Alessa Darnell era a mulher mais poderosa do Império Avaris. Não em título, afinal ela era apenas a filha de um barão falido. Alessa era poderosa pela magia ardente que corria em suas veias, que transformava os campos de batalha em um mar de gelo e raios. Era forte, temida, a melhor maga e guerreira. Lendária.
Mas essa glória chegou ao fim cedo.
Quando completou vinte e cinco anos, uma doença traiçoeira caiu sobre ela. Alessa adoeceu, definhou, e o império ao qual servira por toda vida a abandonou.
Sozinha, numa mansão em ruínas.
Com nada além de pão mofado e água para padecer.
Uma risada amarga escapou por seus lábios rachados e pálidos, trazendo dor para cada músculo de seu corpo fraco. Era difícil respirar, seu peito subia e descia num ritmo fúnebre. Talvez ela tivesse mais um dia de vida; talvez, minutos.
Era frustrante como a melhor guerreira estava tão moribunda, tão perto de uma morte certa. Alessa não teria dedicado sua vida inteira a Avaris se soubesse que acabaria assim. Ela não teria faltado ao enterro de seu pai para continuar na guerra, não teria evitado um casamento, não teria deixado de ser feliz.
Mas agora era tarde. Ela estava morrendo. Tudo que fizera havia sido em vão. Para que dedicou sua vida em prol de fama e poder se estes haviam lhe abandonado no fim? Alessa era uma mulher gananciosa, que nunca mediu esforços para ter aquilo que queria. O problema, no entanto, era que sua atenção estava no lugar errado.
Não era pelo império que deveria ter se sacrificado. Não era pela fama, pela glória, pelas moedas que se esgotaram tão rapidamente quando sua doença misteriosa surgiu. Ela deveria ter feito por ela.
“Mas agora é tarde.”
Tarde.
Tarde.
Tarde.
A palavra ecoou densa em sua mente, e Alessa fez um esforço colossal para se mover na cama. Estava deitada ali desde que perdera o movimentos das pernas. Um ou dois dias atrás. Ela já não sabia. A única coisa que conseguia ver pelo canto do olho era a janela grande que dava para o lado de fora, onde a lua brilhava solene e uma brisa quente de verão balançava as cortinas puídas.
Lá fora, a vida continuava como se a desgraça dela não fosse nada. Corujas piavam, grilos cantavam, árvores farfalhavam. Tudo seguia, para seu completo desgosto.
Alessa fechou os olhos com força, deixando que esse sentimento assentasse no fundo de sua alma. Em sua mente, conseguia ouvir a risada de seu pai, a voz dele a chamando. Dizendo que era chegada a hora.
Ela não queria ir. Tinha tanto a fazer ainda. Deuses! Ela não se dera ao luxo de ter um único amante. Rejeitara todos, pois seu foco estava em conquistar com unhas e dentes um futuro repleto de glória. Honra. Poder. Moedas. De que isso valia agora?
Ela quis rir de novo, mas não encontrou forças. Até respirar havia se tornado uma luta da qual ela estava a um passo de desistir.
E foi aí que ela escutou passos próximos, vindo da janela. Primeiro o cheiro de hortelã atacou suas narinas, trazendo um refresco para a dor que a consumia. Alessa quis se mexer, quis abrir os olhos e ver quem estava ali, se era um inimigo ou alguém que queria estar ao seu lado em seus últimos momentos — coisa que ela duvidava veementemente. Mas ela não conseguiu. Apenas aguardou que a pessoa falasse, fosse quem fosse.
— Não consigo acreditar que você terminou assim, raio de lua. — A voz ecoou melancólica, talvez ressentida, um som doce e rouco que faz o corpo de Alessa arrepiar.
Ela conhecia aquela voz. Como poderia esquecer? Foi o único homem pelo qual tivera interesse ao dançar com ele durante o baile de debutantes, sete anos atrás. Liam Von Vanthaine, o príncipe de Astruna. O homem que a pediu em casamento assim que o baile terminou.
