Selene estava parada diante do espelho de seu quarto, observando seu reflexo. O vestido branco esvoaçante que cobria seu corpo parecia querer absorver toda a luz da sala, deixando-a ainda mais pálida. Ela tocou a delicada renda, sentindo o peso do destino em seus ombros. Era difícil compreender o que significava aquele momento. Afinal, o casamento dela não era apenas uma união de amor, mas uma aliança de poder e força, um casamento arranjado que definiria o futuro do clã Valerian.
"Selene", a voz suave de sua mãe a fez se virar. Com os cabelos Castanhos dourado e os olhos sábios, dona Elizabeth entrou no quarto, parada na porta. "Está pronta para dar o primeiro passo?"
Selene forçou um sorriso, mas ele desapareceu tão rapidamente quanto surgiu. "Estou pronta, mãe. É o que deve ser feito." Mas dentro dela, uma tempestade de sentimentos conflitantes se formava. Ela não sabia o que esperar de Cedrik, o príncipe a quem estava sendo entregue. Ela apenas sabia que seu destino já estava selado.
Elizabeth se aproximou e ajustou o véu da filha. "Cedrik é um bom homem, Selene. Ele vai proteger e proteger o clã. Esse casamento é o começo de algo grande. Você tem um papel a cumprir."
Selene assentiu, mas uma parte de seu coração ainda estava cheia de dúvidas. Não queria ser uma simples peça em um jogo de poder. Mas as palavras de sua mãe ainda ecoavam em sua mente. Proteger o clã. Era o que sempre lhe disseram, o que ela sempre soubera que faria.
"Eu sei, mãe. E farei o meu melhor."
Nesse momento, a porta se abriu novamente. A irmã mais nova de Selene, Amara, entrou na sala com seu sorriso travesso. "Finalmente, você está pronta, querida irmã", ela disse, observando o vestido com uma expressão maliciosa. "O príncipe vai se apaixonar por você. Não tem como resistir a tanta beleza."
Selene olhou para Amara com um sorriso forçado. "Vamos, Amara, não temos tempo para brincadeiras."
Amara a fitou por um momento e depois se aproximou, com um sorriso misterioso. "Você acha que Cedrik vai ficar em cima do muro? Ele vai se apaixonar, e logo você verá."
"Eu não estou preocupada com isso", Selene respondeu com firmeza. Ela sabia o que significava o casamento. Não havia espaço para sentimentos pessoais nesse momento. Era apenas política, uma aliança para fortalecer os clãs e proteger o reino.
As palavras de sua irmã foram interrompidas por um som de passos que se aproximava do corredor. Alguém bateu na porta. "Está na hora, minha princesa", disse a voz do servo. Selene olhou para sua mãe e irmã, e, sem mais palavras, seguiu até a porta.
O corredor estava silencioso, a apenas alguns passos da grande sala de cerimônia. O peso do momento a esmagava a cada passo que dava. Ela estava se casando com um homem que mal conhecia, e sua única certeza era que esse casamento não seria apenas uma união de corpos, mas um pacto de poder.
Quando entrou na sala, os olhos de todos se voltaram para ela. O som dos murmúrios parecia se dissipar, e Selene se viu diante de todos os membros do clã Valerian. Cedrik estava ali, de pé, à frente do altar, vestindo suas vestes reais. Ele olhou para ela com uma expressão impassível, seus olhos azuis frios e distantes, como se ela fosse apenas mais uma peça no tabuleiro de sua vida.
Ela se aproximou dele, sentindo os olhares pesados sobre sua pele. O príncipe não a tocou, não a acariciou como uma noiva poderia esperar. Ele apenas estendeu a mão, e Selene, com um suspiro abafado, colocou a sua na dele.
O sacerdote começou a falar as palavras da cerimônia, mas Selene estava distante, pensando no que esse casamento significava para ela. Não era apenas uma união de corações, mas uma aliança que mudaria tudo. E, ao olhar para o rosto de Cedrik, ela sentia um arrepio. Ele não a via como sua esposa, mas como uma estratégia.
"Eu, Cedrik Valerian, príncipe do clã Valerian, aceito Selene como minha esposa e juro protegê-la e a nosso clã", disse ele, com a voz cheia de formalidade, sem emoção.
Selene não sabia o que responder. Ela apenas repetiu as palavras que sabia de cor, como uma obrigação. "Eu, Selene, aceito este casamento e juro proteger o clã Valerian."
