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Laços Perigosos

Descrição dos personagens

Saphira

Saphira é uma jovem negra de beleza marcante, com cabelos crespos alisados e longos que caem suavemente sobre seus ombros. Seus olhos castanhos são expressivos e transmitem uma mistura de determinação e vulnerabilidade, refletindo suas experiências de vida. Seu estilo é elegante, mas confortável.

Amara

Amara é uma jovem branca deslumbrante, com longos cabelos loiros que caem em ondas suaves. Seus olhos verdes são expressivos e transmitem uma mistura de força e vulnerabilidade. Ela se veste de forma elegante, mas sempre com um toque pessoal que reflete sua personalidade.

Silas

Silas é um jovem branco de beleza impressionante, com cabelos castanhos curtos que realçam seu rosto bem definido. Seus olhos azuis têm uma presença marcante, capazes de transmitir tanto intensidade quanto vulnerabilidade. Ele costuma se vestir de forma casual, mas sempre com um toque de estilo que chama a atenção.

Kairo

Kairo é um jovem moreno claro, com cabelos pretos curtos que realçam seu rosto atraente. Seus olhos castanhos têm um brilho intenso, que muitas vezes revela sua natureza inquieta. Ele se veste de maneira descolada, sempre atento às últimas tendências, o que o torna ainda mais charmoso.

Capítulo 1

"Foi ali que tudo começou a desmoronar, o início da sua pior fase."

O sol brilhava intensamente no céu de Londres, mas o coração de Saphira estava envolto em sombras. Vestida com um deslumbrante vestido de noiva, ela aguardava ansiosamente no altar, cercada por amigos e familiares que sorriam e sussurravam palavras de encorajamento. Mas, à medida que os minutos se arrastavam, a ansiedade se transformou em um frio gélido na espinha, e ela começou a pensar que talvez não devesse ter tido a ideia de esperar Valentim no altar.

Quando finalmente ele surgiu, os olhos de Saphira brilharam de esperança. Sentiu que finalmente seu casamento iria começar, que realmente o que ela pensava sobre seu relacionamento estar na melhor fase era verdade. Contudo, o que deveria ser um momento de alegria se transformou em pesadelo.

— Não posso, eu não posso fazer isso — disse ele, a voz firme, mas cheia de dor. As palavras ecoaram na igreja como um trovão, quebrando o encanto e deixando Saphira paralisada.

O murmúrio da multidão se tornou um zumbido distante enquanto a realidade despedaçava suas expectativas. Ela sentiu o mundo desmoronar ao seu redor, cada olhar penetrante como facadas em seu coração. Ficou ali, imóvel, enquanto a tristeza a envolvia como um manto pesado. Aquele dia, que deveria ser o mais feliz da sua vida, se tornara um abismo profundo.

Segurando-se para não deixar nenhuma lágrima rolar por seu rosto, inclinou-se um pouco e agarrou a saia do vestido de noiva com ambas as mãos, levantando o tecido delicado para não tropeçar. Então começou a correr para fora da igreja, escutando apenas a voz de sua melhor amiga atrás dela, pedindo que parasse.

Continuou a correr por um bom tempo pela cidade e, agora, estava andando sem rumo. Já tinha despistado sua amiga algumas quadras atrás. Caminhando e pensando em todo o tempo que viveu nesse relacionamento para simplesmente acabar de uma hora para outra, começou a se perguntar onde tinha errado para chegar a esse dia. O dia que deveria ser o mais feliz de sua vida agora era um pesadelo. Será que algum dia conseguiria se recuperar desse acontecimento? Não, nunca vai se recuperar. E também nunca mais irá acreditar em alguém.

— Nunca mais serei feita de boba — disse, com o ódio tomando conta de si.

Cansada de andar sem rumo, mas também não querendo ir para casa e já sentindo o vento frio chicotear seu rosto, Saphira caminhava com a dor parecendo escorrer pelo peito a cada passo. As lágrimas que segurava ainda estavam presas, apenas desejando desaparecer.

