NovelToon NovelToon

A Noiva Do Gângster

Cap 1°: O Olhar do Gângster

Em uma pequena cidade da Califórnia, havia uma família de quatro integrantes.

Uma dessas integrantes se chamava Audrey, a primogênita da família, com 19 anos de idade. Infelizmente, sua vida não era nada fácil.

Embora sua família fosse considerada "perfeita" na cidade, na verdade, era tudo menos isso.

Dentro de casa, ela era a vergonha da família, enquanto sua irmã mais nova, mimada, era o orgulho da casa. Isso acontecia já há cerca de três anos.

Atualmente, seu pai era um estuprador, sua mãe, uma alcoólatra, e sua irmã, com apenas 15 anos, dependente de drogas. Audrey trabalhava em uma lanchonete pela manhã e pela noite, à tarde, ia para a faculdade. Todos os dias, ela se trocava no trabalho durante o intervalo para ir à faculdade, pois sabia que, se voltasse para casa antes, seu pai a abusaria antes mesmo de conseguir trancar a porta.

Mas, quando a noite chegava, após seu expediente terminar, depois de entrar em casa, seu pai a agarrava pelo braço com força, impedindo-a de se soltar de suas mãos, e a arrastava para o quarto. Audrey pedia para ele parar, mas tudo em vão. Ela tentava gritar, mas ele colocava um pano em sua boca, abafando os gritos.

Toda madrugada, depois do que acontecia, Audrey se libertava dos braços dele, saía do quarto e ia tomar banho.

Isso se repetia todas as noites, há três longos anos. Infelizmente, Audrey não podia pedir ajuda à polícia. Seu pai era amigo de todos na região, e, se ele soubesse que ela procurou ajuda, ele a mataria, assim como fez com todos os amigos da escola para quem ela tentou pedir socorro

- AUDREY!!! - gritou sua amiga de trabalho para acordá-la.

- Não grita, Andressa. Desculpa, estava dormindo de novo. Hoje tem prova, precisei ficar acordada até tarde para estudar - respondeu Audrey, secando as xícaras.

- Entendo que esteja cansada, mas se o chefe te pegar dormindo, você pode perder o emprego, e você é a única da sua família que sustenta a casa - disse Andressa, com uma expressão preocupada.

- Preferia não ser... - sussurrou Audrey, com a voz embargada.

- Disse alguma coisa, amiga? - perguntou Andressa, confusa.

- Não, amiga, deve ser coisa da sua cabeça - respondeu Audrey, suando frio.

Logo, alguém entrou na cafeteria: Tim!

- Amiga, você atende? - perguntou Andressa, puxando Audrey pela manga da blusa.

- Já estou indo - respondeu Audrey, indo até o balcão.

- O que o senhor deseja? - perguntou, com um leve tremor na voz.

- Que bom vê-lo novamente, senhor Tyler - afirmou Audrey, olhando para baixo, um tanto nervosa.

Tyler Walker, o chefe da maior máfia da Califórnia, era dono de boa parte da cidade e também da cafeteria onde Audrey trabalhava. Ele frequentava o local duas vezes por semana. Um homem de aparência impecável, charmoso e educado. Às vezes, Audrey sentia medo dele, não por sua fama, mas pelo que seu pai representava para ela. No fundo, ela temia que ele soubesse dos seus traumas. O senhor Tyler estava à procura de uma esposa. Se ele descobrisse sua história, poderia ser mais fácil para ele escolher Audrey.

- Irei preparar o seu cappuccino caramelizado com o seu brasão em cima imediatamente, senhor - disse Audrey, tentando manter a calma ao se afastar.

- Ficarei esperando. E, por favor, chame sua amiga para mim. Preciso conversar com ela - pediu Tyler, se acomodando na cadeira.

- Como desejar, senhor - respondeu Audrey, indo até a cozinha.

- Andressa, o chefe quer conversar com você. Que porra você aprontou agora? - perguntou Audrey, preocupada.

