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O Canalha do Meu Chefe É Meu Marido

Megan

Prólogo...

Estava uma noite linda, pelo menos para mim que era uma criança de oito anos e amava ver a chuva cair a noite, ainda amo a propósito. O único som que me incomodava eram as vozes alteradas dos meus pais brigando mais uma vez.

— Por que fez isso comigo, Felicia? Eu fui uma piada para você esse tempo todo! — meu pai grita para minha mãe.

— Seu irmão me seduziu, você estava em mais uma daquelas viagens que seus pais o obrigavam a ir e ficar até dois meses fora de casa… Eu sempre fui sexualmente ativa e você melhor que ninguém sabia disso. Chegou um momento que apenas minha mão não era mais suficiente para mim… Eu estava carente, Gustavo, e ele se aproveitou. — minha mãe gritou de volta.

Eu era apenas uma garotinha e não entendia muito bem aquelas palavras ditas com tanta mágoa e rancor. A chuva estava sendo uma ótima distração, mas os gritos e acusações estavam ficando cada vez mais altos.

— Você foi a vadia dele até que enjoou e te deixou com uma prova da traição… Como fui ingênuo, meu Deus. Eu criei, dei amor ao fruto do pecado de vocês.

— Eu não tive culpa… Fui uma vítima dele igual a você. — nesse momento escuto um estalo alto, como de um tapa muito forte e o silêncio se fez.

Ainda olhando pela janela do meu quarto poucos minutos depois vi um carro encostar e meu pai com duas enormes malas entrou nele sem olhar para trás. Naquele momento queria saber para onde meu pai estava indo, mas aquela noite horrorosa ainda não tinha terminado. Minha mãe entrou em meu quarto acendeu a luz e foi quando vi a marca de uma mão espalmada em seu rosto, estava quase roxo.

— Mamãe, para onde o papai foi? — ela não me respondeu, apenas fez minhas malas e poucos minutos depois estávamos em um carro.

Chegamos em um lugar que eu já tinha visto em filmes, era um convento, o lugar era lindo. Mas por que minha mãe me trouxe para cá no meio da noite depois do que aconteceu entre ela e o papai?

— Megan? — minha mãe se aproxima com uma senhora — Preciso que seja uma boa menina e acompanhe a madre superiora. Você precisa obedecer e ser gentil.

— Mamãe, vai voltar para me buscar? — pergunto já com as lágrimas encharcando meu rosto, mas ela não responde e apenas olha para a madre antes de virar as costas para mim e ir embora sem olhar para trás enquanto eu gritava: — Mamãe? Mamãe?

Fui arrastada pela madre até um quarto cheio de camas enquanto esperneava e gritava pela minha mãe. Ela me colocou lá dentro e trancou a porta, comecei a bater naquela porta e gritar para que me deixassem voltar para minha mãe até ouvir uma voz chorosa igual a minha dizer:

— Não vai adiantar, elas vão te castigar assim como fizeram comigo há duas horas quando minha mãe me deixou aqui. — a menina ruiva da minha altura sai das sombras. — Me chamo Sarah Boonie e tenho oito anos, como você se chama?

— Megan… Megan Foley, também tenho oito anos. — falo limpando as lágrimas do meu rosto.

Sarah caminha na minha direção e segura minha mão me puxando para uma cama ao lado da sua, ela me conta como foi sua vida até chegar ali antes de mim e eu conto a minha para ela. Daquele dia em diante não nos separamos mais, onde uma estava a outra também estava. Passaram dois anos até que um casal apareceu e perguntou se queríamos ter um lar e uma família, fui sincera e disse que onde Sarah estivesse eu também iria e foi assim que fomos adotadas pelo casal Hanniger.

Quando chegamos na mansão logo nos foram apresentados os gêmeos Tom e Axel… Me apaixonei por Tom na mesma hora, eles não eram gêmeos idênticos. Ambos tinham dezesseis anos, mas somente Tom foi gentil e amigável, Axel nem olhou para nós para nos dar um oi.

