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Seu Sangue Não Se Compara Ao Meu

Introdução

...Ofegante...

-Acho que eles já foram...

Digo Escondendo-me atrás de uma lixeira.

-Ali! Atrás do lixo!

Escuto a voz de um deles ecoar logo fazendo-me tremer todo.

-Ai merda*...

Saio de trás do objeto com minha cabeça baixa.

-É...

Tento abrir pronuncia com os tais que ali  aproximam-se. Eram quatro, quatro meninos maiores que eu.

-Ahh Pedro você corre demais em?

Diz Junior que se apoiava em um dos ombros de seu colega.

-Então vamos lá... seu castigo...

O mesmo acena para mim aproximar com uma de suas mãos.

Logo penso. " Festa vez não irei consegui fugir". Já imagino oque poderá vir a seguir.

Chego perto dele com minha cabeça baixa. Sem perceber recebo um tapa em meu rosto, só dá para sentir uma parte queimando de dor. O mesmo se aproxima cochichando em meu ouvido...

- Da próxima vez tenta correr mais rápido...

Junior  dá as Costa para mim acenando para seus colegas.

De repente sinto uma dor extrema em uma das minhas pernas por motivo de um chute. Eles sobem para cima onde tendo me proteger dos repetimos chutes e socos, quando me dei conta já estava no chão.

-Da próxima vez começa a me pagar adiantado.

Diz Junior com um sorriso de canto enquanto seus colegas não param com a violência.

-Aí... ugh…

Tosso sangue onde os respingos caiem sobre o tênis do mesmo.

- Merda... Perdi meu favorito.

“Quando eles iram parar?” a única coisa que naquele momento eu pensava.

-Por favor... Para...

Assim eu Implorava.

-Eu peço para pararem...quando você implorar pelo meu nome.

Pronunciava Júnior com a voz de sacarmo

- Eu... eu...

- Então?

Meu corpo não estava mais aguentando as dores.

- Ju...Ju-Junior! Por favor…

Minha voz só sai sem ao menos eu me esforçar. Junior acena para os seus companheiros logo fazendo pararem.

-Isso serve como mais uma lição... Nos vemos por aí.

Ele sai junto com seus colegas me deixando sangrando no chão. Me levanto com muita dificuldade, quase caindo de volta.

... Isso é o seu melhor... Penso logo sem ter a nossa de que fui espancado em questão de segundos atrás.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Chego em casa e me deparo com a porta trancada, significando que minha mãe não tinha chegado.

Abaixo-me com dificuldade. Levanto o carpete para pegar a chave reserva mas percebo que a chave não estava lá.

- Uai onde ela está?

Exclamo, levanto-me e coço a cabeça. Olho em volta e vou à janela ao lado da porta. Quando noto há alguém deitado no sofá. A forma do corpo me lembra o da minha mãe.  Começo a chamá-la batendo na janela.

- MÃE! MÃE!...MÃE!

Ela parecia não estar acordando, então começo a me desesperar.

Bato várias vezes na porta assim jogando até meu próprio corpo para ver se abria. Nem os barulhos da porta faziam minha mãe levantar.

Primeira... segunda... junto as força e na terceira. Consigo abrir a porta mas meu ombro gela de dor, esqueço a dor e cambaleando corro para dentro. Me aproximo mais rápido que consigo do sofá. Olho paralisado ao ver  o sangue pingando da mão dela.

Mãe... mãe! MÃE! Oque aconteceu!

Percebo que o rosto de minha mãe estava sangrando e seu corpo com hematomas, é a cena mais horrível que vi. Tento pegar o celular para ligar para a emergência, mas a tremedeira de minhas mãos só atrapalham..........

...----------------...

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...----------------...

Um mundo que estava em colapso na economia, saúde, educação e segurança, fez com que Pesquisadores e cientistas estudassem noite e dia para entender o motivo desse declínio, mesmo assim não tinham uma resposta concreta, e para ajudar uma doença se alastra por todo mundo dizimando um quarto da população... Após a cena pós pandemica os governos mundiais uniram-se para buscar uma solução, dia apos dia ano após ano. Até que em seu 477° ano de pesquisa um cientista encontra uma solução, concluísse onde o governo exclama que a origem de tudo isso era a forma de organização da sociedade, somente isso, eles não deram mais respostas, a única resposta e solução era uma nova organização mundial da sociedade. Esta organização primeiro classifica como país de origem. Onde etiquetou  todos os países com a lógica de nível e subdesenvolvimento, logo os países não desenvolvido infelizmente ficou como "colônia" dos sub*.

