O Homem De Confiança Do Meu Pai
Prólogo
Daichi
O que o senhor acabou de dizer?
Era quase uma da tarde quando Daichi escutou a frase que mais o motivou nos seus 17 anos de vida.
Pai
Eu sei que pode ser assustador ficar no Japão sem mim, mas eu preciso ir para a América a trabalho, filho.
Na cabeça do adolescente tudo que ele escutou foi "Liberdade".
Finalmente iria viver sozinho, fazer as festas que quisesse, sair para onde quisesse.
"Agora a minha vida de adolescente começou de verdade!"
Pensou ele, ingenuamente.
Daichi
Não se preocupe, pai.
Daichi
Eu sei me cuidar sozinho, além de que já tenho 17 anos, quase 18 na verdade.
Daichi
Pode confiar em mim para cuidar desta casa sozinho!
Falou com um sorriso sapeca no rosto. Tudo que conseguia pensar era nas festas que iria dar e na liberdade que teria para ficar acordado até tarde.
Pai
Sozinho? Do que você está falando?
Pai
Meu amigo vem viver aqui para cuidar de você!
Pai
Não sou louco de te deixar sozinho...
Daichi encarou o pai incrédulo.
Já tinha 17 anos e mesmo assim precisava de uma "babá"?
Daichi
Eu não preciso de alguém para cuidar de mim!
Daichi
Já tenho 17 anos, pai!
Daichi
Eu posso viver bem sozinho!
Pai
Não vale a pena discutir.
Pai
Ele vem e ponto final!
Pai
Além de que ele vai começar amanhã como professor de educação física na sua escola.
Pai
E certeza que vocês dois vão se dar bem, ele só tem 23 anos, a diferença não é tão grande então vai que encontram algo em comum.
O garoto não sabia nem o que falar. Como assim o seu pai não confiava nele o suficiente para o deixar sozinho?
Essa era a pergunta na cabeça do garoto.
Como qualquer adolescente chateado, Daichi subiu até o quarto, trancou a porta e se jogou na cama xingando toda a sua geração.
O homem encara o relógio assim que o filho "fugiu" para o quarto.
Pai
... ele já deve estar chegando...
Logo o som da campainha se fez presente.
O mais velho foi até a porta e assim que a abriu deu de caras com o seu amigo.
Pai
Fica até estranho alguém me chamar assim, aqui nesta casa é só "Pai, aqui..." e "Pai, ali..."
Falou rindo fraco e então Jun se sentou no sofá enquanto Sato preparava uma xícara de café.
Jun
Tem certeza que não incomodo?
Pai
Não! Na verdade, preciso de você aqui.
Como falei antes... o meu filho precisa de alguém para cuidar dele.
Jun
Continua o mesmo moleque encrenqueiro?
Pai
Se com encrenqueiro você quer dizer que a probabilidade de ele fazer uma festa dentro desta casa no exato em momento que eu sair... então sim.
Jun acabou rindo da fala do mais velho e então o encarou com um sorriso no rosto.
Jun
Não se preocupe, eu vou cuidar dele!
Pai
... mas não ache estranho se ele não te reconhecer... já se passaram muitos anos.
Pai
Ele era criança e você adolescente...
Jun
Não se preocupe, já sabia que a probabilidade disso acontecer era grande...
Ambos se olharam como se guardassem algum mistério ou algum segredo.
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