Playboy em Redenção

Capítulo

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O primeiro dia na faculdade deveria ser emocionante. Para Karyne, no entanto, estava se transformando em um verdadeiro desastre.

Ela acordou atrasada, pegou a primeira roupa que encontrou e saiu correndo. Nem teve tempo de tomar café. Seu estômago roncava em protesto enquanto ela atravessava o campus da Universidade Central, um prédio enorme e cheio de estudantes animados.

— Ok, Karyne. Só não faça nada idiota no primeiro dia. Você consegue — sussurrou para si mesma.

Seguindo as placas, encontrou o prédio do curso de Comunicação Social. O corredor estava lotado de alunos conversando e rindo. O coração dela batia acelerado. Respirou fundo e continuou andando, tentando não parecer uma completa estranha.

Foi então que aconteceu.

Com a pressa e a cabeça cheia de nervosismo, Karyne tropeçou no próprio pé e... PLOFT! Caiu de cara no chão. Mas não foi uma queda qualquer. Ela agarrou a primeira coisa ao alcance para tentar se segurar – que, infelizmente, era a blusa de um cara. Um cara alto, de cabelo castanho levemente bagunçado e olhos azuis penetrantes.

A camisa dele, branca e impecável, ficou com uma enorme mancha de café que ele segurava na mão.

Um silêncio absoluto tomou conta do corredor. Todos os olhares estavam sobre eles.

— Ai, meu Deus… — Karyne murmurou, sem coragem de olhar para cima.

— Você tá bem? — A voz dele era grave e levemente divertida.

Ela levantou a cabeça devagar e congelou. Era ele. O cara mais bonito do campus, Arthur Vasconcellos. Ela já tinha ouvido falar dele antes mesmo de pisar na faculdade: rico, popular, metido a galã e com um sorriso que fazia qualquer uma perder o raciocínio.

— Eu... eu… — Karyne tentou falar, mas sua boca parecia não funcionar direito.

— Acho que alguém ficou nervosa — ele brincou, olhando para a própria camisa suja.

Os amigos dele riram ao redor, mas Arthur parecia mais curioso do que irritado.

— Eu… foi um acidente! Desculpa, desculpa! Eu pago uma camisa nova! — Karyne falou de uma vez, sentindo o rosto queimar de vergonha.

Arthur inclinou a cabeça, avaliando-a por um momento.

— E como você pretende pagar? — Ele ergueu uma sobrancelha. — Porque essa aqui é de grife.

Karyne arregalou os olhos. Ótimo. Além de passar vergonha, ainda ia ter que vender um rim pra pagar a camisa dele.

— Eu... posso lavar para você?

Ele riu, cruzando os braços.

— Você é engraçada. Como é seu nome?

Ela engoliu em seco.

— K-Karyne…

— Então, Karyne… — Ele deu um passo para mais perto, o olhar ainda divertido. — Acho que agora você me deve um favor.

E com um sorriso malicioso, Arthur piscou e saiu andando.

Karyne sentiu as pernas fraquejarem. O primeiro dia de faculdade mal tinha começado e ela já era motivo de fofoca.

— Isso vai ser um longo semestre… — murmurou para si mesma.

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capítulo 2

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{ Inimiga à Vista}

Karyne já estava tentando se recuperar do tombo vergonhoso e da conversa inesperada com Arthur quando sentiu um olhar fulminante sobre ela.

Virou-se devagar e deu de cara com uma garota alta, loira, impecavelmente maquiada e vestida como se estivesse indo para um desfile de moda em Paris. Ela cruzou os braços e olhou Karyne de cima a baixo com um sorrisinho venenoso nos lábios.

— Você. — A voz dela era afiada como uma lâmina.

Karyne piscou, confusa.

— Eu...?

— Sim, você mesma, garota-do-tombo. — A loira revirou os olhos. — Quem você pensa que é para se jogar em cima do Arthur assim?

O coração de Karyne deu um pulo.

— Me jogar? — Ela arregalou os olhos. — Você viu o que aconteceu! Foi um acidente!

A garota bufou, impaciente.

— Olha, novata, eu não sei de onde você veio, mas vou deixar uma coisa bem clara… — Ela se aproximou, estreitando os olhos. — O Arthur não fala com qualquer uma. Ele tem um nível. E você, definitivamente, não está nele.

Karyne sentiu o estômago revirar. Ela nem conhecia esse cara direito, por que estava sendo atacada?

— Eu não tenho interesse nenhum nele, tá? — Karyne cruzou os braços.

A loira soltou uma risada falsa.

— Ah, mas é claro que não… Só caiu em cima dele e sujou a blusa dele por acaso, né?

— Exatamente. — Karyne mordeu o lábio, tentando controlar a irritação.

A garota bufou de novo e colocou a mão na cintura.

