Clara Vega finalmente alcançou o papel dos seus sonhos: ser a protagonista de um grande filme. Gabriel Herrera é o galā já consagrado, conhecido tanto por seu talento quanto por seu charme irresistível.
Trabalhar juntos parecia o início de uma parceria perfeita até os sentimentos saírem do controle.
Enquanto a química entre eles cresce nos bastidores, segredos começam a emergir. Gabriel carrega um contrato que o prende a uma "namorada falsa", um acordo que pode colocar em risco tudo o que Clara e ele poderiam construir juntos. Mas quanto mais ela se aproxima da verdade, mais percebe que esse contrato envolve algo muito mais sombrio.
Entre cenas de paixão e dilemas pessoais, Clara e Gabriel precisam decidir se vale a pena lutar pelo que sentem, mesmo que isso signifique enfrentar as consequências mais perigosas de suas escolhas.
Um romance intenso, cheio de reviravoltas, que revela os dramas e os segredos por trás das câmeras.
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As pessoas nem sempre revelam quem realmente são logo de início. Muitas vezes, elas criam uma imagem diferente da verdadeira, e só com o tempo conseguimos descobrir se são dignas da nossa confiança ou não. O ser humano é imperfeito e, inevitavelmente, comete erros. Mas acredito que cada um de nós tem algumas oportunidades para se redimir e mudar. Apesar de ser jovem, sinto que já vivi o suficiente para entender um pouco sobre as complexidades da vida. E sabe por que digo isso? Porque sou uma atriz no auge da minha carreira, e a minha vida é, sem dúvida, um reflexo do caos que o sucesso pode trazer.
[...]
A campainha do celular vibrava sem parar na mesa de centro. Por alguns segundos, hesitei. Não era qualquer ligação, era a ligação. Aquela que poderia mudar tudo. Meu coração pulsava tão forte que parecia ecoar pelas paredes do novo apartamento que eu dividia com minha mãe e meu irmão, Matías.
— Vamos lá, Clara. É só atender... — murmurei para mim mesma, sentindo o suor frio nas palmas das mãos.
Respirei fundo, deslizei o dedo pela tela e apertei o telefone contra o ouvido.
— Alô? — minha voz saiu trêmula.
Do outro lado, uma voz feminina animada me respondeu:
— Senhorita Clara Vega? Sou Valentina, da One Entretenimento. Estou ligando para parabenizá-la. Você conseguiu o papel principal no novo filme da empresa!
Por um momento, o mundo parou. As palavras pareceram flutuar no ar, demorando para se instalar na minha mente. Eu... consegui?
— E-eu consegui? — gaguejei, a respiração acelerada.
— Sim! Sua audição foi excepcional. O diretor ficou impressionado. Vamos enviar mais detalhes por e-mail, mas precisava te avisar pessoalmente.
Quando a ligação terminou, larguei o telefone no sofá e soltei um grito tão alto que certamente meus vizinhos acharam que algo tinha acontecido.
— EU CONSEGUI!
Matías correu da cozinha com uma fatia de pizza na mão, enquanto minha mãe apareceu na porta do quarto com uma expressão de preocupação.
— Clara, o que foi? Está tudo bem?
— Melhor do que bem! — agarrei minha mãe pelos ombros e comecei a sacudi-la de leve, o rosto iluminado de felicidade. — Mãe, eu consegui o papel principal no filme da One Entretenimento!
— Meu Deus! — Sua expressão de susto rapidamente deu lugar a um sorriso orgulhoso. — Minha filha, eu sabia! Sabia que você conseguiria!
Matías, com apenas dez anos, olhava para mim sem entender muito bem, mas com um brilho curioso nos olhos.
— Isso é bom, né?
Eu me abaixei, ficando na altura dele, e balancei a cabeça, segurando suas pequenas mãos.
— Isso é mais do que bom, Matías. É incrível! Vou ser a protagonista de um filme que todo mundo vai assistir.
— Tipo uma super-heroína? — ele perguntou, os olhos arregalados.
— Melhor! — sorri. — Uma atriz que vai ser a estrela da história.
Ele soltou um “uau” antes de correr pelo apartamento gritando:
— Minha irmã vai ficar mais famosa! Minha irmã vai ficar mais famosa!
Minha mãe e eu rimos, e eu aproveitei o momento para abrir o e-mail de confirmação que chegou logo em seguida. Era oficial. Não era mais um sonho distante, não era uma possibilidade remota. Era real.