Nossa criação na mansão foi excelente, aos dezoito descobrimos nossas funções ali e foi quando o meu inferno pessoal fez moradia em minha vida. Eu fui designada para ser conselheira e assistente do pior homem do mundo, Axel Hanniger, o Lúcifer.

Megan

Estou nervosa do lado de fora do escritório dos tios esperando a conversa deles com os filhos acabar, meu nervosismo me impede de parar em um lugar só, mas Sarah me segura pelos ombros me obrigando a parar.

— Se continuar nesse ritmo fura o chão e chega no inferno… Meg, calma, sabe que por mim não tem problema trabalhar com o Axel. Acho ele até engraçado. — ela dá risadas.

— Engraçado? Amiga, se ele fosse um palhaço seria o It, a Coisa. Aonde você vê graça ali?

— Se não fosse pela sua paixão pelo Tom desde que eramos crianças eu diria que está apaixonada pelo Axel.

— Retire a blasfêmia que disse! Retire o que disse! — Sarah continua rindo da situação.

— Tudo bem, eu retiro… Não direi a verdade nunca mais. — não deu para bater nela já que a porta do escritório se abriu e os gêmeos saíram. Sarah se afasta rindo bastante.

— Sarah, venha comigo, precisamos dar inicio em nossa confiança um no outro para começarmos a trabalhar. — Tom fala com Sarah gentil como sempre.

Axel olha para mim e logo vejo aquele sorriso debochado bem familiar, por saber o que esperar dele não consigo me calar, como sempre.

— Nem começa, Axel! O único lugar que eu iria com você seria o inferno para te torturar pessoalmente.

— Santinha, querendo ou não sou seu chefe e já foi designada a mim, aceite que agora teremos que conviver.

— Do seu lado eu teria que sobreviver, seria bem diferente.

— Megan? — a tia me chama e logo entro no escritório ignorando por completo Axel.

Fecho a porta atrás de mim e reverencio a presença dos tios, isso já virou um hábito para mim por mais que eles digam que não é necessário.

— Meu anjo, já sabemos o que vai dizer, mas para Axel sabemos que você é a única que o colocaria na linha por causa de seu temperamento e pulso firme… Além da inteligência e perspicaz. — o tio fala calmo saboreando seu chá.

— Tios, não quero parecer ingrata… Mas pode talvez existir um momento em que eu mate o filho de vocês. — a tia suspira pesadamente, seu olhar repreensível me varre da cabeça aos pés.

— Então não seja ingrata e cumpra o seu trabalho com louvor. Nunca entendeu porque pegamos mais pesado com você do que com Sarah? Em você vimos alguém capaz de colocar nosso irresponsável filho no lugar.

Nesse momento em meu pensamento digo que isso seria obrigação deles e não minha… Mas deixo para lá, abaixo a cabeça e aceito o meu cruel destino. Ao sair da sala vejo aquele idiota sentado a minha espera e quando ele percebe meu olhar de derrota fala com sarcasmo:

— Santinha, vou fazer da sua vida um inferno. Se prepare porque vou te dar trabalho.

Aperto meus dentes com força e ignoro o que ele diz ao me direcionar ao trabalho.

— Senhor Hanniger, temos que ir para a empresa no centro, tem uma nova patente de jogo para ser analisada por nós.

— Quero não! Vou descansar e mais tarde nós vamos para o cassino. É essa parte que quero administrar, deixe a empresa de jogos virtuais para o meu irmão e a assistente dele.

— Deixe de ser arrogante, não somos apenas assistentes de vocês, somos suas conselheiras também e fomos treinadas para tudo pelos melhores conselheiros que a máfia já teve. Vamos para a merda da empresa no centro!

— Santinha insuportável pra caralho!

— Foda-se, seu cretino. — olhamos irritados um para o outro.

Pelos dois anos seguintes, Sarah e eu terminamos os estudos avançados para tecnologia em geral. Tínhamos obrigação de ser mais inteligentes e mais focadas para que os gêmeos Hanniger fizessem o seu melhor e colocassem as empresas no topo.

