Uma Nova Chance de Viver
Traída. Humilhada. Assassinada.
Isabela Vasconcellos passou sua vida se sacrificando por aqueles que amava, mas no fim, foi traída por seu noivo, Rafael Montenegro, e sua suposta melhor amiga, Beatriz Costa. Eles roubaram tudo dela – sua empresa, sua dignidade e, por fim, sua vida. Em seus últimos momentos, enquanto sentia o gosto amargo da morte, um único pensamento ecoava em sua mente: Se eu pudesse voltar... faria tudo diferente.
E então, como um milagre ou uma segunda chance concedida pelo destino, Isabela desperta... dez anos no passado. Com todas as memórias de sua vida anterior intactas, ela percebe que esta é a oportunidade perfeita para mudar seu futuro e derrubar aqueles que a destruíram.
Dessa vez, não será ingênua. Não se apaixonará pelo homem errado. Não confiará nas pessoas erradas. Com cada passo calculado e cada jogada precisa, ela traçará seu caminho rumo ao sucesso – e, se o destino permitir, ao verdadeiro amor.
Mas o destino tem seus próprios planos. Enquanto Rafael percebe que Isabela já não é a mulher frágil que ele manipulava e começa a se arrepender, um novo jogador entra em cena: Gabriel Torres, um empresário poderoso e perigoso, que parece saber mais sobre ela do que deveria.
Entre o desejo de vingança e a chance de um recomeço, Isabela precisará escolher: viver pelo passado... ou finalmente se libertar e construir um futuro onde seja, pela primeira vez, verdadeiramente feliz.
"Nesta vida, eu não serei a vítima. Eu serei quem controla o jogo."
O Fim e o Recomeço
A dor era insuportável. Cada respiração era um tormento, cada piscada parecia roubar o pouco de vida que ainda restava em mim. O chão frio sob meu corpo contrastava com o líquido quente que escorria pelo meu abdômen. Sangue. Meu sangue.
"Por quê?" A pergunta escapou dos meus lábios num sussurro fraco. Minha voz tremeu, quase se apagando no silêncio do galpão escuro. O cheiro metálico do sangue e o mofo das paredes me sufocavam.
A resposta veio através dos olhos frios de Rafael Montenegro, o homem que um dia jurei amar. Seu olhar não carregava uma gota de remorso, apenas satisfação. Ao seu lado, com um sorriso de pura vitória, estava Beatriz Costa, minha melhor amiga. Ou, ao menos, era o que eu pensava.
"Nada pessoal, Isa. Apenas negócios." A voz de Rafael era calma, calculista, como se minha morte não fosse nada mais do que uma peça descartável em seu grande jogo. Sua frieza fez algo dentro de mim se partir. Eu queria gritar, queria implorar por respostas, mas minha força se esvaía rápido demais.
Beatriz riu, segurando um contrato entre os dedos como se fosse um troféu. "Pobre Isa… sempre tão ingênua. Sempre acreditando que o amor e a amizade poderiam protegê-la."
O ar se tornou pesado. Eu queria amaldiçoá-los, queria dizer algo que os assombrasse para sempre, mas tudo o que consegui foi uma lágrima quente escorrendo pelo canto dos meus olhos. A última coisa que vi foi o brilho cruel nos olhos de Beatriz antes que tudo escurecesse.
A dor cessou. O mundo ficou silencioso.
E então, o impossível aconteceu.
Eu acordei.
Não na frieza do chão de um galpão abandonado, mas em um quarto familiar. O teto branco, os lençóis macios, o perfume leve de lavanda. O quarto era meu. Mas… como? Meus dedos percorreram minha barriga em busca dos ferimentos que deveriam estar ali. Nada. Sem sangue, sem dor. Meus olhos foram atraídos para o celular ao lado da cama. Tremendo, alcancei o aparelho e o liguei.
A data na tela fez meu coração parar. Dez anos antes.
Engoli em seco, sentindo o pânico crescer dentro de mim. "Isso… isso não é possível…" Murmurei, minha voz trêmula. Mas as provas estavam diante de mim. O mesmo papel de parede do meu celular que usava naquela época, as mensagens antigas ainda não respondidas. Meu coração disparou.
Minha mente girava em um turbilhão de memórias. Lembranças daquela traição ainda eram vívidas, como se tivessem ocorrido ontem. Mas agora, eu tinha uma vantagem. Eu sabia quem eram meus inimigos. Eu sabia quem merecia minha confiança e quem deveria ser eliminado da minha vida antes que pudesse me destruir.
