O Último Herói
Capítulo 1
O cheiro de sangue e pólvora pairava no ar. O campo de batalha era um cenário de destruição, escombros espalhados por todos os lados.
Bakugou mal conseguia ouvir os próprios pensamentos, o barulho da guerra ainda ecoando em seus ouvidos.
Mas nada importava mais. Nada além da figura frágil e ensanguentada que ele segurava nos braços.
Izuku Midoriya, o Deku, estava inconsciente. Seu corpo estava coberto de cortes, hematomas e queimaduras.
Seu uniforme, outrora um símbolo de esperança, estava em frangalhos, encharcado de sangue e sujeira.
Bakugou sentiu a garganta se apertar. Ele não queria acreditar no que estava vendo.
Murmurou, sua voz tremendo.
Deku havia se sacrificado. No último instante, quando Shigaraki ergueu a mão para destruir tudo ao seu redor, Izuku saltou na frente.
Mesmo sabendo que seu corpo não resistiria, ele usou todo o One for All para conter a explosão.
Bakugou cerrou os dentes, sentindo algo quente escorrer pelo rosto.
Eram lágrimas? Ele não tinha tempo para isso. Ele não podia fraquejar agora.
Ele segurou Deku com mais firmeza e olhou ao redor. Os vilões ainda estavam por perto.
Alguns caídos, outros tentando fugir. Mas Bakugou não ligava mais para eles. Ele só tinha um objetivo agora: salvar Izuku.
Com um rugido de fúria, ele acionou suas explosões e disparou para o céu, Deku seguro em seus braços.
Ele não ia deixar o maldito nerd morrer. Não agora. Não depois de tudo.
Ele só precisava que Deku segurasse firme. Só mais um pouco.
Bakugou
— Aguenta, Deku… *sussurrou.*
Bakugou
— Eu não vou deixar você morrer…
E então, ele voou para longe, em busca de um milagre.
Capítulo 2 – A Luz que se Apaga
O vento cortava o rosto de Bakugou enquanto ele avançava pelo céu, suas explosões o impulsionando com velocidade máxima.
Seu coração martelava no peito, mas não era pelo esforço – era pelo medo. Um medo que ele se recusava a admitir.
Deku estava fraco. O calor de seu corpo diminuía a cada segundo. Bakugou podia sentir os músculos de Izuku relaxando, a respiração ficando mais lenta.
Bakugou
— Não se atreva a morrer, maldito, nerd!
Gritou, apertando os dentes.
A cidade estava em ruínas. O ataque de Shigaraki havia destruído hospitais, postos de socorro e tudo o que poderia ajudá-los.
Mas ainda havia uma chance. Havia um último refúgio dos heróis, um local onde os feridos estavam sendo tratados. Ele só precisava chegar lá a tempo.
Deku mexeu os lábios, mas sua voz saiu fraca, quase um sussurro.
Bakugou sentiu o peito apertar.
Bakugou
— Fica quieto, droga. Economiza energia.
Deku sorriu. Mesmo à beira da morte, ele sorria. Isso fez Bakugou querer gritar.
Bakugou
— Você vai ficar bem
ele continuou, sua voz carregada de fúria e desespero.
Bakugou
— Eu não vou deixar você morrer.
Mas então ele sentiu. O corpo de Deku ficou mais leve. Seus dedos, que antes seguravam fracamente a roupa de Bakugou, escorregaram.
Bakugou pousou com brutalidade no chão, criando uma cratera ao redor deles. Ele se ajoelhou e sacudiu Deku.
Bakugou
— DEKU! ABRE OS OLHOS!
O peito de Midoriya subia e descia, mas lentamente. Muito lentamente.
Seu rosto estava pálido. Seu sangue manchava os braços de Bakugou.
Bakugou
— NÃO FAZ ISSO COMIGO, MERDA!
Lágrimas caíram de seus olhos, misturando-se ao sangue de Deku.
Bakugou nunca chorava. Ele não podia chorar. Mas agora… agora ele se sentia impotente.
Então, um barulho ecoou ao longe.
Era a última chance de salvar Izuku.
Mas será que ainda havia tempo?
Capítulo 3 – Entre a Vida e a Morte
O peito de Deku subia e descia de forma irregular. Bakugou sentia o corpo dele esfriando em seus braços, e o desespero começou a tomar conta.
Gritou, pressionando a mão contra uma das feridas de Deku na tentativa de conter o sangramento.
Os passos se aproximavam. Bakugou olhou ao redor, pronto para explodir qualquer desgraçado que ousasse atrapalhar.
Mas então, entre as sombras e os escombros, surgiu uma figura conhecida.
Era Todoroki. Seu rosto estava coberto de fuligem e sangue seco, mas seus olhos bicolores ainda mantinham a determinação de sempre.
Todoroki
— Bakugou! O que aconteceu com o Midoriya?!
Bakugou
— Ele vai morrer se a gente não fizer alguma coisa!
Rosnou Bakugou, a voz trêmula de raiva e medo.
Todoroki não perdeu tempo. Ele se ajoelhou ao lado de Deku, analisando rapidamente os ferimentos.
Todoroki
— Ele perdeu muito sangue…
Todoroki
Mas ainda está vivo. Temos que levá-lo pro abrigo agora!
Bakugou
— Eu sei disso, cacete!
Bakugou respondeu, erguendo Deku novamente.
Todoroki criou uma trilha de gelo para facilitar o caminho. Os dois correram, pulando entre os escombros, desviando de inimigos caídos e destroços em chamas.
Bakugou sentia o coração de Deku batendo fraco contra seu peito.
Cada batida podia ser a última.
Ele não podia deixar isso acontecer.
Quando finalmente avistaram o abrigo improvisado, Uraraka e Iida correram ao encontro deles.
Uraraka gritou, levando as mãos à boca ao ver o estado dele.
Iida não disse nada, apenas abriu caminho, empurrando outros feridos para dar espaço.
Médico
— Levem ele pra dentro! Rápido!
Bakugou não queria soltar Deku. Suas mãos estavam cobertas de sangue, seus braços doíam, mas ele se recusava a soltá-lo.
Todoroki colocou a mão em seu ombro.
Todoroki
— Eles vão cuidar dele agora.
Ele sentiu uma raiva absurda subir à sua garganta, mas, no fundo sabia que não podia fazer mais nada.
Com um último olhar para Deku, ele finalmente afrouxou os dedos, deixando os médicos levá-lo para dentro.
O silêncio foi ensurdecedor.
Bakugou se afastou cambaleando, seus joelhos falhando por um instante.
Ele olhou para suas mãos trêmulas, sujas do sangue do seu maior rival… e do seu maior amigo.
E então, fechou os punhos.
Ele faria Shigaraki pagar com a própria vida.
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