O vento cortava a clareira, trazendo consigo o cheiro da terra úmida e da floresta ao redor. Três jovens lobisomens se moviam em círculos na arena de treinamento, os pés descalços afundando levemente na terra batida. Leo, Tom e Peter estavam lado a lado, os olhos brilhando em antecipação enquanto aguardavam o sinal para começar.
"Agora!"
A voz do Alfa ecoou pelo campo, e os três avançaram ao mesmo tempo.
Leo, o mais velho e mais experiente, desviou facilmente dos ataques dos irmãos mais novos. Com um sorriso despreocupado, esquivou-se da investida de Tom e, com um movimento fluido, o derrubou no chão.
— Mais rápido, Tom. Se fosse uma luta real, já estaria no chão antes de perceber.
Tom rosnou em frustração, mas não perdeu tempo reclamando. Com um giro ágil, chutou as pernas de Leo, tentando desequilibrá-lo. Leo saltou para trás, mas foi então que Peter entrou em ação.
O caçula, mais leve e veloz, se lançou contra Leo por trás, tentando segurá-lo pelo pescoço. Leo riu, agarrando o pequeno Peter com facilidade e jogando-o para cima antes de deixá-lo cair suavemente no chão.
— Boa tentativa, Pestinha.
— Pare de me chamar assim! — Peter protestou, se levantando de um pulo.
O Alfa assistia à cena com os braços cruzados, um brilho satisfeito nos olhos. A harmonia entre os três era rara entre os herdeiros. Em qualquer outra geração, os escolhidos pelo destino teriam se enfrentado com rivalidade e desconfiança. Mas Leo, Tom e Peter eram diferentes. Eles lutavam juntos, treinavam juntos, se protegiam como irmãos.
E o Alfa sabia que isso seria sua maior força… ou sua maior fraqueza.
— Chega por hoje. — Sua voz profunda interrompeu o treino. — Vocês melhoraram, mas ainda têm um longo caminho até estarem prontos.
Tom estalou a língua, insatisfeito.
— Eu poderia continuar mais uma hora!
— E eu também! — Peter concordou, mesmo ainda recuperando o fôlego.
Leo, por outro lado, sorriu de forma tranquila.
— Então treinem entre vocês. Eu já fiz minha parte.
Tom o encarou, desconfiado.
— Você vai fugir de novo?
Leo riu.
— Tenho um compromisso.
— Lia de novo, não é? — Peter zombou, cruzando os braços.
Leo apenas sorriu, sem negar.
Tom revirou os olhos.
— Já sabemos como isso termina. Você vai voltar com aquele olhar bobo, falando sobre como os olhos dela brilham sob a lua ou como o cheiro dela é melhor que qualquer coisa.
— E não está errado. — Leo passou a mão pelos cabelos bagunçados e se afastou. — Não me esperem acordados.
Peter bufou, mas Tom sorriu, mesmo que não quisesse admitir. Se alguém merecia um momento de paz, era Leo.
Sem olhar para trás, Leo desapareceu na escuridão da floresta, indo ao encontro da única pessoa que fazia seu coração acelerar mais.
Lia o esperava sob a árvore antiga perto do rio, como sempre fazia. O luar refletia nos fios escuros de seu cabelo, e quando ela virou o rosto para encará-lo, Leo sentiu o impacto daquela visão como se fosse a primeira vez.
— Você está atrasado. — Ela sorriu, os braços cruzados em fingida impaciência.
— Treino com os pestinhas. — Ele se aproximou e a envolveu nos braços, inalando seu cheiro familiar e reconfortante.
— E como foi?
Leo riu, lembrando da cena.
— Tom continua teimoso, mas é esperto. E Peter… — Ele fez uma pausa, um brilho de orgulho nos olhos. — Se fosse um pouco mais velho, sua esperteza teria vencido aquela luta. Ele pensa rápido e sabe como usar isso a seu favor. Vai dar trabalho no futuro.
Lia riu baixinho, encostando a cabeça no peito dele.
— E ele vai mesmo estar pronto para liderar quando chegar a hora?
O sorriso de Leo diminuiu um pouco.
— Ele terá que estar.
Ela ficou em silêncio por alguns instantes antes de sussurrar:
— E você? Ainda sente os sintomas?
Leo suspirou. Lia sempre percebia.
— Estou bem.
Ela se afastou só o suficiente para encará-lo, os olhos escuros cheios de preocupação.
— Não minta para mim, Leo. Você usou seus dons hoje?
Ele hesitou antes de assentir. Lia respirou fundo.
— E?
— Nada demais. — Ele tentou minimizar, mas o olhar dela dizia que não ia aceitar meias verdades. — A cabeça latejou um pouco. Meu corpo ficou mais pesado no final… Mas já passou.