Essa família é dona da empresa de jogos virtuais Hanniger Tech, e donos da máfia dos cassinos de todo o Estado. Está sendo difícil trabalhar com Axel, ele é preguiçoso e mulherengo. Em mais um dia de trabalho volto do restaurante preferido dele com o almoço de vossa alteza e pego outra cena pornográfica.

— Axel, de novo não! Vou falar com os tios, você disse que não traria nenhuma mulher para transar no escritório novamente! — coloco o almoço dele na outra mesa que não tem pessoas nuas transando, irritada por sempre pegar esse imbecil em situações assim.

— Mas foi ela que veio até minha sala entregar uns relatórios... E um pouco de prazer. — ele ainda está segurando-a pelo cabelo e encaixado nela por trás.

— Ok, você não me dá escolha. Garota, se veste e me espera lá fora. Axel se veste agora ou tiro uma foto sua e mando para os tios.

Pego meu celular e abro o app da câmera e começo a tirar fotos, ele se veste rapidamente e ela também. Quando a garota sai ele vem até a mim e ordena:

— Apaga essas malditas fotos! — ele brada.

— Ah, desculpa... Por engano meu dedo bateu no enviar para o nosso grupo privado com os tios. — debocho sem compaixão.

— Sua filha da... — ele não consegue terminar a frase pois os tios começam a ligar para ele que se desespera.

Eu vou até a garota que me espera lá fora com um enorme sorriso na cara e deboche na fala.

— Ele nunca vai querer transar com você, olha como se veste... Vive de terno e seu cabelo em um coque ridículo, nem usa maquiagem. Eu sou gostosa e é por isso que ele me come. — a funcionária me olha com desdém.

— Já terminou? Então vamos lá, não me visto para o meu chefe e sim para o meu trabalho e o meu trabalho não é foder com meu chefe como uma puta barata na sala dele a hora que ele quer e por último você está demitida. Só para simplificar, por justa causa.

— Você não tem poder para isso! Ele é o chefe e ele é quem manda!

— Não, criança, quem decide se você fica ou não sou eu e não ele. — com um estalar de meus dedos os seguranças a seguram e jogam na rua.

Daqui escuto os gritos dos tios com Axel e tenho certeza que hoje terá briga na mansão. É só mais um dia no meu terrível trabalho ao lado do demônio.

Megan

Sarah

Tom

Axel

Axel

Nascer com responsabilidades não é fácil, saber desde que sua mente ganha consciência do mundo a sua volta que terá dois impérios para administrar e que precisará ser o melhor só piora tudo.

Mas para minha sorte e maldição tenho meu irmão gêmeo, Tom, para dividir os deveres que nossos pais jogaram em nossas costas sem ao menos perguntar se era isso que iríamos querer para nossas vidas.

A parte que digo ser sorte é por não carregar esse fardo sozinho. Tom é mais velho que eu, apenas quatro minutos, isso já foi o suficiente para o meu pai confiar mais nele.

A maldição se dá ao fato de eu sempre estar tentando superá-lo para mostrar que sou tão bom quanto meu irmão, mas meus pais não conseguem ver isso de maneira alguma... Me deixa irritado e frustrado.

Não podia descontar em Tom por ser o melhor irmão do mundo, procurei coisas para descontar minha frustração até que elas chegassem... As duas pirralhas adotadas pelos meus pais. Sarah não se importou com minhas brincadeiras maldosas e logo a deixei em paz.

Mas Megan, tenho que dar risadas, essa baixinha faltava pouco me matar. Decidi que ela seria meu alvo, meu brinquedo favorito, porém acho que meus pais entenderam errado a nossa relação já que a colocaram para ser minha conselheira e assistente.

Ela odiou o que me fez amar a situação, depois de uma breve conversa com meus pais ela não conseguiu o que queria que era ficar ao lado de Tom, sei que ela é apaixonada por ele. Isso não deveria me incomodar, mas incomoda e não sei dizer o motivo por trás.

Dois anos se passaram, o meu relacionamento com Megan só piora, ela vive me entregando para os meus pais quando decido me distrair no escritório. Mas ela foi longe demais dessa última vez e meus pais me esperam na mansão para mais uma briga feia. Ao chegar na mansão o inferno começa.

