Olá, queridos leitores!
Antes de tudo, quero agradecer a cada um de vocês que acompanhou a história até aqui. Saber que se envolveram com os personagens, torceram, se emocionaram e até sofreram com os acontecimentos me deixa muito feliz e motivada a continuar.
Agora estamos iniciando o Volume 2, e se vocês acham que já viram de tudo… bom, posso garantir que essa nova fase trará ainda mais surpresas, desafios e reviravoltas para Sabrina e Hugo.
Alguns avisos importantes:
✨ Atualizações: Sei que muitos estão ansiosos para continuar acompanhando a história, mas quero avisar que minhas atualizações podem demorar um pouco. Minha rotina está bem corrida na vida real, e preciso dividir meu tempo entre meus compromissos e a escrita. Mas prometo que cada capítulo será feito com carinho e dedicação!
✨ O tom da história: Se no primeiro volume já tivemos momentos intensos, preparem-se, porque agora tudo será ainda mais perigoso, envolvente e emocionante. Os personagens terão que lidar com consequências reais, novos obstáculos e situações inesperadas.
✨ Interação: Eu adoro saber a opinião de vocês! Comentem o que acharam de cada capítulo, compartilhem teorias, e me digam o que estão sentindo ao longo da história. Isso me motiva muito!
Por fim, só quero agradecer novamente por estarem aqui. Sejam bem-vindos ao Volume 2, e espero que aproveitem essa nova fase da história tanto quanto eu estou aproveitando escrevê-la.
Vamos continuar?
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Três semanas se passaram desde o último dia de aula, desde a última vez que Sabrina viu Hugo. E, nesse tempo, ele simplesmente desapareceu. Nenhuma mensagem, nenhuma ligação retornada. Era como se ele tivesse evaporado da sua vida sem explicação.
A inquietação crescia dentro dela. Sabrina não era do tipo que insistia em algo que não a quisesse por perto, mas aquilo era diferente. O jeito como Hugo a olhava naquela noite, o que ele disse… nada fazia sentido agora.
Foi então que teve uma ideia. Se ele não a atendia, ela iria até ele.
Sabrina vestiu uma calça larga e um moletom, desceu as escadas e avisou aos pais:
Sabrina: Vou dar uma caminhada.
Eles assentiram sem questionar. Com os fones de ouvido, ela saiu de casa e seguiu pelas ruas do bairro. O caminho até a casa de Hugo não era longo, mas parecia mais distante do que o normal com o peso da incerteza em seus ombros.
Quando chegou, algo a incomodou de imediato. As cortinas estavam fechadas, não havia carro na garagem, a casa parecia… vazia. Ainda assim, ela apertou a campainha.
Nada.
Apertou de novo.
E de novo.
Quando estava prestes a tocar pela quarta vez, uma voz chamou sua atenção.
Vizinho: Eles viajaram. Faz alguns dias.
Sabrina se virou e viu um vizinho observando-a do quintal ao lado. Seu olhar avaliador percorreu Sabrina dos pés à cabeça.
Sabrina: Viajaram? Para onde?
Vizinho: Não sei. Só sei que foram todos.
Sabrina permaneceu imóvel por alguns segundos, absorvendo a informação. Então, agradeceu com um aceno de cabeça e se afastou.
No caminho de volta para casa, seus passos eram lentos e seus pensamentos caóticos. Hugo foi embora sem avisar, sem dizer nada. Mas por quê? O que havia acontecido para ele tomar essa decisão?
As perguntas se acumulavam, mas a única resposta que Sabrina tinha era o silêncio.
Sabrina chegou em casa com o coração apertado e a mente repleta de dúvidas. Assim que entrou, seus pais a chamaram da sala, perguntando se estava tudo bem, mas ela apenas respondeu um rápido “Sim” antes de subir as escadas e se trancar no quarto.
O silêncio do ambiente só fazia sua angústia crescer. Ela jogou-se na cama, pegando o celular com mãos trêmulas. Precisava de respostas, precisava entender o que estava acontecendo.
