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Dívida de Sangue

O Preço da Dívida

A noite estava fria e silenciosa quando Helena saiu do restaurante onde trabalhava. Caminhava apressada pelas ruas vazias, sentindo um arrepio percorrer a sua espinha. Algo estava errado. Olhou ao redor, mas não viu ninguém. Apenas a escuridão e o som distante dos carros na avenida principal

De repente, um carro preto parou ao seu lado. Antes que pudesse reagir, duas figuras mascaradas saíram rapidamente. Um deles agarrou seu braço com força.

— soltem-me! — ela gritou, debatendo-se.

Uma mão cobriu sua boca, abafando seu grito. O cheiro adocicado de clorofórmio preencheu seus pulmões, e sua visão escureceu.

A última coisa que vê é um par de olhos frios observando-a do banco traseiro do carro.

Quando Helena acordou, estava deitada numa cama enorme, cercada por móveis luxuosos. Tentou se sentar, mas sua cabeça latejava. Seu coração disparou ao perceber que não estava sozinha.

A porta se abre e Um homem alto, de terno impecável e olhar frio, a observava de uma poltrona próxima. O seu rosto era marcado por uma beleza perigosa, mas o que mais chamava atenção era a intensidade nos seus olhos castanhos escuros carregando uma presença intimidadora.

Lorenzo entra no quarto chamando atenção da Helena

— Quem é você? O que quer de mim? — Helena pergunta, tentando manter a voz firme.

Ele se inclinou lentamente, caminhando até ela.

— Meu nome é Lorenzo Ferraro. Você está aqui porque seu pai tem uma dívida que nunca pagou. Agora, você é o pagamento.

Helena sentiu o chão desabar sob seus pés.

— Isso é um engano! O meu pai jamais, faria algo assim!

— Não ,não Meu pai nunca me entregaria assim!

Lorenzo suspirou, cruzando os braços.

— Pergunte a ele, se quiser. Mas a verdade é que agora você me pertence.

— Ligue para ele. Pergunte.

Tremendo, Helena pegou o telefone que ele lhe entregou e discou o número do pai. O coração dela batia descompassado enquanto o telefone chamava. Então, a voz do outro lado da linha atendeu.

— Pai? O que está acontecendo? Me sequestraram!

Houve um longo silêncio antes da resposta vir, fria e cheia de culpa.

— Helena… me perdoe. Eu não tive escolha.

A respiração dela ficou entrecortada.

— Você fez um acordo com esse homem? Você me entregou?

— Eu devia muito dinheiro, filha… se eu não pagasse, eles me matariam.

Lágrimas encheram os olhos de Helena. Ela sentiu como se tivesse levado um soco no peito.

Lorenzo tomou o telefone de sua mão e encerrou a ligação.

— Agora você entende.

Ela olhou para ele com raiva e desespero.

— Eu não sou um objeto para ser trocado por uma dívida!

— Não me interessa o que você pensa. Você está aqui agora. E ficará até que eu decida o contrário.

Helena sentiu um frio na espinha. Sua vida, sua liberdade, haviam sido arrancadas dela em um piscar de olhos.

Ela caminha pelo quarto de um lado para o outro, tentando encontrar uma maneira de escapar. A porta está trancada, a janela tem grades. Sua respiração está acelerada quando Lorenzo entra novamente.

— Parou de lutar tão rápido? — ele pergunta, encostando-se ao batente da porta com um sorriso cínico

— nunca Helena relutou procurando uma maneira de fugir

Cativa na mansão

Helena caminhava de um lado para o outro no quarto luxuoso onde havia sido trancada. Tentou a porta novamente, mas estava trancada. A janela, apesar de grande, tinha grades firmes. Seu coração acelerava com a sensação sufocante de estar aprisionada. Ela não era uma prisioneira. Não podia ser.

A maçaneta girou, e Lorenzo entrou no cômodo com sua postura imponente e olhar indecifrável. Ele a observou em silêncio antes de falar.

— Vejo que ainda não aceitou sua situação.

