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Leiloada Para Um Mafioso

Blake

Como fui cair em uma armadilha dessas? Onde está minha cabeça para estar no meio de uma chuva de tiros? Brandon me deixou tão irritado hoje pela manhã que sai de casa com a mente parecendo um vulcão.

— Blake? Olha para mim, nós vamos sair dessa. Já falei com o Spencer e ele está enviando o pessoal dele para cá. — Carter tenta me manter acordado.

— Levei quatro tiros e estou perdendo muito sangue, Carter. Se algo acontecer comigo cuida do Brandon, ele ainda não sabe que você é o responsável por tudo caso eu...

— Esquece essa merda, Blake! Você não vai morrer.

Logo escutamos mais tiros até que o pessoal do Spencer junto com o meu mata todos que nos emboscaram. Sou levado para o hospital, mas desmaio no caminho.

Não sei por quanto tempo fiquei apagado, mas meu corpo dói em lugares diferentes. Eu nunca havia dado esse mole antes, sempre sai de casa com meus seguranças ao meu lado... Mas Brandon decidiu pegar pesado nas palavras e para não bater nele sai feito um furacão.

— E aí chefão? Eu disse que você não iria morrer. — Carter sorri para mim.

— E quem disse que o Blake merece o descanso eterno? — Spencer brinca.

— Me deixem morrer em paz, já vou fazer quarenta e um anos, acho que mereço esse descanso. Já lutei demais nesses vinte e um anos de Don.

Eu olho para todos os lados do quarto procurando por Brandon, mas não o vejo. Os olhares dos meus amigos é de desgosto e tristeza.

— Ele disse que não viria aqui, que o único lugar que ele iria seria a funerária. Você precisa expulsar o Brandon de casa, Blake! — Spencer fala preocupado.

— Ele não te ama como um irmão devia amar, não te respeita como autoridade maior dentro de casa, não é grato a vida de playboy que você dá para ele. O que mais precisa acontecer para que você dê um choque de realidade nele? — Carter fala.

— Vocês nunca vão entender, ele é responsabilidade minha. Sua birra toda é por querer algo que sei que ele vai usar para se matar bebendo, usando drogas, comprando carros para corridas ilegais. Não vou ser o responsável pela morte do meu único irmão.

Todos ficam em silêncio quando percebem que meu batimento cardiaco está acelerado e isso está me fazendo mal. Eles se sentam e começam a conversar entre si, tudo está calmo até que ela entra sem pedir licença.

— Querido, quase tive um infarto quando soube o que aconteceu com você. Já falei com papai para descobrir quem foi o responsável e acabar com ele. — Eulália vem passando suas mãos em meu corpo me deixando nervoso.

— Quem permitiu sua entrada? Você deveria ser anunciada. — Carter fala irritado.

— Tire suas mãos dele agora! Não está vendo o mal que faz para o meu amigo? — Spencer tira as mãos dela de mim.

— Querido, vai deixar esses dois neandertais me afastar de você?

— Você tem algum tipo de problema mental? Você atirou em mim quando terminei com você. O mínimo que você poderia fazer é não aparecer na minha frente novamente.

— Aquilo foi um acidente, te levei para o hospital depois.

— Quer que eu agradeça? — olho para os meus amigos — Tirem ela daqui.

Eulália sai gritando, Spencer e Carter decidem ir comer alguma coisa. Fico aqui com meus pensamentos, a visita de Eulália me fez despertar para algo, tenho a mulher que quero na minha cama, mas nenhuma delas serve para carregar meu sobrenome e um herdeiro meu em seu ventre.

Preciso de uma mulher que nunca tenha sido tocada por outro homem intimamente. Quero que essa seja apenas minha, mesmo que não exista sentimentos amorosos no início isso virá com o tempo.

Não sou exigente com relação a idade, peso, altura... Desde que me faça sentir tesão já será o suficiente para mim. Spencer e Carter voltam da lanchonete.

— Quero uma esposa! — eles me olham sem entender nada — Quero me casar com uma mulher de preferência virgem. Vocês sabem de alguma coisa pelo submundo?

— Sempre tem uns eventos no submundo. — Spencer fala.

— Estou sabendo de um que vai acontecer em quinze dias. Posso confirmar sua presença lá. — Carter se aproxima ao falar.

— Espero encontrar minha futura esposa nesse leilão, só assim posso garantir que ela cumpra com seus deveres matrimoniais sem culpa.

Carter pega seu celular e faz algumas ligações, Spencer me mostra algumas fotos de mulheres que estão a disposição no leilão, mas nenhuma me agrada.

Ele me informa que às vezes eles colocam algumas mulheres no catálogo no dia do leilão e isso me deixa instigado. Brandon será um problema, ele pode acabar infernizando a vida da minha futura esposa.

Terei que deixar uma segurança feminina ao lado dela, para que a proteja das loucuras do meu irmão. Que chegue logo esse leilão... Quem será minha escolhida?