Ao ouvir a sua resposta, o príncipe a olhou, mas os olhos dele não eram de afeição. Eram de análise, de cálculo. Ela sabia que para ele, essa união era um movimento estratégico. Mas algo nela começou a se mexer. Talvez fosse o fato de que ele não a tratava com a reverência que ela esperava. Talvez fosse a frieza com que ele a tratava.
Quando o sacerdote declarou que estavam casados, Selene sentiu uma mistura de alívio e apreensão. O príncipe, sem emoção, se inclinou para beijá-la, mas não houve paixão nesse gesto. Foi um beijo protocolar, algo que selava a união, mas não a ligação entre almas.
A cerimônia foi rápida, sem espaço para sentimentos. Os aplausos ecoaram, mas Selene não os ouviu de verdade. Ela sentiu o peso do olhar de Cedrik sobre ela, frio e distante.
"Agora é oficial", murmurou ele, virando-se para os outros membros do clã, sem se importar realmente com a esposa ao seu lado.
Selene sabia que, a partir daquele momento, sua vida mudaria para sempre. O casamento, longe de ser um simples compromisso, seria o campo de batalha onde ela aprenderia a lidar com o poder, com os segredos e com os sentimentos que começavam a nascer dentro de seu coração.
Cedrik a ignorava, mas ela estava determinada a provar seu valor. Ela não seria apenas uma esposa submissa. Ela teria seu próprio lugar ao lado dele. E quem sabia? Talvez, com o tempo, ele visse nela algo mais do que uma simples aliança política.
Parte 2
Selene se sentou na mesa, sentindo-se observada, mas tentando manter a postura. O castelo estava cheio de membros do clã, todos com olhares curiosos sobre ela, a nova esposa de Cedrik. Ele, por sua vez, estava distante, sua atenção voltada para os outros, como se ela fosse apenas mais uma formalidade.
"Então, Selene," Noah, o irmão do meio de Cedrik, falou com um sorriso, quebrando o silêncio. "O que acha do nosso clã até agora?"
Ela tentou sorrir de volta, embora a tensão fosse evidente em sua expressão. "É... interessante. Mas eu ainda estou me acostumando."
Theo, o irmão mais novo, que estava mais quieto até aquele momento, olhou-a com curiosidade. "Não se preocupe, você vai se adaptar. Cedrik está sempre tão sério, mas nós... somos mais fáceis de lidar." Ele sorriu, dando a entender que ela não precisava se prender ao comportamento distante do irmão.
Selene observou Cedrik de longe. Ele estava em uma conversa com o rei Aldric, mas sequer a olhava. Era como se ela não estivesse ali, apenas mais uma peça no jogo político que o casamento representava para sua família.
"Você sabe que é mais do que uma esposa para ele, não é?" Theo perguntou com um olhar sincero, fazendo Selene se virar para ele, surpresa com a pergunta.
"Eu sou apenas uma aliança," ela respondeu com um tom que não disfarçava sua frustração. "Algo que ele não queria, mas que foi imposto."
"No, você é mais do que isso." Theo disse, com uma seriedade rara para sua idade. "Cedrik... ele vai perceber isso. Não importa o que ele diga agora, mais cedo ou mais tarde ele vai enxergar quem você realmente é."
Selene se sentiu tocada pelas palavras de Theo, mas sabia que o caminho seria longo. Ela não estava ali apenas para agradar Cedrik ou sua família. Ela tinha seus próprios motivos, segredos ocultos, e poderes que ainda estavam se revelando para ela mesma.
De repente, ela ouviu a voz de Cedrik ao longe. Ele estava conversando com o rei e alguns outros membros do clã, mas, mesmo distante, parecia indiferente ao que acontecia em seu entorno. Selene sentiu o peso do silêncio. Não havia risos, nem uma palavra mais gentil, apenas formalidades. Ela não sabia se esse casamento seria o começo de algo grandioso ou apenas uma prisão disfarçada.
Theo, percebendo o desconforto de Selene, se aproximou dela. "Vai dar tudo certo, você verá. Acredite, Cedrik é teimoso, mas não é cego. Vai entender o seu valor mais cedo do que imagina."
Selene olhou para o irmão de Cedrik, os olhos dele cheios de uma confiança que ela ainda não tinha certeza de onde vinha. Ela sabia que, para que essa confiança se concretizasse, teria que passar por muitos obstáculos, mas algo dentro dela dizia que havia mais em jogo do que simplesmente o casamento.
