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BRINCANDO COM A MORTE

Rascunho

Descrição de Jaque

- Nome: Jaqueline "Jaque" Matty

- idade: 19 anos

- Personalidade: Rebelde, sádica e impulsiva. Jaque não tem medo de ninguém e adora um desafio. Ela fala muitos palavrões, tem atitudes de psicopata e se diverte com o caos. Seu senso de humor é cruel e debochado, sempre testando os limites dos outros.

- Aparência:

  - Cabelos: Longos e pretos, muitas vezes bagunçados.

  - Olhos: Castanhos intensos, sempre carregando um olhar de desafio e loucura.

  - Pele: Clara, mas sempre com marcas de brigas, cortes ou sangue de alguém.

  - Físico: Magra, mas com um corpo definido, ágil e perigoso.

- Roupas e Estilo:

  - Sempre vestida de forma desleixada ou provocativa, Jaque prefere roupas escuras e botas pesadas.

  - Usa jaquetas de couro, calças rasadas e acessórios de metal.

  - Quando entra no jogo de Won, passa a adotar visuais ainda mais extravagantes, com roupas de coringa, vermelho e preto, maquiagens pesadas e símbolos de cartas em sua roupa.

- História e Motivações:

  - Vinda da impiedosa família Matty, onde a violência é lei, Jaque cresceu acreditando que o medo é o único respeito real.

  - Matou três ex-namorados por traição ou tentativa de enganá-la.

  - Quando conheceu Won, ela não apenas encontrou alguém tão louco quanto ela—ela encontrou um jogo onde poderia se divertir de verdade.

  - Agora, ao lado dele,seu objetivo não é apenas destruir o mundo… é torná-lo um verdadeiro espetáculo de horror.

Jaque não apenas dança com a morte, ela a conduz pelo palco.

Descrição de Won

Nome: Won (apelido dado por ele mesmo, identidade real desconhecida)

Idade: 25 anos

Personalidade: Insano, imprevisível e manipulador. Won não segue regras, ele as cria e as destrói quando quer. Sua mente funciona como um tabuleiro de xadrez, sempre planejando jogadas à frente dos outros. Ele trata tudo como um jogo, onde a única regra é se divertir ao máximo, sem importar as consequências.

Aparência:

Cabelos: Negros e bagunçados, sempre com um ar selvagem.

Olhos: Castanhos escuros, mas brilham de maneira psicótica quando está excitado pelo caos.

Pele: Pálida, com olheiras profundas e um sorriso que nunca desaparece completamente do rosto.

Físico: Alto e magro, mas surpreendentemente forte e ágil, movendo-se com a leveza de um dançarino.

Roupas e Estilo:

Seu visual é uma mistura entre elegância e loucura.

Normalmente usa ternos estilosos, mas sempre desajustados, sujos de sangue ou queimados.

Em momentos de espetáculo, veste um traje de coringa, mas ao invés das cores tradicionais, ele adotou preto, branco e vermelho, trazendo uma versão mais sombria do personagem que representa.

Muitas vezes carrega cartas de baralho modificadas, com mensagens enigmáticas ou explosivos escondidos.

História e Motivações:

Criado no inferno da Coreia do Norte, foi torturado e drogado desde criança, transformado em uma arma viva.

Após escapar, se infiltrou no submundo do crime e se tornou o maior criminoso da Coreia do Sul, até realizar o maior roubo da história do país.

Não acredita em nada além do caos absoluto. Ele quer provar que a sociedade é uma farsa e que qualquer um pode ser corrompido com a dose certa de loucura.

Quando conheceu Jaque, percebeu que ela era a peça que faltava em seu jogo. Juntos, decidiram transformar o mundo inteiro em um tabuleiro de destruição.

Won não quer apenas vencer… ele quer ver todo mundo perder com estilo.

