LUNA SÁNCHEZ
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Nem todas as feridas cicatrizam. Algumas se tornam parte de quem somos. Algumas sangram para sempre.
E a minha começou naquela tarde.
Dois anos antes
A mansão Sánchez já não era nossa.
O chão tremeu com o peso dos passos invasores. O ar se encheu com o cheiro metálico da morte antes mesmo do primeiro tiro ser disparado. Os Martinéz estavam por toda parte, implacáveis, famintos pelo sangue da nossa traição.
Meu pai já sabia. Já esperava. Mas saber que a morte está chegando não te prepara para o momento em que ela finalmente toca sua pele.
Eu estava de joelhos. Meu irmão ao meu lado. Minha madrasta, Gabriella, minha irmã e meu pai, Esteban. Todos esperando o julgamento.
Cristian Martinéz estava diante de nós, o próprio diabo encarnado. Os olhos escuros eram como um abismo, carregados de ódio, fúria e algo ainda pior: decisão.
Ele não estava ali para ameaçar.
Ele estava ali para exterminar.
O primeiro tiro veio sem aviso. O corpo do meu irmão tombou ao meu lado, sem vida.
Meus lábios se abriram para gritar, mas nenhum som saiu.
Meu coração implorava para bater, mas tudo dentro de mim congelou.
O segundo tiro.
Minha madrasta caiu, sangue se espalhando como uma poça rubra.
Eu tremia, o ar arranhava minha garganta. Minhas mãos estavam sujas de sangue, o sangue da minha família.
Eu não conseguia respirar.
Cristian se moveu em minha direção e naquele instante eu soube: era o fim.
— Martinéz… a Luna não, por favor… por Dios, ela é só uma menina… ela nunca machucou ninguém! — Meu pai implorou.
— Engraçado… Kiara nunca machucou ninguém. — A voz de Cristian Martinéz estava carregada de veneno. — Ela é uma das únicas pessoas puras que eu conheço… mas vocês a feriram. Vocês a quebraram.
Ele apertou a arma um pouco mais em minha cabeça. Eu tinha certeza que ele puxaria o gatilho, mas houve uma faísca de hesitação em seus olhos, uma luta interna.
E então, Martinéz se afastou, como se estivesse decidindo se atiraria ou não.
— Só há duas maneiras de obter perdão na nossa organização. — Sua voz cortou o ar como uma lâmina afiada. — Quais são as regras, Esteban?
Meu pai tremia.
— M-morte… e… casamento… — Ele sussurrou, a voz embargada.
— Exatamente.
Cristian Martinéz virou-se para mim, olhei para ele sem entender.
— Ramón. — Sua voz soou grave chamando pelo irmão.
— Sim?
— A partir de agora, Luna será sua prometida. Quando ela completar dezoito anos, vocês se casam.
O chão sumiu sob meus pés.
Não. Não. Não!
Minha mente gritava, mas meu corpo não reagia.
Eu estava presa no próprio inferno.
— Agora tire a garota daqui antes que eu mude de ideia. — Cristian ordenou.
A mão de Ramón agarrou meu braço, firme e impiedosa, e me puxou para longe. Seus dedos eram como aço frio contra minha pele quente e trêmula. Ele não disse nada. Apenas me levou.
Enquanto isso, dentro da casa, minha irmã e meu pai ainda estavam de joelhos diante da morte.
Eu sabia que nunca mais os veria vivos de novo.
O jardim da mansão parecia um universo à parte, calmo e bonito, um contraste cruel com o horror que acontecia lá dentro. O cheiro das flores se misturava ao cheiro de sangue.
Meus joelhos cederam.
Desabei no chão, abraçando meu próprio corpo, como se pudesse me impedir de desmoronar por completo.
Ramón nem hesitou antes de dar uma ordem.
— Peguem uma água para a garota.
Uma gargalhada seca e amarga escapou da minha garganta. Água. Como se isso fosse lavar o sangue. Como se isso fosse trazer alguém de volta.
