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Eu Sou Um Zumbi

Capítulo 1: A Sombra que Mudou Tudo

A vila de Kawa no Mura era um lugar de beleza serena, mas também de mistérios profundos.

Localizada no vale entre montanhas imponentes, a vila era cercada por florestas densas e banhada por um rio cristalino que serpenteava pelos campos de arroz.

Na primavera, as cerejeiras floresciam, pintando a paisagem de tons rosados, e no outono, as folhas das árvores se transformavam em um mosaico de vermelhos, laranjas e amarelos.

Era um lugar que parecia saído de um conto de fadas, mas a realidade para seus habitantes era bem diferente.

Taro, uma criança de dez anos, era um dos muitos moradores da vila.

Ele vivia em uma pequena cabana de madeira com seus pais: Kurokawa Haruto, um samurai orgulhoso do clã Kurokawa, e Aiko, uma ex-monja budista que havia abandonado o templo para se casar com Haruto.

Taro carregava em seu sangue a herança de dois mundos: a disciplina e a honra dos samurais e a compaixão e a sabedoria do budismo.

Sua vida era uma constante oscilação entre esses dois extremos.

De manhã, ele treinava com seu pai, aprendendo a manejar a espada e a seguir o código do Bushido.

À tarde, ele meditava no templo com sua mãe, refletindo sobre a impermanência da vida e a importância da paz interior.

Taro admirava ambos os lados de sua herança, mas muitas vezes se sentia dividido, como se não pertencesse completamente a nenhum dos dois mundos.

Naquela noite, Taro estava voltando para casa após uma longa sessão de meditação no templo. Ele não estava sozinho.

Junto dele estava Riku, seu melhor amigo, um garoto esperto e brincalhão que sempre o acompanhava em suas aventuras, e Yumi, uma menina corajosa e determinada que sonhava em se tornar uma curandeira como sua avó.

Os três caminhavam juntos, conversando sobre o festival que aconteceria na vila no final da semana.

"Eu ouvi dizer que haverá fogos de artifício este ano," disse Riku, seus olhos brilhando de empolgação.

"E também uma competição de arco e flecha," acrescentou Yumi, que sempre gostava de desafios.

Taro sorriu, mas sua atenção foi desviada por algo à frente.

No meio do caminho, havia uma figura escura, quase como uma sombra, mas com uma presença palpável.

Era alta e esguia, com contornos que pareciam se dissolver e se reformar constantemente.

Seus olhos — se é que podiam ser chamados de olhos — brilhavam com uma luz vermelha e fria.

"O que é aquilo?" perguntou Riku, sua voz tremendo levemente.

"É só uma ilusão," disse Yumi, tentando parecer corajosa, mas sua voz traía o medo que sentia.

A sombra começou a se mover em direção a eles, deslizando suamentemente sobre o chão, sem fazer barulho.

Taro sentiu um frio percorrer sua espinha. Ele sabia que aquilo não era natural.

Puxou sua espada de madeira e se posicionou à frente de seus amigos.

"Fiquem atrás de mim," ordenou ele, tentando soar confiante.

A sombra parou a poucos metros deles e então, sem aviso, atacou.

Movendo-se como uma serpente, ela envolveu Taro em um abraço gelado.

Ele tentou gritar, mas sua voz foi abafada. Sentiu uma dor aguda em seu peito, como se algo estivesse sendo arrancado de dentro dele.

Quando a sombra finalmente se afastou, Taro caiu de joelhos, ofegante.

"Taro!" gritou Yumi, correndo para ajudá-lo.

"Estou bem," ele murmurou, mas sabia que não era verdade. Algo havia Mudado.

Ele se sentia... diferente.

Riku olhou para a sombra, que agora parecia estar se dissipando no ar.

"O que foi aquilo?" perguntou ele, sua voz cheia de pavor.

A sombra emitiu um som que poderia ser interpretado como uma risada, baixa e ecoante.

"Você carrega minha marca agora," sussurrou uma voz que parecia vir de todos os lados ao mesmo tempo. "Logo, você será como eu."

E então, a sombra desapareceu, deixando apenas o silêncio da floresta.