- Juro que não fiz nada - afirmou Andressa, um pouco assustada

- Vai lá e vê o que ele quer, pelo amor de Deus, não deixa ele destruir a cafeteria - pediu Audrey, com um tom desesperado. Era o único emprego em que ela conseguia se manter.

Andressa foi até Tyler, enquanto Audrey preparava o cappuccino.

- Aconteceu alguma coisa, senhor Tyler? Eu fiz algo errado? - perguntou Andressa, nervosa.

- Não se preocupe. Só queria saber como sua colega Audrey conseguiu decorar meu pedido em menos de dois dias - disse Tyler, com um sorriso intrigado.

- Sinto muito, mas nem eu sei como ela faz isso, senhor. Ela parece decorar os pedidos de todos os clientes que vem aqui toda semana no mesmo dia - explicou Andressa, um pouco confusa.

- Incrivel! Ela seria a esposa perfeita - afirmou Tyler, com um brilho nos olhos.

- Como assim, senhor Tyler? Você acha que ela, sendo apenas uma garçonete... - começou Andressa, incrédula com o que estava ouvindo.

- Não me importo com o que ela faz ou deixa de fazer. Só quero uma esposa verdadeira, generosa, fiel, que me permita cuidar dela como eu quero - afirmou Tyler, observando Audrey enquanto ela preparava o cappuccino, cantando baixinho.

- Observe-a nas próximas semanas para mim. Me diga tudo sobre o dia a dia dela, entendeu? - pediu Tyler, com um tom sério.

- Sim, senhor - respondeu Andressa, se curvando levemente.

Minutos depois, Audrey levou o cappuccino até o seu chefe, que a observava atentamente.

- Obrigada, querida - disse ele, sorrindo gentilmente, antes de sair do estabelecimento.

Audrey ficou parada, sem entender muito bem o que acabara de acontecer. Ela sentiu um arrepio ao ver o sorriso dele. - Mas por que ele sorriu para mim? - pensou, confusa.

- Eu vi isso - disse Andressa, rindo - Apaixonou no chefe, foi?

- NUNCA!!! - exclamou Audrey, tremendo de medo, seus olhos arregalados e a respiração rápida.

- Calma, eu estava só brincando - disse Andressa, preocupada com a reação de Audrey.

- Desculpa, me exaltei um pouco... - disse Audrey, tentando controlar o tremor nas mãos enquanto olhava rapidamente para o relógio no celular - Deu minha hora. Vou me arrumar para a faculdade.

Após se arrumar, Audrey saiu para a faculdade.

As primeiras aulas passaram sem contratempos, mas, durante o intervalo, algo inesperado aconteceu.

- Interditaram a biblioteca? Sério isso? - perguntou Audrey, desanimada. Antes que pudesse ouvir a resposta, sentiu alguém puxá-la pelo braço com força, levando-a para uma sala vazia.

- Te achei, lindinha. - disse Jackson, passando a mão pelo rosto dela...

Continuar...

Cap 2°: O Refúgio da Escuridão

— Me larga, Jackson, seu idiota! — Audrey ordenou, se debatendo.

— Quero ver quem vai me fazer te largar. — Ele segurou o rosto dela com firmeza e a beijou à força, apertando seu pescoço.

Audrey sentiu o pânico tomar conta. Lágrimas escorriam por seu rosto enquanto tentava se soltar. Quando ele agarrou sua cintura, o instinto falou mais alto. Ela fechou o punho e desferiu um soco no rosto de Jackson com toda a força que conseguiu reunir. Ele cambaleou e caiu no chão.

Sem pensar duas vezes, Audrey correu para fora da sala, ofegante, e se escondeu em sua turma. Quando o intervalo terminou, tentou se concentrar nas aulas, mas seu corpo ainda tremia, e sua mente revivia o ocorrido repetidamente. Mal esperava a hora de ir embora.

