Lúcia 

Lúcia ( foto feita por Meta AI)

Eu sou Lúcia, Fada Rainha de Andraluz, estou com 860 anos, mas pareço ter 20. No meu  reino existem fadas, magos, elfos, humanos e orcs, todos convivem bem, difícil né, acreditar que orcs, criaturas horrendas, grandes em tamanho e músculos, com presas enormes e alguns tem até chifres, possam conviver bem com todos.

Mas eu aprendi que eles também têm sentimentos, não é aparência que os torna maus, eles não são, são gentis, assustadores mas gentis.

Ao contrário, os elfos são lindos, com suas orelhas pontudas, fortes, excelentes guerreiros, um elfo treinado é letal e preciso, os melhores arqueiros são elfos, nunca erram.

Os humanos, esse sim podem ser horríveis, não na aparência mas no coração, é da natureza humana sentir inveja, cobiça, ódio, mas também sentem amor, empatia, gratidão. 

E por fim as fadas e magos, os seres mágicos. Temos cinco elementos destinos: terra ou natureza, água, elemental do ar, fogo e luz. 

Antes nós tínhamos clãs, mas eu tirei isso. Temos muitos híbridos, não tem porque separar em clãs, mas com os híbridos veio o dom especial. Que apenas alguns desenvolvem.

O exemplo mais clássico é a água, fadas da água manipulam a água, as chuvas, os rios, mas são as únicas que tem pode ter o poder de cura, não é uma habilidade aprendida, é um dom, poucas fadas ou magos tem.

Fadas de fogo, controlam ou criam  o fogo, mas poucas podem apagar o fogo, esse elemento é o único que é visível o nível de poder, amarelo o mais baixo, laranja, mediano, vermelho o mais alto.

Apenas fadas ou magos de fogo vermelho podem apagá-lo.

Fadas da terra ou natureza, esse elemento tem dois dons, os que podem lidar com a terra, abrir até buracos nela e os que manipulam as plantas para remédio (farmacêutico). 

Fadas elementais do ar, elas manipulam o vento, levantam pedras através do fluxo do deslocamento de ar, o dom desse elemento é  poder usar o vento para voar.

E por último mas não menos importante, a luz, com o poder de iluminar, fazer o sol brilhar quando necessário, tem dois dons também, a previsão do futuro e a camuflagem, ficar invisível, a luz é o elemento mais poderoso pois uma fada de luz irradia bondade, acalma os corações. 

Há apenas um mago de luz, meu irmão Rômulo, gêmeo do meu irmão Ray, mago de fogo. 

Tem também meu primo Ita, mago de elemental de luz, um híbrido.

As fadas de luz que existem são de sangue real, como o povo diz, são minhas minhas sobrinhas, Helena e suas filhas, Lara e Lidiane.  

Aí tem as híbridas, minhas irmãs Lígia e Rebeca, ambas de fogo e luz e suas filhas Joana e Jennifer, parecem gêmeas mas são primas. 

Eu estava na sacada do castelo de Luminus, olhando a cidade, seus arranhas céus, os carros voadores e o brilho da iluminação noturna, quando minha mãe entra.

– Oi mãe.

– Oi, filha. Você não acha que está na hora de arrumar um príncipe consorte?

– Eu sei. Tenho pensado nisso.

– Pensa bem. Você precisa de um herdeiro.

– É, preciso. Mas não é isso que me procura.

– Ele já se foi, minha filha, há 50 anos. Não superou ainda?

– Não é isso. Não estava lembrando do Logan, nós não pudemos viver nosso amor, ele escolheu viver em Britocurpe. Eu não consegui revogar a lei de Petros, apenas flexibilizar para que Larissa e Michael pudessem ficar juntos.

– É, um elfo e uma fada, você lembra das profecias.

– Sim, eu lembro, para que não tenha uma fada rainha élfica. 

– O mundo mudou, o que te aflige agora?

– Não sei ainda, mas sinto uma escuridão se aproximando.

– Você matou a bruxa há 500 anos.

– Mas não é ela que eu sinto, parece um ser sombrio de outra dimensão.

– Mas você destruiu o portal da terra há 450 anos. 

– Sim, eu não trouxe mais ninguém há muitos anos, mas vou precisar agora. 

– Como assim? Quem você pretende trazer?

– Duas sobrinhas que estão lá. 

– Sobrinhas? Mas não são sobrinhos? E eles estão com 20 anos agora.

– Elas estão com 15, Henrique e Luiza tiveram gêmeas quando os gêmeos tinham 5 anos.

– Luíza ficou grávida de  cinco em cinco anos?

– Rsrs, parece né, mas depois das gêmeas furacão, como meu irmão chamava, ela fechou a fábrica.

– Também com duas levas de gêmeos, até eu fechava.

– Mas você não fechou, teve Rebeca depois dos gêmeos.