Ramón abaixou-se diante de mim.
— Você foi a única poupada. Lembre-se disso quando pensar em fazer alguma besteira. Não somos piedosos duas vezes.
Minha cabeça se ergueu, meus olhos encontraram os dele.
E naquele momento, eu o odiei.
Com tudo o que restava dentro de mim.
Eu odiei a frieza em seu olhar.
O controle nos seus gestos.
O fato de que, para ele, aquilo era só um dia comum.
Eu os odiei. Todos eles.
Mas acima de tudo…
Eu odiei a mim mesma por ainda estar viva.
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RAMÓN MARTINÉZ
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Ódio.
Era isso que eu via nos olhos daquela garota estranha.
Mas isso não mudava nada.
Todos sabiam as regras da organização. Os Sánchez sabiam o preço da traição.
Cristian não estava apenas punindo. Ele estava enviando um aviso.
Gabriella e o velho maldito tentaram matar Kiara. Tentaram matar a mulher do meu irmão. Mataram nossos homens. E quando viram que haviam falhado, tentaram tirar até mesmo o futuro de Cristian, ordenando que um médico removesse o útero da esposa dele.
Mas não conseguiram.
Agora, estavam pagando com sangue pela ousadia.
Porém, Cristian, por razões que só ele entendia, poupou essa garota.
Essa coisa pequena e frágil, trêmula e silenciosa, coberta pelo sangue da própria família.
E pior.
Ele a deu para mim.
Casamento.
Inferno.
Eu não queria uma esposa. Muito menos uma esposa quebrada. Estranha.
Ela estava no chão, abraçando as próprias pernas, se encolhendo como um animal assustado.
E eu?
Eu a observava.
E sabia que esse era o tipo de problema que voltava para te morder se você não o matasse direito.
Se você deixa um lobo vivo, ele volta para sacrificar as ovelhas.
Ela ergueu o olhar para mim.
E naquele instante, eu soube.
Ela não era uma ovelha.
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"Eu os odiei naquela tarde. Com cada fibra do meu ser. Eu quis vê-los no chão, sangrando como minha família sangrou. Jurei que, se um dia tivesse a chance, eu os destruiria, todos os Martinéz." Luna
"Ela não entendeu naquele dia. Mas entenderia depois. A vida que ela conhecia morreu junto com aqueles corpos. E agora, tudo o que restava era o que eu decidiria permitir." Ramón
"Ele pensa que eu sou apenas uma peça nesse jogo sujo. Mas eu não sou um peão. Eu sou o erro que eles cometeram ao me deixar viva. E erros… sempre têm consequências." Luna
"Ela acha que pode se vingar? Que pode desafiar os Martinéz? Que pode me desafiar? Ela não faz ideia do que está tentando enfrentar. Mas que tente. Eu não sou um homem paciente… e muito menos piedoso." Ramón
"Que ele me subestime. Que todos eles me subestimem. Um dia, eu terei a minha vingança. Eu jurei que nunca seria dele." Luna
"Ela pode odiar o quanto quiser. Mas no fim… ela ainda é minha." Ramón
AVISO ⚠️
Este livro é sobre máfia, é a continuação do primeiro livro, "Senhores do Submundo: O Rei".
Contém cenas explícitas de violência, sexo, linguagem imprópria e temas sensíveis. É uma história intensa, crua e sem censuras, onde o perigo e a paixão caminham lado a lado.
Se você gosta de um romance intenso, repleto de tensão, desejo e caos… então, seja bem-vindo.
Leia por sua conta e risco.
Boa leitura!
O calor de San Sebastián estava infernal naquela tarde enquanto eu dirigia meu Porsche como um demônio pela estrada. O motor roncava, feroz, enquanto eu me encaminhava para a Riviera Auto Group, antigamente dos Sánchez, agora dos Martinéz.
