...\~Aviso Importante\~...
“Destinada ao Herdeiro” é o quarto livro da franquia “Dada a Máfia”, é classificado como um dark contemporâneo. Isso significa que abrange temas polêmicos. Personagens de caráter duvidoso e que, de acordo com a visão da sociedade do que é certo e errado, são os semeadores do mal, da violência e do caos.
(Se você não leu os outros livros da franquia, recomendo a ler primeiro, para não ficar perdido e sem contexto em algumas cenas.)
Este livro conta com gatilhos, como relatos de violência sexual, linguagem imprópria, agressão física e verbal, assassinato; tortura; terror psicológico; sexo explícito, consentimento duvidoso e sentimentos distorcidos.
Considerando todos os temas, esta leitura não é recomendada para menores de 18 anos ou pessoas sensíveis. Se te incomoda ou te causa algum gatilho, NÃO LEIA ESTE LIVRO.
É importante ressaltar que não compactuo com nenhum comportamento violento ou criminosos retratado neste livro. Qualquer cena que passe essa ideia, está ligada única e exclusivamente ao processo criativo no momento de construção do universo e dos personagens.
(Todas as imagens presentes no livro foram tiradas do Pinterest)
O livro não está completo. Se não gosta de ler livros assim, recomendo esperar a finalização.
Para ajudar a autora na continuação da obra, siga, curte, comenta, presenteia, vote. Assim, você ajuda tanto a autora, quanto o livro a ser mais reconhecido.
— Com todos os avisos dados, espero que gostem. Boa leitura!
Com amor, Marcella B.
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...\~Dedicatória\~ ...
“A cada um de vocês que esperou ansiosamente por esse livro e me apoiou nos anteriores. Amo vocês!”
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...\~Sinopse\~...
Atlas Salvatore. O herdeiro da máfia americana. O filho de Satanás, que possui olhos e cabelos negros como a noite.
— Eu fiz uma promessa a muitos anos atrás. É verdade que fiz porque eu queria tê-la para mim mesmo sendo apenas uma criança. Mas foi uma promessa feita mesmo assim. E eu sempre cumpro o que prometo.
Hanna James. A herdeira do maior empresário de investimentos da Inglaterra. Portadora de um grande segredo por trás dos seus olhos castanhos e suas madeixas loiras.
— Então esperei. E esperei mais um pouco. Ele nunca mais voltou para me buscar como prometido. Então eu segui em frente. Eu precisei seguir em frente, mas meu coração só chamava por ele.
...*\~Prólogo***\~**...
(Atlas Salvatore)
Eu sei que um dia me tornarei rei. Meu pai me disse isso a vida inteira. E quando Lincon Salvatore fala, você só escuta.
Meu pai é o chefe da família. Não apenas minha família – A Família (Os Corvos). Meu avô estava no comando antes de “morrer”, e eu vou assumir depois que meu pai morrer. É o jeito do nosso mundo.
Minha vida é rodeada por violência, caos, escolhas, arrependimentos, lealdade e por incrível que pareça, amor. Minha família é tudo que tenho, nós somos muito unidos, protegemos uns aos outros.
Meu pai sempre me disse, não importa o que aconteça, sempre proteja nossa família. E nunca machuque uma mulher. Lincon Salvatore praticamente moldou o homem que sou hoje e sou grato por isso.
Já minha mãe, me ensinou a ser gentil, a ver as coisas boas da vida. E acreditar que sempre a uma luz nas noites mais escuras e sombrias. Porém, não estou mais conseguindo ver as coisas boas e nem enxergar essa luz na escuridão.
Depois da morte do meu irmão, algo em mim mudou. Meu irmão sempre foi um vilão, mas minutos antes de morrer, eu consegui enxerga-lo através da escuridão. O garoto que só queria amor e reconhecimento. Os sonhos perdidos. E no final, ele percebeu que me tornei o que ele sempre sonhou em ser. E me fez prometer há não cometer os mesmos erros que ele, a ser alguém melhor e mais forte. E hoje, eu vejo o impacto que aqueles minutos ao lado dele fizeram. Agora, sou um novo Atlas, com novos pensamentos e objetivos.
E um dos meus objetivos é encontrar uma garota chamada Hanna. Eu a salvei uma vez quando éramos crianças na Inglaterra, não sei exatamente o motivo, mas eu a queria, eu queria que ela fosse minha. Então, fiz uma promessa, eu disse que voltaria e a buscaria. E eu sempre cumpro o que prometo.