Ao virar uma esquina, avistou uma pequena cafeteria. O cheiro de café e chocolate quente invadiu suas narinas, oferecendo um conforto inesperado. Olhou para o vestido, agora sujo nas bordas, enroscado em gravetos e folhas.

Inclinou-se para frente, deu algumas palmadas na saia, torcendo para que pelo menos a maior parte das folhas e gravetos desgrudasse do tecido. Assim que terminou, sem pensar muito, foi até a cafeteria. Porém, ao chegar à porta, lembrou-se de que estava sem dinheiro ou cartão. Decepcionada por não poder comprar nada, dirigiu-se a uma das mesas do lado de fora. Recostou-se na cadeira, tentando relaxar os músculos tensos. Seus olhos ainda estavam secos, mas ela sentia o peso das lágrimas prestes a cair.

Perdida em pensamentos, foi trazida de volta à realidade ao perceber que um rapaz, com um sorriso simpático, se aproximou, colocando uma xícara de chocolate quente na mesa. Ele arrastou a xícara em sua direção com um gesto gentil.

— Eu não pedi isso, moço — disse, com a voz baixa, quase inaudível.

— Eu sei, eu pedi para você — ele sorriu e, sem esperar permissão, sentou-se na cadeira em frente a ela.

— Obrigada — disse, pensando seriamente se deveria aceitar.

— De nada! Dia difícil?

— Dia péssimo. Aquele dia em que tudo de ruim acontece. Quando você é traída ou abandonada no altar — disse, dando um gole no chocolate quente, que lhe causou um conforto tão grande que não percebeu as lágrimas começando a rolar por seu rosto.

— Ele ou ela deve ser um babaca. — Com um olhar meigo, sincero, e um sorriso gentil, ele colocou sua mão sobre a dela, que estava na mesa. — Permita-se sentir a dor, mas lembre-se de que o valor de quem você é não depende de quem te abandonou. O tempo curará as feridas, e você encontrará sua força novamente.

As palavras dele flutuaram no ar como uma brisa suave em um dia abafado. Algo na voz daquele homem transparecia uma sabedoria tranquila. Saphira respirou fundo, permitindo que aquelas palavras penetrassem em sua mente.

A tristeza que antes a envolvia começou a se dissipar lentamente, como névoa sendo afastada pelo sol.

— Às vezes, a vida nos empurra para novos caminhos quando menos esperamos — ele disse, com uma calma que parecia vinda de alguém que já havia vivido muito.

— Obrigada — disse Saphira, sentindo que algo dentro dela começava a se transformar. O peso em seu coração aliviava-se gradualmente, dando espaço para um novo começo.

Capítulo 2

Tinha se passado algumas horas desde que ela chegou em casa. Já estava anoitecendo, e o céu carregava o tom melancólico de um azul profundo. Ainda vestida de noiva, com o vestido pesado e levemente amarrotado, ela cruzou a sala sem dizer uma palavra, sentindo a exaustão emocional a consumindo.

A maquiagem estava borrada, resultado das lágrimas que insistiram em cair durante o caminho de volta. Cada passo que dava até o quarto parecia mais difícil, como se o peso das palavras que ouvira no altar ainda estivesse cravado em seus ombros.

No banheiro, ela parou em frente ao espelho. A imagem refletida era um misto de fragilidade e desolação. Seus olhos estavam vermelhos, e o penteado cuidadosamente elaborado para o grande dia começava a se desfazer em fios soltos. Com movimentos lentos, desabotoou o vestido, deixando-o deslizar até o chão. Ficou ali por um momento, apenas encarando o vazio, antes de abrir o chuveiro.

A água muito quente escorria por sua pele, trazendo uma sensação de conforto que contrastava com o caos dentro de sua mente. Ela fechou os olhos, deixando o calor envolvê-la, enquanto tentava, sem sucesso, apagar as palavras dele de sua memória.