Abriu o Instagram e digitou o nome de Hugo na barra de pesquisa. Sua conta aparecia ali, mas agora estava privada. Antes, não era assim. Eles se seguiam. Ela conseguia ver suas fotos, suas postagens… mas agora, tudo o que via era uma tela cinza e um cadeado ao lado do nome dele.
O peito de Sabrina apertou.
Ela voltou para a tela inicial, respirou fundo e tentou outra alternativa. Martha.
Digitou o nome dela e… nada. O perfil não aparecia. Tentou de novo. Nada.
Sabrina franziu a testa, clicou no perfil de uma amiga em comum e procurou entre os seguidores. Lá estava Martha. Mas quando tentou acessar a conta, a realidade bateu ainda mais forte.
Martha a bloqueou.
Sabrina deixou o celular cair no peito e fechou os olhos, sentindo uma onda de frustração crescer dentro dela.
Hugo realmente tinha cortado todos os laços com ela?
Engolindo o nó em sua garganta, pegou o celular novamente e abriu a lista de contatos. Desceu a tela até encontrar o número de Martha.
Sabrina: Se ela me bloqueou nas redes, talvez ao menos atenda uma ligação.
Com as mãos geladas, pressionou o botão de chamada e levou o celular ao ouvido. O coração batia tão forte que ela podia ouvi-lo na cabeça.
Chamou uma vez.
Duas.
Três.
Nada.
Ela encerrou a ligação e tentou de novo. Dessa vez, a chamada nem sequer completou.
Foi direto para a caixa postal.
Sabrina sentiu um arrepio subir pela espinha.
Ela foi até o WhatsApp e tentou enviar uma mensagem:
Sabrina: Boa noite, Martha! Tudo bem?
Mas assim que apertou o botão de enviar, uma mensagem em vermelho apareceu na tela: "Você não pode mais enviar mensagens para este contato."
Sabrina encarou o celular, atordoada.
Ela não só estava bloqueada nas redes sociais, mas também no telefone.
Foi a gota d’água.
O celular escorregou de sua mão enquanto seus olhos ardiam. Um nó na garganta ameaçava sufocá-la, e antes que percebesse, as lágrimas escorriam quentes por seu rosto.
Hugo simplesmente sumiu da sua vida.
Sem explicações. Sem despedidas. Sem nada.
Ela abraçou o travesseiro, permitindo que as lágrimas caíssem livremente. Pela primeira vez em muito tempo, Sabrina se sentia verdadeiramente perdida.
Sabrina respirou fundo, tentando conter o choro. Seu peito ainda estava pesado, e a sensação de abandono era como um buraco no estômago. Mas, em meio ao turbilhão de emoções, uma ideia surgiu em sua mente, como um lampejo de esperança.
E se Martha tivesse descoberto tudo?
E se Hugo estivesse apenas tentando protegê-la?
A possibilidade fez seu coração acelerar. Ainda era só uma teoria, mas fazia sentido. Hugo não era do tipo que simplesmente desapareceria sem motivo. Algo estava acontecendo nos bastidores, e se ele estava se afastando, talvez fosse para mantê-la segura.
Sabrina fechou os olhos e respirou fundo. Se essa hipótese fosse real, então a melhor coisa a fazer seria esperar. Ser paciente.
Ela não queria, mas talvez fosse necessário.
Antes que pudesse se perder ainda mais nos próprios pensamentos, batidas suaves ecoaram pela porta.
Marcos: Filha, podemos entrar?
Sabrina enxugou as lágrimas rapidamente e sentou-se na cama, tentando soar o mais normal possível.
Sabrina: Claro.
A porta se abriu e seus pais entraram no quarto, ambos com expressões animadas.
Ana: Amanhã vamos viajar cedo para a cidade antiga. Vamos passar alguns dias lá e, além disso…
Marcos sorriu antes de completar: … vamos buscar a Camila.
O nome da prima foi como uma explosão de alegria no peito de Sabrina.
Sabrina: O quê? Sério?
