seria capaz? — tentei argumentar, mesmo sentindo a dor se espalhar pelo couro cabeludo.

Ele me analisou, mas seu olhar denunciava que não acreditava em uma única palavra minha. — Ah... E você quer que eu acredite nisso? — Ele fez uma pausa e deslizou a mão para algo atrás da cintura. — Acreditar que, depois de estragar a missão e sabendo que eu ia meter uma bala na sua cabeça, você não tentaria fugir? Talvez eu devesse... —

Não esperei para descobrir o que ele estava prestes a dizer. Antes que pudesse terminar a frase, como se meu corpo agisse por conta própria, desci o joelho direto entre suas pernas. Ele se afastou com um gemido de dor, e essa foi minha oportunidade. Empurrei-o com força e saí correndo o mais rápido do que jamais havia corrido em toda a minha vida. Não olhei para trás, nem por um segundo. Quando percebi, estava diante da minha casa, com as pernas trêmula. os olhos ardendo.

Só queria chorar... Chorar por estar a salvo, chorar por quase ter sido morta e chorar porque, talvez... só talvez... eu tivesse conseguido fugir daquele maluco.

O medo da perda.

Layla Mancini 🥀 ✒️

Caminhei até minha casa. Era pequena, humilde, e as paredes já precisavam de uma boa pintura. Assim que entrei, deslizei encostada na porta até cair no chão.

Puxei os joelhos contra o peito, e as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Onde, merda, eu tinha me metido?

Meus soluços ficaram mais intensos. Meus ombros tremiam a cada choramingo, e, por um momento, achei que ia morrer de tanta dor e medo. Mas então, uma voz me tirou daquele estado.

— Lala!

Era Lucas, meu irmão mais novo, de apenas cinco anos. Ele correu até mim e se jogou contra meu peito, me abraçando com força. — Você tá aqui! — ele exclamou, feliz, sem a menor ideia do que estava acontecendo.

Forcei um sorriso ao olhar para ele. — Pois é... voltei mais cedo do trabalho, maninho — respondi, acariciando seus cabelos castanhos, cacheados.

Ele se afastou um pouco, franzindo a testa. — Lala, por que você tá chorando? Tá com saudade do papai de novo? — perguntou com uma expressão triste.

Rapidamente limpei as lágrimas das minhas bochechas e neguei com a cabeça.

— Não, não, Lucas. Só... foi um dia difícil hoje. Mas que tal a gente fazer batata frita? Prometo que te darei as mais crocantes. — Vi seus olhos brilharam, e ele pulou de empolgação. Meu coração se aqueceu um pouco ao ver a felicidade dele.

Levantei-me do chão e segurei sua mão. — O que acha de ter refrigerante também? Acho que seria uma boa janta, não acha? — sugeri com um pequeno sorriso enquanto caminhávamos até a cozinha.

— Sim! Refri e batata! — Lucas gritou animado, e eu não consegui segurar uma risada. Ele me fazia feliz... tão feliz, apesar da merda de vida que levávamos.

Depois do jantar, brinquei um pouco com ele. Lucas adorava brincar comigo, e, nesses momentos, eu conseguia esquecer meus problemas. Mas, quando o relógio marcou nove horas, levei-o para a cama.

— Como foi lá na creche? — perguntei enquanto o cobria com os lençóis.

— Foi muito legal! Fizemos desenhos e brincamos bastante! — ele respondeu com o sorriso puro de uma criança.

Acariciei seu cabelo e lhe dei um beijo na testa. — Que bom que você gostou, meu amor. A Lala te ama muito, tá? — Sorri e me levantei da cama.

Quando cheguei à porta, me virei para olhá-lo mais uma vez. Ele sorriu para mim, doce e inocente, e aquilo foi suficiente para fazer meu coração doer.

— Boa noite, maninho... — murmurei, antes de apagar a luz e fechar a porta. Caminhei pelo corredor até meu quarto, entrei e me joguei na cama, encarando o teto.

Será que ele me deixaria em paz? Será que continuaria me procurando? Eu era só mais uma funcionária. Ele poderia contratar outra. Qual era o problema? Merda, eu só tinha 19 anos e já estava enfiada nessa confusão. Por que aceitei isso desde o começo? Por que fui tão burra ao concordar em fazer trabalhos ilegais? Ah, sim. Grana. Sempre pela maldita grana.

