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"Ele Quer Tudo!"

Quase morri!

💥 Capítulo 1 – Quase Morri

O relógio marcava o fim da tarde quando saí de casa com o peito apertado. O ar parecia pesado, e cada passo que eu dava soava como um grito abafado dentro da minha cabeça. Eu só queria sumir por um tempo — fugir de tudo, de mim, do que eu sentia.

O pensamento rodava em círculos: nada na minha vida dava certo. Eu me sentia pequeno demais pra um mundo que nunca quis me enxergar.

Foi então que tudo aconteceu. Um carro surgiu de repente, cortando o vento, e eu mal tive tempo de reagir. O som do freio, o impacto, o susto. O chão frio sob minhas mãos. A dor não era tanta quanto o medo.

Quando levantei o olhar, vi um homem se aproximando apressado. Alto, imponente, terno escuro, olhar firme — e um rosto que parecia esculpido por alguém que sabia o que era poder.

— Você está bem? — ele perguntou, a voz grave, com um toque de urgência.

Por um instante, eu só consegui pensar em como ele era lindo. Depois, lembrei que quase tinha sido atropelado.

Ele me ajudou a levantar e insistiu em me levar para dentro do carro.

— Isso não pode ir a público — disse, sério. — Sou uma figura conhecida. Entende?

“Figura pública.” Essas duas palavras acenderam algo em mim. Pela primeira vez, eu vi uma brecha no caos. Uma chance.

— Entendo — respondi. — E já que o senhor prefere que isso fique entre nós… talvez pudesse me ajudar de outra forma. Um estágio na sua empresa seria suficiente.

Ele me encarou por alguns segundos, como se tentasse decifrar quem eu era. No fundo, acho que se divertiu com a ousadia.

— Amanhã. Três da tarde. Vá até a minha empresa e me procure.

Agradeci, tentando esconder o tremor na voz. Ele me ofereceu carona, eu recusei. Pedi apenas o dinheiro do táxi, e ele me deu mais do que eu esperava. Quando o carro dele desapareceu no fim da rua, o coração ainda batia acelerado.

Stephan. Eu nem sabia o nome dele ainda, mas aquele olhar... aquele olhar ficaria preso em mim.

Enquanto esperava o Uber, pensei rápido demais: e se ele achasse que eu fosse grato demais? E se eu me deixasse encantar e perdesse o controle? Eu não queria ser o fraco da história.

Se ele tinha poder, eu tinha fome — e a minha fome era o que me movia.

Quando cheguei em casa, o mundo voltou ao seu peso. A luz da sala mal iluminava o rosto da minha mãe, sentada no sofá com os braços cruzados. O ar cheirava a álcool e cansaço.

— Onde você estava? — perguntou, sem nem olhar direito pra mim. — Sempre voltando tarde, como se essa casa fosse um hotel.

Fiquei parado, calado. Eu já sabia o roteiro: ela reclamaria, me culparia, e eu fingiria não sentir.

— Eu só saí pra resolver umas coisas — murmurei.

Ela soltou um riso curto, sem humor. — Resolver o quê? Você não trabalha, Ju.

O silêncio entre nós era mais cortante do que qualquer palavra. Eu via no olhar dela algo entre raiva e desprezo, uma mistura que me feria e me deixava confuso. Por que ela me olhava assim? Por que parecia me culpar por tudo?

— Um dia, mãe, você ainda vai se orgulhar de mim — foi tudo o que consegui dizer.

Ela não respondeu. Apenas virou o rosto, como se minha voz fosse um ruído distante.

Subi pro meu quarto com o corpo pesado, mas a mente em chamas. Lá fora, as luzes da cidade piscavam como promessas distantes. Peguei o cartão que o homem — Stephan — tinha me dado e fiquei encarando o nome por longos minutos.

O medo e o desejo se misturavam dentro de mim. Havia algo nele que me atraía e me assustava ao mesmo tempo. O tipo de presença que podia mudar tudo — ou destruir o que restava de mim.

Fechei os olhos e respirei fundo.

“Não posso perder essa chance. Nem por ele, nem por ninguém.”

Amanhã seria o começo.

O começo do que eu sempre quis... ou do que eu nunca deveria ter desejado.

Dia Muito Especial

Capítulo 2: Dia Muito Especial

Narrador: O personagem Ju estava deitado na cama quando o alarme do seu celular tocou. Ele levantou-se muito alegre e falou para si mesmo:

"Finalmente chegou o grande dia! Não vejo a hora de fazer essa entrevista. Vai mudar a minha vida!"

