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O Rei de Tóquio.

Sete Palmos Abaixo da Redenção

Sete palmos abaixo da redenção, e você achou que o Inferno seria só lava, gritos e correntes? Ah, pobrezinho. Que falta de criatividade.

Abaixo, muito abaixo da superfície dos seus piores pesadelos, existe uma estrutura... administrativa. Sim, sim, meu caro — o Inferno é uma máquina burocrática. E se há algo mais cruel do que fogo eterno, é papelada eterna.

Cada camada, cada profundidade abissal, pertence a um reinado. Sete ao todo. Sete pecados. Sete concubinos. Sete motivos para você agradecer por não ter sido convidado para a ceia infernal.

— O Reino da Luxúria pulsa — literalmente — com carne, seda, gemidos e perfumes que fariam até um santo duvidar da castidade. Um castelo de janelas em formato de bocas e colunas que gemem quando tocadas. Tudo vibra ali. E não estou falando metaforicamente.

— O Reino da Gula? Uma abominação gastronômica. Tudo é comestível. Tudo. Paredes feitas de gordura temperada, rios de vinho, cadeiras recheadas de musse. O problema é que, bem... nada ali sacia. Você come, mastiga, engole, vomita, e volta a comer. Um ciclo lindo de autoflagelo gourmet.

— O Reino da Avareza... ah, esse é quieto. Muito quieto. Dourado, claro, cheio de tesouros empilhados como se fosse o quarto de um dragão narcisista. Mas toque em uma moeda sequer, e você vira estátua. De ouro. Para sempre. Arte moderna do sofrimento.

— O Reino da Inveja parece o paraíso, à primeira vista. Mas tudo que você vê, você nunca pode ter. NUNCA. Tudo é seu... mas não é. Tudo é quase. Tudo pertence ao outro. E você sabe quem é o outro? Você mesmo — numa versão que deu certo.

— O Reino da Ira? Um campo de batalha eterno. Sabe aquelas pessoas que dizem que gostam de brigar por esporte? Aqui, elas têm arquibancada VIP. O chão treme. O céu grita. E as paredes sangram. Literalmente.

— O Reino da Preguiça é... silencioso. E vazio. E escuro. Um castelo de camas, redes, sombras e um ar pesado que adormece até pensamentos. Não é que ninguém quer sair dali. É que... não dá vontade.

— E por fim, o Reino do Orgulho, ah... um espelho em cada canto. Uma estátua em cada sala. A estátua é sempre dele. Sempre bela. Sempre perfeita. Sempre um reflexo seu... elevado ao máximo da soberba. Um culto próprio. Um altar pessoal. Um inferno feito sob medida para egos.

Todos esses reinos estão interligados por um anexo. Sim, ANEXO. Mas não um corredor comum, não, claro que não! Seria fácil demais.

É uma aberração temporal feita de espelhos que mostram futuros prováveis, passados reescritos, e rituais que se autoexecutam em círculos viciosos. Escadas que sobem para baixo, portas que levam para ontem, e sombras que cochicham rotas alternativas direto para a loucura.

Quem entra ali sem saber para onde vai... nunca mais volta. Um GPS emocional é o mínimo que você precisa. Ou um pacto com algo pior que Lúcifer. Sim, isso existe. Mas calma, a gente chega lá.

Agora... avancemos, com muito cuidado, para o coração pulsante da perdição.

O PALÁCIO IMPERIAL INFERNAL.

Se os castelos dos concubinos eram obscenos em beleza, luxo e delírio... o Palácio Imperial era o pecado original da arquitetura.

Teto tão alto que os olhos sangravam ao tentar enxergar seu fim. Lustres que pendiam como constelações feitas de almas cristalizadas. Cortinas de fumaça viva que sussurravam blasfêmias ao vento. Salões onde o chão era espelho d'água... mas o reflexo mostrava você morto. Belíssimo. Um luxo. Um terror. Um lar.

No centro de tudo isso, um escritório.

Ah, sim. Porque até o Diabo precisa trabalhar.

Nada mais cruel que fazer um ser onipotente assinar relatórios.

Um escritório de madeira negra que grita quando riscada. Estantes com contratos de almas vendidos por uma ceia fria e Wi-Fi.