Assim que o sinal tocou, Audrey saiu apressada, desejando esquecer tudo o que havia acontecido.

No caminho para a cafeteria onde trabalhava à noite, tentou reorganizar seus pensamentos. Ao chegar, percebeu que o lugar estava lotado, e não tinha tempo para respirar. Trocou-se rapidamente e assumiu sua posição.

— Dressa, hoje é dia de promoção? Por que está tão cheio? — perguntou enquanto equilibrava duas bandejas de café e as levava para as mesas.

O caos da cafeteria parecia ajudar a distrair sua mente, mas ela sabia que, eventualmente, teria que lidar com o que havia acontecido.

Depois de muito tempo de ocupação e pressa, finalmente chegou a hora de fechar.

— Andressa, você já pode ir. Eu fecho tudo por aqui — afirmou Audrey, indo limpar as mesas.

— Obrigada, amiga. Até amanhã! — exclamou Andressa, indo embora rapidamente.

Audrey limpava as mesas com exaustão. Estava tão cansada que começou a sentir tonturas. Após desligar todas as luzes e fechar todas as portas e janelas, era hora de ir para casa.

Quando chegou na porta de sua casa, ela desejou não colocar os pés lá dentro, mas não podia ficar do lado de fora. Decidiu entrar.

— Cheguei... — disse, tirando os sapatos e procurando seu pai.

— Por que demorou tanto?! — perguntou ele, aborrecido. — Estou te esperando faz mais de uma hora! — exclamou, agarrando o braço de Audrey com força.

— Eu tive que fechar a cafeteria hoje — explicou. — Me solta, pai... por favor... — implorou, tentando tirar a mão dele.

— Ninguém mandou chegar atrasada! — gritou, puxando Audrey com força para o quarto.

— Não! Por favor, não... — implorou Audrey.

— Cala a boca, vadia! — ordenou, lhe dando um tapa no rosto que a fez cair no chão. — Vamos! Você sabe a minha posição favorita. — disse, com um sorriso malicioso.

Após sofrer nas mãos do pai, Audrey vestiu-se às pressas, o corpo tremendo de dor e raiva. Cada movimento parecia uma batalha, mas ela sabia que precisava sair dali. Quando tentou levantar-se da cama, ele segurou seu braço com força.

— Eu não deixei você sair. — Sua voz carregava fúria e possessão.

— Me larga! — gritou ela, lutando para se soltar. — Seu... monstro!

O rosto dele se contorceu de raiva.

— Do que você me chamou?

Audrey o encarou, as lágrimas secando em seu rosto. Algo dentro dela havia mudado.

— Isso mesmo que você ouviu! — gritou, a voz firme apesar do medo. — EU VOU EMBORA DESSA CASA!

Ela correu em direção à sala, o coração disparado. O pai a seguiu, rindo com desprezo.

— E pra onde você acha que vai? Sem mim, você não é ninguém!

Audrey parou por um momento, virou-se e, com a voz carregada de dor e determinação, respondeu:

— Eu prefiro ficar na rua, em qualquer lugar, do que continuar aqui! Eu te aguentei por TRÊS ANOS, mas agora basta!

Sem esperar uma resposta, ela abriu a porta e correu para a noite chuvosa, a mochila nas costas e a chuva misturando-se às lágrimas que finalmente escorriam. Cada passo parecia libertá-la do peso daquela casa, daquele homem, daquela vida.

A chuva castigava Audrey enquanto ela corria sem rumo pelas ruas da cidade. Seus pés, molhados e doloridos, guiavam-na para o único lugar onde sentia alguma segurança: a cafeteria onde trabalhava.

Ao chegar, abriu a porta com a chave que guardava no bolso. O lugar estava escuro e silencioso, uma calmaria que contrastava com o caos em sua mente. Ela trancou a porta atrás de si e largou a mochila em uma das mesas do fundo.