Ana assentiu, rindo da reação da filha.
Ana: Sim! Sua tia pediu para buscá-la, e achamos que seria uma ótima oportunidade para vocês passarem um tempo juntas.
Marcos: E não só isso, mas ela vai ficar aqui até o final do ano, ou seja, ela vai morar aqui e estudar na mesma escola que você.
Sabrina pulou da cama e abraçou os dois de uma vez, apertando-os com força.
Sabrina: Isso é incrível! Eu estava mesmo precisando disso.
Ana: Filha, você estava chorando?
Sabrina: Era besteira… mas por que ela vem morar com a gente?
Marcos: É justamente por causa disso, percebemos que você não está muito bem e que talvez ela possa ajudar.
Camila era mais do que sua prima; era sua irmã de alma. Elas cresceram juntas, compartilhando segredos, sonhos e cada pequena fase da vida. Sabrina sentia falta dessa conexão, e agora, depois de tudo que tinha acontecido, essa viagem parecia ser exatamente o que ela precisava.
Pela primeira vez em semanas, um sorriso genuíno surgiu em seu rosto.
Assim que o abraço terminou, Ana e Marcos trocaram sorrisos cúmplices e se retiraram do quarto, deixando Sabrina sozinha com sua empolgação renovada. Assim que a porta se fechou, ela pegou o celular e procurou o contato de Camila, seu coração batendo mais rápido com a ansiedade de ouvi-la depois de tanto tempo.
A ligação mal chamou duas vezes antes de ser atendida.
Camila: Olha só quem resolveu lembrar que eu existo!
Sabrina riu, sentindo um calor familiar no peito.
Sabrina: Exagerada! Eu soube agora há pouco que você vem, é claro que eu tinha que te ligar!
Camila: E por que ninguém me avisou antes? Eu podia ter começado a me preparar emocionalmente pra te aturar.
Sabrina: Engraçadinha. Vai ser você quem vai me aturar!
Camila gargalhou do outro lado da linha, e Sabrina se jogou na cama, sentindo pela primeira vez em semanas uma leveza na alma.
Sabrina: Estou tão animada, Cami!
Camila: Eu também! Vai ser incrível. Me conta as fofocas, o que anda acontecendo por aí?
Sabrina hesitou por um segundo, mordendo o lábio.
Sabrina: Hmm… muitas coisas. Mas algumas eu prefiro contar pessoalmente.
Camila percebeu o tom na voz dela e não insistiu.
Camila: Tá bom, tá bom. Mas se prepara, porque eu quero detalhes!
Sabrina riu e, enquanto conversavam sobre coisas aleatórias, ela começou a arrumar sua mala. Separou algumas roupas confortáveis, produtos de higiene, sapatos e até alguns acessórios. Tudo ao som da voz animada de Camila do outro lado da linha.
O tempo passou voando, e quando Sabrina percebeu, já estava tarde. Um cansaço gostoso tomou conta do seu corpo.
Sabrina: Cami, eu preciso dormir. Vamos acordar cedo pra viajar amanhã.
Camila: Beleza, beleza. Boa noite, Sabrininha.
Sabrina: Boa noite, mala sem alça.
As duas riram antes de desligar, e então Sabrina colocou o celular no carregador, ajeitou-se na cama e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se em paz.
O sono veio rápido, e ela se entregou a ele sem resistência. Amanhã seria um novo começo.
O sol começava a despontar no horizonte, iluminando suavemente o quarto de Sabrina. O som do celular vibrando na mesa de cabeceira a fez abrir os olhos. Ainda com o corpo pesado pelo sono, ela pegou o aparelho e viu a mensagem de Camila: *"Se cuida, hein! Nos vemos em breve."* Um sorriso surgiu em seu rosto de forma automática. Aquela mensagem simples, vinda de sua prima, trouxe um calor ao seu peito. Era bom saber que em breve ela estaria ao lado de Camila, alguém em quem sempre confiou. Sua presença era como um abrigo seguro em tempos turbulentos. Mas, ao mesmo tempo, esse sorriso logo se desfez, como uma nuvem apagando a luz do sol.