Uma mesa gigantesca onde repousava o Trono Administrativo do Inferno, adornado com crânios caligrafados. Papéis empilhados até o teto. E Lúcifer... no centro de tudo, afogado em burocracia.

E sim, aí está ele.

Lúcifer. O Primeiro. O Caído. O Belo. O Maldito. O CEO.

Dois metros de tentação vertical.

O corpo? Um escárnio anatômico — musculoso, definido, vasto. Os ombros largos demais para a lógica, a cintura afilada demais para o bom senso. As pernas longas, seguras, com um andar que parecia coreografado entre ameaça e sedução.

A pele? Branca. Fria. Quase translúcida, como se feita de porcelana manchada com pecado.

Os cabelos... ah, os cabelos: negros como promessas quebradas. Longos, ondulados, com aquele brilho molhado de sangue fresco e luxúria vencida.

Os olhos? Castanho-quente, mas com um rubor demoníaco que os fazia brilhar como brasas ao menor estímulo.

Chifres? Ah, meu bem... não eram simples curvas demoníacas. Eram coroados, polidos, rúnicos. Mais pareciam troféus orgânicos de guerra celestial.

O rabo? Espesso, longo, impertinente, com a ponta afiada como sarcasmo.

As asas ele mantinha invisíveis... mas você sabia que estavam ali. As maiores. As mais negras. As mais tristes. As mais belas.

— “Assinem o contrato e me poupem do teatro.” — disse ele, com a voz de um trovão educado, enquanto encarava os ministros à sua frente.

Os ministros eram as Virtudes Caídas. Sim, eles já foram bondade, castidade, paciência... agora são apenas sombras de luz, renegados como ele.

Anjos caídos com auréolas rachadas e asas negras. Lindos, mas partidos. Sábios, mas tortos. Eles serviam a Lúcifer com uma devoção quase irônica.

Afinal, foram eles que viraram as costas primeiro. Nem o Céu queria mais.

E ali estavam eles, finalizando mais uma reunião infernal sobre... bem... questões diplomáticas do pecado globalizado.

Mas Lúcifer estava inquieto.

Não era o tipo de inquietação que vinha de um papel mal redigido.

Era uma sensação incômoda.

E em poucos segundos... ele descobriria que seus concubinos haviam fugido.

Para a Terra.

Para Tóquio.

Ah, esses desgraçados...

😈🔥

A Ira de Um Deus Sem Paciência

A reunião havia terminado. Finalmente.

Lúcifer, nosso queridíssimo CEO do Inferno, espreguiçou-se como uma fera preguiçosa em seu trono de ossos administrativos. Olhou pela enorme janela feita de lágrimas cristalizadas — uma vista panorâmica da perdição, diga-se de passagem — e suspirou.

— “Hmmm... faz quanto tempo que não saio dessa maldita sala?” — perguntou para ninguém em especial, os olhos semicerrados, o corpo relaxado com aquele charme violento de quem sempre parece a um segundo de explodir ou transar. Ou ambos. Ao mesmo tempo.

Dias. Muitos dias. Talvez semanas. Mas tempo no Inferno é uma piada mal contada — você nunca sabe se está cedo demais ou tarde demais para sua própria condenação.

Lúcifer, como já dito, só dormia para recarregar o corpo que habitava — uma casca humana estilizada com proporções ofensivamente perfeitas. Sua verdadeira forma? Ah... aquela era um pesadelo cósmico, algo tão absurdo que nem mesmo os pecadores mais depravados ousavam encarar sem implorar por misericórdia. Mas ele não gostava de usá-la o tempo todo. Era... cansativo. Molhava muito o chão. Sujava as paredes. Fazia os móveis gritarem.

Ele preferia essa forma. O homem-diabólico. Dois metros de pura desgraça sensual.

Pele translúcida, músculos que desafiavam a anatomia humana, cabelos negros como feitiços antigos. E os olhos... ah, aqueles olhos: quentes, castanhos avermelhados, brilhando como carvão aceso.

Chifres que pareciam obras de arte esculpidas com sangue e ossos de anjos derrotados. Rabo afiado como pecado não confessado. E aquelas asas... invisíveis, sim. Mas sabíamos. Estavam ali. Como uma ameaça. Como uma promessa.