— Axel, Megan, queremos os dois no escritório agora! — minha nada amável mãe com sua voz

e olhar gélidos ordena para nós.

Olho para Megan com ódio, ela demonstra desprezo ao olhar para mim e empinar seu queixo seguindo minha mãe.

— Satisfeita, santinha? — sussurro.

— Ficaria se estivesse trabalhando para o Tom. — não me controlo e a deixo com mais ódio.

— Doce e iludida santinha, meu irmão jamais vai olhar para você como deseja. Para ele sua presença é insignificante, ele jamais vai querer uma adotada como esposa.

Acho que peguei pesado com a última frase, mesmo sendo baixinha ela acerta uma tapa em meu rosto que ardia feito água fervente. Minha mãe sai na hora e ao ver a cena nos empurra para dentro do escritório.

— Vocês vão para Nevada, Las Vegas. — minha mãe fala sem delongas — Precisamos de vocês lá para a nova filial da Empresa Hanniger Tech e para as inaugurações dos novos dez cassinos. Será inaugurado um por dia.

— Já deixamos tudo preparado para vocês, a mansão onde vão morar, os carros, seguranças... Tudo o que precisam. — meu pai como sempre com uma xícara de seu chá favorito em mãos nem sequer olha para nós dois.

Como a minha mãe decide algo assim após ver essa selvagem me acertar um tapa na cara? Não consigo me segurar e Megan também não.

— Tios, isso não é algo aconselhável para nós. Melhor enviar Tom e Sarah, nós dois sozinhos em um lugar sem vocês será a morte certa para ambos... Vamos nos destruir.

— Pela primeira vez em minha existência tenho que concordar com a santinha. Vocês sabem da nossa insuportável convivência, é melhor continuarmos aqui... Mesmo que meu sonho seja ir para Las Vegas.

Meus pais nos ignoram por completo, eles dão as ordens como se não tivéssemos protestado em nada.

— Axel, sua atitude intransigente de mais cedo nos fez tomar a decisão de que a única mulher que pode estar presente em uma sala sozinha com você é Megan. — a mãe mais ditadora do mundo ordena.

— Para que você nos entenda da forma mais clara, devo alertar que qualquer mulher que se envolver sexualmente com você no ambiente de trabalho terá a morte como consequência e você será punido rigorosamente. Não iremos ser coniventes e bonzinhos com você daqui em diante. Planeje bem seus passos, meu filho. — desde quando meu pai começou a falar igual à minha mãe?

— Não podem privar minha vida dessa maneira! Sou um homem de quase vinte e sete anos, sou solteiro e preciso de uma mulher na minha cama para minha diversão e prazer.

— Desde que não seja no seu ambiente de trabalho e não leve para a mansão que compramos para vocês ficarem lá, não vejo problema em ter uma vida sexual saudável. — minha mãe pensa que ainda sou um adolescente.

— Tios... Por favor, nós dois somos como fogo e gelo e sabem o que acontece quando esses dois elementos se aproximam demais.

— O voo de vocês está programado para às oito da manhã, não precisam de bagagem tudo o que precisam já tem na mansão. Iremos visitá-los uma vez por mês. — minha mãe ignora o apelo de Megan.

Observo a reação dela que somente abaixa a cabeça e deixa seus braços caírem ao lado de seu corpo como se tivesse acabado de aceitar uma sentença de prisão perpétua. Será que sou tão ruim assim aos olhos de Megan?

Será que peguei pesado demais? Por que estou me preocupando com isso? Ninguém nunca se preocupou comigo, não devo me preocupar com ninguém além de mim. Me levanto e olho para os meus pais, muitas coisas me vem à mente para dizer.

Porém, decidi sair do escritório sem falar nada. Preciso sair essa noite, minha última noite de liberdade antes de virar a droga de um escravo que terá que bater metas altas porque sei que é isso que esperam de mim agora.

Sem dúvidas serei comparado ao meu irmão novamente agora que seremos separados pela primeira vez. Vou mostrar para os meus pais quem sou de verdade.

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