“O que ele está fazendo aqui?”
— Eu jamais teria permitido que você acabasse assim.
Ele passou a mão pelos cabelos dela, deslizando seus dedos longos até alcançar a pele pálida. Quando continuou, sua voz parecia uma súplica:
— Se houver uma próxima vida, escolha-me. Por favor, raio de lua, é a única coisa que lhe peço.
Alessa não respondeu. Ela não conseguia. Sentiu sua mente afundar, a respiração de Liam ficar mais longe, mais distante, o carinho dele sendo a única coisa que a embalou em direção ao fim.
Tão bom. Tão gentil. Tão… acolhedor.
Ela queria senti-lo de novo.
“Talvez em uma próxima vida.”
O pensamento se perdeu em sua mente e, sem que ela pudesse perceber, a morte a levou até seus braços. Devagar e calma, de um jeito que ela não esperava mais ser possível acontecer.
Alessa acordou em um grito mudo. Seu peito subia e descia numa velocidade alarmante, e seu corpo tremia, tal qual uma árvore em uma tempestade. Ela olhou ao redor, não reconhecendo aquele lugar com móveis de mogno e tapeçarias antigas.
“Onde estou? Eu não morri?”
Ela sentia-se confusa. Tinha certeza que estava deitada em sua cama, na propriedade abandonada de sua família, sentindo o carinho de Liam em sua face a embalar no sono dos mortos.
“Foi um sonho?”
Ela levou uma mão até o rosto, até as maçãs cheias e viçosas de suas bochechas, algo que a surpreendeu. Ela estava esquelética antes, pois não comia direito a dias.
“Não”, ela balançou a cabeça. “Aquela dor, aquele sofrimento, foi real demais para ser chamado de sonho. Será isso aqui um, então?”
Ela ergueu-se da cama, os pés descalços tocando a madeira fria. O choque em sua pele quente a fez querer soltar um suspiro, a sensação real demais para ser um mero sonho. Ela descartou a possibilidade, principalmente quando a sensação trouxe um alívio tão grande, que ela não aguentou e rodopiou pelo quarto, um sorriso grande estampado no rosto.
Era maravilhoso poder andar de novo. Sentir de novo, algo que não fosse dor ou arrependimento.
Ela parou em frente ao espelho da penteadeira. No reflexo, uma linda jovem de cabelos longos e negros, como nanquim, e olhos prateados como a lua a encarou de volta. O rosto delicado, os lábios rosados, os traços angelicais; a beleza que ela perdera após vários anos lutando em guerras, cobrindo cada parte exposta de pele com cicatrizes.
Não havia mais nada lá. Nem um traço da guerreira monstruosa que colocava seus inimigos para correr com um único olhar. Só restava a aparência de uma dama delicada e até inofensiva, embora os calos em sua mão evidenciasse que ela sabia muito bem como empunhar uma espada.
O sorriso de Alessa morreu no exato momento em que a porta fora aberta e uma mulher de cabelos castanhos e olhos azuis entrou, com um sorriso amplo e uma aura que irradiava bondade.
Era Bia, a antiga criada pessoal de Alessa. Antes do restante da fortuna dos Darnell ser tomada completamente por compradores.
— Senhorita, bom dia! Como foi sua noite? — a criada perguntou, olhando para Alessa com um sorriso. — Pronta para ir até o alfaiate experimentar seu vestido de debutante?
Alessa franziu a testa.
— Debutante?
— Sim, senhorita — Bia confirmou, a sobrancelha erguida. — A senhorita não esqueceu que o baile no Palácio Imperial acontecerá daqui a cinco dias, não é? O barão ficaria magoado se descobrisse isso, pois sabe bem que ele teve que vender as joias da falecida baronesa para conseguir encomendar algo digno para a senhorita. Ele ficaria…
— Onde está meu pai? — ela a interrompeu, a cabeça girando com as possibilidades.