Pensou, por um segundo, no quanto fazia tempo que não se divertia. Não em um sentido burocrático, mas... divertir-se mesmo. Gritinhos, carne humana grelhada, um joguinho de tortura mental com pecadores novatos. Coisas simples.

Ah... Ira teria adorado.

E Luxúria, então? Teria implorado.

Aliás... fazia tempo que ele não via nenhum deles.

Foi nesse instante, como um reflexo sarcástico de seus pensamentos, que a porta se abriu com firmeza.

Lilith entrou.

Sim, ela. A irmã. A general. A mulher que caminhava como se a guerra tivesse pernas.

Lilith era a versão feminina de Lúcifer, só que com um toque a mais de veneno e menos paciência.

Dois metros de curvas esculpidas pela luxúria e pela fúria. Os mesmos cabelos negros ondulados até a cintura, olhos escarlates como poços de lava em fúria, pele tão pálida que parecia absorver luz.

Seus chifres eram longos, esguios, e tão afiados quanto sua língua. E o rabo, claro, balançava com o tédio controlado de quem podia matar alguém só com um suspiro entediado.

Vestia um uniforme de combate: couro negro com detalhes carmesim, símbolo do trono infernal bordado no busto. Ombreiras pontiagudas. Botas que ecoavam comando a cada passo.

Ela se curvou — um gesto raro.

— “Perdão pela entrada repentina, meu Rei. O assunto é... urgente.”

Lúcifer girou lentamente na cadeira, o queixo apoiado na mão, olhos semicerrados, um sorriso preguiçoso mas perigosíssimo se formando nos lábios.

— “Ora, ora... minha irmã me pedindo desculpas? Que dia estranho. Mas tudo bem. Só... não venha me trazer problemas. Não hoje. Hoje eu estou com preguiça de explodir alguém.”

Lilith ergueu uma sobrancelha. Sorriu de lado. E mandou entrarem.

Sete figuras tímidas adentraram o recinto: as sete empregadas pessoais dos concubinos.

Diabinhas de escalão baixo, nascidas do próprio Inferno. Uniformes simples, rostos delicados, olhos assustados. Algumas tremiam. Outras tentavam disfarçar. Mas todas sabiam... que aquele era o pior lugar para se estar.

— “Elas têm algo a dizer,” — disse Lilith, com os braços cruzados e um olhar fulminante — “e você não vai gostar.”

Lúcifer endireitou-se.

— “Comecem a cantar, ou eu começo a cortar.”

Uma das diabinhas deu um passo hesitante.

— “S-Senhor... os concubinos... já tem alguns dias... eles... eles sumiram.”

O silêncio foi ensurdecedor.

A mesa rangeu. As paredes vibraram. O ar ficou pesado.

E Lúcifer... riu. Riu seco. Curto. Letal.

— “Sumiram?” — sua voz agora era pura lâmina — “Sumiram... há DIAS... e só agora me contam?”

As diabinhas se ajoelharam. Todas. Instintivamente. Tremendo.

Lilith completou:

— “Elas encobriram. Disseram que estavam cuidando das tarefas normais. Mas os castelos estavam vazios. E eu achei... estranho. Nenhuma birra, nenhum barraco, nenhum deles gritando no salão imperial. Estranho demais.”

Ela andou até uma das empregadas e a empurrou com o pé.

— “Fala, antes que ele te descasque.”

Mas era tarde.

Lúcifer já tinha se levantado.

Andou até uma delas. Com calma. Com prazer. E com um único movimento... agarrou-a pelo pescoço com uma das mãos.

A diabinha mal conseguia respirar. Seus olhos se arregalaram.

Lúcifer a ergueu no ar com facilidade, como se ela fosse uma boneca de pano.

— “ONDE. ELES. ESTÃO?” — sua voz agora era o próprio inferno falando.

As outras gritaram. Uma delas — a mais novinha, a mais covarde — soltou a informação:

— “Na... na Terra! Estão na Terra!”

— “E-e-e-especificamente em... em Tóquio!” — completou outra, de olhos esbugalhados, a cabeça baixa em reverência.

Lúcifer soltou a que segurava, que caiu tossindo e chorando.

Ele inspirou profundamente. Encostou os dedos nos lábios. Depois estalou o pescoço.