Capítulo 2: A Transformação

Na manhã seguinte,Taro acordou se sentindo estranho.

Sua pele estava pálida e fria, e ele sentia uma fome insaciável.

Quando se olhou no espelho, viu que seus olhos estavam vermelhos e brilhantes, como os da sombra que encontrara na noite anterior.

Ele tentou esconder sua condição dos pais, mas logo percebeu que isso seria impossível.

Sua pele continuava a ficar mais cinzenta a cada dia, e a fome por... algo que ele não conseguia definir crescia dentro dele.

Ele sabia que precisava de ajuda, mas para quem poderia recorrer? Os samurais certamente o matariam se descobrissem o que ele havia se tornado, e os monges provavelmente tentariam exorcizá-lo.

Foi então que Taro se lembrou do amuleto que sua mãe lhe dera.

Ele o examinou cuidadosamente, notando inscrições antigas que pareciam combinar símbolos samurais e budistas.

Talvez o amuleto fosse a chave para entender sua nova condição.

Decidido a encontrar respostas, Taro partiu em uma jornada para o Monte Kurai, um lugar que seu pai sempre dizia ser habitado por espíritos e feiticeiros.

Ele sabia que a viagem seria perigosa, mas não tinha escolha.

Se quisesse entender o que estava acontecendo com ele, precisaria enfrentar seus medos e descobrir a verdade por trás do amuleto.

A Partida

Taro preparou-se em silêncio, reunindo alguns suprimentos: um pouco de arroz, uma garrafa de água e uma capa para se proteger do frio.

Ele olhou para o amuleto, que agora pendia de um cordão em seu pescoço, e sentiu uma estranha energia pulsando em seu peito.

Antes de partir, ele deixou uma carta para seus pais, explicando que precisava fazer uma jornada para "encontrar a si mesmo".

Ele sabia que era uma explicação vaga, mas era o melhor que podia fazer sem revelar sua condição.

Ao sair de casa, Taro foi surpreendido por Riku e Yumi, que o esperavam do lado de fora.

"Onde você pensa que vai?" perguntou Riku, cruzando os braços.

"Você não pode simplesmente desaparecer assim," acrescentou Yumi, com um olhar de preocupação.

Taro hesitou, mas sabia que não podia mentir para seus amigos.

Ele contou-lhes sobre a sombra, sobre a transformação que estava ocorrendo em seu corpo e sobre o amuleto.

Riku e Yumi ficaram em silêncio por um momento, mas então Riku deu um passo à frente.

"Nós vamos com você," disse ele, determinado.

"Você não pode enfrentar isso sozinho," concordou Yumi.

Taro sentiu um peso ser tirado de seus ombros. Ele sabia que a jornada seria perigosa, mas ter seus amigos ao seu lado o encheu de esperança.

A Floresta Assombrada

O caminho para o Monte Kurai levava-os através de uma densa floresta, conhecida como Mori no Yami (A Floresta das Sombras).

Diziam que a floresta era habitada por espíritos malignos e criaturas sobrenaturais.

Taro e seus amigos avançavam com cuidado, seguindo o mapa que estava gravado no amuleto.

À medida que penetravam mais fundo na floresta, o ambiente ficava cada vez mais sombrio.

As árvores pareciam se inclinar sobre eles, e o ar estava carregado de uma energia pesada.

De repente, ouviram um som estranho: um gemido baixo e prolongado, como se algo estivesse sofrendo.

"O que foi isso?" sussurrou Riku, seus olhos arregalados de medo.

"Fiquem juntos," disse Taro, segurando sua espada de madeira com firmeza.

E então, eles viram.

Das sombras, surgiram figuras esguias e desfiguradas, com olhos brilhantes e bocas distorcidas em gritos silenciosos.

Eram espíritos perdidos, almas atormentadas que vagavam pela floresta em busca de paz.

"O que fazemos?" perguntou Yumi, sua voz tremendo.

Taro olhou para o amuleto, que agora brilhava suavemente.

Ele sentiu uma estranha conexão com os espíritos, como se pudesse sentir sua dor e sua angústia.

