🔸Sejam muito bem vindos a mais uma história que eu tenho certeza de que você leitora ou leitor vai apreciar e se deliciar.
Essa é mais uma obra que tenho escrito com muito carinho para todos que gostam de uma boa história. Da minha coleção GRINGOS. Tem mais outros livros dessa coleção. MORENO ITALIANO que está completo.
Avisar antes de tudo que o livro não está completo e que eu ainda estou escrevendo, peço paciência a todos. Vou me esforçar o máximo para escrever ele todo.
⚜️Boa leitura!! ✨
Vamos de Personagens principais!!!
Marcela Oliveira, aos 20 anos, está determinada a mudar de vida. Órfã desde os 10 anos, foi criada por sua tia Marisa, uma mulher rigorosa que sempre impôs disciplina. Após concluir o ensino médio, trabalhou por três anos em um supermercado, mas sentia que sua vida estava estagnada.
Marisa, cansada de sofrer agressões do marido, decide fugir para os Estados Unidos com Marcela e seu filho mais novo, Ruan. Para Marcela, essa viagem representa uma chance de recomeçar e conquistar um futuro melhor. No entanto, a adaptação em um novo país traz desafios como a barreira do idioma, a busca por oportunidades e o desejo de independência.
Brian Carter tem 35 anos e é um advogado renomado em Las Vegas. Filho de um advogado, sempre foi focado e determinado, construindo uma carreira de sucesso. Casado com Elisa, trata-a com carinho e dedicação. Além disso, considera suas enteadas, Jeniffer (8 anos) e Alice (16 anos), como filhas, fazendo de tudo para oferecer o melhor a elas.
Dono de uma bela mansão, trabalha intensamente para garantir conforto e segurança à família. Além de sua ambição profissional, Brian valoriza a harmonia em casa, sendo um marido atencioso e um padrasto presente. Apesar da rotina exigente, ele sempre encontra tempo para estar com Elisa e as meninas, fortalecendo os laços familiares.
Elisa Carter tem 47 anos e é uma advogada rigorosa e exigente. Após ser abandonada pelo pai de suas filhas, dedicou-se à carreira e à criação de Jeniffer (8 anos) e Alice (16 anos). Conheceu Brian no trabalho e, apesar de sua fama de mulher dura e rude, construiu com ele um relacionamento sólido.
Casada há cinco anos, Elisa é uma profissional respeitada, mas sua personalidade forte a faz ser vista como intimidadora. No entanto, por trás de sua rigidez, esconde uma mulher que enfrentou desafios e aprendeu a se proteger. Mesmo sendo dura, deseja o melhor para as filhas e valoriza o esforço de Brian para manter a família unida.
Alice Litter tem 16 anos e é a filha mais velha de Elisa. Típica adolescente estadunidense, quer aproveitar a vida ao máximo, sem se preocupar com responsabilidades. Mimada desde pequena, acredita que Brian deve atender todos os seus desejos, exigindo sempre o melhor.
Apesar de viver em uma casa luxuosa e ter tudo ao seu alcance, Alice nunca está satisfeita. É uma patricinha rebelde, acostumada a ter suas vontades atendidas, o que a torna arrogante e, muitas vezes, desrespeitosa. Seu comportamento gera conflitos com Elisa, que tenta impor limites, e até mesmo com Brian, que, apesar de tratá-la como filha, nem sempre concorda com suas exigências.
A chuva batia forte nas vidraças da janela enquanto Marcela caminhava pelas ruas molhadas de sua cidade. O cansaço a consumia, depois de um dia inteiro entregando currículos no comércio local. Nada parecia dar certo, e o desânimo tomava conta de sua alma. Ao virar a esquina, gritos cortaram a noite silenciosa, fazendo seu coração disparar.
Assustada, ela olhou para os lados, tentando entender a origem daquele som. Sem pensar duas vezes, correu para casa. Ao abrir o portão, a cena que encontrou a fez congelar. Sua tia Marisa estava caída no chão, com a mão no rosto, os olhos inchados de tanto chorar. Ruan, seu primo, estava ajoelhado ao lado dela, também chorando.
— Tia Marisa! — gritou Marcela, correndo até ela e se ajoelhando ao seu lado. — O que aconteceu?
Sua tia levantou os olhos para ela, mas não conseguia falar, tamanha a dor e o medo. Marcela virou a cabeça para ver o que a tinha causado tanto sofrimento, e lá estava ele: o marido de sua tia, com um litro de cachaça na mão, tentando se equilibrar, mas sem conseguir esconder a raiva que o dominava.
— Eu quero vocês todos longe da minha casa! — ele gritou, a voz embriagada e ríspida.
Marcela, furiosa, se levantou e avançou na direção dele.
— O que você fez com ela? Você não pode fazer isso! — disse, o coração batendo forte, mas a coragem falando mais alto.
O homem bufou, batendo no peito como se fosse algo para se orgulhar.
— Eu faço o que eu quiser porque a casa é minha! — ele disse, tentando manter-se em pé, mas o álcool em seu corpo estava começando a lhe tirar a razão.