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Capítulo 1 – O Príncipe da Máfia
...*\~***Atlas Salvatore\~**...
O cheiro de terra úmida se misturava com o perfume das rosas brancas e vermelhas. O céu estava nublado, como se o próprio mundo respeitasse o luto. O caixão de Liz descia lentamente, e o barulho da terra batendo contra a madeira soava como um eco de tudo o que eu perdi.
Meus dedos apertaram a rosa que eu segurava. Eu deveria dizer algo. Todos esperavam isso. Mas a verdade era que eu não tinha palavras. Não havia como resumir Liz em um discurso bonito e bem ensaiado.
Liz era fogo e caos. Liz era a única pessoa que nunca teve medo de me desafiar, a única mulher que me via além, não só como o filho do chefe. Ela me chamava de “príncipe da máfia” como uma piada, porque dizia que as vezes eu gostava de agir como um rei antes mesmo de ter uma coroa. O apelido pegou, e eu nunca liguei.
Liz também me ensinou várias coisas, principalmente sobre sexo, como ser um bom dominante. Ela realmente foi uma boa professora.
Meu peito apertava ao lembrar do último sorriso dela. Do sangue escorrendo pelos lábios enquanto segurava minha mão.
— Seja forte, Atlas. Seja o homem que você sempre disse que seria.
Essas foram suas últimas palavras. E agora ela estava ali, enterrada. Por minha causa.
— Ela não gostava de ver você assim.
Uma mão tocou meu ombro, tirando-me dos meus pensamentos. Reconheci o toque antes mesmo de me virar. Ayla. Minha prima, minha irmã de consideração. Ela não era mais do tipo sentimental, mas sabia quando alguém precisava dela.
Eu toquei sua mão e tentei sorrir. Um sorriso amarelo, sem força.
— Eu sinto muito pelo que aconteceu.
Disse ela, sua voz baixa para que ninguém mais ouvisse.
— Eu e Liz tínhamos nossas diferenças, mas ela era uma mulher incrível.
Ayla fez uma pausa e me analisou por um momento.
— Sei que vocês tinham um casinho.
Deixei escapar um riso seco.
— Não era nada sério.
— Mesmo assim, eu sei que você se importava com ela. Seja forte, Atlas.
Eu apenas assenti. Ayla entendeu o recado e me deu espaço, desaparecendo na multidão.
Meus olhos voltaram para o túmulo. Um por um, os membros da organização jogavam flores. Nenhum deles demonstrava fraqueza. Homens e mulheres treinados para esconder qualquer emoção. Mas eu sabia que Liz era importante para todos ali. Eles apenas não podiam demonstrar.
Respirei fundo, joguei a rosa e dei as costas para aquela cena. Não queria mais estar ali.
Quando ergui o olhar, vi meu pai do outro lado do cemitério. Ele estava parado, observando-me com aquela expressão indecifrável que sempre me irritou. O chefe da organização, o homem temido por todos. Mas para mim, ele sempre foi um enigma impossível de decifrar.
Eu queria que ele dissesse algo. Qualquer coisa. Mas ele apenas acenou com a cabeça antes de desviar o olhar.
Apertei os punhos. Eu já me culpava o suficiente. Só esperava que ele não fizesse o mesmo.
Sem dizer nada a ninguém, caminhei até meu carro e entrei. As portas se fecharam, isolando-me do mundo lá fora.
Liz morreu para me salvar. E nada que eu fizesse a traria de volta.
A única coisa que me restava era cumprir seu último pedido: tornar-me o homem que eu sempre prometi ser.
O som dos meus passos ecoava pelos corredores silenciosos da mansão. Cada canto daquele lugar carregava memórias – algumas boas, outras que eu preferia esquecer.
Mas agora, nada disso importava. Minha cabeça estava um caos, uma tempestade de culpa, raiva e cansaço. Eu precisava de um escape.
Empurrei a porta da sala de treino e entrei sem acender as luzes. A penumbra era suficiente. Tirei o paletó e comecei a enrolar as faixas nas mãos. Minutos depois, já estava golpeando o saco de pancadas com força e precisão.
Cada soco era um pensamento sufocado.
Liz morreu.
Foi minha culpa.
Eu deveria ter previsto aquilo.
Eu deveria ter sido mais rápido.
Meu punho afundou o saco, e o impacto reverberou pelos meus braços.