O olhar de Cedrik, mesmo distante, não passou despercebido por ela. Ele estava de braços cruzados, ouvindo o que o rei Aldric dizia. "O casamento, Selene... ele não é apenas uma aliança de sangue," o rei comentou, olhando para ela com uma expressão enigmática. "Você vai trazer muito mais do que isso. Vamos ver como você lidará com o que está por vir."
Selene sentiu uma onda de frio percorrer sua espinha. Ela sabia que aquele casamento, por mais que fosse visto como uma simples formalidade, estava prestes a mudar sua vida de uma forma que ela ainda não entendia completamente. Os poderes dentro dela, os segredos de sua linhagem, estavam apenas começando a despertar.
Mas algo mais estava começando também. Algo que Selene não poderia controlar. Algo que, talvez, fosse mais forte que qualquer aliança.
O Amor!
O banquete estava em pleno andamento, e Selene observava a grandiosidade do evento com um misto de estranheza e desconforto. O salão estava repleto de pessoas de diferentes clãs e famílias influentes, mas tudo o que ela conseguia sentir era a ausência de Cedrik ao seu lado. Ele continuava em sua conversa com o rei Aldric, um homem de presença imponente, cujas palavras pareciam sempre carregadas de significado.
Os risos e as conversas fluíam ao redor de Selene, mas ela se sentia como uma estranha no meio daquele mar de rostos conhecidos e desconhecidos. Quando seus olhos se desviaram para Cedrik, ele novamente não a notou. Seu comportamento frio a desarmava, mas, ao mesmo tempo, despertava uma necessidade em Selene: provar seu valor, algo que parecia muito mais difícil do que ela imaginava.
"Não se preocupe com ele", uma voz familiar e reconfortante disse ao seu lado. Theo estava ao seu lado, com um copo de vinho nas mãos e um sorriso leve no rosto. "Cedrik pode ser um homem de poucas palavras, mas ele não é de ferro. Só precisa de tempo."
Selene olhou para ele, tentando entender o que ele queria dizer. "Você realmente acha que ele vai me ver como mais do que uma ferramenta política? Porque, neste momento, é assim que me sinto."
Theo balançou a cabeça. "Não é isso, Selene. O que você não entende é que Cedrik tem seus próprios demônios para lidar. Ele tem uma maneira estranha de lidar com as coisas, mas com o tempo, ele vai ver que você não é apenas uma peça em um jogo. Você tem algo mais."
"Eu gostaria de acreditar nisso", Selene respondeu com um suspiro. "Mas não consigo escapar da sensação de que, para ele, tudo isso não passa de uma obrigação."
Theo deu um sorriso meio triste. "Ele vai descobrir que você é mais forte do que pensa. E, quando isso acontecer, você vai ser mais do que uma esposa. Você será sua parceira, e isso mudará tudo."
Selene observou a sala mais uma vez, sentindo-se desconectada de todos ali. Até mesmo os membros do clã Valerian pareciam tratar o casamento como um simples acordo entre famílias poderosas. Seu coração apertava ao pensar no quanto aquele casamento parecia ter sido feito para agradar os outros, e não a ela.
Porém, no fundo, algo mais começava a crescer dentro dela. Algo que ela não podia ignorar. Talvez fosse o poder de seu próprio sangue, os segredos de sua linhagem que ainda estavam ocultos. Havia algo em sua própria história, algo que ninguém sabia, e isso a tornava diferente. Era mais do que apenas política e alianças. Era uma força que ela mal compreendia, mas que já começava a sentir em sua pele.
Selene, sem querer, ficou observando os membros mais velhos do clã, como se estivesse buscando respostas em seus rostos. Ali, entre aqueles que pareciam ter um controle absoluto sobre o reino, ela sentiu um arrepio que a fez engolir em seco.
"Você está pensando demais", Theo disse, interrompendo seus pensamentos. "O que você precisa agora é de diversão. Deixe a mente descansar um pouco."
Ela olhou para ele e forçou um sorriso. "Eu não sei o que fazer com tudo isso."
"Olhe para os outros", ele sugeriu, apontando discretamente para um grupo de jovens do clã que estavam rindo e conversando de maneira descontraída. "Eles podem não entender o que você está passando, mas pelo menos eles sabem como aproveitar o momento."