Eu era o novo dono daquela merda. Mas é claro, só no papel.
A empresa era apenas uma fachada bem arrumada para algo muito maior. O verdadeiro dinheiro vinha daquilo que corria nos becos escuros da cidade, que saía dos portos escondidos, dos jatos particulares que cruzavam fronteiras sem levantar suspeitas. Droga. Poder. Controle.
Eu e Gabriel, meu irmão do meio, estávamos no comando dessa parte dos negócios desde que acabamos com aqueles traidores. Mas, no topo da cadeia, estava ele. Cristian Martinéz. O Dom. O chefe. O homem para quem devíamos lealdade inquestionável. Nosso irmão mais velho.
Estacionei na frente da empresa e joguei as chaves para o manobrista sem sequer olhar para ele. Meu celular vibrou no bolso do paletó e, pelo toque, eu já sabia que era meu irmão.
Droga.
Peguei o aparelho e atendi, bufando antes mesmo de falar.
— Hermano, como estão os preparativos? — A voz de Cristian soou firme do outro lado da linha.
— Os preparativos? — Soltei uma risada seca. — Essa merda de casamento, é isso?
— Óbvio, carajo (porra). O casamento não se organiza sozinho.
— Deixei nosso padre (pai) cuidando disso, cabrón (desgraçado). Não tenho paciência pra essa merda. Eu sou um criminoso, não um cerimonialista.
Cristian soltou um suspiro longo, daqueles que significavam que ele estava ponderando se me mandava à merda ou se mantinha a paciência.
— E sua noiva? Já foi vê-la?
Revirei os olhos.
— Cristian, já falamos sobre isso. Eu não vou atrás dessa garota. Só quero vê-la no dia do casamento. Não me pressiona, carajo.
— Mierda, Ramón! — Ele rosnou. — Tem dois anos que você não vê essa garota. Como vai reconhecê-la, joder (droga)?
— Eu não preciso reconhecer. Ela será a única usando um vestido branco no altar, não? — Ironizei.
Silêncio do outro lado da linha.
— Escucha (escuta), Ramón... Você me prometeu que faria isso direito. Que não desgraçaria tudo.
Respirei fundo, segurando a vontade de mandar ele se foder. Cristian era meu irmão, eu o venerava, mas essa merda de casamento? Isso era outra história.
— Cristian, não ferra. Você me enfiou nessa furada, agora me deixa lidar com isso do meu jeito.
Ele soltou outro suspiro e mudou de assunto.
— E o carregamento para a França?
— Gabriel está cuidando disso. A operação está rodando perfeitamente.
— Ótimo. Não quero problemas com os franceses.
— Nem eu.
Encerramos a ligação, e eu me joguei na cadeira de couro do meu escritório, soltando um suspiro pesado.
Em dez dias, eu seria um homem casado.
Eu. Casado.
O maior absurdo que já ouvi na vida.
Eu gostava de liberdade, de foder quantas mulheres quisesse, de viver sem amarras. E agora? Agora eu estaria preso a uma garota esquisita e traumatizada que nem queria esse casamento tanto quanto eu.
A última vez que vi Luna Sánchez, ela tinha dezesseis anos. Pequena, frágil, irrelevante. Desprovida de beleza.
Cristian, aquele filho da puta, não teve um pingo de pena de mim.
Uma batida na porta me tirou dos pensamentos.
Camila, minha assistente pessoal, entrou.
Meu olhar deslizou por seu corpo. Saia justa, blusa colada, olhos que gritavam desejo. Eu já havia metido nela antes, e ela queria de novo.
— Ramón. — Ela murmurou, se aproximando, mordendo o lábio.
Ah, eu sabia onde isso ia dar.
Eu já estava prestes a puxá-la para cima de mim quando a maldita porta se abriu novamente.
Simón, meu grande amigo, parou na entrada. Seu olhar foi direto para a bunda de Camila quando ela saiu apressada do escritório, frustrada.