– Sim, mas eu só tive uma vez gêmeos.

– Luíza ficou de cabelo em pé, aquelas duas usavam magia sem saber, kkkkkk

– Como é possível?

– Vai saber, eu estava ocupada aqui, o Henrique, pedia para eu trazer as duas, eu sempre disse que não era a hora, mas agora é.

– E o Henrique, como vai ficar sabendo que elas vem?

– Ele tá tranquilo, só muito triste pela morte da Luísa, não é fácil perder um amor.

– Eu sei, eu perdi dois, seu pai e o Lorran.

– Mas o Lorran viveu 200 anos com você.

– Mas é difícil ver seu amor envelhecer e você não. Mas pensando agora, como o  Peter viveu 1230 anos?

– Mãe, ele estava sobre feitiço, com certeza a bruxa mantinha ele vivo. Tanto que cinco anos depois da morte dela ele morreu.

– É, eu me lembro, mas voltando às minhas netas que eu não sabia da existência… por que agora você vai buscá-las?

– Porque agora a Luísa não está mais viva e Henrique já contou a eles sobre Andraluz.

– Mas o que Henrique pretendia com isso?

– Me forçar a ir buscá-las e conseguiu, agora preciso delas aqui. Falando nisso, precisamos ir.

– Precisamos?

– Sim, mãe.

– Mas quem vai ficar no seu lugar?

– Ninguém, não vamos demorar, são duas horas aqui e 5 minutos lá. Vamos?

Henrique

Henrique ( foto feita por Meta AI)

Eu sou Henrique, deixa eu me apresentar, sou irmão da fada Rainha, tenho sangue real de Andraluz, estou com 45 anos, estou com os cabelos grisalhos, mas já se passaram 20 anos desde quando elas foram embora.

Tive filhos gêmeos e depois de cinco anos tive gêmeas. Achei que quando elas fizessem 5 anos Lúcia iria buscá-las, mas não aconteceu,  Lúcia e Helena são um furacão até hoje, elas são fadas.

Eu sei, não tive como evitar a Luísa por esses nomes. Ela disse que era uma homenagem e agora ela já se foi.

Chamei meus filhos para uma reunião, preciso falar a verdade para eles. Estávamos no escritório da casa de Jéssica que agora era minha, não moro mais na fazenda, meus filhos cuidavam de tudo. 

– Bom dia, meus meninos.

– Bom dia, pai. - dizem os quatro entrando no escritório.

– Qual é o problema, pai? - Falou Antônio, meu filho mais velho.

– Nenhum problema.

– Mas então, porque chamou a gente aqui?- Falou Luiz Roberto, meu segundo filho. Eu sei que a diferença é de 10 segundos, mas  Antonino nasceu primeiro.

– Agora que a mãe de vocês faleceu de covid, eu decidi viajar e conhecer o reino do meu pai, isso se a tia de vocês permitir.

– Tia? Que tia, pai? A mamãe só tinha um irmão. - falou minha filha caçula Helena, ela nasceu 10 segundos depois da irmã, então é a caçula.

– Sua tia Lúcia, Rainha de Andraluz.

– Tá tirando uma com a gente, pai? - Falou minha furacão preferida,  Lúcia.

– Não filha, vou contar um resumo da história de Andraluz, o reino mágico.

“Há uns 70 anos atrás uma bruxa matou o bisavô de vocês, sua bisavó veio para a terra grávida do seu avô, ele cresceu e casou com sua avó e eu nasci, mas sua avó faleceu no parto, então seu avô casou com minha mãe Jéssica, eles tiveram uma filha, minha irmã Lúcia.”

“Mas Minha mãe Jéssica não é qualquer uma, ela é um fada, meu pai é um príncipe de outro mundo, então tem magia no seu sangue e a Lúcia sendo sua descendente vindo de uma fada, ela fazia parte de uma profecia.”

“Ela e Minha mãe voltaram para Andraluz e destruíram a bruxa e o reino foi restaurado, mas elas não puderam voltar, pois o tempo lá é diferente daqui.

“Minha mãe voltou para a terra pois teria que levar as fadas que estavam aqui, no caso suas irmãs e a Helena. Foi criado um acidente para justificar a falta delas, mas elas estão vivas.”

“E agora vem buscar vocês duas, pois vocês são fadas…’’

– Ficou louco pai? Você bebeu, tá doente? Bateu a cabeça? - fala Lúcia e isso me deixa puto, pensa numa menina atrevida.

– Que isso, menina! Olha o respeito ainda sou seu pai.

– Pai, é uma história fantástica, mas fadas não existem - disse Antônio que é o mais centrado.

– Não concordo com a Lúcia, mas pai nós duas fadas? Meio impossível. - fala Helena.