— Isso sempre acontece. E sempre passa, até que um dia não vai mais passar! — Lia apertou os punhos, frustrada. — Você não pode continuar assim, Leo. Se continuar forçando seus dons, seu corpo não vai aguentar.
Ele segurou suas mãos, tentando acalmá-la.
— Por isso vou renunciar. Assim que Peter for aprovado na Prova da Alcateia, sairei da linha de sucessão.
Lia o olhou com surpresa e aliviada, faltava pouco tempo para a data da prova.
— Dois Herdeiros deixam o povo mais tranquilo. E eu só posso descansar de verdade quando souber que Peter está pronto. Depois disso, tudo estará resolvido.
— Nada estará resolvido se você não sobreviver até lá!
Leo sorriu de leve, acariciando o rosto dela.
— Eu vou sobreviver. E quando tudo isso acabar, vamos nos casar e viver do jeito que sempre quisemos.
Lia fechou os olhos, saboreando aquelas palavras.
— Eu só quero que você viva, Leo.
Ele a puxou para um beijo suave, carregado de promessas silenciosas.
Mas a lua brilhava alta no céu, testemunhando o momento sem revelar o que estava por vir. O destino da alcateia já havia sido traçado. E as sombras se moviam, silenciosas, aguardando o momento certo para cair sobre eles.
Os dias que antecediam a Prova da Alcateia sempre traziam um ar de expectativa, mas desta vez, havia algo diferente. Leo sentia isso. Nos sussurros trocados entre guerreiros, nos olhares de canto entre os mais velhos. Havia movimento nas sombras.
Ele observava do alto da colina, os olhos atentos àqueles que se reuniam à distância. Grupos que antes não se misturavam agora pareciam mais próximos. Alianças inesperadas estavam se formando, e isso nunca era um bom sinal em tempos de transição.
O vento frio da noite soprava entre as árvores, trazendo consigo o murmúrio distante da alcateia. Os preparativos para a Prova estavam por toda parte—guerreiros reforçando os treinamentos, anciãos sussurrando sobre o futuro e olhares atentos sendo lançados a Peter, que enfrentaria seu primeiro desafio oficial.
E foi com essa preocupação em mente que ele decidiu não voltar ao dormitório dos Herdeiros naquela noite.
Lia o recebeu na porta de seu chalé com uma expressão interrogativa, mas sem surpresa.
— Algo errado? — ela perguntou, cruzando os braços.
Leo suspirou, passando a mão pelos cabelos.
— Muita coisa. Mas não quero falar disso agora.
Ela ergueu uma sobrancelha, observando-o com aquele olhar afiado que sempre o fazia se sentir exposto.
— O grande Leo, evitando falar sobre um problema? Isso é novo.
Ele riu baixo.
— Dessa vez, prefiro fazer outra coisa.
Antes que ela pudesse responder, Leo a puxou para si, envolvendo sua cintura com firmeza. Os olhos de Lia se arregalaram por um segundo antes de se perderem na intensidade do olhar dele.
— Leo… — ela murmurou, mas ele não lhe deu tempo para hesitar.
Os lábios se tocaram num beijo quente e urgente. No início, foi suave, um roçar tímido e provocante, como se testassem o limite um do outro. Mas então Lia se entregou, enlaçando os braços ao redor do pescoço dele e puxando-o para mais perto. Leo aprofundou o beijo, sentindo o gosto doce dos lábios dela, explorando cada movimento com precisão.
A respiração de ambos tornou-se entrecortada, e quando finalmente se afastaram, Lia mordeu o lábio inferior, os olhos brilhando de desejo e carinho.
— Isso quer dizer que você vai dormir aqui hoje? — ela sussurrou.
Leo sorriu, deslizando a mão pelo rosto dela.
— Isso quer dizer que eu não quero dormir em nenhum outro lugar.
Lia segurou a sua mão e o puxou para dentro. A luz branda da lareira tremulava pelo quarto, lançando sombras suaves pelo ambiente. Naquela noite, não havia trono, não havia sucessão, nem mesmo segredos. Apenas os dois.
Assim que a porta do chalé se fechou com um suave estalo, o beijo se intensificou, como se o mundo lá fora tivesse desaparecido. As bocas se encontraram com uma urgência silenciosa, primeiro suaves, depois mais profundas, mais sedentas. A luz suave da lareira iluminava os contornos de seus rostos, mas o calor entre eles vinha de um lugar muito mais forte.
As mãos de Leo começaram a explorar a pele de Lia sem pressa, traçando cada curva com um toque tão firme quanto delicado, como se estivesse descobrindo um território novo e excitante. Ela, por sua vez, respondia com a mesma intensidade, puxando-o para mais perto, as mãos deslizando pela linha de seu peito, sentindo a pulsação acelerada dele. O espaço entre os dois desaparecia a cada segundo, e o ar parecia pesado com o desejo.