Já deitada na cama, o quarto estava completamente escuro, graças à cortina blackout. Naquela penumbra absoluta, ela desejava que o sono a envolvesse rapidamente, levando embora a dor e o turbilhão de pensamentos. A solidão parecia quase insuportável, mas ao mesmo tempo, era o único espaço onde ela podia se sentir segura.

O silêncio era como um bálsamo, permitindo que sua mente descansasse. Finalmente, ela conseguiu relaxar, sentindo-se, por um breve momento, como se um peso estivesse sendo retirado de seus ombros. Mas, mesmo na escuridão, algo persistia. Uma inquietação que crescia, uma sensação de que aquilo era apenas o começo de algo muito maior.

Deitada ali, Saphira sentiu sua mente vagar novamente. As cenas do dia se repetiam como um filme que ela não conseguia desligar. As palavras dele no altar, frias e definitivas, ecoavam em sua mente: "Eu não posso fazer isso." Como aquilo havia acontecido? Ela revisitou cada momento, procurando um sinal que pudesse ter previsto, algo que explicasse a reviravolta que partiu seu coração e despedaçou seus sonhos.

Enquanto mergulhava nessas lembranças dolorosas, percebeu que havia esquecido completamente de seu celular. Onde ele estaria? Depois de tanto tempo, se deu conta de que, na confusão após sair da igreja, havia entregado o aparelho para Amara, sua melhor amiga. Amara, sempre tão atenta, sabia o que fazer quando Saphira não conseguia pensar em nada.

Com um suspiro profundo, Saphira se levantou da cama. Seus pés tocaram o chão frio, e um arrepio percorreu seu corpo. O quarto estava abafado, e ela sentiu a necessidade de quebrar o ar pesado ao seu redor. Caminhou até o ventilador que ficava no canto do quarto, ligando-o no modo mais alto. O som suave e rítmico das hélices se espalhou pelo ambiente, trazendo um alívio imediato.

De volta à tarefa, ela cruzou o quarto até a escrivaninha, onde o computador repousava. Ligou-o e esperou enquanto a máquina despertava lentamente. O som do ventilador e o leve ruído do computador preenchiam o silêncio que antes parecia opressor.

Enquanto aguardava, sua mente foi puxada para um momento peculiar que havia acontecido algumas horas antes. Após sair da igreja, ainda vestida de noiva, Saphira se refugiou em uma cafeteria. Precisava de um momento sozinha, longe de todos os olhares de pena e das palavras de consolo que apenas tornavam a dor mais real.

Ela se sentou em uma mesa afastada, abraçada pela melancolia, enquanto o aroma de café fresco e chocolate quente preenchia o ar. Não tinha intenção de falar com ninguém, mas um homem, que aparentemente notou seu estado, interrompeu sua solidão.

Ele apareceu com uma xícara de chocolate quente nas mãos. Colocou-a suavemente na mesa, sem pedir permissão, e sentou-se de frente para ela. Seu gesto foi tão inesperado que Saphira sequer teve forças para protestar.

“Às vezes, a vida nos empurra para novos caminhos quando menos esperamos”, disse ele, com um sorriso tranquilo e olhos que transmitiam empatia.

Ela não soube explicar por que, mas aquelas palavras, vindas de um estranho, pareceram mais genuínas e reconfortantes do que tudo o que ouvira durante o dia. Ele não tentou minimizá-la, não a julgou e não fez perguntas incômodas. Apenas ofereceu presença, algo de que ela precisava mais do que podia admitir.

Agora, sentada diante do computador, o rosto dele voltou à sua mente. Não sabia seu nome ou de onde ele vinha, mas aquele momento ficou gravado em sua memória. Ela balançou a cabeça, afastando o pensamento, enquanto o computador finalmente carregava.

Saphira abriu o aplicativo para enviar uma mensagem a Amara. Precisava saber onde estava seu celular – e, mais do que isso, precisava ouvir a voz de sua melhor amiga, aquela que sempre tinha as palavras certas para trazer conforto e clareza.

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