Dentro da pesquisa daquele tal cientista o mesmo achou códigos familiarizados com certos grupos de pessoas, com tais combinações determinaram este código como Tipo de Sangue Nobre TSN. Uma forma de determinar a classificação de cada ser. Assim seguiu com:

Classificando:

...SN azul - Pessoas destinadas a seguir as carreiras de lideranças....

...SN roxo - Pessoas destinadas a proteger a sociedade....

...SN amarelo - Pessoas destinadas a ensinar....

...SN verde - Pessoas destinadas a pesquisas....

...SN branco - Pessoas destinadas a salvar vidas....

...SN marrom - pessoas destinadas a servir....

...SN vermelho - Pessoas sem destino....

^^^SN: sangue nobre^^^

Cidadãos com o sangue vermelho não conseguem entrar em umas das hierarquias, então acabam perambulando sem ter onde ficar. essa forma de organização duro anos e até hoje funciona logo mantendo a paz mundial. Entendam que Mater essa forma é o melhor para todos.

Me chamo Pedro Castro Ferrier completarei 19 anos logo e final desse ano é meu TSN onde descobrirei meu tipo de sangue e seguirei minha vida a partir daí.... mas, não sei o porquê, sem ela não faz mais sentido....

...Continua......

Episode 2Insuportável

(Na escola)

Olho para a janela pequena no canto da sala. Ao mesmo  tempo que o céu está azul e nublado, ainda está com um baixo nível de oxigênio, aqui dentro posso até respirar melhor, por fato a escola estar bem oxigenada. Me abraço com meus pensamentos longes, refletindo como eu acabei aqui.

[Alguém]- Pedro?... Pedro?... Pedro!

[Pedro]- OI?!!!

Percebo que quem está me chamando era a professora, acabou fazendo meu rosto passar do estressado para um de coitado.

[Pedro]- Desculpa...

A sala toda está rindo baixo e murmurando.

Ela revira os olhos e volta a atenção em mim.

[Professora]- Então Pedro qual é a resposta?

Diz ela com um olhar queimando direcionado ao meu rosto.

[Pedro]- Qual questão?

Ela dá uma risada confirmando que eu nem sabia o que estava sendo dito.

[Professora]- 5...

[Pedro]- Ok... a resposta é 3 elevado a nona.

Um silêncio permanece e a professora revira os olhos como se eu tivesse chutado.

[Professora]- Humm... então me diz como você chegou neste resultado. ( Apontando o giz para mim)

[Pedro]- Ta bom.

Me levanto e caminho até o quadro negro, enquanto ela se afasta dando-me espaço. Pego o giz e começo a escrever

[...]

Ao terminar, olho para a professora e vejo ela com seu rosto paralisado, enquanto a sala mantém o silêncio total.

[Pedro]- Aqui ( Dando o giz)

[Professora]- O-ok...

( Sinal da escola )

Caminho até minha carteira, recolho meus materiais e sigo para fora da sala. Fui o primeiro a sair enquanto todos não se levantaram até entenderem oque aconteceu.

[Quebra de tempo]

Minha casa não é tão longe da escola então sempre vou caminhando. Sempre opto ir pelo caminho mais longo, para assim não cruzar com Júnior e seus "amigos".

Tento ir o mais rápido possível para assim não ficar doente. Mesmo utilizando máscara a poluição no ar é muito espessa, contudo acabo diminuindo o andamento, quando me lembro de quem tenho que encontrar ao chegar em casa.

Avisto de longe o Júnior sozinho, não penso duas vezes e viro a esquina para ele não perceber. Mesmo assim...

[Júnior]- eiii Pedro!

Travo na hora, "não quero apanhar hoje" penso eu.

[Pedro]- oi... Júnior...