— Isso merece uma comemoração, não acha? — perguntei, me virando para minha mãe.
— O que você tem em mente? — ela respondeu, cruzando os braços com um sorriso curioso.
— Vamos nos arrumar. Hoje à noite, vamos jantar em um restaurante chique! — falei, animada.
— Clara, tem certeza? Não precisa gastar dinheiro com isso... — ela começou, mas eu a interrompi.
— Mãe, isso não é só por mim. É por nós. Por tudo o que passamos para chegar até aqui.
Minha mãe não gostava muito do fato de que eu sustentava ela e o Matías, ela hesitou por um instante mas acabou concordando com um sorriso emocionado.
[...]
Depois de uma tarde caótica tentando ajudar Matías a escolher uma roupa e convencendo minha mãe de que ela ficava maravilhosa em um vestido preto simples que havia comprado anos atrás, finalmente estávamos prontos.
Eu me olhei no espelho pela última vez antes de sair. Meu vestido azul tinha um corte elegante, com um toque de simplicidade que combinava comigo. Meu cabelo, que geralmente vivia preso em um coque desalinhado, estava solto e ondulado. Depois de muitos papéis secundários, pela primeira vez em muito tempo, eu me sentia como alguém que poderia realmente ser protagonista de um filme.
— Você está linda, filha! — minha mãe disse enquanto ajeitava o colar em volta do pescoço.
— Obrigada, mãe. Você também está incrível.
Matías, com sua camisa branca e calça preta, estava inquieto como sempre.
— Vamos logo! Estou morrendo de fome! — o garoto com cachos loiros resmungou.
Pegamos um táxi e fomos para o restaurante que eu havia escolhido: um lugar elegante no centro da cidade, conhecido por suas janelas de vidro que ofereciam uma vista deslumbrante das luzes de Madrid à noite.
Assim que entramos, senti um frio na barriga. Eu sabia que este não era o tipo de lugar que costumávamos frequentar. Pessoas bem vestidas estavam sentadas em mesas sofisticadas, e a música ambiente suave dava um tom refinado ao local.
— Uau! — sussurrou Matías, olhando ao redor com admiração. — Isso parece um daqueles lugares de filme.
Sorri, segurando a mão dele.
— Hoje, nós estamos no filme, Titi.
Fomos conduzidos a uma mesa próxima à janela, com vista para as ruas movimentadas da cidade. O garçom nos trouxe os menus, e minha mãe arregalou os olhos ao ver os preços.
— Clara, isso é um exagero...
— Mãe, por favor. É só uma noite. Podemos nos permitir isso.
Depois de alguma insistência, ela relaxou e começamos a pedir. Escolhemos pratos que não comíamos com frequência: filé mignon ao molho de vinho para mim e minha mãe, e uma porção generosa de carbonara para Matías.
Enquanto esperávamos a comida, eu contei mais detalhes sobre o filme.
— Vai ser um romance dramático, com um pouco de ação. O roteiro é incrível. Vou interpretar uma mulher que tem que enfrentar seu passado para salvar o futuro dela.
Minha mãe ouvia com atenção, os olhos brilhando de orgulho.
— Você merece tudo isso, Clara. Depois de tantos “nãos” que ouviu e de tantas personagens, finalmente chegou o seu momento.
— Não poderia ter feito isso sem vocês. — Estendi a mão para segurar a dela sobre a mesa.
— Só promete uma coisa. — ela disse, séria de repente.
— O quê?
— Que não vai se esquecer de quem você é. A indústria pode ser cruel. Olhe o quanto você batalhou para chegar até aqui, não deixe que a fama tire sua essência.
Assenti, sentindo a emoção em suas palavras.
— Eu prometo, mãe.
Quando a comida chegou, Matías começou a falar sobre os amigos dele e como ia se gabar na escola sobre a irmã famosa. Nós rimos, e por algumas horas, esquecemos todas as dificuldades que enfrentamos nos últimos anos.
[...]
Enquanto voltávamos para casa, a euforia da noite ainda estava presente, mas com um toque de ansiedade. A responsabilidade que vinha com o papel era imensa, e eu sabia que seria desafiador estar sob os holofotes.
Mas, ao olhar para minha mãe e Matías, senti uma onda de determinação. Eles eram minha força, minha razão para continuar lutando.
Quando finalmente chegamos ao apartamento, Matías caiu no sofá, exausto, e minha mãe foi para o quarto. Antes de dormir, me sentei na cama e abri o roteiro que havia recebido por e-mail. As primeiras palavras do texto pareciam saltar da tela, como um convite para uma nova aventura.
