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Contrato com o Fazendeiro

Blenda

Blenda Pinto Aguiar é uma mulher mimada que cresceu tendo tudo na hora que queria e nunca recebeu um 'não'. Filha de um dos empresários mais ricos da cidade de São Paulo, seu pai, que possui uma empresa de petróleo, ficou viúvo cedo, pois sua esposa faleceu no parto devido a complicações relacionadas à diabetes gestacional, e a filha herdou a diabetes também.

Roberto Aguiar criou sua filha dando tudo do bom e do melhor, mas sempre ensinando-a a ser humilde e não colocando dinheiro e luxo como prioridade. Porém, isso não foi suficiente para Blenda.

Roberto é filho único e perdeu seus pais ainda na adolescência. A única pessoa que ele tinha era sua esposa, que conheceu na faculdade. Ele cursava administração e ela, moda, mas não ficaram juntos por muito tempo, já que, assim que se formaram, casaram-se e ela engravidou. Foi o momento mais feliz para Brenda e Roberto; eles estavam felizes com a chegada da primeira filha, até que Brenda, sua esposa, acabou desenvolvendo diabetes gestacional, que se agravou no final da gravidez, sem dar chance de resolver, levando a um parto normal de emergência, já que Blenda foi crescendo excessivamente, mesmo em meio às circunstâncias, os médicos não queriam uma cesariana, e quando decidiram pela cesariana, já era tarde demais. Brenda veio a óbito, deixando uma pequena criança para um homem completamente perdido.

Roberto jurou no leito de morte de sua esposa que cuidaria da filha com muito carinho, assim como eles prometeram que fariam caso algo acontecesse com um dos dois.

Roberto se dedicou 100% à sua filha, deixando alguém de confiança em seu lugar na empresa. Ele ia duas vezes lá para saber como estavam. Assim, Blenda foi crescendo. Roberto dava tudo a ela e fazia de tudo para que não sentisse falta de uma figura materna. Quando Blenda completou 6 anos, foi descoberto que ela também tinha diabetes.

Isso causou medo em Roberto, deixando-o preocupado com a possibilidade de perder a filha também. No entanto, ele foi orientado corretamente sobre como cuidar dela. Foi então que ele contratou uma cozinheira especialmente para cuidar da dieta da Blenda. Ela tinha uma babá, um motorista e sempre estava praticando algum esporte. Amava tocar violino, mas também era apaixonada por moda, assim como a mãe.

Cresceu dizendo ao pai que seria uma estilista muito renomada e que ele sentiria muito orgulho dela. No entanto, quando Blenda completou 15 anos, começou a ter um comportamento estranho; humilhava os funcionários e estava sempre procurando encrenca na escola, se achando a melhor e exigindo que todos a bajulassem. Isso foi entristecendo Roberto, que sabia que tinha uma certa culpa. Quando ela completou 18 anos, achou que tudo seria melhor e deu a ela a opção de focar apenas na faculdade.

Ele iria sustentar todos os luxos que ela quisesse.

Mas tudo desandou quando Blenda conheceu Vinícius em uma das saídas que fez com as colegas da faculdade. Blenda não tinha amigas e sempre foi sozinha; ela tinha esses comportamentos para chamar a atenção.

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Blenda tem 23 anos cursando faculdade de moda é loira tem 1,70 de altura seus olhos são castanhos claro uma bunda média de cintura fina e peitos siliconados.

Blenda: Oi, meu amor, tudo bem?

Blenda mora em seu apartamento com seu namorado, Vinícius. Vinícius trabalha em uma concessionária. Blenda o conheceu em uma balada e, desde então, não se desgrudaram. Ele sempre mostrou ser carinhoso com ela, mas seu pai não vai muito com a cara dele, e Blenda prefere ignorar isso.

Vinícius: Oi, estou bem e você?

Ele veio com um selinho nela. Faz um tempo que Vinícius vem agindo estranho com ela, mas ela preferiu ignorar; pode ser coisa da cabeça dela.

Blenda: Como foi o trabalho?

Vinícius: Cansativo. Não vejo a hora de ter meu próprio negócio.

Blenda: Você está guardando o dinheiro que estou te dando? Sabe que eu apoio muito esse negócio misterioso seu, que até hoje não sei o que é.

Vinícius deu um sorriso sem graça e mudou de assunto, dizendo que iria tomar banho.

Blenda respirou fundo e foi fazer o pedido do jantar deles.

Logo, Vinícius saiu do quarto de shorts de dormir e sem camisa. Blenda gostou do que viu, foi em direção a ele e deu um beijo de tirar o fôlego, mas ele a afastou e disse que estava cansado. Ela entendeu e se afastou. Logo, o jantar deles chegou, e eles jantaram conversando antes de irem fazer a higiene bucal.