Ele acena e segue seu caminho sem vir falar comigo. Não entendia o que deu nele. Ele nem veio falar comigo.

Acho bom assim chego mais rápido em casa.

Volto a utilizar o caminho mais rápido pois Júnior já tinha ido embora.

No meio do caminho escuto um grito.

[Alguém]- AGORA!

Olho para a origem do som e vejo vários ovos vindo em minha direção. Tento proteger meu rosto mas acabo ficando todo melado.

[Júnior]- Pensou que não tinha castigo hoje?

hahahaha!

[Junior]- pensou errado

Aparece ele atrás de uma casa sorrindo para mim.

O cheiro era insuportável e minhas roupas estavam todas pingando.

Eles dão-me as costas tocando umas às mãos dos outros.

Sigo meu caminho de volta para casa.

[Quebra de tempo]

Abro a porta e me deparo com minha tia deitada com uma garrafa de álcool na mão. Tento não fazer barulho para não acordá-la. Pena que o cheiro do ovo é forte.

[Tia]- Ei que cheiro é esse?...

[Pedro]- Não é nada tia.

Ela se levanta e me olha com um olhar de sono.

[Tia]- Ashi! Anda logo meu nariz não aguenta. Deveria ter vergonha de chegar assim em casa.

[Pedro]- Sim tia...

[Tia]- Anda logo estou com fome.

Me viro e sigo para meu quarto para limpar-me, antes disso dou uma olhada para a cozinha e percebo que está uma zona.

[Quebra de tempo]

Termino de lavar a louça e de limpar a cozinha, me sinto cansado mas aliviado.

Estou preparando a janta, tentei fazer algo com oque tinha na geladeira mas não foi muito diversificado. O cheiro que saía da panela ocupava cada espaço da casa.

[Tia]- Humm pelo menos você sabe fazer algo que preste.

Olho e vejo ela apoiada na porta com seus braços cruzados. Passo entender aquilo com melhor um elogio do que um insulto.

[Pedro]- Obrigado (sorriso forçado)

Ela dá de Costa e volta para a sala.

Minha tia está classificada como sangue marrom, ela trabalha em uma empresa como faxineira. Toda minha família vem como descendente de sangue marrom, então seria raro se meu sangue não fosse classificado com os da minha família.

Termino a janta e sirvo minha tia, em seguida levo meu prato para comer no quarto.

Enquanto como, reviso o conteúdo do dia. Não me surpreendo muito com o porque eles só ensinam coisas relevantes ao teste de sangue e explicações de cada classificação.

Entres os principais sangue surgiram alguns únicos que seriam os mais raros como sangue branco referente a saúde e pessoas que salvam vidas, só 5% da população poderia nascer com esse tipo de classificação. Não tenho muita preferência pela posição que quero ter nesta hierarquia, só quero viver "bem".

Termino a revisão e de comer, me levo a cama e pego meu celular. Dou uma olhada nas notícias diárias e no site da escola (página de fofocas), me surpreendo quando vejo uma notícia com meu nome, abro a nova página e nela estava uma foto minha e dizia sobre o acontecimento de hoje.

Desligo o celular e jogo ele de lado, levo minhas mãos à cabeça e fico em silêncio por um tempo. Acabo soltando algumas lágrimas, limpo elas rapidamente.

[Pedro]- Não irei me rebaixar. ( Com nariz escorrendo).

Caio no sono.

(Sonho on)

[Mãe]- Eu sempre te amarei.

[Mãe]- Sempre estarei ao seu lado. Pra sempre.

Dizia ela fazendo cafuné comigo no colo

[Pedro]- ok mamãe.

O espaço fica preto e escuro, acabo ouvindo um estrondo seco de uma arma. Volto à minha mãe e a vejo sangrando no chão. Corro até ela.

[Pedro]- Mãe... mãe.... MÃE! NÃO!( Derramando em lágrimas)

[Mãe]- Sempre estarei... com você...

[Pedro] - não me deixe... mãe... MÃE!

(Sonho off)

[Pedro]- MÃE!

Olho em volta e percebo que era só um pesadelo, levo uma das minhas mãos à cabeça logo pego meu celular e vejo que já está quase na hora de ir para a escola.

