Seok Jin
Idade: 18 anos
Profissão: Estudante e trabalhador de mercado
Seok Jin é um jovem tímido, gentil e com um espírito nerd. Apesar de sua natureza reservada, sempre se esforça para ajudar os outros ao seu redor, seja no trabalho ou na escola. Ele gosta de passar o tempo estudando e se aprofundando em suas paixões, mas não gosta de se destacar. Sua timidez pode fazer com que se perca em um mundo de livros e tarefas diárias, mas sua bondade é sempre evidente para aqueles que o conhecem.
Do Hyun
Idade: 27 anos
Profissão: Mafioso, Gangster
Do Hyun é um homem de presença imponente, com 27 anos, que cresceu nas ruas e se tornou um mafioso respeitado e temido. Sua frieza e comportamento grosso são sua assinatura, algo que ele usa para afastar aqueles que podem tentar se aproximar demais. Sempre sério e calculista, ele raramente mostra emoção, exceto quando é necessário demonstrar seu poder. Com um olhar penetrante e uma postura dominante, ele comanda seu território com mão de ferro. No fundo, Do Hyun tem seus próprios códigos e princípios, mas são raros os que conseguem perceber a humanidade por trás de sua fachada. Para ele, o mundo é uma guerra constante, e a lealdade é um bem raro e valioso.
Seokjin nunca foi do tipo que gostava de se envolver em confusão. Seu mundo era pequeno, limitado às ruas sombrias onde o mercado era sua única constante. A rotina não mudava: acordava, ia para a escola, e, à noite, assumia seu posto de caixa no mercado, atendendo os clientes que apareciam em horários incomuns. A vida de Seokjin era uma repetição confortável. Até aquela noite.
Era quase meia-noite quando ele terminou mais uma jornada de trabalho, seus olhos já pesando de sono. O mercado estava vazio, com apenas algumas luzes fluorescentes piscando e iluminando as prateleiras. Como sempre, ele sabia exatamente o que iria pegar: um maço de cigarros, uma garrafa de vodka e outra de whisky. Nada de novo, nada de diferente. Era o mesmo ritual, dia após dia.
Mas quando entrou no corredor das bebidas, algo chamou sua atenção. Do Hyun estava ali.
Seokjin parou, seus passos hesitaram. Do Hyun, com sua presença imponente, estava à frente da prateleira de destilados, seus olhos frios fixos em uma garrafa. Ele não parecia estar procurando nada em particular, mas sua presença era suficiente para fazer o ambiente ficar tenso.
Seokjin tentou ignorá-lo, fingindo que nada estava acontecendo. Mas algo o incomodava. O homem era estranho — imerso na escuridão da madrugada, com uma aura de perigo que ninguém ali poderia sentir, mas ele sim. Seokjin sabia que Do Hyun não era apenas um cliente comum.
“Você vai levar alguma coisa ou vai ficar aí olhando para as garrafas?” a voz rouca de Do Hyun cortou o silêncio, fazendo Seokjin se encolher um pouco. Ele nunca foi bom com pessoas assim. Não sabia como lidar com essa frieza, com essa energia cortante.
“Eu... só vou pegar o que preciso e sair,” Seokjin respondeu, evitando olhar diretamente para ele. Seus dedos estavam ligeiramente trêmulos enquanto pegava a vodka e o whisky, mas não era só isso que o fazia se sentir estranho. Era o modo como Do Hyun o observava, como se estivesse calculando cada movimento seu.
Do Hyun deu um passo à frente, parando bem ao lado de Seokjin. O cheiro de tabaco e couro se misturou com o álcool no ar, tornando o ambiente ainda mais abafado. “Você está sempre aqui a essa hora?” ele perguntou com desinteresse, mas o tom de sua voz não deixava dúvida de que ele estava mais interessado do que queria demonstrar.
Seokjin sentiu o peso das palavras, mesmo que não fossem agressivas. “Sim. Eu... trabalho aqui. E você, o que quer aqui a essa hora?”
Do Hyun riu, um som baixo e sem emoção. “Eu só quero uma bebida e um pouco de paz. Mas parece que o destino me trouxe até você.” Ele deu um olhar rápido a Seokjin, seus olhos negros e penetrantes estudando-o como se fosse uma peça de xadrez em um tabuleiro.
Seokjin não sabia como reagir. Não estava acostumado a esse tipo de interação, especialmente com alguém como Do Hyun. Algo sobre ele parecia desajustado, fora do lugar, como se fosse uma tempestade prestes a desabar.
Antes que Seokjin pudesse dizer mais alguma coisa, Do Hyun já se afastava, indo em direção ao balcão para pagar. Seokjin ficou ali, parado, com os olhos fixos no homem que já começava a sair pela porta.
O som da campainha ao fundo foi o único que restou, enquanto a figura de Do Hyun desaparecia na escuridão da noite.
Seokjin ficou em silêncio, sentindo a tensão ainda no ar. Ele sabia que aquela não seria a última vez que veria Do Hyun. Algo naqueles olhos dizia que suas vidas estavam prestes a se entrelaçar de uma maneira que ele não poderia compreender.
