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Casamento Arranjando Um Amor Inesperado

Prólogo

💖 Queridas e maravilhosas leitoras, esta história é para vocês! 💖

Sejam bem-vindas a mais uma jornada intensa e apaixonante, onde o amor, o orgulho e o ódio se entrelaçam de forma arrebatadora!

A história de Lorena e Christopher promete roubar seu fôlego, fazer seu coração bater mais forte e mergulhar em uma trama cheia de emoção, conflitos e reviravoltas inesquecíveis.

Desde já, peço de coração: favoritem essa obra para acompanhá-la até o fim, pois prometo uma leitura envolvente, marcante e repleta de sentimentos!

E conto com cada uma de vocês para que essa história alcance seu brilho máximo! Presenteiem, curtam, comentem e votem muito!

Sigam-me para não perder nada e embarquem comigo nessa jornada emocionante, porque essa história está apenas começando... 💕✨

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

            PRÓLOGO

O salão principal da Mansão Velasquez estava silencioso, mas o peso das palavras ditas naquela noite ainda ecoava entre as paredes de mármore frio. Christopher sentia o sangue ferver enquanto apertava os punhos com força, tentando conter a fúria que crescia dentro dele. Seu pai, um homem rígido e implacável nos negócios, acabara de selar seu destino sem sequer pedir sua opinião.

— Você está noivo, Christopher. O casamento será no próximo mês. Não há discussão.

As palavras caíram sobre ele como um golpe certeiro. Como assim ele estava noivo? De quem? Nunca tinha visto essa garota na vida! Ainda tentava digerir a traição de Patrícia, sua antiga namorada, quando foi surpreendido com essa decisão arbitrária de seu pai. Um casamento arranjado? Isso parecia coisa de séculos atrás.

— Eu não vou me casar com uma estranha, pai! — sua voz soou firme, mas ele sabia que, para aquele homem, sua opinião pouco importava.

O senhor Velasquez o olhou com frieza, um leve sorriso de superioridade desenhando-se no canto dos lábios.

— Vai, sim. E não discuta. O Grupo Velasquez precisa dessa aliança. Você é um homem de negócios. Aprenda a separar seus sentimentos da razão.

Christopher sentiu um gosto amargo na boca. Ele era um CEO bem-sucedido, comandava uma das maiores empresas do país e, ainda assim, não tinha o poder de decidir sobre sua própria vida? Era revoltante. Mas sabia que discutir seria inútil. Seu pai sempre conseguia o que queria.

Enquanto isso, em outra parte da cidade, Lorena encarava o pai com olhos brilhando de indignação. Sua respiração estava pesada, o coração pulsava forte contra o peito. O homem que ela sempre amou, que deveria protegê-la, acabava de vendê-la como se fosse um mero objeto.

— Você me vendeu! — sua voz tremeu, carregada de incredulidade.

— Não seja dramática, Lorena. Você vai se casar com um homem rico, poderoso. Seu futuro estará garantido.

— Meu futuro? E a minha liberdade? O que aconteceu com meus sonhos? Com minha vida?

Seu pai desviou o olhar, ajeitando os óculos de leitura como se o assunto fosse trivial.

— A família precisa disso. Nosso império está ruindo, e essa aliança pode nos salvar. Você deveria se sentir grata.

Grata? Por perder sua liberdade? Por ser entregue a um desconhecido para manter uma ilusão de poder? Lorena sentiu um nó apertar sua garganta. Sempre sonhou em ser estilista, construir sua própria carreira, conquistar o mundo com seu talento. Nunca, em seus planos, imaginou um casamento forçado.

— Eu odeio você por isso. — murmurou, sentindo uma lágrima quente escorrer por sua face.

E assim, o destino de dois desconhecidos foi selado.

O encontro entre Lorena e Christopher aconteceu tempos depois, e o clima entre eles era uma tempestade prestes a desabar.

Ele a analisou da cabeça aos pés, procurando qualquer sinal de fragilidade, mas só encontrou determinação e desafio em seu olhar. Ela não era como as mulheres com quem estava acostumado. Não tentava impressioná-lo, não sorria para agradá-lo. Ao contrário, sua expressão deixava claro que o desprezava.

Lorena respirou fundo, tentando conter sua raiva. A figura imponente de Christopher à sua frente lhe causava repulsa. O homem alto, de ombros largos e olhar frio, era exatamente o tipo de pessoa que ela detestava: arrogante, acostumado a ter tudo o que queria sem esforço.