Sento na cama e calço o chinelo, vou em direção ao banheiro com minha toalha e escova de dente. Antes de passar pela sala percebo que minha tia estava falando no celular.

[Tia]- Então conseguiu comprar né?

...

[Tia]- Como a assim vai demorar. Seja o mais rápido possível tenho que sumir logo daqui.

...

[Tia]- ok... depois do teste dele provavelmente ele terá que continuar morando aqui, então tenho que sumir antes disso.

Dou meia volta e sigo para meu quarto, sento na cama e começo a refletir.

"Se você quiser sumir, some, eu não preciso de você", penso eu.

Fico lá por alguns minutos, em seguida vou para o banheiro, me encontro com ela no meio do caminho e dou um sorriso. Ela passa direto sem se importar, faço o mesmo.

[Quebra de tempo]

Estou no intervalo sentado em um banco ouvindo música no fone de ouvido. Percebo que todas as pessoas que passam por mim apontam e em seguida riam baixo. Tento não me importar.

Inesperadamente uma senhora senta ao meu lado.

[Senhora]- Aii...  ( sentando no banco)

[Pedro]- Hum?

[Senhora]- Porque está sozinho meu jovem?

[Pedro]- A senhora está falando comigo?

[Senhora]- Quem mais seria?... Como se chama?

[Pedro]- Pedro...

[Senhora]- Oh Pedro... Me chamo Eva.

[Pedro]- Assim...

Desvio o olhar da senhora e olho diretamente para a frente, fico em silêncio esperando ela continuar o assunto.

[Senhora-Eva]- Humm... você não é muito de conversa né?

Dou-lhe um sorriso inocente para confirmar sua pergunta.

[Eva]- Meu jovem não precisa ter vergonha de mim só por eu ser velha.

[Pedro]- Não. Não é isso, só não tenho nada para conversar.

[Eva]- Assim. Pelo seu estado não parece bem.

Me pergunto o que ela quer?

[Eva]- Você parece ser uma pessoa muito boa. Se não quiser conversar agora, ok!

Ela se levanta com um sorriso em seu rosto.

[Eva]- Te vejo por aí meu jovem. Tchau.

[Pedro]- Tchau...

Ela se abaixa e pega um balde com alguns produtos de limpeza assim confirmando sua profissão na escola.

Percebo que ela tem dificuldade em carregar, então me levanto para oferecer ajuda, mas escuto o sinal da aula. Sem hesitação vou até ela.

[Pedro]- Senhora Eva deixe-me ajudar.

[Eva]- Obrigada jovem mas não precisa, ah e ainda mais você irá se atrasar, anda pode deixar que me viro.

[Pedro]- Não tem problema é que...

[Eva]- Meu jovem pode ir, deixa comigo. Se você não me escutar te levo a direção.(sorrindo)

[Pedro]- O-ok...

Ela dá as costas para mim, fazendo eu ficar sozinho, acabo correndo em direção a sala.

[Quebra de tempo]

Estou quase chegando no portão da escola para ir embora, só que... avisto Júnior com um homem adulto.

Abaixo a cabeça e tento passar por eles sem me perceber, mas de longe escuto o homem dando um sermão em Júnior.

[Homem]- Você não tem jeito mesmo né Júnior. Pensa que dinheiro nasce em árvore?

Júnior abaixa a cabeça para o homem.

[Homem]- Levanta a cabeça moleque! Olha nos meus olhos!

[Júnior]- Ok... pai...

Estou lado a lado deles. Passo sem levantar a cabeça mas...

[Homem~ pai de Júnior]- ei você!

Paro e me viro lentamente. Olho para ele e aponta para mim.

[Pedro]- Eu?

[Pai de Júnior]- Sim, quero pedir desculpa pelo meu filho.

[Pedro]- hu?

[Pai de Júnior]- Ele se comportou mal contigo e envergonhou nossa família.

Olho para Júnior e dá para ver nos olhos dele que nem está arrependido.

[Pedro]- Não precisa se desculpar...

"O que adianta o pai pedir desculpas em nome do filho" penso eu.

[Pai de Júnior]- de jeito nenhum quero te convidar para um jantar em minha casa com nossa família.