O som do registrador de caixa foi o único que ecoou pela loja quando Seokjin passou as compras de Do Hyun. O homem colocou as garrafas e os cigarros na bancada, sua expressão intocável, sem emoção alguma. Seokjin, com sua natureza tímida, tentou se manter o mais profissional possível, mas as palavras escaparam antes que ele pudesse se controlar.
"Você sempre vem comprar as mesmas coisas... todas as sextas-feiras e sábados," Seokjin comentou em voz baixa, sua timidez transparecendo. Ele sabia que o homem era uma presença constante, mas não imaginava que isso o faria sentir uma estranha curiosidade. Era como se ele estivesse preso em um ciclo, observando Do Hyun com os olhos atentos, sem saber por que, mas sem conseguir desviar o olhar.
Do Hyun apenas o encarou por um segundo, seus olhos frios como gelo. Não havia um sorriso, nem um gesto amigável. Ele não parecia nem se importar com o comentário de Seokjin. "É só o que eu preciso," disse ele de forma simples, sua voz rouca e desinteressada. "Agora, me deixe em paz."
Seokjin, embora surpreso com a resposta direta, não se atreveu a rebater. O clima estava carregado, e ele sabia que não queria desafiar aquela presença imponente. Do Hyun pegou suas coisas e saiu, sem dar mais explicações. Como sempre, ele saía como uma sombra, quase como se nunca tivesse estado ali.
Seokjin suspirou e se virou para limpar a bancada, tentando se concentrar no trabalho, mas sua mente estava longe, onde seus pensamentos se perdiam na figura de Do Hyun. Ele não conseguia tirar a imagem do homem da sua cabeça — sua postura, seu olhar penetrante, aquele ar de mistério que o cercava. Era como se algo o atraísse para ele, algo que Seokjin não conseguia entender.
Quando Do Hyun já estava quase na porta, Seokjin se deu conta de algo: ele ainda não tinha pego seu troco. Correu até a entrada da loja, chamando a atenção do homem que já estava prestes a sair para a rua.
"Senhor, você esqueceu seu troco!" Seokjin gritou, mais alto do que pretendia, mas a urgência em sua voz parecia ter chamado a atenção de Do Hyun. Ele parou, virando-se lentamente para olhar Seokjin, seus olhos agora mais profundos, mais enigmáticos do que nunca.
Do Hyun ficou parado por um momento, observando o jovem. Seus olhos, como se soubessem mais do que deveriam, brilharam brevemente à luz da rua. Não disse nada de imediato, mas algo em seu olhar fez Seokjin se sentir ainda mais nervoso. Era como se, por um breve instante, todo o peso de um mundo sombrio se impusesse sobre ele.
Seokjin ficou parado ali, debaixo daquele olhar gelado, e, por um momento, se perdeu em pensamentos. "Ele é um mafioso... um gangster," pensou, quase sussurrando para si mesmo. "Eu posso sentir isso. Mas... ele é... tão lindo. Tão perigoso e, ainda assim, algo nele me atrai."
O pensamento tomou conta de sua mente de forma inesperada. Ele sempre se considerou alguém normal, um simples jovem que trabalhava em um mercado, mas olhando para Do Hyun, algo em seu coração batia mais forte. Talvez fosse o mistério, talvez fosse o perigo que emanava dele, mas o que Seokjin sentia agora não poderia ser ignorado.
Do Hyun, sem pressa, voltou até ele e pegou o troco. Seus dedos roçaram levemente os de Seokjin, e a eletricidade foi imediata. O olhar dele ainda mantinha aquela distância, mas havia algo ali que Seokjin não conseguia identificar — algo entre o ameaçador e o fascinante.
"Eu não preciso disso," Do Hyun disse, seus olhos fixos em Seokjin, sua voz mais suave, mas ainda assim cortante. "Fica com o troco."
Seokjin não sabia como reagir, mas antes que pudesse dizer algo, Do Hyun já se afastava, desaparecendo na escuridão da noite, como se fosse apenas mais uma sombra, mais um mistério a ser desvendado.
Ele ficou ali, imóvel, olhando a porta fechando-se atrás do homem, sentindo um misto de confusão e desejo que não sabia como lidar. Seu coração batia acelerado, e algo dentro dele sabia que aquilo era apenas o começo. O começo de algo que, embora perigoso e desconhecido, o atraía de uma forma que ele nunca imaginou.
Seokjin acordou com o som estridente de marteladas e barulho de máquinas vindo de algum lugar perto de sua janela. Ele se revirou na cama, cobrindo os ouvidos com o travesseiro, mas não adiantava. O som parecia só aumentar. Olhou para o relógio — 6 horas da manhã. O sol ainda não estava completamente alto, e ele mal havia conseguido descansar a noite inteira. Suspirou, cansado de tentar ignorar o barulho.