— Ele a espera na sala de jantar.
Alessa piscou, como se não esperasse por aquela resposta. Seu pai estava mesmo vivo? Isso significava que ela tinha mesmo voltado no tempo? Mas como? Por quê?
Bia pareceu perceber a confusão no rosto de sua senhorita, mas não falou nada. Apenas preparou um banho para ela e a ajudou a se arrumar. Quando Alessa ficou pronta, as duas desceram para a sala de jantar, onde o barão, Miguel, a esperava com um sorriso amplo, que exalava um carinho que Alessa não esperava ver de novo. Jamais.
— Querida, bom dia! Como foi sua noite? — perguntou ele, dando um beijo na testa de Alessa como um cumprimento.
Ela piscou, sentindo algumas lágrimas acumularem em seus olhos. Encarou o pai com mais atenção. A pele clara, o olhar doce. Ele possuía o mesmo cabelo negro como nanquim, cortado na altura do ombro. Já seus olhos, eram de um castanho intenso, quase negro. Se Alessa tivesse novamente dezoito anos, então ele teria quarenta e três. Deveria estar no auge da vida.
Alessa respirou fundo, e sorriu para ele.
— Eu dormi bem, sim. E o senhor? Como está?
— O de sempre — respondeu, olhando-a com cuidado. Alessa viu tanto carinho ali, tanto amor, que ela sentiu seu peito se apertar.
“Como pude não vir vê-lo uma última vez?”
O pensamento ecoou por sua mente, e ela logo soube a resposta ao vislumbrar a mesa posta para o café da manhã. Não havia muito ali. Algumas batatas assadas, um pouco de vinho e sopa de legumes. Provavelmente, eram as sobras da noite anterior. Pois sempre eram.
Miguel seguiu o olhar da filha, e a pele clara ganhou um tom vermelho ao perceber como ela encarava a comida. Havia certo rancor nas íris prateadas.
— Desculpe, querida, tive que gastar algumas moedas para pagar o criados e não restou muito para reabastecer a dispensa — explicou ele, envergonhado. Alessa apenas o encarou.
— Tudo bem. Eu entendo.
Ela não disse mais nada, apenas se sentou em seu lugar na mesa, pegou uma tigela com sopa e começou a comer quando Miguel fez o mesmo. Eles conversaram sobre várias coisas após isso, coisas que só aumentavam a certeza de Alessa sobre sua regressão.
***
Após o café, Alessa partiu junto a Bia até o alfaiate. Embora ela não quisesse ir até lá, pois sabia que o custo daquele vestido que estava sendo feito ultrapassava em muito o orçamento do baronato — mesmo com o auxílio das joias de sua falecida mãe —, ela não teve outra escolha. Era fundamental aparecer no baile de debutantes da forma mais apresentável possível.
Todas as damas com dezoito anos estariam perfeitamente vestidas, ao aguardo de conseguir o favor da Imperatriz Morgana ou encontrar um bom pretendente.
É claro que na vida passada de Alessa ela não seguiu esse padrão. Compareceu ao baile vestindo roupas masculinas, os trajes de seu pai, pois rejeitara o vestido assim que descobriu quantas moedas ele custava.
Três pratas. Trinta cobres.
Como seu pai ousara gastar tanto em um simples pedaço de pano?
Agora ela entendia melhor o lado dele. Miguel só queria garantir o futuro dela. Que, quando a doença que o atormentava lhe roubasse a vida, ela já tivesse encontrado um bom casamento e estivesse feliz, de preferência bem longe dali.
Ah, e sim, Miguel possuía a mesma doença que matara Alessa. Uma doença desconhecida que acometeu o barão um ano atrás. E ele estava resistindo bem, mas Alessa sabia que ele não teria muito tempo. Ele morreria quando ela estivesse participando de sua primeira guerra. Em três meses, se seguisse os passos de sua vida passada.
“Se houver uma próxima vida, escolha-me.”