[Pedro]- Não-não. Não é para tanto.

[Pai de Júnior]- Venha e traga sua família assim poderemos nos conhecer melhor. Me sentirei feliz se aceitar.

"Ele quer que eu leve minha tia", penso eu.

[Pedro]- Desculpe-me senhor, mas creio que não dará por enquanto, mas posso ver para algum dia.

[Pai de Júnior]- Ok então. Promete que vai pensar?

[Pedro]- Sim prometo. Agora tenho que ir. Tchau.

[Pai de Júnior]- Ok e me desculpe de novo.

Dou-lhe um sorriso e me viro deixando-os sozinhos, ainda dá para ouvir o pai de Júnior com seus sermões.

[Quebra de tempo]

Faz dois dias que fiz aniversário, não tive uma comemoração pelo fato de minha tia nem ligar para isso, então não ligo muito.

Desde do dia que o pai do Júnior falou comigo, seu filho nem sequer me olha nos olhos, fico feliz por não ser mais importunado. Acabou que por insistência do pai dele acabei aceitando o convite de ir jantar com eles.

Estou me arrumando pra sair, nem avisei para minha tinha para onde vou, só disse que iria sair, ela nem deu bola só queria que eu deixasse a casa limpa e a janta pronta.

Ao terminar vou e coloco meu sapato. Não me arrumei muito porque eu não estava muito feliz com isso.

Saio de casa e vou para a casa de Júnior. A casa de Júnior fica a algumas quadras da minha no bairro vizinho.

Dá para se notar as diferenças de casas de um bairro para outro, o bairro deles tem casas maiores e um quintal maior a iluminação é bem melhor aqui.

Chego na casa de Júnior e toco a campainha.

Sou atendido por uma mulher alta e de cabelo claro.

[Mulher]- Olá boa noite você deve ser o Pedro. Prazer Sou a mãe do Júnior.

Ela só acena para mim sem me cumprimentar com sua mão. Junto minhas mãos na frente e abaixo levemente a cabeça para demonstrar respeito.

[Mulher- mãe de Júnior]- Entra vamos, estávamos esperando por você.  A e aliás não veio com ninguém?

[Pedro]- Não “eles” não puderam vir.

Entro e tiro o calçado, deixo no canto da porta.

[Mãe de Júnior]- Não precisava tirar o calçado.

[Pedro]- Sem problemas.

Acompanho ela até a sala de jantar e vejo Júnior, seu pai e uma menina menor.

[Pai de Júnior]- Oh você já chegou. Sente-se.

Me sento à mesa ao lado de Júnior e da menina que provavelmente era sua irmã.

[Pai de Júnior]- Não vai cumprimentar Júnior.

[Júnior]- Oi...

[Pai de Júnior]- desculpe Pedro por ele ser mal educado.

Dou um sorriso forçado para quebrar o clima tenso.

Enquanto jantamos eles perguntavam algumas coisas para me acalmar, até certo ponto que eu já estava um pouco mais confortável com a conversa.

[...]

Terminamos de jantar e sou acompanhado até a porta pela família.

[Pedro]- obrigado pela refeição.

[Mãe de Júnior]- De nada vem mais vezes. Gostamos de conversar com você.

Ao mesmo tempo, Júnior dá um sorriso de sarcasmo.

O pai dele percebe e dá um tapa em sua nuca, dou um pequeno sorriso de canto.

[Pedro]- Ok, tenho que ir agora. Tenha uma boa noite.

Me viro e caminho para casa. A noite está fresca mas sem muito ar.

No meio do caminho a iluminação já não está boa. Começo a ouvir passos atrás de mim e começo a acelerar o andamento.

De repente sinto uma dor de cabeça e fico tonto, caio no chão e desmaio, a última coisa que vejo foi os pés de alguém...

Episode 3Significado

Tudo está escuro...

Abro meus olhos e vejo o teto, era bem simples, viro minha cabeça para ter uma noção de espaço. Avisto alguém sentado na beira da cama. Ao se virar para mim finjo que estou dormindo.

[Voz familiar]- Já sei que está acordado meu jovem.