Inspirou fundo e fechou os olhos, concentrando-se nas lições de meditação que sua mãe lhe ensinara.

"Eu entendo vocês," disse ele, em voz baixa. "Eu sei que estão sofrendo. Mas vocês não precisam mais vagar por aqui."

Os espíritos pararam, olhando para Taro com uma mistura de surpresa e esperança.

Ele continuou a falar, sua voz cheia de compaixão, até que, um por um, os espíritos começaram a se dissipar, transformando-se em luzes brilhantes que subiam em direção ao céu.

Riku e Yumi olharam para Taro, impressionados.

"Como você fez isso?" perguntou Yumi.

Taro olhou para o amuleto, que agora brilhava mais intensamente.

"Eu acho que o amuleto me deu essa habilidade," disse ele.

"Mas também foi a compaixão que aprendi com minha mãe."

O Encontro com o Feiticeiro

Após atravessar a floresta, Taro e seus amigos finalmente chegaram ao pé do Monte Kurai.

No topo da montanha, havia uma caverna escura e sinistra, onde, segundo as lendas, vivia um poderoso feiticeiro.

Ao entrarem na caverna, foram recebidos por uma voz ecoante.

"Quem ousa perturbar meu descanso?"

Taro avançou, segurando o amuleto.

"Eu sou Taro, filho de Kurokawa Haruto e Aiko. Fui amaldiçoado por uma sombra e preciso de sua ajuda para entender essa maldição."

Das sombras, emergiu uma figura alta e magra, vestida com robes negros e segurando um cajado adornado com símbolos antigos.

Era o feiticeiro, Kurotsuki, conhecido por seu conhecimento das artes das trevas.

"Ah, o amuleto de Aiko," disse Kurotsuki, seus olhos brilhando com interesse.

"Ela sempre foi uma mulher sábia. Mas você sabe o que essa maldição significa?"

Taro hesitou, mas então olhou para seus amigos e sentiu uma determinação renovada.

"Eu sei que ela me deu um poder, mas também uma fome que não consigo entender.

Eu quero saber como usá-lo para o bem."

Kurotsuki sorriu, revelando dentes afiados.

Muito bem!

Mas esteja avisado: o caminho à frente será cheio de desafios.

A sombra que te amaldiçoou não é uma entidade comum.

Ela é um fragmento de um ser muito mais antigo e poderoso. Para controlar esse poder, você precisará enfrentar sua própria escuridão interior.

Capítulo 3: O Sistema Naobito

Após o encontro com o feiticeiro Kurotsuki, Taro e seus amigos deixaram a caverna e acamparam ao pé do Monte Kurai.

A noite estava fria, e o céu estrelado parecia observar cada movimento deles.

Taro sentia o amuleto pulsar em seu peito, como se estivesse vivo.

Ele ainda não entendia completamente o que Kurotsuki quis dizer com "enfrentar sua própria escuridão interior", mas sabia que algo dentro dele estava mudando.

Enquanto se preparavam para dormir, Taro começou a sentir uma estranha sensação, como se algo estivesse se despertando em sua mente.

De repente, ele ouviu uma voz suave, quase como um sussurro, que vinha de dentro dele.

"Bem-vindo, Taro. Você foi escolhido."

Ele olhou em volta, mas Riku e Yumi estavam ocupados preparando o acampamento e não pareciam ter ouvido nada.

"Quem está falando?" perguntou Taro em voz baixa.

"Sou o Sistema Naobito," respondeu a voz.

Eu fui ativado pela maldição que você carrega. A partir de agora, cada decisão que você tomar terá consequências.

Você pode escolher o caminho da luz ou o caminho das sombras.

"A escolha é sua!"

Taro ficou confuso. "O que isso significa?"

"Você logo entenderá," disse a voz.

"Mas lembre-se: cada ato de bondade fortalecerá sua conexão com a luz, enquanto cada ato de egoísmo ou crueldade o aproximará das sombras.

No final, você se tornará aquilo que escolher ser."

Antes que Taro pudesse responder, a voz desapareceu, deixando-o com mais perguntas do que respostas.

A Interface Mental

Na manhã seguinte,Taro acordou com uma sensação estranha.