Audrey olhou ao redor, abraçando o ambiente vazio como um refúgio. Passou a mão pelos cabelos encharcados e suspirou, sentindo o cansaço pesar sobre seus ombros.

— Acho que aqui vai ter que ser meu lar por enquanto... — murmurou para si mesma.

Pegou um pano limpo e o dobrou várias vezes, improvisando um travesseiro. Sentou-se em uma das cadeiras e apoiou a cabeça na mesa, tentando ignorar o frio que ainda sentia. Seu corpo, exausto, rapidamente sucumbiu ao sono.

Na manhã seguinte

O som do despertador de seu celular tocou antes do amanhecer. Audrey abriu os olhos lentamente, sentindo o desconforto da posição em que havia dormido. Seu pescoço doía, mas ela não podia se dar ao luxo de descansar mais. Levantou-se, arrumou o pano improvisado e foi até o banheiro pequeno nos fundos da cafeteria.

Lá, lavou o rosto com água gelada, tentando apagar as marcas de uma noite mal dormida. Penteou os cabelos e ajeitou o uniforme, escondendo qualquer vestígio de cansaço ou tristeza. Quando terminou, olhou-se no espelho e respirou fundo.

— Vamos lá, Audrey. Mais um dia.

Pouco antes do horário de abrir, sua colega Andressa chegou com a mesma energia de sempre.

— Bom dia! — exclamou Andressa, animada.

— Bom dia! — Audrey respondeu, sorrindo.

— Nossa, você sempre chega cedo, hein? — Andressa comentou, rindo.

Audrey deu de ombros, disfarçando.

— Gosto de organizar as coisas antes do movimento.

A rotina da cafeteria começou como de costume. Audrey atendia os clientes, limpava as mesas e conversava com Andressa, tudo enquanto escondia o peso que carregava.

As noites passaram a ser sempre iguais. Quando a cafeteria fechava, Audrey improvisava seu canto para dormir. Repetia o ritual de arrumar o pano como travesseiro, ajustava a cadeira e tentava descansar.

Durante os dias, esforçava-se para agir normalmente, escondendo de Andressa ou de qualquer outro colega o que realmente estava acontecendo. Audrey sabia que ninguém poderia descobrir sua situação. Carregava essa dor sozinha, mas, no fundo, ainda sonhava com o dia em que teria um verdadeiro lar, longe de todos os horrores que deixou para trás.

Continue...

Cap 3°: Você Será Minha Noiva

As manhãs na cafeteria eram sempre agitadas, e Audrey fazia o possível para manter a energia ao lado de sua colega Andressa. Enquanto arrumavam o balcão, o chefe delas, Tyler, apareceu no salão com uma expressão séria.

— Pessoal, preciso informar que novas câmeras de segurança serão instaladas aqui — anunciou Tyler. — Uma das cafeterias do centro foi invadida recentemente. Não quero correr riscos.

Andressa assentiu rapidamente, mas Audrey sentiu um nó na garganta. Agora, seu refúgio noturno estaria sob vigilância constante. Durante a semana, ela tentou adaptar-se à presença das câmeras, mas a sensação de estar sendo observada era inquietante. Mesmo assim, continuou dormindo na cafeteria, o único lugar onde sentia alguma segurança desde que decidiu nunca mais voltar para casa.

Uma noite, completamente exausta, Audrey apagou as luzes, trancou as portas e planejava apenas trocar o uniforme antes de improvisar seu habitual canto para dormir. No entanto, o cansaço venceu, e ela adormeceu sentada em uma das cadeiras, ainda vestida de uniforme. O sono não trouxe descanso. Pesadelos a atormentaram, e ela começou a se debater, murmurando palavras incompreensíveis, até gritar de forma sufocada.

 

Do outro lado da cidade, Tyler estava no escritório de sua casa, finalizando alguns relatórios no computador. Prestes a ir dormir, recebeu uma notificação da câmera de segurança da cafeteria. Intrigado, abriu o aplicativo para verificar.