— “Tóquio...” — murmurou — “Claro. Tóquio. Por que não? Sempre tem sushi, drama e luzes o suficiente pra manter sete pecados entretidos.”

Virou-se para as empregadas, com um meio sorriso cruel e cínico.

— “Dessa vez, vou deixar passar. Vocês são boas no que fazem. Foram ameaçadas, eu entendo. Mas da próxima vez, quero que saibam...” — os olhos se tornaram completamente vermelhos — “no inferno, até segundas chances doem. E aqui... não há paz. Nem piedade.”

As chamas lamberam os pés dele. As sombras envolveram seu corpo. As asas negras se abriram com um estalo que fez o chão tremer.

A sala inteira escureceu como se o próprio espaço tivesse medo.

Lúcifer olhou para Lilith e rosnou:

— “Mantenha o trono quente. Eu vou buscar os meus.”

E então... ele sumiu.

Deixando para trás o cheiro de enxofre e um silêncio esmagador.

Lilith estalou os dedos, fazendo as empregadas se levantarem trêmulas.

— “Vocês ouviram o que ele disse. Trabalhem. E rezem... se ainda souberem como.”

Eva entrou na sala, ainda organizando papéis com elegância, sua figura etérea cruzando os destroços do momento com frieza angelical.

Eva, esposa de Lilith. Alta, de pele dourada, cabelos platinados até os quadris, olhos que lembravam céu nublado e tempestuoso. Corpo esguio, vestido justo de seda negra e branca. Asas brancas... mas manchadas nas pontas.

Ela olhou o rastro deixado por Lúcifer, suspirou e comentou:

— “Pelo visto... o Rei de Tóquio está a caminho.

O Primeiro Pecado é Encontrado (e Ele Está Deslumbrante)

A noite caiu sobre Tóquio como uma amante sussurrando promessas perigosas.

O céu estava limpo, as estrelas acesas como olhos silenciosos observando de longe. Mas algo... algo rompeu o véu.

Lá do fundo, das sombras mais profundas da Terra — não aquelas que os humanos conhecem, mas da Terra real, do ventre do mundo, do espaço entre mundos — ele veio.

Lúcifer.

O Primeiro. O Caído. O Belo. O CEO. E agora... um turista em missão de resgate.

Rasgou os céus com uma névoa negra que se torcia como serpentes em êxtase, se dissipando entre as correntes de vento, mas encontrando refúgio na cobertura de um dos mais altos arranha-céus da cidade.

A névoa se condensou. Girou. E então... ele apareceu.

Chifres expostos. Asas abertas. Poder puro.

Por um instante, Tóquio silenciou. Um silêncio cósmico. Os olhos dos gatos se voltaram para o alto. Os semáforos piscaram mais forte. Um bebê chorou sem motivo. Uma velha senhora sentiu um arrepio e se benzeu. O ar vibrou — porque o Inferno acabara de colocar os pés na Terra.

Mas é claro, Lúcifer não é nenhum amador.

Ao pousar no prédio, recolheu os chifres e as asas com um simples pensamento. Manteve-se na forma humana — sedutora, maliciosa, cruel e incrivelmente... normal, para os padrões do Japão.

Agora sim, um homem alto, de beleza afiada e inumana, vestindo um sobretudo negro com detalhes vermelhos no forro, passos seguros como um rei sem pressa. Mas seus olhos ainda queimavam — só para quem olhasse fundo demais.

— “Tch... essa cidade é um caldeirão.” — murmurou ele, analisando o fluxo de energia no ar.

Tóquio era tudo ao mesmo tempo.

Luz e sombra. Bondade e desespero. Virtudes e pecados.

Tantos humanos em conflito, superando uns aos outros na generosidade... e na crueldade. Alguns ajudando idosos a atravessar a rua. Outros desejando silenciosamente que o chefe fosse atropelado por um caminhão de sushi podre. Uma festa para qualquer sensitivo. Uma desgraça para um rei tentando se concentrar.

As energias estavam embaralhadas, confundindo até mesmo Lúcifer.

Ele sentia seus concubinos por ali. Sim. Eles estavam próximos. Mas onde, exatamente?