Ele sentia como se houvesse uma tela invisível em sua mente, mostrando informações que só ele podia ver.

Era o Sistema Naobito, que agora parecia estar completamente ativado.

A “interface” mental era simples, mas intrigante.

Havia uma barra de progresso dividida em duas partes: uma marcada como Luz e outra como Sombra.

No momento, ambas estavam equilibradas, mas Taro sabia que isso poderia mudar rapidamente.

"Como eu uso isso?" perguntou Taro mentalmente, tentando não chamar a atenção de seus amigos.

"Você já está usando," respondeu Naobito.

"Cada escolha que você fizer será registrada aqui. Mas cuidado: o sistema não é perfeito.

Às vezes, ele pode falhar ou interpretar suas ações de maneira incorreta."

"Falhar? Como assim?" perguntou Taro, preocupado.

"Você verá," disse Naobito, enigmaticamente.

A Primeira Escolha

Enquanto o grupo continuava sua jornada em direção ao vale abaixo do Monte Kurai, Taro começou a perceber que o Sistema Naobito estava sempre observando.

Cada pequena decisão, desde ajudar Yumi a carregar sua mochila até compartilhar sua água com Riku, era registrada na barra de progresso.

No entanto, a primeira escolha real veio quando eles ouviram gritos vindos de uma clareira próxima.

Taro e seus amigos se esconderam atrás de algumas árvores e observaram.

Um grupo de bandidos estava atacando uma caravana de mercadores.

Os bandidos eram brutais, rindo enquanto roubavam os pertences dos mercadores e os ameaçavam com espadas.

"O que fazemos?" sussurrou Riku, seu rosto pálido de medo.

"Podemos tentar ajudá-los," sugeriu Yumi, segurando firmemente seu bastão de caminhada.

Taro sentiu o amuleto pulsar em seu peito.

Ele sabia que essa era sua primeira escolha real desde que o Sistema Naobito foi ativado.

Ele poderia intervir e tentar salvar os mercadores, arriscando sua vida e a de seus amigos, ou poderia seguir em frente, evitando o conflito.

"Vamos ajudá-los," disse Taro, decidido. "Não podemos deixar que isso aconteça."

Riku e Yumi concordaram, e os três avançaram em direção à clareira.

Taro sentiu uma onda de energia percorrer seu corpo, como se o Sistema estivesse observando cada movimento dele.

A Batalha na Clareira

Os bandidos não esperavam por uma intervenção. Quando Taro e seus amigos apareceram, eles ficaram surpresos, mas logo recuperaram a compostura e atacaram.

Taro usou sua espada de madeira com habilidade, desviando dos golpes dos bandidos e contra-atacando com precisão.

Riku, apesar de seu medo, usou sua agilidade para distrair os bandidos, enquanto Yumi usou seu bastão para defender os mercadores.

Durante a batalha,Taro sentiu algo estranho.

Cada vez que ele desviava de um golpe ou ajudava um dos mercadores, uma luz suave emanava de seu corpo.

Mas quando um dos bandidos caiu no chão, ferido, Taro sentiu uma tentação estranha.

Ele poderia acabar com a vida do bandido, garantindo que ele nunca mais causaria mal a ninguém, ou poderia poupá-lo, mostrando compaixão.

O Sistema Naobito sussurrou em sua mente: "Escolha com sabedoria, Taro. Cada decisão moldará seu destino."

Taro olhou para o bandido ferido, que agora estava de joelhos, suplicando por misericórdia. Ele respirou fundo e baixou sua espada.

"Vá embora," disse Taro. "E nunca mais volte a fazer isso."

O bandido, surpreso, fugiu para a floresta, deixando para trás seus companheiros, que logo seguiram o exemplo.

As Consequências

Após a batalha, os mercadores agradeceram a Taro e seus amigos, oferecendo-lhes comida e suprimentos como recompensa.

Taro sentiu uma sensação de realização, mas também percebeu que algo havia mudado dentro dele.

O amuleto em seu peito brilhava mais intensamente, e ele sentiu que havia fortalecido sua conexão com a luz.