Na tela, viu a silhueta de Audrey. Ela estava sentada em uma cadeira, se movendo de forma irregular. Ele ampliou a imagem e percebeu que ela estava dormindo, mas algo parecia errado. Os gritos abafados e os movimentos desesperados chamaram sua atenção.

— Por que ela está dormindo no trabalho? — perguntou-se em voz alta.

Embora pensasse em confrontá-la no dia seguinte, Tyler decidiu esperar. Por duas semanas, ele monitorou Audrey em silêncio, observando os padrões de sua rotina noturna. Ela nunca ia embora. Sempre dormia na cafeteria. Cada noite que passava, sua curiosidade e preocupação aumentavam. Por que ela estava vivendo dessa forma?

 

Duas semanas depois, Tyler decidiu agir. Ele apareceu na cafeteria no fim da tarde, pegou um cappuccino e, em seguida, saiu. Em vez de ir para casa, ficou no carro, estacionado perto da entrada, monitorando as câmeras pelo celular. Quando Audrey finalmente apagou as luzes e caiu no sono, ele tomou uma decisão.

Saindo do carro, Tyler entrou na cafeteria com cuidado. Audrey estava profundamente adormecida, o cansaço evidente em cada detalhe de sua postura. Sem fazer barulho, ele pegou sua mochila, depois a pegou no colo com delicadeza. Ela nem se mexeu.

Tyler fechou a cafeteria como se nada tivesse acontecido e colocou Audrey no banco do passageiro de seu carro, ajustando sua posição para que ficasse confortável. Em seguida, dirigiu até sua casa, sempre atento à jovem adormecida ao seu lado.

Ao chegar, Tyler carregou Audrey até o quarto de hóspedes e a colocou na cama. Ele ajeitou a coberta sobre ela, deixou sua mochila no canto e se acomodou na poltrona do quarto, decidido a vigiá-la. Minutos depois, o cansaço também o venceu, e ele adormeceu ali mesmo.

 

Quando o sol nasceu, Tyler foi o primeiro a acordar. Ele tomou banho e desceu para preparar o café da manhã. Enquanto isso, Audrey continuava dormindo profundamente. Ele desligou o alarme dela assim que tocou, para garantir que ela não fosse trabalhar naquele estado.

Enquanto tomava café, Tyler ouviu um som vindo do quarto. Ele parou o que estava fazendo, tentando escutar melhor. Audrey murmurava enquanto dormia, mas, de repente, deu um grito alto e desesperado.

— AUDREY! — gritou Tyler, largando a xícara e correndo até o quarto.

Ao entrar, encontrou Audrey sentada na cama, ofegante, com os olhos arregalados de medo. Ela parecia perdida, como se não soubesse onde estava. Tyler aproximou-se devagar, tentando não assustá-la ainda mais.

— Audrey, está tudo bem... Você está segura. — Sua voz era firme, mas carregada de preocupação.

Ela olhou ao redor, os olhos marejados de lágrimas, e percebeu onde estava.

— O que... O que eu estou fazendo aqui? — perguntou, confusa.

Tyler suspirou, olhando-a seriamente nos olhos.

— Se acalme um pouco. Eu vou trazer um pouco de água para você.

Ele saiu do quarto, deixando-a sozinha. Audrey olhou ao redor, e o desespero tomou conta dela. Saiu correndo da cama, mas não teve coragem de sair do quarto. Chorando, encolheu-se em um canto, tremendo e repetindo entre soluços:

— Por favor... Não me machuque. Eu faço qualquer coisa, mas, por favor, não me machuque!

Quando Tyler voltou com a água, ouviu os soluços e parou na entrada, surpreso. Ele se aproximou devagar.

— Audrey? Mas o que aconteceu? — perguntou, preocupado.

Ela levantou os olhos para ele, assustada.

— Por favor, não me machuque... Eu faço qualquer coisa.

Tyler abaixou-se, mantendo a voz calma.