Abro meus olhos, e me deparo com a senhora Eva com um pano umedecido em suas mãos.

[Pedro]- Senhora onde... é que eu... tô? Porque tô aqui? E... o'que aconteceu?...( falando com dificuldade)

[Eva]- Está na minha casa. Não se esforce muito. Mas eu que deveria estar fazendo perguntas. Te encontrei desmaiado no meio da rua. Porque você estava lá?

[Pedro]- Eu estava... (pensando) saindo da casa de um colega... mas não me recordo bem... mas  depois... Só sei que eu.. peraí! Tinha alguém me seguindo. Aí depois eu fiquei tonto e cai.

[Eva]- Humm... entendi mas você deveria tomar mais cuidado, sabia que ficar andando sozinho de noite é perigoso?

[Pedro]- Sim sei, mas você não viu ninguém mesmo por perto quando me encontrou?

[Eva]- ...Não ...., não tinha ninguém na rua ou na região naquele horário.

Aquela resposta não tinha me convencido ainda, mas por ter me ajudado resolvo não perguntar mais.

[Eva]- Aqui, tome esta sopa, se sentirá melhor depois, tenho que ir trabalhar agora.

[Pedro]- Peraí! Que horas são?

[Eva]- 6:18.

Eu tinha dormido naquela casa à noite inteira.

[Pedro]- Nossa! Tô atrasado, tenho que ir para a escola.

Tento me levantar mesmo sentindo dor no corpo, " acho que me machuquei durante a queda" penso eu. Antes de eu tirar uma das pernas para fora da cama  sou impedido pela senhora.

[Eva]- Acho melhor não. Volte a descansar, quando se sentir melhor, aí você poderá ir.

Dizia ela me deitando de  novo na cama.

[Eva]- Aqui tome sopa e descanse. Como voltarei tarde então você pode ficar à vontade. Me espere, ok?h

Dou um sorriso para confirmar sua pergunta. Ela se vira e sai da casa, olha em volta e vejo que a casa era bem simples, acabo que fico mais confortável. Se fosse ao contrário acho que nem conseguiria dormir com tanto luxo.

Pego a sopa e a colher, enquanto como sinto cada sabor dos legumes envolvidos naquela sopa, a aparência não era uma das melhores mas o cheiro e o sabor, me lembrava a comida da minha mãe. Uma gota de lágrima escorre pelo meu rosto limpo-a antes de cair no prato.

Me levanto com dificuldade, procuro um pedaço de papel e caneta, ao encontrar escrevo para a senhora Eva.

(Carta on)

Senhora Eva, obrigado pelos seus cuidados e preocupações, adorei a sopa, ela está muito saborosa, mesmo assim não poderia esperar pela sua chegada, tive que sair mais cedo para voltar para casa. Espero que nos encontremos mais, sinceramente obrigado.

De Pedro para a senhora Eva

(Carta off)

Coloco a carta em algum lugar notável. Depois de lavar os pratos e arrumar a cama saio e tranco a porta. Percebi que quando ela foi a mesma tinha pegado um chaveiro provável que tinha alguma chave extra lá, então deixo a chave debaixo do carpete.

[Quebra de tempo]

Estou chegando em casa. Durante o caminho todo eu só estava pensando no que aconteceu ontem, e o porquê do desmaio.

Minha tia não deve estar em casa, provavelmente deveria ter ido ao trabalho. Me aproximo de casa e noto que a porta está encostada, a impuro devagar pra não fazer muito barulho, ao terminar de se abrir noto que a casa estava revirada do avesso, tinha um monte de comida e garrafas de bebidas jogadas, tinham pessoas dormindo amontoadas no chão. E minha tia estava jogada no sofá. Entro calmamente "apreciando" aquela cena, a casa estava verdadeiramente uma zona.

Vou até meu quarto e arrumo uma mochila, coloco algumas coisas e saio sem olhar para trás. Chego na calçada de casa e penso "porque eu tô fugindo? Era para aquela mulher sair não eu".

Volto para dentro agora com menos cuidado. Fecho a porta com força para fazer barulho, piso alto e arrasto com meus pés a bagunça no chão, tudo por vontade minha. Alguns de quem estavam dormindo  começaram a se mexer e abrir os olhos  por causa dos barulhos. Não espero que eles despertem me arrumo e saio de casa, antes de sair faço um estrondo com a porta.