No entanto, o Sistema Naobito sussurrou novamente: "Você escolheu o caminho da compaixão.

Mas lembre-se: nem todas as escolhas serão tão claras.

Às vezes, o bem e o mal se confundem."

Taro olhou para seus amigos, que estavam comemorando a vitória, e sentiu um peso em seu coração.

Ele sabia que essa era apenas a primeira de muitas escolhas difíceis que teria que enfrentar.

As Falhas do Sistema

Mais tarde, enquanto o grupo descansava, Taro decidiu testar o Sistema Naobito.

Ele pegou uma maçã e a dividiu em três partes, dando uma para Riku e outra para Yumi.

Ele esperava que o sistema registrasse isso como um ato de bondade, mas, para sua surpresa, a barra de Sombra aumentou levemente.

"O que aconteceu?" perguntou Taro mentalmente.

"O sistema interpretou sua ação como um ato de egoísmo," explicou Naobito.

"Você manteve a maior parte da maçã para si mesmo."

"Isso não faz sentido!" protestou Taro.

"O sistema não é perfeito," disse Naobito.

"Ele pode falhar ou interpretar suas ações de maneira incorreta. Cabe a você decidir se confia nele ou não."

Taro suspirou, frustrado.

Ele percebeu que o Sistema Naobito não era uma ferramenta infalível, mas sim um guia imperfeito que exigia discernimento e sabedoria.

Após o incidente com a maçã, Taro começou a questionar o Sistema Naobito.

Ele percebeu que, embora o sistema fosse uma ferramenta poderosa, não era infalível.

Suas falhas poderiam levar a interpretações equivocadas de suas ações, e isso o deixava inseguro.

Como ele poderia confiar em algo que nem sempre entendia suas intenções?

Enquanto o grupo continuava sua jornada, Taro decidiu testar o sistema novamente.

Desta vez, ele encontrou um coelho ferido na floresta.

O animal estava com uma pata presa em uma armadilha, e Taro sentiu uma onda de compaixão.

Ele se ajoelhou ao lado do coelho e cuidadosamente libertou-o da armadilha.

"Você está bem agora," sussurrou Taro, acariciando o coelho antes de soltá-lo na floresta.

Imediatamente, ele sentiu o amuleto pulsar em seu peito e viu a barra de Luz no sistema aumentar levemente.

No entanto, para sua surpresa, a barra de Sombra também aumentou.

"Por que a barra de Sombra aumentou?" perguntou Taro mentalmente, confuso.

"O sistema interpretou sua ação como uma interferência no curso natural da vida," explicou Naobito.

"O coelho poderia ter sido uma presa para outro animal, e ao salvá-lo, você alterou o equilíbrio da natureza."

"Isso é ridículo!" protestou Taro. "Eu só queria ajudar."

"O sistema não julga suas intenções, apenas suas ações," respondeu Naobito.

"Cabe a você decidir se está disposto a aceitar as consequências de suas escolhas."

Taro suspirou, frustrado.

Ele começou a perceber que o Sistema Naobito era mais complexo do que imaginava.

Não se tratava apenas de escolher entre o bem e o mal, mas de entender as nuances de cada decisão e suas repercussões.

O Encontro com o Viajante Misterioso

No final da tarde, o grupo encontrou um viajante idoso sentado à beira do caminho.

Ele parecia cansado e faminto, com roupas esfarrapadas e um olhar perdido.

Taro sentiu uma onda de compaixão e decidiu ajudá-lo.

"Senhor, você está bem?" perguntou Taro, aproximando-se cuidadosamente.

O viajante olhou para ele com olhos cansados. "Estou apenas descansando, jovem.

Mas agradeço sua preocupação."

Taro ofereceu ao viajante um pouco de sua água e um pedaço de pão.

O homem aceitou com gratidão, e Taro sentiu o amuleto pulsar novamente.

Desta vez, a barra de Luz aumentou significativamente, enquanto a barra de Sombra permaneceu inalterada.

"Finalmente, algo que o sistema entendeu corretamente," pensou Taro, aliviado.

No entanto, enquanto o grupo se preparava para seguir viagem, o viajante olhou para Taro com um olhar penetrante.