Descrição de Ás de Espadas

- Nome:John Mathews (conhecido apenas como Ás de Espadas)

- Idade: 23 anos

- Personalidade:Sério, estratégico e extremamente disciplinado.Ao contrário do caos de Won, Ás de Espadas é metódico, calculista e silencioso. Ele analisa cada situação antes de agir e acredita que a lógica sempre vence a loucura. No entanto, sua raiva reprimida e os traumas do passado o tornam imprevisível quando é levado ao limite.

- Aparência:

  - Cabelos:Pretos e curtos, sempre arrumados de forma impecável.

  - Olhos: Azuis profundos, frios como gelo.

  - Pele: Pálida e marcada por cicatrizes leves de batalhas passadas.

  - Físico: Forte e bem definido, resultado de anos de treinamento militar e tático.

- Roupas e Estilo:

  - Veste preto da cabeça aos pés, com um casaco longo e botas reforçadas.

  - Luvas táticas e um **colete à prova de balas sempre sob a roupa.

  - Tem uma tatuagem de uma espada atravessando um baralho no pescoço, representando seu título como Ás de Espadas.

  - Carrega **duas pistolas e uma katana, combinando luta corpo a corpo com precisão de tiros.

- História e Motivações:

  - Um dos quatro irmãos que foram adotados e criados pela mãe de Won, mas acabou sendo brutalmente torturado por ele quando era jovem.

  - Viu Won esfaquear um cachorro e percebeu o monstro que ele era, mas foi forçado a obedecer por medo de ver seus irmãos morrerem.

  - Seu maior objetivo é destruir Wone vingar o que ele fez com sua família, mas sua frieza o impede de agir por impulso.

  - Ele sempre teve um lado humano, mas anos de guerra, violência e traição o fizeram se tornar uma máquina de combate.

  - Tem um ódio profundo pela Rainha de Espadas,pois no passado tentou se aproximar dela, mas descobriu que ela é trans , o que destruiu sua confiança e alimentou sua frieza.

Ás de Espadas é um guerreiro sem piedade, mas por trás de seu olhar gelado, ainda existe um homem quebrado tentando encontrar redenção.

Descrição da Rainha de Espadas

Nome: Paulo "Paul" Montgomery (conhecida como Rainha de Espadas)

Idade: 25 anos

Personalidade: Fria, calculista e letal. A Rainha de Espadas nunca hesita, nunca demonstra fraqueza e sempre luta com uma precisão impecável. Seu passado a ensinou que a única forma de sobreviver é ser mais forte que todos ao seu redor. Embora pareça impenetrável, guarda segredos profundos e emoções que prefere enterrar.

Aparência:

Cabelos: Longos e trançados, negros como a noite.

Olhos: Cinzentos, cortantes como lâminas.

Pele: Morena e impecável, sem cicatrizes aparentes – pois nunca permite que alguém a acerte.

Físico: Alta e esguia, mas com um corpo treinado para combate, ágil e letal.

Roupas e Estilo:

Veste preto e azul-escuro, sempre com um casaco longo e uma armadura leve por baixo.

Tem uma tatuagem de espadas cruzadas no ombro, representando seu título.

Usa luvas de couro sem dedos e botas reforçadas, sempre pronta para o combate.

Carrega duas espadas curtas, que usa com uma destreza absurda, além de facas escondidas pelo corpo.

História e Motivações:

Foi expulsa de casa por ser trans e precisou sobreviver sozinha desde a adolescência, o que a tornou dura e indiferente às emoções.

Foi acolhida por Won, que lhe deu um propósito e um título, tornando-se uma de suas peças mais letais no tabuleiro.

Ás de Espadas tentou se aproximar dela no passado, mas ela o rejeitou, o que gerou uma rivalidade intensa entre os dois.

Seu único objetivo é garantir que ninguém a controle, nem mesmo Won. Ela está disposta a jogar o jogo dele, mas nunca será uma peça fácil de manipular.

Não confia em ninguém, mas respeita profundamente Jaque, vendo nela uma força semelhante à sua.

A Rainha de Espadas é um fio de lâmina afiado, pronta para cortar qualquer um que tente se impor sobre ela.