"Eu não acredito... eles estão fazendo obra tão cedo?" Seokjin murmurou para si mesmo, batendo a mão na cama com preguiça. Ele estava exausto, e a ideia de levantar logo naquele horário parecia impensável. Mas, depois de um momento, ele não aguentou mais. Se a obra fosse continuar, ele não conseguiria mais dormir.
Com um suspiro irritado, se levantou da cama e vestiu o primeiro casaco que encontrou. Caminhou até a janela, abriu a cortina e viu uma pequena construção em andamento no prédio ao lado. O barulho era ensurdecedor. Não suportando mais, ele decidiu fazer algo que normalmente evitava: descer até o andar de cima e reclamar.
Ele subiu as escadas, seu corpo ainda pesado da falta de sono. A cada degrau, o barulho parecia se intensificar, tornando-se quase insuportável. Quando chegou à porta do apartamento vizinho, não hesitou. Bateu com força, irritado, tentando fazer com que a pessoa dentro ouvisse e, finalmente, parasse com o barulho.
"Ei! São 6 horas da manhã! Que barulho é esse essa hora?" Seokjin gritou, sua voz um pouco mais alta do que pretendia. Ele estava tão cansado e irritado que não pensou nas consequências de ser tão direto. "Pelo amor de Deus, não dá pra ter um pouco de paz?"
O som do martelo parou subitamente, e o silêncio tomou conta por um breve momento. Seokjin ficou ali, esperando que a porta fosse aberta. A tensão no ar era palpável. Ele estava quase pronto para continuar gritando quando a porta finalmente se abriu.
Do Hyun apareceu na porta, os olhos ainda pesados de sono, mas com um olhar afiado e penetrante, como se tivesse acordado de um pesadelo. Seus cabelos estavam bagunçados, o semblante fechado, e a expressão no rosto indicava claramente que ele não estava nada feliz com a visita inesperada. Ele olhou para Seokjin com um olhar de desdém, como se estivesse tentando processar o que acabara de acontecer.
Seokjin, surpreso, olhou para ele. Seus olhos se encontraram por um momento, e um calafrio percorreu sua espinha. Ele não acreditava que era ele, Do Hyun, que estava do outro lado da porta. O homem que ele tinha encontrado no mercado ontem à noite. O mafioso. O enigma.
"Você... você mora aqui?" Seokjin perguntou, sua voz falhando por um segundo. Ele não tinha ideia do que fazer ou dizer diante da situação. "Você é quem está fazendo todo esse barulho?"
Do Hyun, sem um sorriso, apenas o encarou de cima a baixo, parecendo estar avaliando a situação e a presença de Seokjin na porta. "Sim. E o que você vai fazer sobre isso?" Ele respondeu com uma calma desconcertante, sua voz suave, mas cheia de uma autoridade sutil. Ele não parecia nem um pouco afetado pelo fato de Seokjin estar ali, batendo na sua porta a essa hora da manhã.
O silêncio ficou tenso por alguns segundos, enquanto Seokjin processava as palavras. Como alguém como Do Hyun, com aquela aura de perigo, poderia estar ali, fazendo uma obra tão cedo? Aquilo só deixava a situação ainda mais confusa.
"Não tem como fazer o barulho depois das 9?" Seokjin perguntou, tentando manter a calma. "Eu estou tentando dormir, você sabe?"
Do Hyun olhou para ele, os olhos ainda frios, mas agora com uma leve centelha de algo mais — curiosidade, talvez. Ele não disse nada de imediato. Apenas observou Seokjin por um tempo, como se estivesse avaliando algo, tentando decidir o que fazer com aquele jovem estranho e ousado.
Depois de um momento, ele deu de ombros, com uma expressão quase desinteressada, mas ainda assim, com um leve sorriso de escárnio nos lábios. "Você veio aqui para reclamar do barulho ou para alguma outra coisa?"
Seokjin sentiu suas bochechas corarem involuntariamente. Ele não sabia por que, mas algo naquele sorriso misterioso fez seu coração bater mais rápido. Ele rapidamente desviou o olhar, sentindo um calor estranho subir pelo seu corpo, e balbuciou, tentando manter o foco.
"É só... o barulho, ok?" ele disse rapidamente, sem conseguir encará-lo nos olhos. Ele sabia que deveria sair dali, mas algo o impedia de simplesmente ir embora. Do Hyun, por outro lado, não parecia ter pressa de fechar a porta. Ele ainda observava Seokjin com um olhar intenso e, de algum modo, desafiador.
"Vá embora," Do Hyun disse finalmente, com um tom de voz que deixava claro que a conversa havia terminado. "Eu vou cuidar disso."
Seokjin, sem saber o que fazer, deu alguns passos para trás, ainda atônito pela situação. Quando já estava virando para ir embora, ele lançou um último olhar para Do Hyun, e, em seu peito, algo apertou. "Ele é perigoso," pensou, "mas... ao mesmo tempo, ele me intriga."
E, ao sair dali, ele sabia que o encontro daquela manhã era apenas o começo de algo que ele não poderia mais ignorar.
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