— E nunca aceitarei! — Helena cuspiu as palavras, os olhos faiscando de raiva.

Ele caminhou até o bar e serviu um copo de uísque antes de se virar para ela.

— A aceitação virá com o tempo.

— Você não pode me manter aqui para sempre.

Lorenzo tomou um gole da bebida e deu um sorriso de canto.

— Não subestime minha paciência.

Helena cruzou os braços, determinada a não demonstrar medo.

— Por que eu? Você poderia ter qualquer um como pagamento dessa suposta dívida.

Lorenzo pousou o copo sobre a mesa e a fitou intensamente.

— Seu pai fez essa escolha, não eu. Mas agora que você está aqui, pretendo garantir que sua presença tenha um propósito.

Ela estremeceu com a insinuação.

— O que isso significa?

Ele se aproximou devagar, suas botas ressoando no piso de mármore.

— Significa que, enquanto estiver sob meu teto, viverá sob minhas regras.

Helena sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— E se eu me recusar?

Lorenzo inclinou a cabeça ligeiramente, como se estudasse sua resistência.

— Então terá que lidar com as consequências.

A porta se fechou atrás dele, deixando Helena sozinha novamente. Sua mente trabalhava freneticamente em planos de fuga, mas cada opção parecia impossível. Os corredores eram vigiados, os portões eletrônicos, e os seguranças bem treinados. Mesmo assim, ela não se renderia.

Naquela noite, recusou a comida deixada para ela e ficou sentada na cama, encarando a lua pela janela. Sua liberdade havia sido roubada, mas sua vontade continuava intacta.

Na manhã seguinte, Helena despertou com o som de passos se aproximando. A porta se abriu, revelando uma mulher alta e elegante, com cabelos presos em um coque impecável. Seus olhos eram frios e avaliadores.

— Meu nome é Chiara. Fui designada para cuidar de você enquanto estiver aqui — disse, sua voz sem emoção.

— Cuidar de mim? Quer dizer me vigiar? — Helena rebateu, cruzando os braços.

Chiara arqueou uma sobrancelha.

— Como preferir. Lorenzo quer que você esteja apresentável. Ele deseja que desça para o jantar esta noite.

— E se eu recusar?

— Não é uma opção.

Helena estreitou os olhos, sentindo a frustração crescer dentro dela.

— Ele acha que pode me forçar a agir como se estivesse tudo bem?

Chiara manteve a expressão neutra.

— Ele não acha. Ele sabe.

Com isso, a mulher saiu, deixando Helena sozinha novamente.

Mais tarde, quando o sol se pôs, Helena foi escoltada até a sala de jantar. Lorenzo já estava sentado à cabeceira da mesa, vestido elegantemente. Ao vê-la, seus olhos brilharam com aprovação.

— Vejo que decidiu cooperar — ele comentou, gesticulando para que se sentasse.

— Não se engane, Lorenzo. Só estou aqui porque não me deram escolha.

Ele sorriu, divertido.

— Escolhas são uma ilusão, Helena. Eventualmente, todos percebem isso.

Ela sentiu um arrepio. Aquele homem era perigoso. Mas, de alguma forma, intrigante.

O jantar foi tenso, pontuado por poucas palavras. Quando Helena terminou, Lorenzo se levantou e caminhou até ela.

— Você vai se acostumar com sua nova vida.

Ela o encarou, desafiadora.

— Não conte com isso.

Lorenzo riu baixinho.

— Vamos ver.

Nos dias que se seguiram, Helena passou a observar Lorenzo de forma diferente. Ele passava horas no escritório, atendendo telefonemas em voz baixa, sempre com um olhar sério. Uma noite, enquanto caminhava pelo corredor, ouviu parte de uma conversa.

— Ele está se movendo. Não podemos permitir que nos tomem de surpresa.

Helena se escondeu atrás da parede, o coração acelerado. Quem estava se movendo? Seria outro criminoso como Lorenzo?

No dia seguinte, Lorenzo apareceu com uma expressão mais fechada que o normal.

— Hoje você sairá comigo.