Levantei-me da cama num salto, minha respiração pesada. O espelho no canto do quarto refletiu um rosto familiar, mas diferente. Meus olhos estavam cheios de determinação, minha expressão endurecida por algo que eu nunca tivera antes: conhecimento do futuro.
"Dessa vez, não." Murmurei para meu reflexo. "Dessa vez, serei eu quem controla o jogo."
O celular vibrou em minhas mãos. O nome de Rafael piscou na tela. Meu coração acelerou, mas agora, não por medo. Apertei os lábios e, com um sorriso frio, deslizei o dedo pela tela para atender. A guerra havia começado.
Capítulo 2 - O Jogo Começou
O toque do celular ecoava pelo quarto silencioso. Meu coração pulsava descompassado, como se cada batida anunciasse o início de algo maior, algo inevitável. O nome de Rafael brilhava na tela como um fantasma do passado. Minhas mãos tremiam, mas não de medo. Dessa vez, a adrenalina corria em minhas veias como fogo, queimando qualquer resquício de ingenuidade.
Atendi.
"Isa?" A voz dele, antes doce e envolvente, agora soava como um eco distante, uma sombra que eu já não temia. Fechei os olhos por um breve segundo, respirando fundo. A cena do galpão ainda estava viva em minha mente. O sangue, a traição, o sorriso cruel de Beatriz. Mas agora, tudo era diferente.
"Rafael," respondi, a voz firme, calculista. "Que surpresa você me ligar tão cedo. Algum problema?"
Houve um breve silêncio do outro lado da linha. Ele não esperava essa reação. Na minha vida anterior, eu teria soado hesitante, ansiosa por qualquer migalha de atenção que ele me desse. Mas agora, era diferente. Agora, eu era diferente.
"Eu... só queria ouvir sua voz," ele disse, forçando um tom afetuoso. "Senti sua falta."
A ironia daquela frase quase me fez rir. Mas me controlei. O jogo precisava ser jogado com precisão. O menor erro poderia custar minha vantagem.
"Que bonito, Rafael. Mas não parece algo que você diria normalmente." Pausei, deixando o silêncio se prolongar o suficiente para torná-lo desconfortável. "O que você quer de verdade?"
Ele riu, mas havia algo forçado naquele som. "Isa, você está estranha. Aconteceu alguma coisa?"
Sim, Rafael. Eu morri. Morri por sua causa.
Mas em vez de responder, deixei um sorriso se formar em meus lábios. "Apenas amadureci. Acho que você vai ter que se acostumar com isso."
Mais silêncio. Eu podia sentir a tensão do outro lado da linha, quase podia vê-lo franzindo a testa, tentando entender a mudança. Rafael não gostava do inesperado. Ele preferia as pessoas sob controle, sob seu comando.
"Podemos nos encontrar hoje?" Ele perguntou por fim.
"Claro," respondi sem hesitar. "No mesmo café de sempre? Oito horas?"
Ele concordou e desligou. Fiquei olhando para a tela por alguns instantes, absorvendo o momento.
O jogo havia começado.
A noite chegou como um sussurro sombrio. No café, sentei-me na mesma mesa de sempre, mas não era mais a mesma mulher que costumava esperar ansiosa por Rafael. Cruzei as pernas, segurei a xícara entre as mãos e observei o reflexo das luzes da cidade dançando no vidro ao meu lado.
Ele chegou alguns minutos depois, impecável como sempre. Terno perfeitamente ajustado, olhar encantador, sorriso ensaiado. O predador mascarado de príncipe.
"Isa." Ele sorriu, mas seus olhos me estudavam, tentando encontrar algo fora do lugar. "Você está diferente."
Inclinei a cabeça, apoiando o queixo na palma da mão. "Diferente como?"
Ele pousou as mãos sobre a mesa, os dedos entrelaçados. "Não sei... mais confiante. Mais... distante."
Dei um pequeno sorriso. "A vida ensina, Rafael. Aprendi que confiar demais nas pessoas pode ser um erro fatal."
Por um instante, vi algo passar por seu olhar. Um brilho de desconfiança? Medo?
"Bom saber," ele disse, recostando-se na cadeira, tentando disfarçar sua surpresa.
Mas eu já tinha vencido essa pequena batalha. Eu não era mais a peça frágil de seu jogo.
Agora, eu era a jogadora.
E ele não fazia ideia do que estava por vir.
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