Eu não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era certa: esta era a minha chance. Meu momento.
E eu faria tudo para aproveitá-lo.
A vida, para mim, sempre foi sobre oportunidades. Novas portas se abrem constantemente, mas cabe a nós decidir se cruzamos seus limiares ou deixamos o tempo seguir seu curso. Cada passo que dei me trouxe até aqui, e nunca precisei rebaixar ninguém para crescer. Isso me fez o homem que sou hoje. Mas, como qualquer ser humano, cometi erros. E foi justamente no momento mais delicado da minha vida que me vi diante de uma escolha difícil. Uma decisão trágica, que quase me fez perder algo que se tornou muito precioso.
[...]
Estacionar meu Porsche 911 GT3 rs no prédio da One Entretenimento sempre me dava uma sensação boa. Não era só pelo carro – apesar de eu adorar cada detalhe dele, do ronco do motor à pintura impecável em branco metálico. Era a sensação de estar no topo do meu jogo, de ser reconhecido por algo que eu amo fazer. E hoje, essa sensação estava ainda mais forte.
Entrei no prédio e fui direto para o andar executivo. A decoração da empresa era exatamente como a marca: imponente, moderna e luxuosa. Mármore polido, paredes de vidro e uma iluminação suave davam o tom de um lugar onde grandes coisas aconteciam. Era impossível não se sentir parte de algo grandioso ali.
Quando entrei na sala de reuniões, Miguel Rosa já estava à minha espera. Ele era o tipo de homem que exalava autoridade sem precisar dizer muito – um ícone no mundo do entretenimento. Ele me cumprimentou com um sorriso caloroso, mas a seriedade nos olhos dele deixava claro que estávamos ali para falar de negócios.
— Gabriel, sente-se. Tenho ótimas notícias para você. — Ele indicou a cadeira em frente à enorme mesa de vidro fumê.
Sentei-me, cruzando as pernas, tentando parecer mais tranquilo do que realmente estava. Mas, vamos lá, eu sabia o que ele ia dizer.
— Parabéns! — Miguel começou, com um tom de satisfação. — Você é oficialmente o protagonista de Cena Proibida.
Apesar de já imaginar, ouvir aquilo em voz alta foi como uma explosão interna. Mantive a compostura, mas meu sorriso dizia tudo.
— Não vou decepcionar, senhor Rosa. Eu prometo que vou dar tudo de mim para esse papel.
— Não tenho dúvidas disso. — Ele me lançou um olhar avaliador. — Você trabalhou duro para chegar até aqui. Seu desempenho como vilão na última série foi impecável. E, francamente, ninguém mais poderia dar vida a esse personagem.
Inclinei-me um pouco para frente, deixando a empolgação transparecer.
— Esse filme é uma chance incrível, e eu sei disso. Vou honrar a confiança que vocês estão depositando em mim.
Miguel assentiu, satisfeito, mas havia algo mais no olhar dele. O Sr. Rosa se recostou na cadeira, cruzando os braços.
— Só tem um detalhe. — Ele fez uma pausa dramática. — Esse será seu primeiro par romântico, de fato. Sei que já fez vários personagens onde houveram cenas românticas, mas nunca foi algo profundo e esse papel agora é de um protagonista muito apaixonado por sua parceira.
Aquilo me pegou de surpresa, mas disfarcei bem.
— Um par romântico, hein? Bem, eu sabia que esse dia ia chegar.
— É um desafio diferente, Gabriel. Química entre os atores é crucial em um filme como esse. Você não vai estar apenas interpretando, vai precisar fazer o público acreditar no amor entre vocês.
Eu assenti, fingindo estar mais relaxado do que realmente estava. Claro, eu já tinha feito cenas intensas antes, mas romance? Isso era novo.
— E quem será minha parceira? — perguntei, tentando não soar curioso demais.
Miguel pegou um tablet sobre a mesa e deslizou o dedo pela tela, parando em uma série de fotos. Ele virou o dispositivo para mim, e lá estava ela.
Na foto, ela estava deslumbrante, com seus cabelos loiros de tom escuro, ondulados caindo pelos ombros e um sorriso que parecia iluminado por refletores naturais. A mulher tinha uma expressão de confiança, mas algo nos olhos dela parecia… vulnerável. Era difícil descrever, mas me pegou de jeito.