Marcela segurou a mão de sua tia e ajudou-a a se levantar. Seu primo Ruan, ainda com os olhos cheios de lágrimas, pegou sua mão e, sem dizer nada, se deixou levar por ela até o quarto. Marcela jogou a bolsa na cama e, sem pensar duas vezes, trancou a porta atrás de si.
— Fiquem aqui, tá? Eu vou ver o que consigo fazer — Marcela disse, tentando manter a calma.
Marisa, ainda chorando, se sentou na beira da cama. Ruan, com os braços ao redor dela, sussurrou:
— Mãe, por que você está chorando tanto?
A dor no coração de Marcela se multiplicou, mas ela tentou manter a voz firme.
— Porque ele bebe e vira outra pessoa, Ruan. Ele não é mais o mesmo. Eu não sei até quando vou aguentar isso — respondeu Marisa, entre soluços.
De repente, um estrondo na porta fez Marcela se aproximar dela, empurrando as camas contra o batente. O homem estava do lado de fora, batendo com toda a força na porta, gritando ameaças que Marcela nem queria ouvir.
— Fiquem em silêncio, por favor! — Marcela sussurrou. — Ele não pode entrar aqui ou ele fará algum mal a nós três. Só precisamos esperar até ele cansar.
Marisa olhou para a sobrinha, mas seu olhar estava cheio de medo.
— Eu vou ligar para a polícia, Marcela! Ele vai nos machucar de novo!
Marcela, então, segurou a mão de sua tia e olhou nos olhos dela, tentando passar a segurança que ela mesma não sentia.
— Não faça isso, tia, por favor. Pode ser ainda pior se ele souber que chamamos a polícia. Ele vai ficar mais agressivo. Vamos esperar que ele se acalme. Eu prometo que nada vai acontecer com a gente.
Do lado de fora, o barulho de passos e mais gritos enchia o corredor da casa. Marcela sabia que o homem estava perdido em sua raiva e embriaguez, mas ela não poderia deixar que ele vencesse. Não enquanto ela tivesse forças para proteger a sua tia e seu primo. O medo ainda pairava no ar, mas Marcela não iria desistir.
Com o coração apertado, ela segurou mais forte as mãos de sua tia e de Ruan, sentindo que, juntos, eles conseguiram ser mais fortes que o furor da tempestade que se abatia sobre eles.
O quarto estava silencioso, exceto pelo leve som da respiração de Ruan, que adormecera profundamente no colo de Marisa. Marcela ainda estava alerta, sentada em frente à porta, observando cada movimento do lado de fora. A chuva já diminuíra, mas o som das gotas ainda ecoava suavemente pela casa, uma lembrança constante do caos que acontecia lá dentro.
As horas passaram lentamente, e o barulho do homem nas proximidades se tornou mais espaçado até que, finalmente, ficou em silêncio. Marcela, ainda cautelosa, olhou pela fechadura e viu que ele estava, finalmente, dormindo no sofá da sala. Era sua chance de respirar aliviada.
Ela empurrou as camas, dando espaço para a porta se abrir, mas Marisa a interrompeu, o medo novamente estampado no rosto.
— Espera, ele pode estar acordado... — Marisa disse, olhando ansiosamente para a porta.
Marcela sorriu levemente, tentando transmitir confiança.
— Preciso tomar um banho, e eu acho que ele dormiu no sofá. Vou ver. — disse ela, enquanto girava a maçaneta e abria a porta com cuidado.
Com o coração acelerado, Marcela espiou pela porta. Lá estava o homem, deitado no sofá, completamente entregue ao sono, a garrafa de cachaça caída ao seu lado. Ela soltou um suspiro de alívio, aliviando um pouco o peso que carregava desde o início daquela noite.
— Ele está dormindo — disse Marcela, fechando a porta com cuidado.
Marisa, que ainda estava abraçada ao filho, olhou para ela, seus olhos cansados, mas com uma leve esperança.
— Pelo menos vamos dormir tranquilas, tia. Ele está dormindo no sofá. Acho que teremos uma noite sem sustos. — Marcela tentou passar uma tranquilidade que não sentia completamente.
Marisa passou a mão pelos cabelos, os olhos cheios de cansaço, e seu rosto se fechou, dando lugar a uma expressão de desespero.
— Não aguento mais, Marcela. Não suporto mais. A casa é desse homem, e ele joga isso na nossa cara todo dia. Ele nos humilha, nos maltrata... Eu preciso dar um jeito na minha vida. Não posso continuar assim.
As palavras de sua tia foram como um soco no estômago de Marcela. Ela sabia o quanto Marisa sofria com tudo aquilo, mas o que ela podia fazer? Marcela se sentiu impotente, observando sua tia, que parecia estar no limite, um reflexo da sua própria dor.
Enrolada na toalha, Marcela ficou parada, sem saber o que dizer. A situação parecia sem saída, e as palavras não eram suficientes para consolar Marisa. O silêncio entre as duas se estendeu, preenchido apenas pelo som do vento lá fora e pela respiração tranquila de Ruan, que finalmente tinha encontrado um pouco de paz.