Neste momento eu olho para a porta e um brilho dourado sai dela, Lúcia e minha mãe sai dela, Lúcia está linda em uma armadura dourada com um cajado na mão e uma coroa na cabeça, minha mãe está num vestido longo azul com um colar e tiara de diamantes.

– Impossível? Não. É realidade. Pode me explicar, Helena? diz minha irmã em seu esplendor.

Os quatro  olham para trás e quase caem das cadeiras.

– Oi, mãe - digo levantando e indo abraçá-la - estava com saudades.

– E de mim? Não estava não?

– Você eu vejo uma vez por ano. A mamãe faz 20 anos.

– Para mim, fazem 500 anos, saudades de você meu filho. Você precisa ver Helena, é uma linda mulher e você já é vovô de duas lindas moças.

–Graahh, que melação com gente estranha.

– Lúcia!! - meus filhos ao mesmo tempo 

– Que é? Não conheço nenhuma das duas.

– Então deixa eu me apresentar, sou Lúcia, sua tia e fada rainha de Andraluz.

Vim buscar vocês para ir ao reino, mas se você não quiser ir, tudo bem, por mim, não faço questão de ter uma menina atrevida no meu castelo.

Lúcia ficou sem palavras, minha irmã deu uma resposta a altura do atrevimento dela.

– Ai papai… Apaixonei… Prazer, Roberto.

– Tá louco, cara. Ela é nossa tia. - essa Lúcia não tem jeito, não aprende.

– Prazer, mas como minha xará disse, sou sua tia, irmã de seu pai.

– É que você é muito linda.

– kkkk até você, Helena? Xono, foi? - Lúcia tira sarro da irmã e eu balanço a cabeça.

– Eu posso achar minha tia linda, ela é uma rainha, mas se você reparar a vovó também é linda. 

– Tenho que concordar com você, furacãozinho, ela é realmente linda. - falou Antônio.

– Mas o que é isso? Além do atrevimento da Lúcia, agora tenho dois filhos apaixonados? Onde já se viu? É a avó e a tia de vocês.

– Calma pai, não tivemos a intenção, é que você disse que elas eram velhas e estamos diante de duas mulheres jovens, é difícil não admirar. - Disse Antônio em defesa.

– Ok, tudo bem, que não se repita.

– É, estou vendo que vamos ficar 1 dia longe.

– Não se preocupe, mãe, eu avisei a Helena. agora vamos ao que interessa, vocês já sabem de Andraluz, que somos fadas, que magia existe e que temos que ir por um portal para outra dimensão…

– Espera, pai, você não falou que era em outra dimensão? - perguntou Helena 

– Eu não tive tempo, a Lúcia não deixou eu terminar.

– EU?!!!! - as duas em uníssono.

– Ai que confusão, Henrique, porque você deixou a Luiza por esses nomes em suas filhas? - Minha mãe perguntou.

– Mãe eu não tive como falar não, como eu iria explicar que elas estavam vivas?

– Verdade, mas vamos dar um jeito nisso, minha filha você é rainha então continua sendo Lúcia, minha neta se você decidir ir conosco será chamada de Lu, está bom para você?

– Eu posso escolher não ir?

– Claro. 

– E eu vovó? Como vou me chamar se a Helena que quem herdei o nome está lá?

– Meu anjo, podemos te chamar de Lena, o que você acha?

– Helena, Lena, gostei e não muda muito.

– E qual a resposta de vocês duas?

– Eu vou, gostaria de conhecer o castelo da tia. - disse Lena

–Eu não quero ir, mas se esse aí vai eu também vou.

– Agora eu tenho um pedido, gostaria de conhecer Andraluz, nem que seja por um dia ou se puder ficar.

– Maninho, não aconselho você ficar, não sabemos como o seu copo reagiria a magia e ao envelhecimento. Sei que os descendentes do rei viviam bem mais que os humanos, até 1.000 anos. Nós fadas vivemos até 4.000 em média.

Mas um dia da terra lhe dá 24 dias em Andraluz, pode ser?

– Eu aceito.

– E nós? Podemos também ir e ficar esses 24 dias? - Antonino falou sem tirar os olhos da minha mãe. 

– Mãe? O que você acha? Você é minha conselheira e diplomacia é com você.

– Bom, levando em conta que amanhã é domingo e se vocês não tem compromisso não vejo motivo para não ir.

– Não temos nenhum compromisso - Meus dois filhos falaram ao mesmo tempo.

Plínio 

Plínio (foto feita por Meta AI)

Eu sou Plínio, sou irmão mais novo  de Petros, ele ficou com o com o território de Handra, reino mágico de Andraluz, ele por ser o mais velho é o herdeiro do trono. Estamos em guerra, os orcs estão tentando ganhar mais Território.

Ele, por ser solícito, foi a Luminus se oferecer para ajudar, imbecil. Tenho inveja dele, além de ser o herdeiro do trono também casou com a fada mais linda de Handra. 