Descrição da Rainha de Ouros

Nome: Isabella "Isa" Laurent (conhecida como Rainha de Ouros)

Idade: 27 anos

Personalidade: Ambiciosa, determinada e perigosa. A Rainha de Ouros não apenas deseja poder—ela quer o mundo aos seus pés. Inteligente e estrategista, Isa usa sua beleza e charme para manipular aqueles ao seu redor, mas quando isso não basta, suas lâminas fazem o trabalho.

Aparência:

Cabelos: Curtos e negros, sempre bem arrumados.

Olhos: Vermelhos intensos, afiados como de uma predadora.

Pele: Perfeita, sem imperfeições, pois sempre se mantém impecável.

Físico: Corpo esguio, com curvas bem definidas, transmitindo um ar de realeza e letalidade ao mesmo tempo.

Roupas e Estilo:

Usa preto com detalhes dourados e vermelhos, refletindo sua posição de poder e riqueza.

Seu uniforme sempre tem um toque refinado, seja em fitas, acessórios ou joias que escondem armas letais.

Suas estrelas e símbolos bordados representam seu alto nível dentro da organização de Won.

Carrega lâminas escondidas no uniforme, além de um anel dourado que contém veneno para momentos estratégicos.

História e Motivações:

Ex-esposa de um príncipe, Isabella perdeu a guarda de sua filha após um escândalo político. Sua filha está trancada em um castelo real e ela está disposta a qualquer coisa para tê-la de volta.

Entrou no jogo de Won não apenas pela destruição, mas pela oportunidade de se tornar a mulher mais poderosa do mundo.

Já foi uma dama da alta sociedade, mas trocou os bailes luxuosos pelas ruas sangrentas da guerra.

É a mais manipuladora entre as rainhas, capaz de dobrar até mesmo seus aliados se isso servir aos seus interesses.

Sabe que Won é perigoso, mas acredita que pode superá-lo no próprio jogo.

A Rainha de Ouros não luta apenas por si mesma—ela luta para reconquistar tudo o que lhe foi tirado, e no final, ou ela vence... ou não sobrará mais ninguém para comemorar.

Descrição do Rei de Paus

Nome: Dante Vasquez (conhecido como Rei de Paus)

Idade: 30 anos

Personalidade: Implacável, estrategista e carismático. Dante é o tipo de homem que atrai seguidores com um simples olhar. Um líder nato, calculista e implacável no campo de batalha. Diferente do caos de Won, ele joga pelo controle total. Para ele, guerra não é apenas destruição—é arte.

Aparência:

Cabelos: Longos e negros, presos em um rabo de cavalo desleixado.

Olhos: Vermelhos intensos, como brasas ardentes.

Pele: Morena e marcada por cicatrizes de batalhas.

Físico: Alto e musculoso, seu corpo é o de um guerreiro, forte o suficiente para derrubar qualquer um.

Roupas e Estilo:

Veste um uniforme preto com estrelas vermelhas no peito, representando seu título de Rei de Paus.

Usa uma faixa vermelha amarrada no braço, um símbolo de lealdade ao seu próprio código de guerra.

Carrega uma katana nas costas e duas pistolas no cinto.

Seu sorriso é sempre enigmático, nunca revelando suas reais intenções.

História e Motivações:

Ex-comandante de uma milícia na América Latina, Dante cresceu em meio a guerra e aprendeu a controlar exércitos antes mesmo de entender o que era paz.

Tornou-se uma lenda no submundo, um estrategista que nunca perdeu uma batalha.

Foi recrutado por Won não apenas como um jogador, mas como um comandante. Enquanto Won espalha o caos, Dante transforma guerra em um espetáculo calculado.

Não acredita em honra, apenas em vitórias. Ele luta pelo domínio absoluto e pelo prazer de ver o mundo dobrado a seus pés.

Seu maior rival é Jaque, pois vê nela um espírito tão violento e implacável quanto o dele.

O Rei de Paus não segue ordens, ele dá as ordens. E quando ele entra no jogo, não há espaço para perdedores.