"Você carrega uma grande responsabilidade, jovem," disse ele.

"Mas cuidado: nem tudo é o que parece. O caminho que você escolher moldará não apenas seu destino, mas o destino de muitos outros."

Antes que Taro pudesse responder, o viajante desapareceu, deixando para trás apenas uma leve névoa e um silêncio perturbador.

"O que foi isso?" perguntou Riku, olhando em volta, confuso.

"Eu não sei," respondeu Taro, sentindo um frio percorrer sua espinha.

"Mas acho que ele não era um viajante comum."

A Escolha Difícil

À noite, enquanto o grupo acampava, Taro decidiu explorar mais o Sistema Naobito.

Ele fechou os olhos e concentrou-se na interface mental, tentando entender como funcionava.

Ele percebeu que havia uma seção chamada Habilidades, que estava bloqueada.

"O que são essas habilidades?" perguntou Taro mentalmente.

"São poderes que você pode desbloquear à medida que avança no sistema," explicou Naobito.

"No entanto, cada habilidade tem um custo.

Algumas exigem que você se aproxime mais da Luz, enquanto outras requerem que você mergulhe nas Sombras."

Taro ficou intrigado.

Ele queria saber mais, mas sabia que não poderia desbloquear nenhuma habilidade até que fizesse escolhas mais significativas.

No dia seguinte, o grupo encontrou uma pequena vila que havia sido atacada por bandidos.

As casas estavam queimadas, e os moradores estavam desesperados.

Taro e seus amigos decidiram ajudar, distribuindo comida e água para os sobreviventes.

No entanto, enquanto ajudavam, Taro ouviu um gemido vindo de uma das casas destruídas.

Ele entrou e encontrou um bandido ferido, preso sob os escombros.

O homem estava gravemente ferido e mal conseguia respirar.

"Por favor... ajude-me..." sussurrou o bandido, estendendo uma mão trêmula.

Taro hesitou.

Ele sabia que o bandido era responsável pelo sofrimento da vila, mas também sabia que deixá-lo morrer seria uma decisão cruel.

Ele olhou para o Sistema Naobito e viu que a barra de Luz e a barra de Sombra estavam tremulando, como se o sistema estivesse indeciso.

"O que eu faço?" perguntou Taro mentalmente.

"Essa é uma escolha que só você pode fazer," respondeu Naobito.

"Mas lembre-se: cada decisão tem consequências."

Taro respirou fundo e decidiu ajudar o bandido.

Ele chamou Riku e Yumi, e juntos conseguiram libertar o homem dos escombros.

No entanto, assim que o bandido foi libertado, ele puxou uma faca e tentou atacar Taro.

Riku reagiu rapidamente, desarmando o bandido e o imobilizando.

Taro ficou chocado, mas também sentiu uma onda de alívio por não ter sido ferido.

"Você viu?" disse Riku, olhando para Taro com reprovação.

"Ele não merecia sua ajuda."

Taro olhou para o bandido, que agora estava sendo amarrado pelos moradores da vila, e sentiu um peso em seu coração.

Ele sabia que sua decisão de ajudar o bandido havia sido correta, mas também entendia que nem sempre as boas ações são recompensadas.

As Consequências

Após o incidente, Taro percebeu que a barra de Luz no Sistema Naobito havia aumentado, mas a barra de Sombra também havia subido levemente.

Ele ficou confuso.

"Por que a barra de Sombra aumentou?" perguntou Taro mentalmente.

"O sistema interpretou sua ação como um risco desnecessário," explicou Naobito.

"Ao ajudar o bandido, você colocou a si mesmo e seus amigos em perigo."

"Isso não é justo," protestou Taro.

"Eu só queria fazer a coisa certa."

"O sistema não julga suas intenções, apenas suas ações," respondeu Naobito.

"Cabe a você decidir se está disposto a aceitar as consequências de suas escolhas."

Taro suspirou, frustrado.

Ele começou a perceber que o Sistema Naobito era mais complexo do que imaginava.

Não se tratava apenas de escolher entre o bem e o mal, mas de entender as nuances de cada decisão e suas repercussões.

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