Lia pressionou-se contra ele, sentindo o calor de seu corpo transbordando o pequeno espaço do chalé. A respiração de ambos se tornou entrecortada, mas nenhum deles queria quebrar o contato, o beijo se tornando mais profundo, mais urgentemente ardente. Ela desabotoou a camisa dele com dedos ágeis, ansiosos, enquanto ele, com um sorriso encantado e malicioso, acariciava o pescoço dela, descendo para a linha da coluna, sentindo o arrepio que seu toque causava.
O vento lá fora uivava, mas dentro daquele chalé, apenas o som de seus corações acelerados e o calor crescente entre eles preenchiam o ar. Lia o puxou para um canto do quarto, sem dizer uma palavra, seus corpos conversando em uma linguagem antiga e cheia de promessas. Ele a envolveu nos braços, e seus corpos se encaixaram como se tivessem sido feitos um para o outro, os toques se tornando cada vez mais intensos, sem rumo, sem mais pressa. Tudo o que havia ali era o agora, a intensidade do momento, e o desejo que se espalhava como fogo entre eles.
Leo deitou ao lado dela, traçando círculos lentos sobre a sua pele enquanto a observava sob a luz da lua. Lia sorriu, deslizando os dedos pelos cabelos dele.
— Você parece diferente hoje.
Ele suspirou, afastando os cabelos dela do rosto.
— Talvez porque tomei uma decisão.
Ela ergueu a cabeça, curiosa.
— E posso saber qual é?
Leo sorriu de canto, com um olhar cheio de intenções.
— Não, será surpresa.
Ela ficou por alguns segundos, em choque, os olhos fixos nos dele.
Leo a puxou para mais perto, beijando-a novamente, dessa vez de forma mais suave, como se estivesse selando uma promessa. Ele sussurrou entre os beijos.
— É uma surpresa, Lia. Algo que vou organizar com os meus irmãos. Mas vai ser depois da Prova, e você não vai saber de nada até o momento certo.
Lia o olhou com um sorriso misto de surpresa e felicidade.
— Mal posso esperar. — ela sussurrou.
Leo olhou para ela com ternura, seus olhos refletindo a luz das velas.
— Eu sei. Mas você vai amar.
Ele a beijou de novo, mais uma vez perdendo-se no momento, onde nada mais importava, apenas a certeza de que, logo depois da Prova, ela seria sua para sempre.
Na manhã seguinte, Leo reuniu Tom e Peter em um canto mais afastado da aldeia.
— Preciso da ajuda de vocês.
Tom o olhou de esguelha.
— Ajuda para quê?
Leo cruzou os braços.
— Depois da Prova, vou pedir Lia em casamento. Quero que vocês estejam comigo quando eu falar com o Alfa.
Peter bufou.
— E eu com isso?
Leo sorriu, divertido.
— Você vai trazer o anel.
Peter fez uma careta.
— Isso é trabalho de mensageiro!
Tom riu.
— Relaxa, pirralho. Vai ser divertido.
Peter suspirou dramaticamente.
— Desde que ela não diga ‘não’.
Leo revirou os olhos.
— Não vai.
Os três trocaram olhares cúmplices e, por um momento, esqueceram das preocupações.
Mas lá, nas sombras, um inimigo aguardava a hora certa para destruir tudo.
A tarde era vibrante, cheia de celebração e expectativa. A praça da alcateia estava repleta de lobos, todos ansiosos pela Prova do Herdeiro. Era uma cerimônia sagrada, um evento que acontecia poucas vezes em uma geração. Havia danças, fogueiras acesas e grandes mesas com carne fresca e vinho.
Peter, no entanto, sentia como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Ele estava sentado sobre uma grande pedra enquanto anciãs passavam tinta escura por sua pele, desenhando símbolos sagrados em seus braços, peito e rosto. Os traços representavam sua linhagem e o vínculo com a Lua.
Tom observava de perto, os braços cruzados e um sorriso brincando nos lábios.
— Nunca vi você tão quieto, pestinha. Está nervoso?
— Como se estivesse prestes a engolir um raio. — Peter tentou rir, mas sua voz estava tensa.
Leo, que estava ao lado de Tom, pousou uma mão reconfortante no ombro do caçula.
— Vai dar tudo certo. Você já provou sua força. Só precisa mostrar isso para a alcateia.
Peter assentiu, engolindo seco. Ele sabia que seus irmãos de alma confiavam nele. Mas a alcateia inteira? Isso era outra história.
Lia se aproximou, segurando um prato de frutas silvestres e mel.
— Você deveria comer um pouco, Peter. Não quer entrar na prova de barriga vazia.
Peter olhou para ela e sorriu. Lia sempre tinha uma palavra gentil e sabia exatamente quando acalmar alguém.
— Acho que nem conseguiria engolir agora.