Blenda voltou para o quarto e o celular dele mostrou a tela acesa; era uma mensagem perguntando se ele havia chegado bem. O nome era apenas letras sem nexo.

Blenda: Deixa de criar paranoia, Blenda. Ele te ama; jamais faria isso com você.

Ela colocou o celular de volta e foi para a sala. Tinha que terminar o esboço que seria entregue no dia seguinte na faculdade. Blenda já estava perto de se formar, e isso a deixava muito feliz. Blenda é muito criativa em relação às roupas; sua professora já tentou até comprar alguns dos esboços dela, mas ela recusou.

Vinícius: Vamos deitar?

Blenda: Pode ir, tenho que terminar algo.

Vinícius concordou sem dar muita importância e foi para o quarto.

Blenda respirou fundo e focou nos seus desenhos.

Blenda: Ninguém além de mim vai ficar com você, Vinícius.

Blenda começou a rabiscar. As horas foram se passando e ela permaneceu na sacada do seu prédio. Quando viu que já passava das duas da manhã, desligou seu MacBook e guardou tudo.

Blenda foi em direção à cozinha, aferiu sua glicose e logo foi para o quarto. No corredor, ouviu a voz de Vinícius, que parecia estar falando com alguém ao telefone. Assim que Blenda entrou, ele desligou o celular.

Blenda: Oi, acordado? Ainda estava falando com quem?

Vinícius: Hum, ninguém. Estava conferindo as horas. Você demorou.

Blenda deu um sorriso amargo, tirou o robe e deitou-se ao lado dele, dormindo abraçados.

Blenda

No dia seguinte, Blenda acordou cedo junto com Vinícius. Eles fizeram sua higiene e cada um seguiu seu caminho. Blenda ofereceu carona a ele, mas ele recusou.

 Colocou uma calça branca de alfaiataria, uma blusa marrom clara com um blazer da mesma cor e um salto branco.

Chegando à faculdade, Blenda sentou em seu lugar com a melhor cara possível, demonstrando que nada a abalava e que ela era melhor que qualquer um que estivesse ali.

A aula correu bem. Ela apresentou seu trabalho, que foi em grupo, mas ninguém quis fazer com ela. Ela fingiu que aquilo não a incomodou e fez sozinha mesmo.

Quando a aula acabou, ela foi em direção ao estacionamento da faculdade, mas, no meio do caminho, viu seu pai, que estava com a secretária dele.

Roberto: Oi, querida, tudo bem?

Ela o cumprimentou com um abraço apertado. Roberto ama sua filha e odeia estar nessa situação com ela.

Blenda: Oi, pai! O que você está fazendo aqui?

Roberto: Vim convidar você para almoçarmos, e esta é minha secretária. Você já sabe disso.

Blenda deu um sorriso falso e cumprimentou Patrícia. Patrícia é linda, tem a pele morena, os cabelos negros e os olhos castanho-escuros. Deve ter entre 30 e 35 anos.

Blenda: Oi, Patrícia, tudo bem? Vamos, pai!

Falou, passando direto por eles e seguindo em direção ao seu carro.

Roberto: Vamos no meu. O segurança levará seu carro até o restaurante.

Blenda foi junto com o pai, que a abraçou pelos ombros e saiu andando com a secretária ao lado dele.

Ao chegarem ao restaurante, eles foram direcionados a uma mesa e logo fizeram seu pedido.

Roberto: Quero saber como você está.

Blenda endireitou a postura, cruzou as pernas e olhou para o pai.

Blenda: Estou bem melhor, impossível.

Deu um sorriso debochado.

Roberto olhou para a filha e balançou a cabeça em negação.

Roberto: Não sei onde foi que errei com você.

Blenda: Não entendi.

Roberto: Onde foi que errei para você se tornar essa pessoa mimada desse jeito? Sua beleza está só por fora, Blenda, e pessoas assim sempre se dão mal no final. Estou te falando enquanto é tempo.

Blenda ignorou-o e continuou almoçando. A secretária ao lado permaneceu quieta, apenas observando os dois. Roberto respirou fundo e afastou o prato.

Roberto: Blenda, eu te dei tudo. Eu cuidei de você da melhor forma, dei tudo de mim, te ensinei os valores e princípios da vida e sempre te deixei em alerta sobre como você merecia ser tratada. Antes, você saía, ia fazer compras ou até mesmo ia sozinha para a balada ou sei lá onde mais vocês, jovens, iam. Hoje, você fica apenas trancada naquele apartamento,vivendo apenas para aquele homem, um gigolô que nunca tem dinheiro e não te leva nem a um restaurante barato. Ao contrário, você é quem sempre dá dinheiro para ele. Até essa aliança que você usa foi você quem comprou, porque nem dinheiro para comprar uma peça de baixo custo ele tinha. E você acreditou que, quando amamos, não importa o valor; o que importa é a intenção do outro e ser lembrado por ele, por mais simples que seja. Espero que você acorde para a vida.