— Eu não vou te machucar, Audrey. Mas por favor, venha comer algo. Precisamos conversar.

Relutante, ela levantou-se e aproximou-se da cama, notando uma bandeja com comida e frutas.

— I-isso é para mim...? — perguntou, gaguejando.

— Sim, pode comer tranquila. — Tyler manteve-se a uma distância respeitosa. — Mas preciso que me explique: por que você estava dormindo na cafeteria?

Tyler manteve os olhos fixos em Audrey, esperando por uma explicação. Ela parecia hesitante, como se estivesse decidindo quanto deveria revelar. Depois de alguns momentos de silêncio, ela respirou fundo e falou:

— Fui expulsa de casa pelos meus pais. Eles... nunca gostaram de mim. Disseram que eu era um peso para eles.

Seus olhos evitavam os de Tyler, e ela mordeu o lábio inferior, claramente desconfortável. Tyler analisou cada palavra, notando o tom evasivo em sua voz. Ele não estava convencido, mas decidiu não pressioná-la.

— Entendo... — respondeu, cruzando os braços. — Deve ter sido difícil.

Ela apenas assentiu, sem levantar os olhos.

Tyler então respirou fundo, endireitando-se, e seu tom tornou-se mais sério.

— Agora, Audrey, preciso falar sobre as decisões que tomei.

Ao dizer isso, ele deu um passo em direção a ela, mas Audrey instintivamente recuou, cabisbaixa. Tyler notou o gesto, mas continuou.

— Nas últimas semanas, algo mudou para mim. Comecei a te observar mais de perto, e o que senti não era só curiosidade ou preocupação.

Audrey levantou os olhos rapidamente, surpresa com o que ele estava dizendo, mas logo desviou o olhar novamente.

— Estou sendo honesto com você, Audrey. Não quero esconder nada. Eu comecei a sentir algo... mais forte. Algo que me fez perceber que não posso deixar você longe de mim. — Ele deu mais um passo, e ela engoliu seco, sua respiração acelerando.

— E é por isso que decidi. — Tyler fez uma pausa, olhando-a diretamente nos olhos. — Vou tomar você como minha noiva.

O impacto de suas palavras foi imediato. Audrey recuou mais uma vez, o medo visível em seu rosto. O trauma de lidar com homens, tão profundamente enraizado, apertou seu peito como uma corrente invisível. Sua mente disparou em pânico:

— Me casar com um gangster?! Isso não pode estar acontecendo...

Ela finalmente encontrou sua voz, mas sua pergunta saiu hesitante, quase inaudível:

— Por que eu, senhor Tyler? Tem tantas mulheres que o desejam como marido. Elas... seriam uma ótima opção para o senhor.

Tyler sorriu de canto, como se já esperasse essa pergunta.

— Eu escolhi você, Audrey. E isso não é recente. Há muito tempo eu te observo. Você é exatamente o tipo de mulher que eu estava procurando. Forte, resiliente, discreta. Não aceito um não como resposta.

O coração de Audrey bateu forte, e ela tentou mascarar o pavor que crescia dentro de si. Seu pensamento estava em caos:

— O que eu faço? Não posso recusar... e se ele fizer algo comigo por isso? Ele é, sem dúvida, pior que meu pai. Agora... vou ter que viver ao lado dele.

Ela respirou fundo, tentando manter a calma, e finalmente respondeu, forçando um tom neutro:

— Se é conforme o senhor deseja... que assim seja.

Tyler sorriu satisfeito, como se tivesse acabado de conquistar o maior prêmio de sua vida.

— Excelente, Audrey. Agora, descanse. Quero que amanhã comece sua nova vida ao meu lado.

Ele saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Audrey desabou na cama assim que ele se foi, a mente fervilhando. O que seria dela agora?

Enquanto o silêncio da casa caía sobre ela, Audrey não pôde deixar de se perguntar se ainda havia alguma forma de escapar desse destino que lhe fora imposto.

Continue...

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!