Ergui uma sobrancelha.
— Péssimo momento pra entrar, cabrón.
Ele riu, fechando a porta atrás de si.
— Meu timing sempre foi uma merda. Mas vim por um bom motivo.
Cruzei os braços, esperando.
— Baile de máscaras. Amanhã à noite. Minha família está organizando. Quero que você vá.
— Uma festa, huh? — Inclinei a cabeça, considerando. — Eu tenho uma vida corrida agora, responsabilidades, uma empresa fodida para administrar. Não tenho tanto tempo como antes.
Mas a ideia de uma noite de diversão antes de me enforcarem nesse casamento forçado…
— Não me venha com essa, Ramón. Você precisa de uma despedida de solteiro.
Revirei os olhos.
— Despedida de solteiro? — Soltei uma risada amarga. — Esse casamento será apenas um acordo, joder. Continuarei sendo um homem livre… você me entende.
Simón arqueou uma sobrancelha.
— Você pode pensar assim. Mas e ela?
Soltei um riso sarcástico.
— Tá falando da minha noiva? Que se dane, ela é irrelevante.
Ele apenas sorriu.
— Então venha ao baile. Será uma ótima oportunidade para sua última noite de diversão.
Me inclinei para frente.
— Se você garantir umas mulheres gostosas, então pode ter certeza que eu estarei lá.
Simón gargalhou.
— Considera feito.
Ele saiu do escritório, e eu soltei um suspiro, passando as mãos pelo rosto.
O que quer que estivesse por vir…
Que venha.
O sol castigava San Sebastián, e o vento quente fazia meus longos cabelos negros dançarem enquanto eu caminhava pelo cemitério, segurando um buquê de lírios brancos.
Meu uniforme de luto já era uma segunda pele. O preto tinha se tornado minha cor desde aquele dia. Desde que minha vida foi manchada de sangue.
Me ajoelhei diante dos três túmulos alinhados e passei os dedos sobre a superfície fria do mármore, limpando qualquer resquício de poeira.
Minha família. Meu passado.
Deixei o buquê sobre a lápide do meu pai, inspirando profundamente, buscando encontrar forças.
— Eu vim, papá... — minha voz saiu baixa, embargada. — Como sempre, como todas as semanas. Como todas as malditas vezes em que eu acordo e percebo que vocês não estão mais aqui.
Fechei os olhos e, por um instante, me permiti lembrar.
Meu pai sempre dizia que o nome Sánchez carregava poder.
"Somos guerreiros, Luna. Nunca se esqueça disso."
Ele era implacável, perigoso, um homem que fez muitos inimigos. Mas para mim? Ele era o pai que me ensinou a andar de bicicleta, que me abraçava quando eu chorava, que me fazia sentir segura em um mundo de monstros.
Eu tinha acabado de completar dezesseis anos quando ele me levou para o Caribe, apenas nós dois. Foi uma das últimas lembranças felizes que tive.
E então tudo desmoronou.
O cheiro metálico do sangue.
Os gritos sufocados.
O olhar morto do meu irmão.
E meu pai... caindo de joelhos, derrotado.
Uma parte de mim morreu naquela tarde.
E a outra... bem, a outra foi deixada viva apenas para sofrer.
Apertei os punhos e fechei os olhos, sentindo a fúria pulsar em minhas veias.
— Eles vão pagar, papá. Eu juro. — Minha voz era um sussurro carregado de promessas sombrias. — Eu vou fazê-los sangrar. Cada um deles.
O vento soprou forte, como se respondesse à minha jura silenciosa.
Ouvi passos se aproximando e me virei. Edgar estava ali, me observando.
Ele era o único que restou. O único que não me abandonou. Com seu olhar firme, sua postura rígida, ele era mais que um segurança. Ele era a única família que me restava.
— Hora de ir, pequeña.
Respirei fundo e me levantei. Lancei um último olhar às lápides antes de dar as costas.
— Vamos.