Hugo, seus pensamentos voltaram a ele. O que acontecera com ele? Desde que aquela despedida na sala dele, no último dia de aula, ele desaparecera da sua vida. As mensagens, as ligações, todas sem resposta. O vazio deixado por ele era desconcertante. Sabrina olhou para a tela do celular, sentindo a angústia apertar seu peito. Não sabia mais o que pensar, mas, no fundo, ela acreditava que Hugo tinha motivos para desaparecer. Talvez estivesse tentando protegê-la, talvez tivesse sido influenciado por Martha, mas tudo aquilo ainda era uma incógnita.
Decidiu tentar não pensar demais nisso e focar no que estava ao seu alcance. Era um novo dia e ela tinha que seguir em frente. Ela se levantou da cama, o frio do chão despertando seus sentidos. Foi até o banheiro, ligou o chuveiro e se deixou envolver pelo calor da água. Por alguns minutos, a sensação da água quente caindo sobre sua pele pareceu trazer um alívio, como se temporariamente as dúvidas e os medos ficassem para trás. Ao sair do banho, vestiu uma roupa confortável: jeans e uma camiseta simples. Ela não queria se preocupar com mais nada no momento, queria apenas sair da rotina e se distrair um pouco.
Pegou sua mala, que já estava parcialmente arrumada, e desceu as escadas. Marcos e Ana estavam na sala, prontos para a viagem. Seu pai, sempre calmo e sereno, sorria de leve. Sua mãe estava terminando de preparar uma xícara de café, o cheiro espalhando-se pela casa. Sabrina observou-os por um instante, sentindo uma mistura de carinho e distância. Ela sabia que seus pais estavam ali por ela, mas, em algum lugar dentro de si, sentia que sua mente estava longe, onde as questões que mais a afetavam ainda precisavam ser resolvidas.
Em poucos minutos, estavam todos no carro, prontos para seguir viagem. A estrada à frente se estendia tranquila e silenciosa. Sabrina tentou se distrair, olhando pela janela. A paisagem começava a mudar à medida que avançavam, mas seus pensamentos continuavam a ir e vir, sempre retornando a Hugo. Ela pensava em como as coisas haviam mudado entre eles, como ele simplesmente havia sumido de sua vida. O que estaria acontecendo? Por que ele não havia lhe dado nenhuma explicação?
O carro seguiu e, sem querer, Sabrina olhou pela janela e viu a casa de Hugo. Seus olhos se fixaram nela, instintivamente. As cortinas estavam fechadas, como haviam estado nos últimos dias, e não havia nenhum carro estacionado na frente. Ela sentiu um aperto no peito e um frio na barriga. Algo nela dizia que algo estava errado, mas ao mesmo tempo, ela não sabia o que fazer com aquele sentimento. Era difícil ignorar o vazio que Hugo deixara em sua vida.
Aquela sensação foi como uma lâmina fria, atravessando suas certezas. A casa de Hugo parecia ali, imóvel, mas ela sentia que algo a prendia naquele lugar, mesmo que ele estivesse ausente. Sabrina forçou a vista a se afastar da casa, focando novamente na estrada. Porém, o vazio que sentia parecia se expandir, ocupando cada pensamento que surgia em sua mente. Não conseguia mais afastar a sensação de desconforto, mas sabia que precisava seguir em frente, pelo menos por enquanto. Ela olhou para o lado, vendo seus pais ainda em silêncio, alheios ao turbilhão interno que Sabrina tentava controlar.
Ela não queria que ninguém soubesse o quanto aquilo a afetava. Apenas deixou-se perder na estrada, como se pudesse se perder também nas paisagens que passavam rápidas pela janela. Mas dentro dela, algo ainda se mantinha, como um peso, uma inquietação. E, no fundo, ela sabia que nada disso iria desaparecer enquanto não tivesse uma resposta, enquanto não encontrasse as respostas que buscava.