Virei-me de lado, encolhendo o corpo. Fechei os olhos, tentando dormir, mas a imagem de Lucas invadiu minha mente. Ele não sabia de nada. Não fazia ideia de que a irmã que tanto admirava era uma transportadora de armas ilegais... e que talvez fosse morta a qualquer momento.

As lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto. Morrer? Isso não me importava tanto. Mas... e se algo acontecesse com ele? Será que eu suportaria a dor de perdê-lo? Soltei um suspiro e enfiei o rosto na almofada, tentando afastar aqueles pensamentos. Talvez tudo isso fosse só mais um pesadelo.

Mas, nos meus sonhos, só via ele. Gustavo Miller. O homem que provavelmente faria de tudo para me encontrar. E que, ao mesmo tempo... faria da minha vida um inferno.

Eliminar o alvo!

Gustavo Miller ✒️🍷

— Eu não me importo com o que for preciso, eu quero que a encontrem, porra! — quase gritei de raiva. Toda essa situação já estava me estressando.

— Sim, senhor... Faremos de tudo para encontrá-la e também vamos investigar a vida dela — respondeu meu assistente.

Passei a mão pelos cabelos, soltando um suspiro de frustração. — Tá bem, merda... Só façam isso de uma vez. Não bastou termos perdido um monte de armas por culpa dela, ainda me dá uma ajoelhada na porra do meu pau! Essa vadia...—

Peguei a taça de vinho à minha frente e dei um gole. Eu precisava encontrar essa garota. Mas, na verdade, não era para matá-la. Havia algo nos olhos dela... Um fogo. Algo que eu não via há muito tempo. E eu queria vê-lo de novo.

Levantei o olhar e vi que o meu assistente ainda estava parado ali, me encarando.

— O que você ainda está fazendo aqui, porra? Não mandei investigar sobre a Layla? Vai logo! — Agora gritei, furioso. Esses funcionários incompetentes só me dão dor de cabeça.

Recostei-me na cadeira do escritório e fechei os olhos por um instante. Eu precisava de algo para aliviar esse estresse.

Uma noite de sexo, talvez...? Bom, não parecia uma má ideia. Peguei meu celular que estava no bolso e procurei por um contato em específico, mas antes de sequer chegar a entrar no contato alguém bateu na minha porta. Droga...

— Entre! — Exclamei só pra ver o meu pai entrar na porta, agora fudeu mesmo.

O velho entrou com passos firmes, sua presença carregada de autoridade. Ele não precisou dizer nada para que eu soubesse que estava puto. Fechei o celular rapidamente e endireitei a postura na cadeira.

— Posso saber por que diabos estou ouvindo que você perdeu um carregamento inteiro? — sua voz era baixa, mas carregava um peso que fazia até mesmo meus melhores homens estremecerem.

Trinquei o maxilar. Ótimo. Lá vem o sermão.

— Foi um contratempo — respondi, tentando manter a compostura.

Ele riu. Riu.

— Um contratempo? Você chama perder milhões em armas de "contratempo"?

Pisquei devagar, segurando a irritação. — Estou resolvendo isso. Vou encontrar a garota. —

Ele se inclinou sobre a mesa, apoiando as duas mãos no tampo de madeira escura, me encarando como um predador prestes a atacar.

— Você não precisa encontrá-la. Precisa eliminá-la.

Engoli em seco. Eu sabia que ele diria isso, mas ouvir aquelas palavras me incomodou de um jeito que eu não queria admitir.

— Já mandei investigar a vida dela. Assim que soubermos onde ela está, eu... resolvo isso. — ele estudou-me por um instante, os olhos apertados como se tentasse ler cada pedaço da minha alma. E talvez estivesse.

— Não banque o sentimental, Gustavo. Sentimento é fraqueza. E fraqueza não tem lugar na nossa família.

Sentimento? Que porra ele tava falando?

Antes que eu pudesse responder, ele afastou-se e ajeitou o terno.

— Você tem três dias. Se não resolver, eu mesmo cuido disso. — então ele saiu, deixando um silêncio pesado no escritório.

Peguei a taça de vinho e terminei o que restava em um gole só. Três dias. Eu precisava encontrá-la antes dele. Mas a questão era: se eu a encontrasse primeiro...

Eu teria coragem de puxar o gatilho?

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