E ele sabia que eu a amava. Sempre disse a  ele que ela era linda, mas ele fez ela se apaixonar por ele, me deixando com raiva.

Com mais raiva eu fiquei quando ele liberou seu poder, poder de luz, o poder mais raro entre as fadas, nos magos então, menos ainda. 

Eu fiquei com mais ódio quando ela morreu, eu disse a ela não ir, mas a resposta foi “meu amado precisa de mim”. Fiquei sem ela e um mês depois ele já estava casado com a rainha dos humanos. Ele se tornou o rei de Andraluz. Todos os territórios se curvaram a ele.

Em um acesso de raiva eu o confrontei e ele me mandou pra cá. Um lugar onde não há dia, só noite, existem criaturas estranhas, se parecem com humanos mas não são, essas criaturas se alimentam de humanos, quero dizer do sangue deles. 

Aqui são chamados de vampiros, são fortes e velozes. Matei um quando cheguei, era uma mulher linda, quando percebi suas presas eu pus fogo nela, assim descobri que eles tem medo do fogo, pois o fogo pode matá-los.

Neste mundo escuro os humanos são escravos dos vampiros, eles são alimento, mas os vampiros cuidam muito bem de seus escravos, eles não querem que seu alimento acabe. 

Eu sou temido pelos vampiros pois eu sou o único que tenho magia, e o fogo é meu maior trunfo. Tenho magia de três elementos: fogo, terra e ar. Mas domino a magia das trevas. Eu tenho magia negra. 

O tempo passa devagar aqui, em Andraluz o tempo passa mais rápido. Não sei dizer ao certo quanto tempo passou. Mas estou conseguindo um jeito de voltar.

Eu senti uma magia negra que parecia vir de Andraluz, mas ela durou pouco.

Consegui trazer uma fada, mas ela não conheceu Petros, ela disse que ele tinha sido o primeiro rei de Andraluz e que agora quem reinava era sua descendente Fada Rainha Lúcia, a rainha da profecia.

Eu não me importo quem está no trono, eu vou tomar Andraluz, ela é minha por direito.

Se eu consegui trazer alguém de Andraluz então também consigo voltar.

Mas tem um dia específico para eu fazer o portal para Andraluz, é no dia do sol, o dia que o sol sai de trás da lua e brilha por 12 horas, esse fenômeno acontece a cada 200 anos. Eu vi apenas duas vezes e agora faltam uns 8 meses para acontecer de novo.

– Mestre, achei o que o senhor precisa. - disse Servo entrando no meu laboratório.

– Me mostre o que você encontrou.

Ele põe sobre a mesa um espelho de mão cobre, tinha alguns símbolos de Andraluz, mas tinha também um símbolo no cabo que eu não conhecia.

– Um espelho? O que há com você? O que um espelho será importante? É um mero espelho.

– Não, mestre, olhe esse símbolo no cabo, é o símbolo da Deusa Gaia, mãe de todas as criaturas.

– Você e essa sua crença de que existe Deuses.

– Mas existe, mestre foi a Deusa Gaia que nos salvou da terra, iríamos todos morrer.

– Você nasceu aqui seu idiota.

– Desculpe, mestre, mas minha mãe sempre me contou as histórias da Deusa e como os vampiros foram salvos da terra.

– Ah, tá bom. Como esse espelho funciona?

– Não sei, mas ele mostra todas as dimensões que existem, milhares delas.

– O que me adianta um espelho que mostra as dimensões se não sabe como usá-lo?

– Mas mestre, você é um mago, pode usar magia para ativar o espelho.

Eu estou de pé no meio do laboratório, começo a andar de um lado para o outro, uso magia de água, nada, pensei em usar fogo, mas vai queimar o espelho, então não, talvez o ar, mas não funcionou, magia das trevas, é o meu maior poder.

– Espelho me mostra Handra, cidade do reino de Andraluz.

Minha magia envolve o espelho e uma imagem começa a aparecer. Vejo ruínas, como é possível? Como o tempo é muito rápido em Andraluz vejo o tempo passar nim piscar de olhos vejo Handra ser restaura, vejo uma mulher linda tentando derrubar os portões, ela está toda de preto, ela também tem magia das trevas, mas eu fraca,  sua magia de fogo é maís forte, por isso ela usa mais.

Quando um guarda consegue entrar por um portal e roubar uma criança, ela some.

– Espelho me mostre aquela mulher.

O espelho me mostra as montanhas sombrias, desacelero a imagem e descubro seu nome.

– Carmela 

– Falou comigo, mestre?

– Não, pode ir, seu imprestável, você já me serviu o bastante.

Dispenso o meu criado e fico a observar as imagens, preciso aprender mais sobre Carmela, penso que estou apaixonado.