Blake

Brandon

Spencer

Alina

Odeio levantar cedo em manhãs frias de outono, mas desde os meus dez anos faço todos os dias a mesma coisa. Me levanto, penteio os cabelos, me visto com o que tenho e ajudo minha avó a vender bolos nas ruas da cidade.

— Alina, deixe de preguiça e venha logo. Já dormimos com fome ontem, quer dormir hoje também?

— Vó, já lhe expliquei que um grupo de moleques me derrubaram no chão e atacaram os bolos, levei chutes enquanto estava no chão e não pude pegar a cesta de bolos a tempo.

Ela me olha irritada e me culpa mais uma vez por não termos comido nada ontem a noite. As vendas são divididas, ela vende para comprar mais material para fazer bolos e eu vendo para termos o que comer todos os dias.

Ontem foi meu aniversário de dezenove anos, não estudei porque minha avó não tinha condições de manter meus matérias de escola e uniforme. Sempre tivemos que escolher entre algo que eu precisava e nosso alimento.

A história que minha avó, Ariela, conta para mim é que meu pai iludiu a filha de uma vizinha dela aqui da rua. Quando essa mulher engravidou meu pai fugiu para o sul da cidade para a casa de uns primos dele.

Minha avó materna foi até a casa da minha avó Ariela e disse que minha mãe não iria criar uma bastarda e que quando eu nascesse iria me entregar para ela. Desde então a única mãe que conheço é minha avó Ariela.

Ela é ranzinza, mas acho que deve ser porque se viu sozinha tendo que criar um bebê que não era dela nas condições precárias que vive.

— Alina, hoje você não sairá de perto de mim, precisa vender o suficiente para que eu possa pelo menos fazer uma sopa. Você já é magra e baixa se ficar sem comer vai desaparecer.

— Me perdoe por ontem, vó.

Abaixo minha cabeça e saímos para mais um dia cansativo andando por horas. Aprendi a ler com a ajuda da minha vó e escrevo bem pouco, sei assinar meu nome e minha caligrafia é linda. Mas do que adianta se sei escrever poucas palavras?

Enquanto andamos percebo que minha avó parou mais vezes do que ela costuma parar, colocou a mão no peito algumas vezes e isso me preocupa. Não temos dinheiro para pagar consulta médica.

— Vó, vamos para casa, o que eu fiz dá para fazer uma sopa apenas para a senhora. Eu não estou com fome mesmo.

— Não diga besteiras, menina. Ainda tenho três fatias de bolo para vender, se formos embora agora como irei fazer bolos para amanhã?

Minha vó sempre foi muito teimosa e não há nada que a faça mudar de idéia. Ela só teve um filho vivo, meu pai, sua segunda gestação sua filha morreu uma hora depois do parto.

Ela costuma dizer que o que é ruim sempre sobrevive e o que é bom Deus leva para ele. Será que sou ruim e por isso estou aqui?

Voltamos para casa debaixo de chuva gelada, minha avó fez um fogão a lenha já que a madeira é mais fácil de encontrar do que comprar gás. Enquanto ela deita no pequeno sofá de dois lugares eu corro para esquentar água para um banho.

— Vó, a água do nosso banho já está esquentando. Espera só um pouquinho. — Quando eu iria me levantar ela segura minha mão.

— Alina, minha neta, preciso te contar uma coisa.

— Pode ser depois do banho, vó. Vou fazer nossa sopa. — Mas ela segura firme na minha mão e insiste.

— Eu sempre amei você, desde o momento que a sua mãe a entregou para mim, sempre amei você.

— Vovó, por que está falando isso agora?

— Se fui severa com você foi para ensiná-la a lidar com a vida lá fora, eles não serão gentis e tentarão te enganar assim como seu pai fez com sua mãe. Não me odeie, minha neta... Eu te amo.

Após essas palavras vi o rosto da minha avó perder o brilho, seus olhos se fecharam e nunca mais abriram. Fiquei ali sentada por duas horas chorando feito uma louca até que uma vizinha entrou e viu a cena mórbida.

Ela se juntou com outros vizinhos e me ajudaram com o enterro, deixaram algumas travessas com comida na mesa para mim. Não toquei em nada, peguei o agasalho da minha avó e me deitei na sua cama, dormi pesadamente.

— Alina? — sinto alguém me empurrar — Alina, acorde.

Ao abrir meus olhos e ver o rosto que sumiu por dez longos anos meu coração se aperta. Ele está aqui, meu pai está aqui.

— O que está fazendo aqui? Você não a amava.

— Olha como fala comigo, sua insolente. Você não vai ficar aqui sozinha. Vai morar comigo.

— Não! Eu não vou, te odeio.

— Prefere morrer de fome? Não demore para fazer sua trouxa de roupas, eu tenho pressa.