Ele foi em direção ao seu guarda-roupa, escolheu sua melhor peça e jogou-a em cima da cama. Em seguida, foi tomar um banho. Depois de se vestir, olhou-se no espelho e falou:

"Eu posso, eu quero e eu consigo! Todos ficarão aos meus pés."

Depois de falar essa frase, passou seu perfume "Chora Nos Meus Pés" e desceu as escadas da sua casa. Foi em direção à cozinha e falou:

"Bom dia, mãe!"

Mãe: "Bom dia, filho! Acordou cedo hoje. Olha, você vai ter que tomar café na rua porque o que tinha foi para os seus irmãos mais novos."

Ju: "Tá bom, mãe. Já estou acostumado com você e suas prioridades. Eu vou tomar um café na lanchonete da esquina e vou para o trabalho, na loja da minha madrinha de ervas naturais."

Mãe: "Tenha um ótimo dia e boa sorte no trabalho!"

Ju: "Olha, você sabe muito bem que eu estagio na loja à tarde e eu tenho outras coisinhas para fazer. Obrigado pelo convite do almoço, mas pode ficar com as suas prioridades. Eu vou almoçar na loja mesmo."

Mãe: "Você tá querendo dizer o quê com esse deboche? Que eu não me importo com você? É isso mesmo? Volta aqui, Ju."

Ju: (bebe o resto do café, pega a mochila e sai andando)

Ele caminha até o seu trabalho. Sua madrinha tinha dado uma oportunidade para ele se manter, pois conhecia a mãe dele e era uma velha amiga.

Minutos depois, ele chega na loja de ervas naturais.

Ju: "Bom dia, madrinha! A senhora dormiu bem essa noite?"

Madrinha: "Bom dia, meu afilhado! Dormi sim. E você? Tá animado? Me diga as novidades?"

Ju: "Eu dormi bem, sim, graças a Deus. A novidade é que eu vou fazer uma entrevista de emprego nessa empresa." (mostra o celular para sua madrinha)

Madrinha: "Nossa, que maravilha! Parabéns! Mas como você conseguiu uma entrevista nessa empresa famosa? Ju, você está aprontando alguma coisa?"

Ju: "Eu..."

Ju: "Eu aprontando alguma coisa, madrinha? Claro que não! Só conheci uma pessoa ontem à noite e ele falou que estava procurando estagiários. Eu me mexi e me coloquei nessa lista de seleção para estagiários dessa empresa famosa, né? A senhora sabe que eu consigo tudo que eu quero, não é?"

Madrinha: "Sei muito bem que você luta pelo que você quer. Você já tomou café? Porque você sabe muito bem que saco vazio não para em pé."

Ju: "Sim, madrinha, eu sei que ele não para em pé, mas eu vou parar em pé. Sim, hoje, kkk. Não tomei só o menor de café porque minha mãe falou que as prioridades dela são os menores de casa e eu não me importei. Fiz um lanche na lanchonete da esquina perto da minha casa."

Madrinha: "Venha tomar café então. Depois que você acabar, vou precisar que você desembale as caixas e ervas que chegaram e coloque tudo na faxineira. Vou te liberar mais cedo para essa entrevista."

Ju: "Sério mesmo, tia? Muito obrigado! Aquela planta já chegou que eu quero fazer um perfume para ainda esse mês usar?

madrinha:sim chegou Vamos tomar café agora e ter mostrar há planta dos milagres que tanto você quer ver 👀

Olá, meus queridos leitores!

Eu me chamo João Santos e sou novo aqui. Estou amando ler mangás, principalmente os que abordam temas LGBT, pois me representam muito. Por isso, resolvi escrever meu próprio mangá e incluir uma representatividade negra, que até agora só vi em dois mangás. Quando penso em atividade negra, meu protagonista, que é negro e LGBT, vem à mente. Ele é um personagem bem peculiar e vocês vão amar conhecê-lo.

Obrigado pelo apoio! Espero que vocês gostem do segundo capítulo. O primeiro teve alguns erros de gramática, mas já estou resolvendo isso. Beijos até o próximo capítulo, que vocês vão amar!

Loja de Ervas Naturais

Capítulo 3: Loja de Ervas Naturais

Narrador: O personagem Ju tinha terminado de tomar café e estava desembalando as caixas e arrumando na prateleira da loja. Enquanto isso, sua madrinha estava no balcão do estabelecimento, puxando assunto.