— Não quero me casar com você. — disparou, sem rodeios.

Christopher arqueou a sobrancelha, surpreso pela ousadia dela. Nenhuma mulher jamais o havia rejeitado antes.

— Ótimo, pelo menos temos algo em comum. — ironizou, cruzando os braços.

— Vamos deixar algo claro, Velasquez. Estou aqui por obrigação, pelo bem da minha família. Mas nunca vou me interessar por um homem como você.

Ele soltou uma risada seca, a expressão cheia de desdém.

— Quem essa golpista interesseira pensa que é para falar comigo assim desse jeito?

A raiva queimou no peito de Lorena.

— Golpista? Interesseira? — ela se aproximou, olhando diretamente nos olhos dele. — Se eu fosse interesseira, estaria me jogando aos seus pés, como tantas outras. Mas acredite, Christopher, eu preferia mil vezes estar em qualquer outro lugar do que aqui.

Os olhos de Christopher brilharam em desafio. Esse casamento forçado já estava se tornando muito mais interessante do que imaginava.

O noivado foi oficializado, e os dias que se seguiram foram marcados por olhares intensos, discussões acaloradas e uma tensão elétrica que os envolvia sempre que estavam no mesmo ambiente. Lorena queria odiá-lo, mas havia algo nele que despertava sua curiosidade. Christopher, por outro lado, começou a perceber que sua "futura esposa" não era apenas uma peça de xadrez no jogo de seu pai.

Ela era um incêndio. E ele estava prestes a ser consumido pelas chamas.

O que começou como um casamento sem amor logo se transformaria em um jogo de provocações, desafios e, inesperadamente, desejo. Eles lutariam contra os sentimentos que cresciam dentro deles, mas o destino sempre tem suas próprias regras.

Christopher e Lorena ainda não sabiam, mas estavam prestes a viver a história mais intensa e arrebatadora de suas vidas.

Que este seja o começo de uma união marcada pelo destino, onde os laços entre as famílias Velasquez e Moreau se entrelaçam não apenas por um acordo, mas por desafios, reviravoltas e sentimentos que nenhum deles poderia prever. Que esse compromisso, forjado entre obrigações e sacrifícios, revele segredos, desperte paixões e transforme vidas para sempre.

Casal protagonista da história.

❤️***Christopher & Lorena***❤️

O início

Christopher Velasquez

Christopher Velasquez

(William Levy)

O céu nublado de outono pendia sobre a cidade como um cobertor cinzento e pesado. A brisa fria cortava as ruas com certa melancolia, como se anunciasse algo inevitável prestes a acontecer. O silêncio do meu carro era preenchido apenas pelo som constante do motor e o leve tic-tac do piscar das setas enquanto estacionava diante dos imponentes portões de ferro da mansão dos meus pais.

A casa onde cresci — uma verdadeira fortaleza em meio aos jardins simétricos e fontes elegantes — parecia hoje mais sombria do que de costume. As janelas altas e as paredes de pedra davam ao lugar um ar de tribunal prestes a julgar um crime imperdoável. E, talvez, de certa forma, fosse exatamente isso.

Soltei um longo suspiro antes de sair do carro, endireitei o paletó e caminhei lentamente até a grande porta de madeira entalhada. Eu sabia o que me esperava. Meu pai, com sua voz grave e seu olhar que atravessa a alma, queria respostas. E, por mais que eu as tivesse, não sabia se ele estava disposto a dizer- lhe.

Entrei no salão e fui recebido por Hilda, a governanta, com um olhar tenso e preocupado.

— Seu pai está esperando no escritório, senhor Christopher.

Assenti com um leve sorriso, sem conseguir disfarçar a tensão. Caminhei pelos corredores decorados com quadros de família e tapetes persas. Cada passo ecoava como um aviso, como se a casa inteira estivesse tentando me preparar para o que viria. Ao abrir a porta do escritório, fui engolido por um ambiente denso, cheio do aroma de couro, madeira e... raiva contida.

— Bom dia, papai — tentei manter a leveza na voz, mas ele nem sequer levantou os olhos do jornal que apertava entre os dedos como se fosse uma arma prestes a ser disparada. — O que fez o senhor mandar me chamar aqui com tanta pressa?

Ele ergueu o olhar e, num rompante, lançou o jornal sobre a mesa com força. O estalo foi seco, cortante.

— Será que você pode me explicar que merda é essa?

Respirei fundo, mantendo a calma que eu treinei por anos em reuniões de negócios difíceis.