Marcela sabia que, enquanto o marido de sua tia estivesse na casa, nada seria realmente seguro. Mas, por um momento, ela permitiu-se acreditar que talvez houvesse uma saída. Se não para hoje, talvez para o futuro. Ela só precisava encontrar a força para ajudar sua tia a encontrar o caminho de volta à vida dela, longe de toda aquela dor.
Mas, por enquanto, o que restava era aguardar. A espera pela manhã era, talvez, a única coisa que lhes dava alguma esperança de um novo começo.
Os dias se arrastavam como uma longa e cansativa maré de tentativas fracassadas. Marcela sentia o peso de suas frustrações a cada manhã que começava, com a mesma busca insensata por um emprego que parecia não chegar nunca. Quando voltou para casa naquele dia, cansada e desanimada, a última coisa que esperava era encontrar sua tia, Marisa, sentada à mesa da cozinha, com os óculos de grau sobre o nariz e um papel na frente dela, escrevendo algumas coisas.
Marisa parecia concentrada, mas ao ouvir a porta se abrir, ela virou a cabeça e, com uma expressão séria, disse:
— Chega, cala a boca e não diz nada, Marcela.
Marcela, por um momento, ficou surpresa com o tom da tia, mas logo se acalmou. Ela sabia que Marisa não era de ficar quieta por muito tempo, então se sentou à mesa, exausta, e desabou:
— Estou desanimada hoje... Achei que ia conseguir algo, mas na entrevista... eu não fui selecionada.
Ela deitou a cabeça sobre os braços, sentindo o peso de seus sonhos desmoronando. O cansaço parecia ser mais forte que ela.
Marisa, com os olhos fixos no papel à sua frente, não parecia abalada com a notícia de Marcela. Ela continuou escrevendo por alguns segundos antes de dizer, com um tom mais suave:
— Eu preciso te dizer uma coisa.
Marcela, ainda abatida, levantou a cabeça, curiosa, mas sem muita esperança.
— Não tem o vizinho, o Cláudio? — perguntou Marisa, pausando por um momento. — Ele diz que tem um negócio bom pra gente. Trabalhar nos Estados Unidos.
Marcela franziu a testa, surpresa com a mudança de assunto.
— O que tem ele? — perguntou, sem entender muito bem.
Marisa, agora com um olhar mais animado, virou-se completamente para Marcela e disse, com a voz carregada de uma esperança que Marcela não via há muito:
— Ele disse que tem uma oportunidade pra gente, Marcela. A gente vai trabalhar lá e ganhar um dinheiro bom. Não tem nada pra perder aqui, mesmo.
A mente de Marcela começou a processar a ideia, mas ainda parecia confusa.
— Mas tem todo o processo pra ir pra lá... — respondeu, tentando racionalizar a situação. — Não é algo fácil.
Marisa, com um brilho no olhar que parecia contagiar o ambiente, balançou a cabeça, cheia de certeza.
— A gente vê esse negócio de visto, fica lá alguns meses e depois, quem sabe, a gente resolve o que fazer quando o prazo acabar. Não tem problema. — Ela falou com uma confiança que Marcela não reconhecia nela.
Marcela ficou em silêncio por um instante, tentando entender o que estava acontecendo. Sua tia, que sempre foi cautelosa e cheia de medos, agora parecia cheia de uma energia diferente, quase como se tivesse encontrado uma chave para escapar da situação que viviam.
— Mas isso não é perigoso, e... é impossível, não? — Marcela perguntou, a dúvida ainda presente, mas uma parte dela também sentia um pequeno fio de curiosidade sobre a proposta.
Marisa, sem hesitar, sorriu e se levantou, indo até a janela, como se estivesse sentindo que a mudança estava prestes a acontecer.
— Não temos nada a perder, Marcela. Ele me explicou tudo, eu sei exatamente como vou fazer. Vamos para a América. — Ao dizer isso, os olhos de Marisa brilharam como se um novo mundo tivesse se aberto diante dela.
Marcela a observou por um momento, sem entender muito bem o que estava acontecendo. A tia estava diferente, mais viva, mais determinada. Aquela ideia de viajar para os Estados Unidos, algo tão distante e inatingível para ela até então, parecia agora uma solução. Ela queria acreditar, mas a razão a impedia.
Marisa a olhou de volta, os olhos cheios de uma esperança quase palpável.
— Vamos, Marcela. Essa é a nossa chance. Não podemos deixar passar.
Marcela permaneceu em silêncio, observando sua tia com uma mistura de incredulidade e uma vaga sensação de que, talvez, aquilo fosse uma forma de recomeçar. Ela sabia que, se decidissem ir, não seria uma jornada fácil. Mas talvez, apenas talvez, fosse a única chance que tinham para mudar a vida delas.
Ela olhou para a tia, viu o brilho nos olhos dela e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu um raio de esperança atravessando seu coração.
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