Madrinha: "Você está muito animado, né, para fazer essa entrevista de emprego? Você já sabe que vaga você vai concorrer na entrevista?"

Ju: "Para o que está fazendo?" (olha para sua tia) "Olha, eu estou bastante animado. Não sei que vaga vou concorrer ainda, mas eu quero estar na administração ou em qualquer outra área. O importante é que eu esteja trabalhando naquela empresa."

Madrinha: "Mas como você conseguiu, sem indicação, para fazer uma seleção naquela empresa famosa?"

Ju: (fica um pouco tenso, mexe nos dreads, respira fundo e responde bem calma) "Olha, eu tenho um conhecido que falou que tinha vaga e me indicou para o dono da empresa. E eu vou fazer uma seleção foto daqui a pouco."

Madrinha: "Ok, Ju. Depois quero conhecer esse seu amigo que te indicou. Aliás, vá logo se arrumar. Faltam duas horas para a entrevista, não é às 3 horas da tarde? Você já sabe quem vai te levar?"

Ju: "Pode deixar, madrinha. Vou te apresentar ele. Quem sabe um dia... Eu tô pensando de ir de ônibus?"

Madrinha: "Você tá louco, menino! Você vai chegar atrasado e não pode perder essa oportunidade. Vou chamar o Uber para você. E já sabe a roupa que você vai usar?"

Ju: "Obrigado, madrinha, pela ajuda. Eu vou de cropped com blazer e uma calça social."

Madrinha: "O que é isso, com essa roupa não, Ju? Na realidade, nessa seleção vai ter muitos jovens, filhinhos de papai, que já foram indicados e já têm emprego garantido. Então, coloca seu pé no chão? Você é pobre, humilde, é preciso estar bem apresentável nessa seleção. Então, vou te emprestar uma roupa social para você ir nessa entrevista."

Ju: "Você é um anjo da minha vida, madrinha. Vou terminar aqui e já vou me arrumar para ir para a entrevista."

Madrinha: "Quando você ficar rico, lembre-se de mim, viu? Não se esqueça dos pobres." (risada)

A madrinha foi ao fundo da loja pegar uma roupa social para seu afilhado, para que ele pudesse fazer a entrevista de emprego. Ela deu a roupa para Ju e, enquanto isso, pediu o endereço da empresa para colocar no aplicativo e poder chamar o Uber.

Tomou um susto quando viu que todos os aplicativos estavam cobrando R$ 180,00 reais pela corrida.

"Nossa, isso é um absurdo!", pensou.

Mesmo assim, resolveu chamar o Uber.

Demorou 5 minutos e o homem chegou, desejou boa sorte para Ju. Ele entrou, todo arrumado, no Uber e o carro seguiu para a empresa de segurança internacional.

Viana. 45 minutos depois, eles chegaram na empresa. Ju agradeceu ao motorista e saiu do carro, olhou para o alto e ficou impressionado pelo tamanho daquele prédio de 50 andares. Respirou bem fundo e falou para si mesmo, bem baixinho:

"Eu posso, eu quero e eu consigo. Todos cairão aos meus pés."

E segue em diante, sobe as escadas, passa pelas portas da frente e chega na recepção.

Ju: "Boa tarde, minha senhora. Estou aqui para fazer uma entrevista. O horário está agendado para às 3 horas da tarde."

Atendente: "Boa tarde, meu jovem. Você pode dizer o seu nome? E repita o horário, por favor. E quem o indicou para essa seleção?"

Pensamento da atendente: "O que ele está fazendo aqui com essas roupas? Quem foi o louco que o indicou para essa seleção? Eu tenho certeza que ele não vai passar. Deve ser o primeiro que vai sair. Se o chefe souber que uma pessoa da 'laiadeira' está trabalhando aqui... E esse cabelo?"

Ju: (percebe o olhar de cima abaixo e debocha com classe, respira fundo e vai se sentar no banco para esperar ser chamado)

1 hora depois, chamam-no para a sala 301. Ele se levanta, agradece com toda educação e segue a funcionária que o chamou. Entra na sala, dá um "Boa tarde" e se senta na cadeira. Começa a dialogar com a pessoa que vai aplicar a prova da seleção.

A prova está com as seguintes questões:

"Onde você conheceu a nossa empresa?

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