— Patrícia e eu terminamos o nosso relacionamento. Está tudo muito bem explicado aí. — Fiz um gesto discreto para o jornal, como se o impresso pudesse suavizar a tempestade que se armava diante de mim.

Mas era em vão. O olhar dele me perfurou, carregado de decepção e fúria.

— Não me faça de idiota, Christopher Velasquez. Eu já sei de tudo. Sei que você e Patrícia nos enganaram esse tempo inteiro.

— Imagino que o senhor Ernesto tenha lhe contado... — murmurei, já prevendo a próxima explosão.

— Contou, sim! Ele me ligou hoje cedo ameaçando quebrar suas pernas! E só não vai fazer isso por respeito à nossa amizade. — Ele bateu com o punho na mesa, a voz tremendo.

Mesmo tentando me conter, deixei escapar um riso irônico. Era típico do pai de Patrícia.

— Acha isso engraçado, Christopher? —

Estava tão bravo que gritou com força, e seu rosto ficou visivelmente vermelho devido à raiva.

— Você sabe o quanto esse relacionamento era importante para nós. Era mais que um namoro: era um projeto de aliança, de poder, de futuro! Já falávamos em casamento!

Pisquei devagar, absorvendo cada palavra como uma facada. Minha vida sendo tratada como uma transação comercial, como se meus sentimentos fossem um apêndice inútil.

— Papai, estamos falando da minha vida. E, se é de negócios que se trata, o investimento do grupo Alencar está garantido. Conversei pessoalmente com Ricardo e ele dobrou o valor anterior. Não precisamos mais desse casamento para crescer. Vamos prosperar, mesmo sem o sobrenome Alencar, atrelado ao nosso.

Ele me olhou por um instante longo, como se estivesse me vendo pela primeira vez.

Ele fechou os olhos por um instante, como se tentasse conter a tempestade dentro de si. Respirou fundo, o peito subindo em esforço contido, e então se deixou cair na cadeira de couro com um peso que parecia ir além do corpo — era o cansaço da alma. O rangido discreto do assento preencheu o silêncio tenso da sala. Sem dizer uma palavra, ergueu a mão devagar e apontou para a poltrona à sua frente, exigindo com um simples gesto que eu me sentasse. A conversa estava apenas começando.

Sentei-me devagar, com o estômago se contraindo.

— Eu estou velho, Christopher. Cansado. Não tenho mais energia para lidar com filhos que brincam de viver. Você não jogou só com sua vida. Você manchou o nome da nossa família, da nossa empresa. Aquilo que eu e seu avô construímos com sangue e sacrifício.

— Papai... — comecei a falar, mas ele levantou a mão, exigindo silêncio.

— Patrícia conseguiu controlar o pai, ou você não estaria aqui. Mas se ele tivesse decidido cumprir sua ameaça, nós estaríamos velando o seu corpo. — Sua voz falhou por um segundo, e pude ver um brilho diferente em seus olhos. — Já perdemos seu irmão. Perder você... não suportaríamos.

Senti um nó se formar em minha garganta. A dor ainda era muito viva. Meu irmão mais velho, o filho perfeito, havia morrido em um acidente trágico. E, desde então, meu pai me olhava como a única esperança, como o herdeiro que precisava assumir não só a empresa, mas o fardo do legado.

— Eu confiei em você no comando da empresa. E você tem se saído bem. Mas o comando da família ainda está longe de ser seu. E, por isso, tomei uma decisão. Arranjei uma noiva para você.

Meu corpo congelou.

— O senhor está brincando, não está? — minha voz saiu seca, quase inaudível.

— Não. Um amigo está em dificuldades. Vai vender sua empresa antes que afunde de vez. Nós vamos comprá-la. E, como parte do acordo, você se casará com a filha dele. Jovem, linda, educada. Perfeita para formar uma nova geração Velasquez.

— O senhor negociou a minha vida?

— Eu te dei liberdade por tempo demais, Christopher. Chega. Está na hora de crescer. Precisamos de um herdeiro. Sua mãe quer um neto. Eu quero ver a continuidade do nosso nome antes de partir.

— Isso é patético!

Ele bateu a mão com força na mesa, fazendo os papéis saltarem.

— Não me desafie! Você nos colocou em risco. Agora aguente as consequências. Vai conhecer sua noiva em breve. E se comporte, entendeu? Nada de escândalos, nada de capas de revista. Você está, a partir de agora, comprometido.