A viagem seguiu tranquila, com o som constante da estrada embalando os pensamentos de Sabrina. Ela tentava afastar as incertezas que ainda a atormentavam. Durante a parada para o café da manhã, o aroma do café fresco a trouxe de volta ao presente. O calor da xícara em suas mãos foi reconfortante, mas seu coração ainda estava agitado, dividido entre a saudade e a incerteza do que acontecia nos últimos dias.
Algumas horas depois, o carro chegou à cidade que sempre trouxe um misto de nostalgia para Sabrina. Ela reconheceu a familiaridade do local, as ruas e os parques onde brincava quando era pequena. Ao se aproximarem da casa de Helena, a irmã de Marcos, Sabrina sentiu uma leveza no peito. Era como se estivesse voltando para um lugar seguro, onde cresceu.
Helena estava na porta, sorrindo amplamente ao vê-los. Sabrina correu até ela, e elas se abraçaram com força.
Helena: Sabrina! Quanto tempo!
Sabrina sorriu, com os olhos cheios de carinho.
Sabrina: Tia Helena, quanto tempo!
Helena a apertou com carinho, e logo Rodrigo, o marido de Helena, apareceu na porta.
Rodrigo: Sabrina, é bom te ver por aqui!
Sabrina deu um abraço breve em Rodrigo e, logo em seguida, procurou Camila. Quando ela apareceu, Sabrina sentiu uma onda de emoção. As duas se abraçaram com força.
Camila: Eu estava morrendo de saudade de você!
Sabrina: Eu também, Camila. Você não faz ideia de como senti sua falta!
Camila a olhou com uma expressão carinhosa.
Camila: Está tudo bem com você?
Sabrina hesitou por um momento, mas sorriu.
Sabrina: Estou tentando. Vou te contar tudo, prometo.
Camila sorriu de volta, apertando-a ainda mais. Sabrina sentiu o consolo do abraço de sua prima, alguém que sempre a entendeu. A casa de Helena a envolvia com sua atmosfera acolhedora, e Sabrina sentiu uma mistura de alívio e saudade. Embora as dúvidas sobre Hugo ainda estivessem em sua mente, naquele momento, ela estava com a família, com quem a amava.
Depois de um longo abraço, Helena convidou todos para entrarem. Sabrina sentiu o calor da casa e, por um momento, esqueceu um pouco das perguntas que ainda precisavam ser respondidas.
Após o almoço, enquanto os adultos ficaram na sala conversando, Sabrina e Camila decidiram sair para o quintal. O espaço era enorme, com árvores frondosas que ofereciam sombra e uma brisa fresca que suavizava o calor da tarde. No meio do gramado, havia um balanço antigo e um banco de madeira estrategicamente colocado debaixo de uma grande árvore, onde as duas se sentaram.
Camila olhou para Sabrina com um sorriso esperto, cruzando os braços.
Camila: Certo, agora desembucha. Quero saber de tudo.
Sabrina respirou fundo e inclinou-se para trás, olhando para a copa da árvore.
Sabrina: Tem muita coisa… muita coisa mesmo.
Camila: Eu tenho tempo, vai falando.
Sabrina deu um sorriso de canto, mas logo seu semblante ficou sério. Começou contando o básico: falou sobre sua rotina na escola, as matérias que gostava e as que odiava, as provas estressantes e os momentos divertidos. Depois, passou a falar sobre as Vixens, o grupo de líderes de torcida do qual fazia parte, e como era incrível se apresentar nos jogos e nos eventos da escola.
Sabrina: Minhas amigas também são incríveis. A Jenna é a mais doida, sempre tem uma ideia absurda na cabeça, mas não dá pra ficar entediada com ela. A Anna é a mais tranquila, do tipo que sempre tenta manter a paz entre todo mundo. E a Melissa… ah, ela é um amor, meio inocente às vezes, mas eu adoro ela.
Camila: Parece um grupo bem equilibrado.
Sabrina: Sim, são como irmãs pra mim.