Não deixei minha reação transparecer, mas minha mente disparou. Bonita. Muito bonita. Era a única coisa que conseguia pensar naquele momento.
— Essa é Clara Vega. — disse Miguel. — Uma atriz talentosa, e a química entre vocês tem tudo para funcionar.
— Parece… interessante. — Foi tudo o que consegui dizer, mantendo minha voz neutra.
Miguel sorriu.
— Você vai conhecê-la em breve. Tenho certeza de que vocês dois vão se dar bem.
Acenei em concordância com a cabeça, mas por dentro, minha mente ainda estava presa àquela foto. Não era só a beleza dela, mas a intensidade que ela transmitia. Era como se ela estivesse olhando direto para mim, desafiando-me.
Levantei-me, apertando a mão de Miguel com firmeza.
— Obrigado por essa oportunidade, senhor Rosa. Vou dar meu máximo.
Enquanto deixava a sala, não consegui evitar dar uma última olhada na foto dela. Algo me dizia que esse filme seria muito mais do que apenas um trabalho. E, de repente, pela primeira vez em muito tempo, senti algo que nem meu carro, nem meu sucesso, nem meus troféus tinham me dado: um frio na barriga.
— Matías! — Gritei pela casa procurando meu irmão. — Se apresse ou terá que ir andando para escola.
Não demorou muito para o garoto de cabelo bagunçado surgir na minha frente com o rosto vermelho e sem uniforme.
— O que é isso? Você ainda não está pronto? — Perguntei cruzando os braços indignada. — Garoto, você tem dez anos, já está na hora de parar de fazer esse tipo de coisa!
— Não brigue com ele, filha! — Minha mãe apareceu vindo do mercado. — Ele está queimando de febre, passei na farmácia e comprei remédios, com o calor chegando ele ficará ainda mais doente se não se proteger logo.
— Sei... — Me abaixei perto do ouvido do meu irmão. — Posso ter vinte e cinco anos, mas sei cada trama que uma criança pode arrumar para faltar a escola, então te dou até a noite para me falar o que está acontecendo.
Ele saiu correndo para o quarto, o conhecendo devia ter alguma prova difícil e deu um jeito para não ir.
— Mãe, estou indo para a empresa, hoje vai ter a primeira reunião sobre o filme. — Falei ao pegar uma maçã que ela havia acabado de lavar e dar uma mordida.
— E já sabe sobre o que será o filme? — Ela perguntou enquanto guardava as frutas na geladeira.
— Não deram muitos detalhes, sei que será baseado em um livro de romance. — Parei de mastigar no mesmo instantes sentindo meu estômago doer. — Espero que eu não tenha que transar com alguém na frente de várias pessoas!
Minha mãe riu, uma gargalhada alta e grave.
— E se tiver que fazer isso? — Minha mãe perguntou como se fosse algo simples. — Nem todas as cenas são verdadeiras, são apenas pessoas fingindo que estão fazendo amor, Clara. Você tirará tudo de letra, é bonita, é inteligente e nasceu para atuar!
Com um beijo na testa, minha mãe me confortou e com isso fui para a empresa com o sentimento de que nada poderia me atrapalhar e eu estava preparada para tudo que me propusessem.
[...]
Quando o uber parou em frente à One Entretenimento, meu coração gelou, após pagar o motorista, eu desci do carro com um sentimento bom, mas a ansiedade ainda tomava conta de mim. Me olhei na vidraçaria do grande prédio antes de entrar, o tempo frio de Madrid estava acabando, mas a temperatura ainda estava baixa, coloquei um vestido jeans que ganhei de um antigo patrocínio, um sobretudo bege e uma bolsa para combinar, nos meus pés, o bom e velho mocassim.
Assim que cheguei no saguão, uma moça da recepção logo me olhou, ela sorriu gentilmente e pediu que me aproximasse.
— Posso ajudá-la? — Ela perguntou com os olhos no computador.
— Sim, vim ver o senhor Rosa!
A moça me olhou de novo como se tentasse me reconhecer e como não conseguiu perguntou:
— Qual seu nome?
— Clara. Clara Vega. — Ela olhou para mim e depois para o computador novamente.
— Achei... — Sussurrou depois de um tempo. — Aqui está seu crachá de acesso, passe na catraca aqui ao lado sempre que for entrar e sair, assim o segurança não barra você. — Ela disse se levantando.
Ela caminhou até perto das catracas e eu a acompanhei.