As palavras de Liam voltaram à mente de Alessa, como um raio, trazendo um arrepio à sua espinha. Se ela fechasse os olhos, conseguiria sentir o toque terno dele em seu rosto, o cheiro de hortelã que emanava dele. A voz rouca e em súplica. Jamais poderia esquecer aquele momento, fosse sonho ou não.
“Claro que não é sonho. Eu voltei. Por algum motivo, os Deuses me concederam uma segunda chance. Será que foi para cumprir o pedido dele?”
Alessa pensou por alguns instantes. Talvez fosse isso, talvez o desejo desesperado daquele homem a tivesse enviado ao passado. Lhe dado a chance que tanto ansiou em seus dias finais.
“Mesmo se não for, devo escolhê-lo? Não ao Império Avaris, mas a mim, meu pai e a ele?”
Ela apertou os lábios, sem resposta.
— Pelo menos, a mim e ao meu pai eu devo. Não posso cometer os mesmo erros de antes.
Bia ergueu a cabeça ao ouvir a voz de sua senhorita. Ela franziu a testa, e se perguntou se alguma coisa acontecera com Alessa. Pois ela estava diferente, e isso se tornaria um fato cada vez mais evidente.
A noite do baile chegou sem problemas. Alessa estava parada frente a grande entrada do salão de baile, junto das outras senhoritas.
O cetim roxo escuro de seu vestido brilhava à luz das tochas, um contraste perfeito com sua pele clara e olhos prateados. Bordados dourados em formato de ramos percorriam a extensão do tecido, principalmente em sua cintura e na barra, combinando com os brincos dourados e o colar que Alessa usava. Era uma peça linda, de mangas longas e com um decote que mostrava parte de seu colo. A saia não tinha muitas camadas, mas era elegante o suficiente para fazer algumas das senhoritas presentes ali olharem-na com inveja.
Alessa sorriu. Inveja era algo que já estava acostumada. Quando era a melhor espadachim, todos a olhavam com admiração ou inveja. Alguns tinham medo, outros queriam ter um terço de seu poder. E foi nesse sentimento que ela se embebedou por anos, afinal o motivo de ir para a guerra sumira antes mesmo dela regressar.
Miguel.
Ela olhou para ele. Seu pai estava conversando com outros nobres, o sorriso cordial preso ao rosto. O traje que vestia era de um preto profundo, com detalhes dourados que tornavam a peça um par perfeito do vestido que Alessa usava. A camisa branca abraçava seu corpo com perfeição, enquanto o boche do baronato — a cabeça de um cervo — estava fixo no colete ajustado, próximo ao coração.
Ele não usava capa, pois não tivera dinheiro o suficiente para encomendar uma e as outras estavam desgastadas demais para serem usadas em um evento tão importante. Mas o barão não se importou com isso. Para ele, se Alessa estivesse bem vestida, era o bastante. Ele só precisava fazer jus a ela, nada além.
Alessa balançou a cabeça, focando sua atenção na porta à frente. Ouvia a música lá de dentro, as risadas e conversas abafadas. Agora faltava pouco para que ela fosse chamada. E, mesmo que não quisesse admitir, suas mãos suavam de nervosismo.
Em sua vida passada, ela entrara trajando calças, o olhar afiado, como de um soldado indo para a guerra. Ao invés de joias delicadas, uma espada estava em sua cintura como se fosse um mero ornamento.
Aquele foi o primeiro passo para chamar a atenção de uma maneira diferente. Não como uma dama à procura de um marido, mas sim como uma guerreira à procura de um lorde para servir. E a Imperatriz Morgana percebeu isso. A escolheu. Como Alessa odiava o fato dela tê-lo feito só para abandoná-la na miséria no fim.
Agora, por outro lado, Alessa não queria ser vista como uma arma em potencial. Ela queria apenas encontrar Liam, vê-lo e decidir se cumpriria o único pedido dele ou não.