Tomara que eles acordem. Caminho sorrindo.

[Quebra de tempo]

Tive sorte, consegui a tempo chegar, mesmo atrasado o professor liberou minha entrada. Já estou um pouco entediado com a aula, minha cabeça está em outro lugar, engraçado que nem vi Júnior hoje, melhor assim tomara que continue desse jeito. A aula passa voando enquanto estou perdido em meus pensamentos.

Estou no intervalo caminhando pelos corredores. Ninguém presta mais atenção em mim na escola, depois que Júnior parou de me zuar tudo parece mais calmo, gosto disso. A visão dessa escola é que ninguém nunca está sozinho, sempre estão acompanhados, no mínimo estão em duplas, eu gosto de estar só mas as vezes é bom conversar com alguém.

Volto para minha sala e sento-me em minha carteira, a sala está com poucos grupos de pessoas em cada canto. Acomodo minha cabeça sobre os meus braços cruzados sobre a mesa, fecho os olhos e assim viajo sobre meus pensamentos, imagino e reflito sobre a tomada da minha vida, como sei que não terei ninguém ao meu lado para caminhamos, viajamos e comermos juntos solto um suspiro. É a primeira vez que penso sobre este assunto.

(Sinal da escola)

Após um segundo do sinal ter tocado a professora entra na sala.

[Professora]- Bom dia. Todos se sentem.

A sala se organiza enquanto corrijo minha postura na cadeira.

A professora pega o giz e começa a escrever, a luz da pequena janela ilumina o quadro, fico apreciando aquela luz refletindo o giz.

[...]

[Professora]- Então notamos que podemos ter poucos dados de todas as classificações de sangue, mas nunca iremos ter mais de dois com 100%, os dados podem ter até 50% de um, e 100% de outro, exemplo: posso ter 5% do sangue azul, 3 de roxo, e até 25 do marrom, mas o que valerá é o 100% do sangue amarelo.

Alguém levanta a mão na minha frente para fazer uma pergunta.

[Professora]- Pode falar.

[Aluno]- é possível alguém ter o número maior dos tipos de sangues com 99% em vez de 100%?

[Professora]- Sim é possível mas são super raro, essas pessoas são classificadas como sangue vermelho. Elas acabam não tendo seu destino programado e acabam perambulando sem ninguém neste mundo, a maioria dos criminosos e presos são esses tipos de pessoas.

[Aluno]- Então a senhora está dizendo que eles se tornam criminosos porque  nasceram com defeitos?

[Professora]- Sim...

Engraçado só porque eles não encaixam em um padrão da sociedade eles se tornam defeituosos? perdem tudo oque tem, e ainda são apontados como criaturas e não seres humanos. Queria poder falar isso em voz alta mas creio que seria como falar com a parede, a última pessoa que teve essa ousadia acabou se tornando um sangue vermelho, dizem que quem não segue a hierarquia seus códigos podem ser alterados pelo seu próprio corpo e mudando sua classificação de sangue, por isso o medo das pessoas de não se voltarem com a organização de sangue. Acabou que isso mexeu muito com as cabeças de alguns, onde pensam que seu valor na sociedade é melhor que outros.

[... ]

A aula encerra e me organizo para ir para casa, acabo ouvindo uma conversa entre alguns da sala, falando sobre mim. Ao ouvir meu nome já pensei que seria uma fofoca sem pé e nem cabeça, e estava certo, estavam falando de eu estar criando amizades com minha raça, logicamente referindo-se a senhora Eva. Dou um pequeno sorriso no canto e saio da sala.

[Quebra de tempo]

Já estava quase chegando ao portão e avistei algumas mulheres limpando o pátio, percebo que a senhora Eva não estava entre elas. Aproximo.

[Pedro]- Com licença. Poderia me dizer se a senhora Eva está trabalhando junto com vocês?

[Mulher 1]- Ela não veio hoje está de licença.

"Estranho lembro-me de ela dizer de manhã que estava indo trabalhar" penso eu.