Ele sai de perto e eu abraço com força o travesseiro da minha avó... O que será de mim agora?

Alina

Calliope(melhor amiga)

Alina

Junto os seis vestidos que tenho e três pares de roupa íntima, pego o agasalho favorito da minha avó e coloco numa bolsa junto com a minha toalha e escova de dente.

— Vamos logo, Alina. Não tenho a porra do dia todo. — Adriano é grosseiro, porém não me importo.

Dou uma última olhada no pequeno lar em que cresci e saio porta a fora. Observo Adriano falar com um vizinho e esse mesmo vizinho lhe entregar dinheiro.

— O que está acontecendo aqui? — Pergunto ao senhor Edmund.

— Seu pai me vendeu a velha casinha da sua avó, vou reformar e alugar.

— Por que você vendeu a casinha da minha avó? Não tinha esse direito! — Falo quase gritando e Adriano me dá um tapa na cara enquanto fala:

— Eu sou o único que tenho esse direito! Ela era minha mãe, não sua. Agora vamos embora, temos muito o que andar até a estação de trem.

Com a mão onde ele bateu sigo seus passos até a estação de trem, levou uma hora para chegar nessa estação e em cada segundo dessa uma hora imaginei mil maneiras de matar o meu próprio pai.

— Você vai ficar comigo na casa dos meus primos, não tem lugar para você lá, porém será por poucos dias. Tenho um lugar melhor em vista para você.

Não respondo nada, agradeço a Deus por ele não se sentar ao meu lado durante a viagem. Ao olhar para esse desgraçado percebo que temos o mesmo queixo e os meus olhos... Infelizmente tenho os olhos do meu pai.

Encosto a minha cabeça na janela e despeço-me da cidade em que cresci. Já tinham se passado duas horas quando Adriano me acordou avisando que já estávamos chegando. Senti nojo quando ele tocou no meu braço.

Andamos por quarenta minutos até chegar num bairro esquisito. Os homens me olhavam com desejo, me senti um pedaço de carne e eles cães famintos.

— Não gosto desse lugar, quero voltar para minha casa.

— Não ligo se você não gosta, como eu disse não vai ficar por muito tempo.

Ele me ignora depois disso e segue andando por uma rua. Quando chegamos na casa onde ele mora, a primeira coisa que vi foram quatro homens, dois aparentando ter a idade de Adriano e dois aparentavam ter vinte e poucos anos.

Os dois homens mais novos olham para mim e mordem o lábio. Os dois mais velhos me olham com luxúria e desejo. Eu me abraço imediatamente para me proteger.

— Como vocês já sabem, essa é minha filha, ela não vai ficar muito tempo. Só quero que a respeitem.

Adriano me deixa na pequena sala e sai, eu olho para o chão, não consigo encará-los parecem raposas no galinheiro. Eu me sento no sofá e fico de cabeça baixa.

Adriano sai junto com os dois homens mais velhos me deixando com os mais jovens. Estou sentada aqui desde que cheguei e preciso usar o banheiro.

— Por favor, onde fica o banheiro?

— Eu te mostro, delícia. — O mais alto fala.

Ele me leva por um corredor até que chegamos na cozinha, ele me mostra a porta do banheiro e antes que eu conseguisse entrar ele tenta me beijar a força e eu dou uma cabeçada nele.

— Sua piranha, desgraçada. Vai se arrepender do que fez. — Ele sai e eu me sinto tonta por causa da cabeçada.

Uso o banheiro e fico um tempo ali dentro, estou com medo de sair. Mas o silêncio reina lá fora, eu acabo saindo e voltando para o sofá, não vejo mais os dois idiotas.

Me deito no chão forrando dois vestidos para me deitar. Adormeço logo me sentindo cansada, sonho com a minha vó me dizendo que tudo vai ficar bem, eu choro.

Algo começa a me incomodar, sinto dedos puxando minha calcinha. Desperto dando uma joelhada no rosto do segundo rapaz jovem, ele estava tentando abusar de mim no meio da noite. Adriano pela primeira vez agiu como um pai e socou o rapaz.

— Está querendo estragar tudo, Donovan? Sabe que tem muito em jogo aqui.

Estou enganada? Ele não me defendeu por eu ser sua filha e sim por valer alguma coisa? Adriano me leva com ele para onde estava dormindo e eu fico ali encolhida o resto da noite.

Estou sem me alimentar desde que minha avó faleceu e meu estômago começa a doer. Todos já estão de pé e Adriano estranhamente começa a me tratar bem.

Ele me trouxe comida e foi gentil. Dois dias se passaram e eu aceitei a bandeja de comida como da última vez, mas dessa vez tinha algo de errado.

Minha visão começou a ficar embaçada, mesmo com a visão assim eu vi dois homens de terno entrarem e Adriano sorri. Sinto eles me segurarem pelos braços até tento lutar, mas o sono me vence.

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