Blenda: Papai, o Vinícius me ama. Ele não recebe muito dinheiro trabalhando naquele lugar, e o senhor sabe disso. Se eu tenho, por que não dá?

Roberto: Blenda, por menor que o salário dele seja, ele nunca deu nada para comprar algo para você. Minha filha, acorde! Mesmo tendo um trabalho digno, eu vejo pessoas que têm filhos e tudo, levando uma boa vida. Imagine um homem que vive em seu apartamento, não faz compras, não faz nada. E outra, você não tem nada. Até o dinheiro que você dá a ele é meu. Se você não acordar para a vida...Vou tirar tudo, vai ficar sem cartão.

Blenda levantou-se de vez da mesa, pegou sua bolsa e saiu esbarrando em tudo que viu pela frente.

Roberto olhou para a filha e fez um sinal de negação.

Patrícia: Não fica assim, senhor Dias.

Roberto apenas concordou, pagou a conta e logo eles saíram do restaurante, indo de volta para a empresa.

Blenda chegou ao seu apartamento muito estressada, começou a andar pela sala e resolveu sair novamente. Ela dirigiu até um salão e fez tudo o que tinha que fazer.

Ela queria que Vinícius a visse linda.

O salão ficava no shopping, e ela aproveitou para fazer compras, comprando roupas para seu amado também, já que ele trabalhava tanto e merecia um agrado. Nada do que seu pai falasse adiantaria.

Após as compras, ela voltou para casa cansada do seu dia “cheio”. O jantar já estava pronto, pois seu pai mantinha uma cozinheira e uma moça que ia limpar a casa três vezes por semana.

Blenda deixou as compras espalhadas pela casa, foi em direção ao banheiro e colocou a banheira para encher. Em seguida, foi até sua adega, pegou um bom vinho e decidiu relaxar na banheira.

Blenda: 'Irei te provar que o senhor está completamente errado sobre meu namorado, papai. Ele me ama.'

Blenda tinha a certeza de que seu namorado era fiel a ela, mas ele apenas a suportava porque ela sempre lhe dava dinheiro. Vinícius só queria saber de mulheres e dinheiro, e fingia ser outra pessoa.

Fingia ser o que não era, nunca apresentou sua mãe a Blenda e sempre inventava uma desculpa, dizendo que a casa deles era muito simples e que ela não ia gostar. Blenda já chegou a oferecer uma casa nova, mas como era o início do namoro, ele recusou.

As semanas e meses foram se passando, e o relacionamento estava se desgastando. Vinícius, cada vez mais afastado, chegava tarde e sempre dizia que era o ônibus que demorava.

Blenda: Amor, desse jeito eu fico preocupada com você chegando tarde em casa.

Vinícius: Pois é, não tive a sorte de nascer em berço de ouro como você.

Blenda deu um sorriso sem graça e foi até ele, abraçando-o.

Blenda: Por que você está cheirando a um perfume feminino barato?

Vinícius olhou para ela com os olhos arregalados e rapidamente inventou uma história.

Vinícius: Uma das meninas foi demitida, então ela abraçou todos se despedindo.

E Blenda acreditou e, naquele dia, Vinícius a procurou na cama, e aquilo para ela foi suficiente; era sinal de que logo tudo se resolveria em seu relacionamento.

Um dia, Vinícius chegou do trabalho molhado devido à chuva forte que caía lá fora, e isso deixou sua namorada muito preocupada.

Blenda: Meu amor, amanhã mesmo você escolhe o carro que quiser. Assim, não irei ficar tão preocupada com você.

O sorriso de Vinícius ia de orelha a orelha. Ele chegou a negar, mas sabia que sua namorada era insistente.

Vinícius: Não, amor, isso já é demais. Não posso aceitar.

Blenda: Ah, bobo, é um presente.

No dia seguinte, Vinícius escolheu um Jeep cinza, e Blenda fez o pagamento. Por alguns meses, aquele carro manteve Vinícius na linha; ele chegava cedo em casa e estava sempre andando na linha e estava sempre procurando por ela na cama, levando-a até para almoçar e passear aos domingos. Mas isso não durou muito; Vinícius começou a chegar cada vez mais tarde, sempre com uma desculpa nova, e Blenda, ao mesmo tempo, revelava que não queria acreditar que ele tivesse outra.