[Pedro]- Obrigado.

A mulher volta a varrer enquanto sigo a caminhar em direção ao portão. Engraçado que a senhora Eva tinha pedido uma licença, mesmo assim ela disse que ia trabalhar. Me perco em minhas teorias sobre Eva.

Sem perceber já estou na rua de casa.

Do rosto pensativo, começo a não ter mais nem uma feição em minha face, cada vez que me aproximo de casa. Empurro a porta e percebo que quase nada mudou, só que não tinham mais pessoas jogadas pela casa, entretanto minha tia estava no mesmo local.

Passo direto por ela, antes de virar para seguir ao meu quarto, a porta do banheiro se abre e sai um homem alto e moreno, ele me olha, fecha o zíper da calça e sorri, o mesmo vai até a sala, pega uma bolsa e sai. Não tinha nada para falar sobre aquilo. Sinto o forte cheiro de urina exalando do banheiro, tampo meu nariz com minha mão e fecho a porta.

Me volto em direção ao meu quarto, sei que minha tia nem vai limpar essa bagunça, então deixo minhas coisas  e começo a faxina na casa.

Vou limpando cada cômodo até eu chegar na sala. Na verdade a sala deveria ser a primeira coisa para eu limpar, mas como minha tia nem se levantou deixei por último.

Estou tirando as coisas da mesa, percebo que tem um papel manchado com mostarda, pego para ver se é importante. Abro ele e não estava entendendo. Tinha uma conta no meu nome, mas que eu me lembre não tinha nada naquela conta, o valor era 1000 dólares que já tinha sacado. No título está escrito sobre auxílio jovem.

[TIA]- Tá fazendo oque? (sonolenta)

Percebo que minha tia acordou, me viro calmamente.

[Pedro]- O que significa isso?

Ela olha para minha mão  e fica em silêncio por alguns minutos.

[Pedro]- Te perguntei o que é isso?! Responde!

[Tia]- Como é que é moleque?

Diz ela se levantando

[Tia]- Porque está gritando comigo? Se você tá falando só porque eu utilizei este dinheiro para nós sobrevivermos?

[Pedro]- Você fala isso de sobreviver? A gente quase não tem nada para comer! E eu tenho certeza que você tem gastado esse dinheiro com seus amigos! VOCÊ PENSA QUE SOU TROUXA!?

Sem perceber, levo um tapa no  rosto fazendo meu corpo arder de raiva. Fico em silêncio e de cabeça baixa.

[Tia]- Você tá certo... se acha que eu gostaria de estar nessa situação? Se você tivesse morrido em vez de minha irmã eu não estaria aqui agora. Eu te odeio!

[Pedro]- hehehe....

[Tia]- Vo-você tá rindo? Acha essa situação engraçada?

[Pedro]- Quem é você para falar da minha mãe? Você nunca se importou com ela, só pedia dinheiro emprestado. Pensa que você manda em alguma coisa aqui? É tudo da minha mãe!

[Pedro]- Então... como você já queria ir embora antes do meu teste, porque não vai agora? Ah, pode levar o restante do dinheiro do auxílio, vamos ver se vai durar muito.

Ela se impressiona, mas logo volta a cara de sempre.

[Tia]- Ok, tá legal, vou embora. Melhor assim não queria ficar mesmo.

Ela se vira e vai em direção ao seu quarto, pega suas roupas e coloca em uma mala, cata seus documentos e produtos.

[Tia]- Tomara que nunca volte a te ver.

[Pedro]- Também espero.

Ela pega seu celular e liga para alguém pedindo um lugar para dormir. Em seguida sai da casa sem dizer nada.

Tranco a porta e me jogo no sofá.

Caio em um sono

[...]

Acordo e olho para o relógio percebo que já são 21:00, levanto e lavo o rosto, termino de arrumar a sala e sigo para a cozinha. Vou cozinhar um lanche leve, olho em volta e aprecio o silêncio da casa. Vou para a sala e ligo a TV, passa-se algumas horas e a desligo. Vou para o meu quarto e deito-me. Nunca me senti tão calmo, parece que me esvaziei toda minha raiva mas mesmo assim, porque?

Enfim, sozinho...

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