Se ele a visse e a rejeitasse, talvez ela pudesse acreditar que ele também percebera seu valor em sua vida passada, como a imperatriz, e só por isso a pedira em casamento. Ficaria claro que ele queria usá-la. E Alessa não estava disposta a deixar que ninguém o fizesse de novo.
Ela ergueu o queixo, decidida. Quando o arauto anunciou seu nome e de seu pai, Alessa não hesitou em entrar. Porque, independente do que acontecesse durante o baile, sua decisão estava tomada. Ela não iria ser a arma de ninguém. E isso era um fato.
***
Música, dança e sonhos.
Tudo se chocava no centro do salão de baile. Senhoritas dançavam com lindos vestidos, uns de tons claros, outros com cores escuras que realçavam as belezas etéreas.
Alessa estava parada observando os jovens lordes convidarem as outras debutantes para dançar, enquanto ela permanecia parada em um canto afastado do salão, observando tudo com um olhar de tédio. A Imperatriz Morgana estava do outro lado do salão, e nem havia se dignado a olhar para Alessa — coisa que a garota agradeceu muito.
Ela só dançara com Miguel, quando foi oficialmente apresentada à alta sociedade. Depois disso, se retirou dali, embora os cochichos sobre ela alcançassem seus ouvidos hora ou outra. Afinal, quem em Avaris não conhecia Alessa Darnell, a senhorita que derrotou com facilidade vários cavaleiros treinados no último torneio imperial?
Alessa passara anos fazendo pequenas coisas para atrair a atenção dos nobres. Para conseguir respeito, honra, poder. Graças a isso, tinha uma fama que rodopiava por todo círculo social, onde poucos desconheciam seus feitos.
Por ganância, uns diziam. Não era mentira. Ela queria as moedas que eles poderiam dar, a glória que só estar no topo poderia proporcionar.
— Olha se não é a senhorita Darnell. Há quanto tempo. — Uma voz feminina atraiu a atenção de Alessa.
Ela encarou a mulher ruiva, de cabelos longos e ondulados, que se aproximava dela. Seus olhos azuis estavam repletos de escárnio, algo que não passou despercebido pela garota.
— Faz muito tempo, não é? — Alessa sorriu para ela, embora não reconhecesse a mulher. Ela não aparentava ser mais velha que ela, mas também não era uma das debutantes. — Lady…?
— Dirgan. Valéria Dirgan. Você não lembra?
Alessa piscou. O nome era familiar. Talvez de um visconde ou de um marquês. Ela não tinha certeza. E nem queria.
— Não, claro que não. Como poderia?
A resposta fez Valéria sorrir. Um sorriso que parecia cheio de intenções malignas.
— Entendo. — Ela olhou ao redor, vendo que havia outras senhoritas por perto. Quando voltou a falar, sua voz estava mais alta do que o necessário: — Ouvi os boatos sobre você, Lady Alessa. É verdade que você está disposto a se vender para quem pagar mais?
Alessa ergueu uma sobrancelha. Ela estava tentando ofendê-la? Se sim, Valéria estava falhando miseravelmente.
— Que boato interessante. — Os lábios de Alessa se ergueram em um sorriso afiado, e ela deu um passo para mais perto da senhorita. Apesar de ter apenas um metro e sessenta de altura e um rosto angelical, ela possuía uma aura intimidade quando queria. — Mas acho que deveria pensar muito bem antes de falar isso na minha frente. Você não sabe o que eu posso ter escondido debaixo da minha saia.
Valéria piscou, horrorizada.
— Que ultraje!
— É só um aviso, Lady Valéria. Fique ciente disso.
Alessa não esperou uma resposta. Ela partiu em direção ao jardim, ignorando os cochilos das outras senhoritas. Ela não se importava com o que elas pensariam sobre o significado de suas palavras. Se ela tinha algo escondido ou não.
O que importava era a cara de desgosto presente no rosto de Valéria. Nada mais, nada mesmo. Era sempre ótimo ver um oponente perder a compostura.
Com total certeza.
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