Me levantei, o sangue pulsando alto nos ouvidos. O chão parecia girar levemente, e o gosto amargo da humilhação subia pela garganta. Caminhei até a porta sem dizer mais nada.

— E mais uma coisa, Christopher — sua voz me atingiu pelas costas —, trate de não se esquecer: essa moça será sua esposa. E, se você for esperto, descobrirá que às vezes o destino nos leva exatamente onde precisamos estar.

Saí batendo a porta com força. O som ecoou pelo corredor silencioso como um grito de revolta. Que ele me obrigasse a casar, tudo bem. Mas amor? Um herdeiro? Isso nunca. E se essa mulher acha que vai conquistar meu coração, ela não sabe com quem está lidando.

Eu, Christopher Velasquez, jurei ali mesmo que manteria meu coração trancado a sete chaves.

Comunicado

Lorena Moreu

Lorena Moreau

( Jacqueline Bracamontes)

A tarde começava a cair quando cheguei em casa. O céu tingia-se de um tom alaranjado melancólico, enquanto o ar parecia mais denso do que o habitual, como algo muito ruim e transformador estava prestes a acontecer. Mal coloquei os pés no hall quando minha mãe apareceu no topo da escada, com o rosto mais tenso do que eu já havia visto. Havia algo estranho em seus olhos — uma mistura de angústia e compaixão. Ela desceu os degraus em silêncio, os passos suaves quase sem som, e então parou diante de mim.

— Lorena... seu pai está te esperando no escritório. Ele quer falar com você.

A voz dela tremia, e algo no modo como pronunciou “falar com você” me arrepiou. Havia um peso, uma hesitação incomum. Meus olhos se estreitaram, e o coração começou a bater um pouco mais forte.

— Mamãe, está acontecendo alguma coisa? Tem algo que a senhora queira me dizer antes que eu entre naquele escritório? — perguntei, sentindo um frio correr pela espinha.

Ela não respondeu de imediato. Respirou fundo, aproximou-se e me envolveu num abraço apertado, desses que a gente só recebe quando algo está prestes a mudar para sempre.

— Minha querida... você sabe que eu te amo muito, não sabe? — disse ela, segurando meu rosto entre as mãos.

— Claro que sei, mamãe... — minha voz saiu mais frágil do que eu gostaria. — O que está acontecendo?

Ela hesitou. Os olhos se encheram de lágrimas que ela não deixou cair.

— Você vai precisar ser muito forte, filha. O que seu pai tem a dizer não é fácil de ouvir. Eu, no começo, fui contra... mas ele acredita que é o melhor para você. Para todos nós. Agora vá. Enfrente-o com coragem. — E, dizendo isso, me conduziu até a porta do escritório.

Bateu duas vezes, com firmeza, mas sem força. Do outro lado, a voz grave do meu pai respondeu:

— Entre.

Minha mãe me lançou um último olhar. Havia uma dor silenciosa em seus olhos, um pedido de perdão que ela não ousava verbalizar.

— Estarei no seu quarto esperando por você. Vai precisar de mim depois dessa conversa.

Minhas mãos estavam geladas quando toquei a maçaneta. O coração batia forte, acelerado, como se soubesse que, ao atravessar aquela porta, minha vida nunca mais seria a mesma.

O escritório do meu pai sempre teve uma aura austera e poderosa. Era um cômodo amplo, com janelas altas cobertas por cortinas pesadas em vinho escuro. As paredes eram revestidas em madeira escura polida, e estantes repletas de livros antigos formavam uma muralha intelectual. Uma lareira fria, mas imponente, ocupava a parede oposta à enorme mesa de mogno, onde ele costumava comandar sua pequena fortuna e seus negócios com olhar firme e mão implacável. O ar ali sempre parecia mais espesso, carregado de autoridade, como se cada móvel guardasse um segredo da nossa família.

Meu pai estava sentado em sua cadeira de couro, olhando fixamente para um porta-retratos. Quando me viu, sorriu... mas foi um sorriso triste, breve, que morreu em seus lábios.

— Sente-se, minha vida — disse ele, apontando para a poltrona à frente da mesa.

Me acomodei devagar, o estofado macio não trazia conforto naquele momento.

— Papai mandou me chamar? Mamãe... parecia tão estranha... tão... nervosa.

Ele respirou fundo e cruzou os dedos sobre a mesa.

— Sua mãe anda muito tensa ultimamente, sim. Mas não é sobre ela que quero falar com você, e sim sobre o seu futuro.