— Ali na frente tem várias portas, todas são elevadores e escada, vá para o décimo andar e a secretária do Sr. Rosa irá te ajudar no resto.
— Muito obrigado! — Agradeci à moça que saiu rapidamente voltando ao balcão.
Passei o crachá e entrei no elevador. Para minha sorte, estava vazio. O prédio tinha exatamente dez andares e obviamente o escritório do dono da empresa ficaria no último.
Assim que a porta se abriu, tive a visão de uma ala moderna e sofisticada, tudo parecia novo e limpo, com mármores e vidraças pretas, uma mesa ao centro com quem acredito ser a secretária, e atrás dela várias salas, que graças aos vidros transparentes, dava para ver tudo com clareza, só havia a sala com paredes de concreto, acreditei ser onde o CEO estava.
Me aproximei da mesa, fazendo a secretária notar minha presença.
— Bom dia! Tenho uma reunião com o Sr. Rosa, sou Clara Vega. — Falei e a moça sorriu gentil.
Estou doida ou todos são gentis por aqui?
— Pode esperar sentada ali, senhorita Vega? — A moça apontou para várias poltronas escoradas na parede atrás de mim. — O Sr. Rosa teve que ir ao dentista, mas daqui meia hora ele estará aqui, tem café aqui ao lado e o banheiro fica no corredor à esquerda, caso precise! Me chamo Darla, sou secretária do Sr. Rosa.
— Muito prazer, Darla e obrigado. — Sorri pra ela antes de caminhar em direção ao banheiro.
No caminho resolvi responder minha mãe, que não parava de mandar mensagens perguntando como estava por aqui.
Chegando ao banheiro, tive um choque de realidade, a minha antiga empresa, tudo estava caindo aos pedaços, já na One Entretenimento, cada canto que eu entrava eu ficava ainda mais impressionada, mas o que mais me deixou impressionada não foram as torneiras claramente banhadas a ouro, ou os perfumes caros a disposição espalhados pela grande pia de mármore bege e sim os altos gemidos vindo da última cabine. Eu sabia que não eram duas mulheres, só pelo barulho da respiração pesada eu soube que tinha um cara literalmente fodendo alguém no banheiro feminino, sem se importar com quem entraria no cômodo. Tossi a garganta várias vezes e não pararam.
Resolvi entrar na cabine ao lado, dei descarga na privada e então eles ficaram em silêncio absoluto.
— Tem gente que é sem noção, não é mesmo? — Falei alto o suficiente para eles ouvirem.
Ouvi uma risada feminina seguida de um "merda, fica quieta!" e cobri a boca para não rir. Ouvi a porta abrir, saltos saírem praticamente correndo, e quando ouvi outros passos em direção à saída, eu abri um pouco a porta, conseguindo ver um homem alto com jaqueta de couro preta, ele arrumou os cabelos antes de sair, mas não consegui ver seu rosto, mas o perfume ficou por todo o banheiro, um cheiro amadeirado e que com certeza ficou grudado na moça que estava com ele.
[...]
Passado os trinta minutos que Darla havia dito, o elevador se abre ao meu lado e eu me levanto ao ver o Sr. Rosa sair dele.
— Ah, você está aí! Minha nova estrela! — Ele disse ao me abraçar e depois se afastar para me olhar. — Você é deslumbrante, Clara! Será uma Ótima protagonista.
— Obrigado, senhor! Estou muito animada e agradecida por estar confiado em mim...
— Que nada, sei do seu talento, está na hora de alavancar, certo? — Seu olhar mudou de mim para alguém que saia da porta que dava para a escada de emergência. — Gabriel, que bom que chegou! Quero te apresentar a sua colega de trabalho, Clara Vega.
Meus olhos foram para o homem alto e de forte presença ao lado do Miguel Rosa. Meus olhos ficaram arregalados ao reconhecê-lo, mesmo sem ter visto seu rosto, a roupa era a mesma do cara do banheiro e seu perfume parecia sempre chegar primeiro aos lugares.
— É um prazer conhecer a senhorita, estou muito ansioso para ser ser par romântico. — Ele disse estendendo a mão com um sorriso parecendo... Tímido?
Meu olhar foi da sua mão para o meio das pernas dele, o sem vergonha nem se deu o trabalho de se arrumar antes de, provavelmente terminar o "trabalho" com a moça na escada do prédio.
E como assim? Par romântico? Fala sério.
— Seu zíper está aberto! — Falei ao encarar o rosto dele e o mesmo ficou vermelho na hora.
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