— Deixa eu me apresentar, já que você é nova aqui e ainda não sabe quem manda nesse lugar. Meu nome é Bianca Ferraz. E eu e Arthur temos… uma história.

— História? — Karyne franziu a testa. — Então vocês são namorados?

Bianca soltou uma risada sarcástica.

— Ainda não, mas é só uma questão de tempo. Então, um conselho: fique longe dele.

Karyne sentiu um misto de raiva e incredulidade. Ela realmente tinha acabado de entrar na faculdade e já estava metida em drama de gente rica?

Respirou fundo, tentando manter a calma.

— Olha, Bianca, eu realmente não tenho tempo para esse tipo de coisa. Eu só quero estudar e sobreviver a essa faculdade sem me meter em confusão.

— Ótimo. Então nem pense em cruzar o caminho do Arthur de novo.

E com um olhar vitorioso, Bianca virou nos saltos e saiu desfilando pelo corredor como se fosse a rainha da faculdade.

Karyne suspirou e passou a mão no rosto.

— Primeiro dia e já ganhei uma inimiga… Isso vai ser maravilhoso.

Ela só não fazia ideia de que aquele era apenas o começo.

capítulo 3

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Depois do encontro nada agradável com Bianca, Karyne seguiu para sua sala de aula com um pensamento fixo: Por favor, que esse dia não piore.

Ela entrou na sala e escolheu um lugar no fundo, tentando passar despercebida. O ambiente era cheio de alunos conversando animadamente, já formando grupinhos. Alguns pareciam se conhecer de antes, outros, assim como ela, pareciam estar perdidos naquele novo mundo.

— Esse lugar tá ocupado? — Uma voz feminina e animada soou ao seu lado.

Karyne olhou para cima e viu uma garota de cabelos cacheados cor de mel, óculos redondos e um sorriso amigável. Ela usava um moletom grande demais, como se não se importasse nem um pouco com a moda exagerada que algumas meninas do campus exibiam.

— Ah, não! Pode sentar — respondeu Karyne, aliviada por alguém estar falando com ela de um jeito normal.

A garota se jogou na cadeira ao lado e suspirou.

— Graças a Deus! Eu já tava achando que ia passar o semestre inteiro sem ninguém pra conversar. Meu nome é Lívia.

— Karyne.

— Prazer! Você também é caloura, né?

Karyne riu.

— É tão óbvio assim?

Lívia fez uma careta divertida.

— Bom… Você tá com aquela cara de ‘o que que eu tô fazendo aqui?’, que basicamente todo calouro tem no primeiro dia.

Karyne riu de verdade dessa vez.

— Ok, ponto pra você. Mas, olha… Meu primeiro dia já começou um desastre.

— Ah é? Como assim?

Antes que Karyne pudesse responder, um burburinho tomou conta da sala. Ela olhou para frente e viu Arthur entrando pela porta, com aquele jeito confiante de quem sabe que é o centro das atenções. Ele caminhou tranquilamente até um dos lugares da frente, e claro, Bianca logo se sentou ao lado dele, praticamente colada.

Lívia olhou de Karyne para Arthur, depois para Bianca, e estreitou os olhos.

— Espera aí… Não me diga que você é a garota do café?!

Karyne afundou na cadeira.

— Eu vou ficar conhecida por isso o resto da vida, não vou?

Lívia arregalou os olhos, segurando uma risada.

— Eu ouvi uns boatos no corredor, mas não sabia que era você! Meu Deus, que ícone!

— Ícone? Eu só queria me enfiar em um buraco e sumir.

— Amiga, você caiu em cima do cara mais desejado da faculdade no primeiro dia. Isso é coisa de filme!

— Filme de comédia! — Karyne corrigiu, revirando os olhos.

Lívia riu.

— E pelo jeito, Bianca já veio te dar aquele clássico aviso de ‘fica longe do meu crush’, né?

Karyne suspirou.

— Como você sabe?

— Porque eu vi a cena dela saindo do corredor com aquela cara de ‘acabei de marcar território’.

Karyne balançou a cabeça, incrédula.

— Mas eu não fiz nada! Foi um acidente!

— Ah, claro. Mas Bianca não quer saber disso. Ela e Arthur têm esse vai e volta esquisito há séculos.

— Ótimo… Mais um problema pra minha lista.

Lívia sorriu e deu um tapinha no ombro dela.

— Relaxa. Você não tá sozinha nessa. Se precisar de uma amiga pra rir de tudo isso depois, pode contar comigo.

Karyne olhou para ela e sorriu de volta.

— Obrigada, Lívia. Acho que vou precisar.

Finalmente, algo de bom tinha acontecido naquele dia: ela tinha feito sua primeira amizade.

Mas, mal sabia ela… aquilo era só o começo.

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