— Meu futuro? Papai, com todo o respeito, eu já tenho planos para o meu futuro. Me formei, estou empregada no Atelier D’Luca, e Cristina e eu já começamos a estruturar nosso próprio estúdio. Não há o que o senhor precise decidir por mim.

Ele me observou por um tempo, como se analisasse não apenas minhas palavras, mas cada traço do meu rosto. E então, com uma expressão de culpa, deixou a verdade cair como uma bomba:

— Você vai se casar, Lorena.

Por um segundo, pensei ter ouvido errado. Pisquei algumas vezes e, involuntariamente, soltei uma risada nervosa.

— Sério, papai? Como isso seria possível se eu nem namoro? É uma piada?

— Vai se casar com Christopher Velasquez, CEO do grupo Velasquez. Fiz um acordo com o pai dele. Você e Christopher irão se noivar e o casamento acontecerá o mais rápido possível.

Meu sorriso morreu ali, no mesmo instante. Meu sangue gelou.

— O quê?! Isso é um absurdo! Eu não vou me casar!

Ele se levantou lentamente e deu a volta na mesa, parando à minha frente.

— Vai se casar, sim. Vai se casar e vai dar um herdeiro à família Velasquez. É o acordo.

As palavras da minha mãe começaram a fazer sentido. A dor, o silêncio, os olhos úmidos... tudo era real.

— Papai... isso não é uma brincadeira?

— Não. Infelizmente, não. A empresa está à beira da falência. Fiz investimentos ruins. Perdi tudo. Rubens Velasquez fez uma proposta: ele compraria a empresa por um valor acima do mercado, desde que você se casasse com o filho dele.

Levei as mãos à boca. Meus olhos se encheram de lágrimas.

— Papai... como pôde fazer isso comigo? Me vender?

— Eu sinto muito, minha vida. Isso está me matando. Mas era isso ou perdemos tudo. E você é forte, é corajosa. Vai dar conta.

— O senhor não me deu escolha. Me condenou!

Ele tentou me abraçar. Por um instante, cedi. Senti sua dor, sua fraqueza, sua culpa.

— Não pense que foi fácil. Mas um dia, quando estiver mais madura, vai entender.

— Mas, papai...

— Já está decidido, Lorena. Em breve, você será a senhora Velasquez.

Me levantei bruscamente. A raiva queimava em mim. Saí dali batendo a porta, a madeira reverberando meu desespero por todo o corredor.

Subi as escadas correndo, as lágrimas turvando minha visão. Quando entrei no meu quarto, encontrei a mamãe sentada na beirada da minha cama.

Diferente do escritório escuro, meu quarto era um refúgio claro e delicado. As paredes em tom lavanda transmitiam calma, decoradas com quadros feitos por mim mesma. Almofadas fofas cobriam a cama de dossel com lençóis brancos e rendados. Na escrivaninha, desenhos e croquis que antes sonhavam com liberdade... agora pareciam prisioneiros como eu.

Mamãe abriu os braços. Me joguei neles.

— Minha filha querida... me perdoa.

— Mamãe, ele me vendeu! Me vendeu para um homem que nem conheço!

— Eu sei... sei que dói. Mas Christopher é um bom partido. E não, ele não está mais com aquela moça da família importante. Terminaram. Foi por isso que seu pai agiu tão rápido.

— E ele... ele concorda com isso?

— O pai dele já acertou tudo. Se o casamento não acontecer, o negócio também não acontece. E nós... ficaremos sem nada.

Me afastei, furiosa.

— Isso é um absurdo! Eu não vou ficar presa a um homem só porque ele é rico! Se ele me proibir de trabalhar, eu juro que transformo a vida dele em um inferno! Não passei anos me matando para virar esposa troféu!

— Calma, filha... talvez, se souber lidar com ele... com jeitinho... consiga até abrir seu próprio Atelier...

— O mínimo! — interrompi. — O mínimo que ele poderia fazer por mim! Aposto que ele deve ter um monte de amantes!

— Lorena! — ela me repreendeu, mas com pouca convicção.

— Mamãe, vocês são inacreditáveis. Eu me recuso a aceitar esse destino.

— Não há mais o que fazer, filha. Amanhã me reunirei com sua futura sogra para definirmos a data do noivado. Prepare-se. E, por favor, tenta ver o lado bom. Ele é bonito... rico...

— Eu vou dar um jeito nisso, mamãe. Podem escrever. Vou arrumar uma forma de sair dessa... ou não me chamo Lorena Moreau.

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