Certa vez, Blenda voltava da faculdade, mas o atalho que sempre pegava estava muito engarrafado. Como estava sem paciência, resolveu ir por um caminho que nunca havia passado antes.

Enquanto escutava uma música no carro e dirigia pelas ruas tranquilas de São Paulo, Blenda parou no sinal, olhou para o lado e simplesmente viu Vinícius abraçado com uma mulher. Ela piscou os olhos uma ou três vezes para ter certeza e, bem na hora, eles se beijaram. Aquilo partiu o coração de Blenda, que despertou daquela cena ao ouvir as buzinas.

Ela chegou em casa desnorteada; nunca jamais aceitaria dividir seu namorado com outra.

Blenda

A noite em que Vinícius chegou, Blenda o tratou normalmente, com todo o amor do mundo. Ela não queria acreditar que ele seria capaz de tal coisa.

Naquela noite, Vinícius estava muito feliz e até abriu um espumante.

Blenda: Posso saber o que estamos comemorando?

Vinícius: A vida, meu amor! Nós merecemos isso e muito mais! Uuuuuu.

Ele os serviu e ficaram conversando, e Vinícius não parava de rir.

Naquele dia, Blenda e Vinícius namoraram bastante, e no dia seguinte seguiram sua rotina normal. Após a faculdade, Blenda voltou para casa, pois tinha que resolver as questões de sua formatura.

Assim que estacionou o carro, seu pai ligou.

Ligação:

Blenda: Diga?

Roberto: Diga, e assim que você me atender, me diz pra que porra comprou mais um carro.

Blenda: Não foi pra mim, pai. Foi um presente.

Roberto: PRA QUEM, BLENDA? EU ESPERO QUE NÃO SEJA PRO BABACA DO SEU NAMORADO.

Blenda: Sim, pai, eu comprei pra ele…

Roberto: Você está louca? Meu dinheiro, Blenda! Você vai pagar esse carro com seu próprio dinheiro. Espero que arrume logo um trabalho, porque você é quem vai pagar. Já cancelei seus cartões e sua conta está congelada. Até suas compras de casa mandarei Selma fazer e você vai ficar sem funcionárias do lar também.

Blenda: Papai, o senhor sempre fala isso, mas não é capaz de fazer. Já estou acostumada.

Roberto: Você ainda vai me matar! Dessa vez é para valer. Você está sem nada, Blenda.

Ligação off:

Blenda saiu do carro e foi em direção ao elevador. Logo que chegou ao seu andar, tomou um banho, pegou uma das marmitas congeladas, esquentou e comeu. Em seguida, deitou no sofá de pernas para cima.

Seu pai já havia ameaçado ela antes e nunca cumpriu; não seria agora que ele iria fazer isso.

O que era para ser um soninho da tarde se transformou em uma soneca até o início da noite. Naquele dia, Vinícius não voltou para casa. Blenda ligou para ele várias vezes, mas todas as chamadas caíram na caixa postal. Ela estava começando a ficar angustiada.

Blenda passou a noite em claro, não conseguiu dormir só pensando que havia acontecido um acidente ou algo assim; ela não conhecia ninguém que vivesse ao redor dele.

Assim que o dia amanheceu, teve que se arrumar para a faculdade; não podia faltar, já estava no final do semestre. Blenda até pensou que ele poderia estar com a mulher que havia visto um tempo atrás.

Blenda: Ele não seria capaz disso.

Blenda não estava com muita cabeça para montar um look, então optou pelo mais simples: colocou um short de alfaiataria de linho branco, uma blusa social azul com listras brancas e um cintinho preto. Calçou um saltinho baixo, pegou suas coisas e saiu apressada, nem chegou a tomar café.

Dirigiu até a faculdade, foi quando ela lembrou que seu sensor de glicemia já estava há mais de 15 dias sem ser trocado.

Ela fez a troca e mediu; estava tudo OK. Saiu do carro pegando suas coisas, passou na lanchonete, pediu um suco detox e entrou apressada, pois estava muito atrasada.

Professora: Parabéns, Blenda! Gostei muito do seu desempenho neste semestre.

Blenda agradeceu e saiu da sala. Entrou no carro e tentou ligar novamente para Vinícius, mas nada adiantou.

Blenda lembrou que seu pai havia bloqueado suas contas e foi conferir. Ele realmente havia cumprido todas as ordens e as contas dela estavam congeladas. A sorte é que havia um pouco de dinheiro em casa, guardado em um lugar seguro, mas não ia durar muito.

Blenda chegou em casa exausta, seu psicológico estava muito abalado assim que abriu a porta Vinícius estava todo esparramado no sofá ela ficou aliviada por ver ele bem ela decidiu que não ia perguntar nada se ele não teve a consideração de avisar a ela.

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