Helena arqueou uma sobrancelha.

— E se eu me recusar?

Ele se aproximou, segurando seu queixo com delicadeza, mas com firmeza suficiente para que ela entendesse que não era um pedido.

— Você não tem essa opção.

Helena engoliu em seco. Algo lhe dizia que aquele passeio mudaria tudo.

Continua...

Sombras do Passado

Helena sentia seu coração disparar enquanto se acomodava no banco do carro luxuoso de Lorenzo. O ar dentro do veículo estava pesado, carregado de tensão e perguntas não respondidas. Ele não dirigia sozinho. No banco do passageiro estava Marco, o homem de olhar severo que ela havia conhecido há poucos dias.

— Para onde estamos indo? — ela perguntou, cruzando os braços.

Lorenzo manteve os olhos na estrada, sem desviar sua atenção.

— Você logo saberá.

— Se isso é uma tentativa de me assustar, não está funcionando.

Dessa vez, ele a encarou pelo espelho retrovisor e sorriu de canto.

— Tem certeza? Seu pé está batendo contra o assoalho desde que entramos no carro.

Helena imediatamente parou o movimento nervoso, odiando que ele percebesse seu nervosismo. Marco apenas soltou uma risada baixa.

O carro percorreu ruas cada vez mais desertas até parar em frente a um galpão abandonado. Lorenzo saiu do carro sem dizer uma palavra, e Marco fez um gesto para que Helena o seguisse. A hesitação a dominou, mas a curiosidade foi mais forte.

Ao entrar no galpão, Helena viu um homem amarrado a uma cadeira no centro do espaço escuro. Ele estava machucado, com marcas evidentes de agressão. Seu peito subia e descia rapidamente, e seus olhos arregalados se fixaram em Lorenzo.

— Por favor… eu não queria traí-lo! — o homem implorou, sua voz tremendo.

Lorenzo parou à sua frente, inclinando-se ligeiramente.

— Você vendeu informações sobre mim para meus inimigos. Não há espaço para traição.

Helena sentiu o estômago revirar. O que Lorenzo pretendia fazer?

— Lorenzo, não! — as palavras saíram antes que ela pudesse se conter.

Ele a encarou, sua expressão inalterada.

— Você queria saber quem eu sou? Aqui está a resposta.

Helena prendeu a respiração. Ela sabia que Lorenzo era perigoso, mas vê-lo naquele ambiente, tão implacável, fazia sua percepção mudar completamente.

— Ele é apenas um homem assustado…

— Ele é um homem que tentou me matar — Lorenzo a interrompeu, sua voz fria. — Se eu não reagir, minha fraqueza será vista como um convite para mais traições.

A frieza dele a perturbava, mas, ao mesmo tempo, havia algo fascinante na forma como comandava respeito e temor. Lorenzo se aproximou dela e abaixou a voz.

— Você ainda acha que sou apenas um criminoso qualquer?

Helena desviou o olhar. O perigo que ele emanava deveria afastá-la, mas ao invés disso, a atraía de uma maneira inexplicável.

— Vamos sair daqui — Lorenzo ordenou. Marco permaneceu no galpão, e Helena sabia que isso significava que o destino daquele homem estava selado.

No caminho de volta para a mansão, a mente de Helena estava um turbilhão de pensamentos. Pela primeira vez, ela se perguntou: quem era, de fato, Lorenzo Ferraro?

Chegando à mansão, Lorenzo desceu do carro e parou ao lado da porta antes de entrar.

— Está assustada? — ele perguntou, sem encará-la.

Helena respirou fundo.

— Eu deveria estar?

Ele finalmente virou para ela, analisando-a com interesse.

— Sim. Mas algo me diz que você não se assusta tão facilmente.

Ela cruzou os braços, mantendo-se firme.

— Talvez eu só não demonstre.

Lorenzo sorriu, abrindo a porta.

— Entre. Precisamos conversar.

Helena hesitou, mas sabia que não havia escapatória. Seu destino estava entrelaçado ao daquele homem perigoso.

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