Camila assentiu, mas percebeu que Sabrina estava enrolando para chegar na parte realmente importante.
Camila: Ok, tudo muito legal, mas agora quero saber sobre o verdadeiro motivo pelo qual você tá com essa cara de quem foi atropelada emocionalmente.
Sabrina fechou os olhos por um instante, respirando fundo. Quando abriu novamente, olhou para a prima e finalmente decidiu falar.
Sabrina: Hugo.
Camila franziu a testa.
Camila: Quem é Hugo?
Sabrina soltou uma risada sem humor.
Sabrina: Meu professor de história.
Camila arregalou os olhos.
Camila: Espera aí. Professor? Você tá falando sério?
Sabrina: Sim. E antes que você me julgue, deixa eu contar tudo.
Camila ficou em silêncio, apenas assentindo para que ela continuasse.
Sabrina então começou a contar desde o início. Explicou como sempre achou Hugo interessante, como sentia algo diferente por ele antes mesmo de qualquer coisa acontecer. Contou sobre os olhares trocados, as conversas que foram ficando cada vez mais íntimas, a tensão que crescia entre eles até o momento em que tudo aconteceu pela primeira vez.
Sabrina: Foi tudo intenso, sabe? Parecia certo, mesmo sendo completamente errado. Ele dizia coisas que me faziam acreditar que… sei lá, que a gente realmente tinha algo especial.
Camila a observava atentamente, absorvendo cada palavra.
Camila: E ele nunca pareceu… sei lá, hesitante? Afinal, ele é um professor.
Sabrina: No começo, sim. Mas depois ele se entregou tanto quanto eu. Era como se a gente tivesse construído nosso próprio mundo, onde só existia eu e ele.
Camila: E os outros? Alguém sabia?
Sabrina: Minhas amigas suspeitavam, mas nunca falei abertamente. Eu cheguei a mentir para elas, disse que tinha perdido minha virgindade com um cara da minha antiga cidade para não levantar suspeitas.
Camila: Uau… isso realmente foi longe.
Sabrina abaixou a cabeça e apertou os dedos contra o tecido da calça.
Sabrina: O problema é que, do nada, ele simplesmente sumiu.
Camila franziu o cenho.
Camila: Como assim sumiu?
Sabrina: Faz semanas que ele não me responde. Me excluiu das redes sociais, bloqueou meu número, desapareceu. Até fui na casa dele, mas descobri que ele viajou com a esposa e o filho.
Camila ficou em silêncio, absorvendo tudo o que Sabrina acabara de contar. Ela parecia incrédula e ao mesmo tempo profundamente preocupada com a situação.
Camila: Não é possível... esse cara é louco. Ele tem família, uma vida inteira e se envolve com você, uma aluna? Isso é tão... errado. Como ele pode fazer isso com você?
Sabrina deu um suspiro, sentindo a tensão crescer novamente em seu peito.
Sabrina: Eu sei, Camila. Eu sei que é errado. Eu não sei o que aconteceu. Tudo parecia tão certo, mas ele sumiu sem dar explicação nenhuma. E eu não consigo tirar isso da minha cabeça.
Camila olhou para a prima, tentando entender o que se passava por sua cabeça.
Camila: Sabrina, você precisa se afastar disso. Ele não tem o direito de fazer você se sentir assim. Você não merece isso. Não tem nada de certo nisso, e você precisa entender que... ele não é a pessoa que você acha que é.
Sabrina assentiu, mas o peso da situação parecia ainda muito grande para ser ignorado. Ela sabia que estava presa em algo que não deveria, mas, ao mesmo tempo, não conseguia simplesmente apagar o que sentia.
Camila: Você tem que se cuidar, Sab. Não vale a pena se machucar por alguém que não sabe o que quer da vida.
Sabrina olhou para Camila, vendo sua preocupação genuína, e sentiu uma onda de gratidão por tê-la ali. Mesmo com todo o caos em sua mente, saber que podia contar com a prima a fez se sentir um pouco mais leve.
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