Na mansão
Assim que entrei, o peso da casa me atingiu como uma avalanche.
Os corredores ecoavam lembranças, os móveis guardavam histórias. Mas não as boas. As boas tinham morrido com eles.
— Luna, estava te esperando.
A voz de Úrsula, minha amiga, me trouxe de volta à realidade.
Ela estava encostada no batente da porta da sala, os braços cruzados, o olhar preocupado.
— Teresa disse que voltaria logo — continuou.
Assenti, suspirando.
— Fui visitar meu pai. Vamos para o meu quarto. Quero tomar banho e daí conversamos.
Ela apenas assentiu, me acompanhando escada acima.
No quarto
Soltei um suspiro pesado ao me jogar na poltrona. Úrsula se sentou na cama, me observando.
— Como você está, amiga? Tem tomado seus remédios?
Trinquei o maxilar antes de mentir.
— Sim... estou tomando.
A verdade? Não tomava há semanas. Aqueles remédios me mantinham funcional, anestesiavam a dor. Mas eu não queria ser anestesiada. Eu queria sentir.
Sentir o ódio. A raiva. O desejo de vingança queimando em minhas entranhas.
— E o casamento? — A voz dela veio hesitante. — Já escolheu o vestido?
Meu estômago revirou.
O casamento.
Minha sentença.
Ser forçada a me unir ao irmão daquele desgraçado.
A primeira e última vez que vi Ramón Martinéz, eu tinha dezesseis anos. Ele estava lá. Ele assistia a tudo friamente.
— Luna? — A voz de Úrsula me trouxe de volta.
Pisquei, respirando fundo.
— Ah... eu... deixei Teresa cuidar disso.
Ela me estudou por um momento antes de soltar um suspiro.
— Você precisa ser forte, amiga. Não deixe que eles te quebrem.
Soltei uma risada amarga.
— Eles já me quebraram, Úrsula. Eles destruíram a antiga Luna. Mataram minha inocência, minha vida... tudo que eu era.
Ela baixou o olhar, mordendo o lábio.
O silêncio se estendeu até que ela mudou de assunto.
— Amanhã é seu aniversário. O que pretende fazer?
Dei de ombros.
— Ainda não sei... Talvez sair, me divertir... se isso ainda for possível.
— E...? — ela arqueou uma sobrancelha.
Mordi o lábio antes de soltar, sem rodeios:
— Eu quero transar com alguém.
Úrsula engasgou.
— O quê?!
— Eu não vou entregar minha pureza àquele desgraçado — cuspi. — Prefiro morrer. Então, antes que essa maldita cerimônia aconteça, eu vou resolver isso com qualquer um. O primeiro que aparecer. Não vou dar esse gosto ao meu noivo.
Úrsula arregalou os olhos antes de soltar uma risada incrédula.
— Até que enfim, amiga! Você demorou demais para tomar essa decisão.
Minha expressão endureceu.
— Guarde bem as lembranças da antiga Luna, porque depois de amanhã... eu não serei nem sombra do que fui.
Ela me observou por um momento antes de mexer no celular.
— Acho que tenho algo que pode te interessar.
Estreitei os olhos quando ela virou a tela para mim.
Um convite digital brilhava na tela:
"Baile de Máscaras. Amanhã. Local exclusivo. Apenas para convidados."
Franzi o cenho.
— Um baile de máscaras? Que coisa mais ultrapassada.
— Eu fui convidada, mas não poderei ir porque minha mãe me arrastará para uma viagem de última hora — explicou. — Mas você pode ir.
Cruzei os braços, considerando.
Uma noite para me perder antes de estar presa a um casamento que eu odiava.
— Pensando bem... Acho que vou aceitar.
Ela sorriu, me enviando o convite.
E naquele momento, eu soube.
Naquela noite, eu começaria a enterrar a Luna do passado.
E antes de me casar com meu inimigo... eu perderia minha virgindade.
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