Selene olhou para os jovens, notando que, apesar de sua posição, eles pareciam mais livres, mais alegres. Ela sentiu uma pontada de inveja. Queria ser capaz de simplesmente se entregar àquela vida, sem se preocupar com o que viria depois. Mas ela sabia que a realidade era bem diferente. O peso do clã Valerian estava sobre seus ombros, e ela tinha um papel a desempenhar.
O banquete seguiu com música, danças e mais discursos, mas Selene continuava a se sentir desconectada. Quando o rei Aldric levantou-se para dar uma palavra à frente dos presentes, todos ficaram em silêncio, atentos. Ele olhou diretamente para ela, seus olhos profundos e quase penetrantes.
"Hoje é um dia de grande celebração", o rei começou, sua voz ecoando pelo salão. "A aliança entre o clã Valerian e os outros reinos trará prosperidade e proteção para todos nós. Selene Valerian agora está entre nós, uma mulher que não é apenas esposa do príncipe, mas que carrega dentro de si um poder ancestral. O futuro do clã está nas mãos de todos nós, e, juntos, seremos mais fortes."
Selene sentiu os olhos de todos sobre ela. O rei havia falado de maneira cuidadosa, mas, ao mesmo tempo, havia deixado claro o peso de seu destino. Ela não era mais apenas uma mulher a ser casada, mas uma peça fundamental para o futuro de todos os clãs. Esse casamento, aparentemente simples, estava impregnado de expectativas. O que queriam dela? O que ela tinha que entregar para cumprir seu papel?
Quando a conversa entre os membros do clã se reiniciou, Selene sentiu uma mão tocar sua. Era Cedrik, finalmente se aproximando, mas seus olhos ainda estavam frios, distantes. Ele não disse nada, mas ela sabia o que isso significava. Ele a estava tratando como uma aliada política, como mais uma formalidade.
"Selene", ele falou, sua voz baixa, mas firme. "Vamos conversar depois, em particular."
Ela apenas assentiu, seu estômago se apertando. Era claro que ele não tinha interesse em um encontro romântico, mas sim em discutir os próximos passos da aliança. Ele estava fazendo o que era necessário, o que o clã exigia. E, ainda assim, uma pequena parte de Selene desejava que ele visse nela algo mais, algo que ela ainda não sabia expressar.
Ao final da noite, quando todos começaram a se dispersar, Selene se retirou para seus aposentos. Aquietou-se, refletindo sobre tudo o que ouvira e sentira. O casamento era mais complexo do que ela imaginava. Não era apenas um laço entre duas famílias, mas o início de algo que se estendia por gerações.
Era um campo de batalha, onde ela teria que lutar para garantir seu lugar, sua identidade, e talvez, até seu amor. Mas esse caminho seria cheio de mistérios, segredos e revelações que ela ainda não estava pronta para compreender totalmente.
O futuro do clã Valerian estava entrelaçado ao dela. E, com isso, seu destino começava a se formar, muito mais do que um simples casamento arranjado. Ela não sabia o que o amanhã traria, mas sabia que o poder estava, de alguma forma, em suas mãos.
Continua...
A noite estava silenciosa, exceto pelo som suave da brisa que batia nas janelas do quarto real. A sala estava decorada com luxúria, velas iluminando os cantos sombrios e lançando sombras dançantes nas paredes. Cedrik havia se retirado para seus aposentos temporários, mas Selene sabia que ele logo viria buscá-la para a noite de núpcias.
Ela sentia o peso da transformação iminente, uma mudança que parecia se aproximar, como a lua cheia que se aproximava cada vez mais do horizonte. No fundo de seu ser, ela sabia que algo em seu corpo começaria a despertar naquela noite, algo muito além da razão, algo primal.
O momento em que Cedrik entrou no quarto, Selene já estava esperando, sentada diante do espelho de cristal, seus cabelos soltos ao redor dos ombros. Ele entrou em silêncio, observando-a com um olhar que, embora focado, ainda estava distante.
"Você está pronta?" Cedrik perguntou, sua voz grave e suave, mas sem o calor de uma verdadeira afeição.
Selene olhou para ele pela primeira vez desde sua chegada. Não havia amor nos olhos dele, isso ela sabia. Mas havia algo mais... uma atração, uma força primal. Ela podia sentir isso, algo que estava no ar, como uma eletricidade invisível. Ele era um lobo, assim como ela, e o vínculo entre os dois estava além das palavras.