Ela riu e sentou-se ao lado de Tom, que pegou uma fruta do prato dela sem cerimônia.
— Ei! — Lia bateu de leve no braço dele.
— Você trouxe comida, é justo que eu coma.
— Para Peter!
— Ele disse que não quer! — Tom argumentou com um sorriso travesso.
Lia revirou os olhos, e Peter não pôde evitar rir. A interação entre os dois era sempre assim: confortável, como se fossem irmãos de verdade. Ele gostava de saber que Lia fazia parte da vida deles, não apenas da de Leo.
Mas a tranquilidade durou pouco.
O Alfa subiu na pedra central da praça e ergueu as mãos, chamando a atenção de todos. O murmúrio da multidão cessou, e um silêncio reverente tomou conta do ambiente.
— Hoje, testemunhamos o Julgamento da Lua.Peter, o Herdeiro mais jovem a passar pela transformação que já houve, passará por sua prova. Se for digno, será reconhecido.
A multidão respondeu com um uivo uníssono.
O primeiro desafio era físico.
Peter caminhou até o círculo de combate, onde um guerreiro o aguardava em forma de lobo. Era um teste de resistência e habilidade—nenhum Herdeiro poderia ser reconhecido sem antes provar que podia se defender.
O guerreiro avançou primeiro, rápido como um raio. Peter mal teve tempo de reagir antes de ser atingido de lado e jogado contra a terra. O impacto arrancou o ar de seus pulmões.
— Levanta, pestinha! — Tom gritou.
Peter rolou para o lado, escapando de um segundo golpe. Ele precisava pensar rápido.
O guerreiro era maior, mais forte, mas Peter era ágil. Ele usou isso a seu favor, desviando dos ataques e esperando por uma abertura. Quando o guerreiro avançou novamente, Peter deslizou por baixo de seu corpo e agarrou sua pata traseira, puxando com força.
O lobo se desequilibrou.
Era a chance que ele precisava.
Peter saltou sobre seu adversário e pressionou os dentes contra sua nuca—a submissão simbólica que encerrava a luta.
O guerreiro rosnou, mas cedeu.
Peter o soltou e se afastou, ofegante. O Alfa se ergueu mais uma vez.
— Peter, você provou sua força.
A multidão aplaudiu, e Peter sentiu uma onda de orgulho misturada com exaustão. Mas a prova ainda não havia acabado.
O céu já estava escuro, e a Lua cheia pairava soberana sobre a alcateia. Era hora da segunda parte.
Peter caminhou até o círculo sagrado, sentindo cada olhar sobre ele. Seus músculos ainda doíam, mas nada disso importava agora.
O silêncio caiu novamente.
Então, a Lua chamou.
Foi como um choque elétrico percorrendo sua espinha. Seus ossos começaram a mudar, os músculos se contorcendo, a pele ardendo enquanto pelos escuros surgiam. Seus olhos queimavam.
A dor era intensa, mas breve.
Quando o processo terminou, Peter não estava mais ajoelhado no chão—ele estava sobre quatro patas, respirando fundo.
O silêncio pesava na praça. Então, um murmúrio percorreu a multidão.
Os olhos dele.
E a marca.
Ali, entre os olhos dourados, havia um símbolo na pelagem de sua testa, um traço ancestral que apenas os Herdeiros carregavam.
A prova definitiva.
O Alfa ergueu as mãos.
— Peter, filho da Lua, Herdeiro da alcateia, você provou sua essência. Você é digno.
A multidão rugiu em comemoração. Uivos ecoaram pela praça, as vozes de sua família e amigos o reconhecendo como um verdadeiro sucessor.
Peter sentiu uma onda de alívio e orgulho. Ele havia conseguido.
Leo se aproximou, ajoelhando-se ao seu lado. Sussurrou baixo, apenas para ele ouvir:
— Agora, eu posso partir em paz.
Peter piscou, confuso, mas antes que pudesse perguntar, Leo sorriu e bagunçou o pelo de sua cabeça com a mão.
A celebração seguiu com danças e banquetes. O vinho corria livremente, as fogueiras iluminavam a noite, e todos se entregavam à alegria da vitória do jovem Herdeiro.
Mas então, o uivo veio.
Um som longo, profundo e carregado de algo sombrio.
Ele veio do sul da alcateia.
O silêncio caiu instantaneamente. Os mais velhos franziram a testa, sentindo o cheiro do perigo no ar. Os guerreiros imediatamente se posicionaram, olhos atentos às sombras da floresta.
Então, eles vieram.
Lobos. Muitos lobos. Mas não eram estranhos. Eram seus próprios irmãos de alcateia.
Um ataque. Uma guerra interna.
Leo sentiu o sangue gelar. Darius. Ele havia esperado esse momento.
E agora, a alcateia estava dividida. Irmão contra irmão.
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