Ora, ele era o Rei do Inferno. Não o Criador. E se tivesse GPS celestial, estaria quebrado há milênios.

— “Shopping.” — decidiu ele, já caminhando pela calçada.

Porque onde há pecado em abundância, há consumo.

E onde há consumo em massa, há um templo sagrado: o shopping.

Ginza Six.

O mais luxuoso de Tóquio.

Um palácio moderno da vaidade. Mármore reluzente. Escadas rolantes que pareciam passarelas. Lojas de marcas que soam como feitiços caros. Pessoas com roupas que gritam “sou melhor que você” — e estavam dispostas a pagar caro por isso.

Era perfeito. Era ridículo. Era divino.

Lúcifer adentrou o local como se fosse o dono (e quem sabe não era?).

Seus olhos percorreram o ambiente. Perfumes, roupas, maquiagens, jóias, champanhe artesanal, lingeries de ouro.

E então ele o viu.

Ah... o Orgulho.

Lá estava ele.

Uma figura esbelta, etérea, com um porte tão impecável que até as vitrines refletiam melhor quando ele passava.

Alto, mas não tanto quanto Lúcifer — algo em torno de 1,85m.

Corpo andrógino, de curvas suaves, postura perfeita, e uma leveza no caminhar que parecia milimetricamente coreografada. Um rosto fino, traços delicados, nariz aristocrático, lábios rosados e olhos puxados, delineados com perfeição. Sua pele? Alva, luminosa, praticamente retocada com luz divina.

Cabelos longos e sedosos, de um tom loiro platinado quase branco, lisos até o meio das costas, com uma franja levemente inclinada cobrindo parte da testa.

Vestia uma blusa de seda levemente translúcida em tom creme com babados finos no colarinho, calça skinny preta de alfaiataria com salto baixo dourado — sim, salto. Andava como um modelo em desfile, mas com o desdém de quem acha que todos ao redor são figurantes na sua vida perfeita.

Estava diante de uma loja da Gucci, observando um colar com cristais que refletiam sua beleza de mil ângulos.

— “Tsc...” — Lúcifer pigarreou — “Você aí.”

A voz não precisou ser alta. Apenas... imperativa.

O Orgulho congelou. E então... sorriu.

Aquele sorriso. Arrogante, belíssimo, cheio de certeza.

Virou-se lentamente, os olhos brilhando em satisfação.

— “Lúcifer...” — suspirou ele, os lábios se curvando em êxtase puro.

Em segundos, correu com graça dramática e se atirou nos braços do Rei.

— “Aaaah, eu sabia! Eu fui o primeiro, né? Eu fui o primeiro a ser encontrado, não fui?! Eu sabia que você se importava. Oh, meu amor... que saudade da sua cara de tédio demoníaco.”

Lúcifer revirou os olhos, segurando o corpo leve como pluma do concubino.

Sua voz saiu em um tom baixo, irritado:

— “O que deu na cabeça de vocês pra saírem do Inferno? Sem aviso? Sem permissão? Sem NADA?”

O Orgulho riu, sem vergonha na cara.

— “Ah, a gente só queria passear... ver o mundo, saciar uns pecados pessoais. Você sabe como é.”

— “Vocês têm castelos inteiros pra isso. Reinos. Uma legião de almas gritando de dor sob seus pés.” — retrucou Lúcifer, seco. — “E mesmo assim, quiseram vir aqui?”

O Orgulho, claro, ergueu o queixo com altivez.

— “É diferente. Aqui tem... possibilidades. Onde mais a gente vê pecadores e salvadores dividindo fila na Starbucks? Tem um charme na tragédia cotidiana. E eu... eu precisava ver o reflexo do meu ego em vitrines humanas.”

Ele voltou a se grudar em Lúcifer como um gato mimado.

— “Mas agora que você me encontrou... podemos ir buscar os outros, né? Anda. Anda, vamos! Quero ver a cara do Inveja quando souber que eu fui o primeiro a ser encontrado!”

Lúcifer suspirou. Profundamente.

— “Vai ser uma longa noite.”

E com o Orgulho agarrado ao seu braço como um broche reluzente de vaidade, Lúcifer saiu do shopping, já sentindo os próximos pecados se agitarem pelas ruas caóticas de Tóquio...

(Continua...)

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