Liz sorriu antes de morrer.
A imagem dela me atingiu como um golpe certeiro no estômago, e eu avancei contra o saco com mais raiva, mais força. Meu corpo pedia descanso, mas minha mente não permitia. Continuei. Golpe após golpe.
Então, uma voz grossa soou atrás de mim.
— Vai destruir esse saco antes de aliviar essa culpa?
Parei no mesmo instante, sentindo um arrepio percorrer minha espinha. Eu não tinha ouvido passos. Não tinha sentido presença alguma.
Virei-me rápido e lá estava ele. Lincon Salvatore, meu pai. Agora faz sentido por eu não ter sentido sua presença.
Franzi o cenho
— O que está fazendo aqui?
Ele afrouxou a gravata enquanto se aproximava e, sem responder, segurou o saco de pancadas com as mãos.
— Bate. Vai te ajudar.
Meu olhar permaneceu fixo no dele por um instante. Era raro meu pai estar ali. Raro ele se importar o suficiente para oferecer qualquer tipo de conforto, mesmo que à sua maneira.
Levantei os punhos e voltei a golpear o saco, agora com mais firmeza. Lincon segurava para que eu pudesse descarregar toda a tensão sem precisar me preocupar.
— A missão foi bem-sucedida — ele disse, depois de alguns minutos.
Minha mandíbula travou. Parei os golpes e o encarei.
— Perdemos membros. Perdemos a Liz. Isso não é bem-sucedido.
Lincon suspirou, sem alterar a expressão.
— Todos que entram para a organização sabem o risco que correm. Se saíram naquela missão, sabiam que poderiam não voltar, até mesmo você.
Apertei os punhos
— Então é isso? Apenas aceitar e seguir em frente?
— Se o que vocês foram fazer deu certo, então a morte deles não foi em vão. — Ele me encarou, sério. — E se isso ainda pesa, então faça algo com esse peso. Use-o para ser mais inteligente na próxima vez.
Fiquei em silêncio.
A lógica fria do meu pai nunca foi surpresa para mim. Mas, por mais brutal que fosse, ele estava certo.
Voltei a golpear o saco. Mais alguns minutos, mais alguns socos até meus músculos arderem. Quando finalmente parei, minha respiração estava pesada e meu corpo exausto. Mas, de alguma forma, a mente estava um pouco mais leve.
— Obrigado — murmurei.
Lincon apenas assentiu. Ele nunca foi de palavras sentimentais, e eu nunca esperei isso dele. Mas, por mais que raros, aqueles momentos existiam. E eu sabia que, mesmo de longe, ele sempre esteve por perto.
Comecei a remover as faixas das mãos.
— Vou tirar uma semana de folga.
— Justo. — Ele acenou levemente com a cabeça.
O silêncio voltou a se instalar enquanto eu terminava de me desfazer das faixas. Mas, quando comecei a me levantar, a voz dele me pegou de surpresa.
— Você conseguiu encontrar quem estava procurando?
Meus olhos se estreitaram. Virei-me devagar para encará-lo.
— Como você sabe que estou procurando alguém?
Lincon pegou uma garrafa de água próxima e abriu, olhando para mim com aquele ar impassível.
— O que eu não sei?
Soltei um riso seco e balancei a cabeça.
— É apenas uma garota que conheci há muito tempo.
Ele bebeu um gole de água antes de responder.
— Deve ser importante, já que você a procura há anos.
Dessa vez, eu nem fiquei surpreso. E nem deveria ficar, nada passa despercebido por meu pai. Apenas encarei ele e soltei:
— Então imagino que eu nem precise te dizer que meu voo para a Inglaterra sábado já está marcado.
Lincon sorriu de canto.
— Não.
Ele ajeitou o terno e se virou para sair. Mas, antes de desaparecer pela porta, soltou um simples:
— De nada.
Fiquei parado por um momento, absorvendo aquilo. Sei que não foi por segurar o saco de pancadas.
E então a ficha caiu. Meu pai tinha sido o responsável por encontrá-la.
Desde o início, tudo o que eu tinha era o primeiro nome dela, o nome da mãe e a lembrança de que usavam roupas caras. Informações vagas demais para qualquer pessoa comum. Mas Lincon Salvatore não era uma pessoa comum.
Ele sempre soube de tudo. E, agora, eu também sabia: depois de anos, eu finalmente tinha um caminho até ela.
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