"Estou pronta, mas sei que isso não é o que ambos esperávamos", respondeu ela, a voz carregada de um tom quase desafiador. "Não há amor entre nós, apenas o que o clã exige."
Cedrik a observava atentamente, suas feições indomáveis e misteriosas. Ele se aproximou lentamente, sentindo a tensão no ar. "Amor é algo que levamos anos para entender, Selene. Mas, neste momento, é a atração que nos guia. A física, a biologia... a nossa natureza."
Selene sentiu o calor crescente em seu corpo, uma sensação que vinha de dentro, como se algo estivesse prestes a explodir. Ela sabia o que ele queria dizer. A atração não era apenas humana; era lupina, enraizada na necessidade de proximidade, de conexão. Mas havia algo em Cedrik que a deixava inquieta. Ele não se entregava completamente.
"Então, é isso?", Selene perguntou, a voz agora mais suave, mas com uma provocação implícita. "Tudo o que somos é atração física e política?"
Cedrik permaneceu em silêncio por um momento, e o olhar dele se suavizou, mas não se desfez. "Por enquanto, sim. Mas você vai entender, Selene. Quando a lua cheia brilhar e nossa verdadeira natureza se revelar, você vai ver que o que está entre nós não é apenas um casamento de conveniência."
Ele se aproximou mais e, sem mais palavras, pegou-a pela mão, guiando-a até a cama grande e imponente. O cheiro de Cedrik estava em todo lugar, e Selene sentiu o peso da transformação que estava por vir. O cheiro, o magnetismo de sua presença, tudo a atraía de maneira irresistível, como se uma parte dela estivesse já ciente de que, naquela noite, os dois iriam se tornar algo mais do que simples humanos. Eles eram lobos, e a lua chamava.
"Você sente isso?" Cedrik sussurrou em seu ouvido, com a voz rouca. "O chamado da lua?"
Selene fechou os olhos por um instante, permitindo-se sentir a energia que começava a percorrer seu corpo. Ela podia sentir as mudanças em seus ossos, em sua pele, uma sensação de ardor e calor crescendo. Algo estava mudando. Sua forma humana começava a se transformar, e ela sabia que o momento estava perto.
"Eu sinto", ela respondeu, a voz já mais baixa, como se estivesse conversando com sua essência interior. "Eu sou mais do que isso, mais do que você pensa, Cedrik. Não somos apenas humanos."
Cedrik olhou para ela, seus olhos agora com um brilho distinto. "Então mostre-me, Selene. Mostre-me do que você é capaz."
Sem mais palavras, ele a puxou para mais perto, e o quarto foi envolto por uma energia primal. O instinto de ambos começou a tomar conta, e os corpos se tornaram mais do que simples carne. Os dois estavam prestes a se transformar, e o desejo físico se misturava com a necessidade de fazer a conexão total.
O poder de Selene começou a se manifestar. Ela sabia que sua linhagem era única, que seus poderes estavam longe de serem comuns. Ela podia sentir suas habilidades se expandindo, sua força aumentando. Seus sentidos estavam aguçados, a transformação já acontecendo. Mas ela também sabia que algo a prendia, algo dentro de Cedrik que a impedia de se entregar totalmente.
A noite deles estava se transformando, mais do que uma simples união carnal. Eles eram lobos, destinados a lutar pelo poder de seus clãs, mas também destinados a serem mais do que simples aliados. Eles tinham a capacidade de se unir, de se fundir, não apenas por obrigação, mas por necessidade.
"Vamos deixar a lua fazer o trabalho por nós", Selene sussurrou, seus olhos agora completamente dilatados, uma ferocidade desconhecida surgindo. Ela se levantou e, sem hesitar, começou a se despir, sabendo que o que viria depois seria inevitável. A lua cheia estava chegando, e a transformação estava prestes a acontecer.
Cedrik não resistiu. Com um gesto rápido, ele também começou a se despir, seus olhos fixos nela. Ele não tinha mais palavras. O momento de união estava além de tudo. Eles eram lobos, e a lua, a verdadeira força que os guiava, estava chegando.
No silêncio da noite, o quarto parecia pulsar com a energia de sua transformação iminente. Eles iriam se tornar o que a natureza lhes pedira, unidos pelo desejo primal e pela necessidade de força.
Era apenas o começo, e ambos sabiam que o que viria a seguir poderia mudar tudo, incluindo os rumos de seus destinos.
Continua...
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