01

Para minha prima Jaqueline:

  Que carrega no nome a força de um universo e no coração a intensidade de uma estrela em chamas. Que esta dedicatória seja um reflexo da luz que você espalha, mesmo nos dias mais sombrios.

  Você é a poesia que o mundo às vezes se esquece de ler; uma prova viva de que os maiores desafios trazem consigo as sementes das mais belas transformações.

  A você, que enfrenta os dias como uma guerreira, com um sorriso no rosto e uma determinação feroz no olhar, desejo que nunca perca sua essência, pois é nela que reside o verdadeiro brilho da sua existência.

   Obrigada por ser inspiração e por mostrar que a vida, mesmo com suas curvas e desvios, é sempre digna de coragem e paixão."

1— capítulo: uma louca terrível.

A cidade nunca dormia. As ruas estavam cobertas por uma fina camada de névoa, iluminadas apenas pelos postes enferrujados e pelas luzes trêmulas de bares que nunca fechavam. Carros velhos passavam com o ronco abafado, enquanto vozes ecoavam em becos escuros, abafadas por gargalhadas, brigas e o som distante de tiros.

O vento trazia o cheiro de gasolina, fumaça de cigarro e algo mais sombrio — o cheiro de perigo, de vidas que terminavam antes do nascer do sol. A cidade era um organismo vivo, pulsando, mas sua alma estava apodrecida. Em um canto esquecido, próximo ao ferro-velho dos Matty, o silêncio dominava. Era um silêncio que gritava mais alto do que qualquer sirene da polícia, porque ali ninguém ousava interferir.

O ferro-velho, com suas pilhas de carros amassados e metais enferrujados, parecia o túmulo de histórias esquecidas. Era ali que a família Matty reinava. Um clã que não seguia as regras da cidade — eles as escreviam. Mas, naquela noite, a história não era sobre todos eles. Era sobre Jaque.

A mais nova da linhagem, Jaque era um nome que circulava nas conversas sussurradas. Com apenas 19 anos, ela já tinha espalhado medo por onde passava. Enquanto o vento balançava levemente os fios de seu cabelo negro, ela estava sentada no topo de um carro amassado, observando o horizonte.

A jaqueta de couro apertada a envolvia como uma armadura, enquanto seus olhos escuros e maquiados pareciam analisar cada movimento ao redor. O brilho da estrela bordada no casaco refletia o pouco de luz que alcançava aquele canto esquecido. Seus pensamentos eram tão afiados quanto as facas que ela costumava carregar, e seu sorriso era uma mistura de sarcasmo e ameaça.

Ela tragava um cigarro com calma, como se a cidade ao redor fosse seu playground. O mundo podia estar desmoronando, mas Jaque não tinha pressa. Ela esperava. Não por ajuda ou por redenção, mas pelo próximo movimento. Porque, na mente dela, tudo era um jogo.

— Essa cidade tá cada vez mais podre... do jeito que eu gosto — murmurou para si mesma, enquanto esmagava o cigarro na lataria do carro.

Ao longe, um som de motos cortava o silêncio. Jaque sorriu de canto. Era hora de agir.

O ferro-velho era um símbolo do que ela representava: caos e ordem, abandonado e funcional ao mesmo tempo. Jaque desceu do carro, os coturnos batendo no chão de concreto com um som firme. Ao seu redor, o cheiro de óleo e ferrugem parecia familiar, quase reconfortante.

Enquanto caminhava, a jaqueta balançava levemente com o vento, revelando mais das estrelas vermelhas bordadas. Ela era uma Matty, e todo mundo sabia o que isso significava. Mas, diferente do restante da família, Jaque tinha algo que a fazia única — uma rebeldia sem limites e uma frieza que beirava a psicopatia.

— Porra, cadê vocês? — disse ela em voz alta, impaciente, enquanto girava uma chave inglesa que encontrou pelo caminho.

O som das motos aumentava. Ela sabia que os caras da Costa tinham mandado um recado. Não era só sobre negócios. Era pessoal. Para eles, Jaque era uma ameaça, alguém que precisava ser apagada. Mas, para ela, aquilo era um convite para brincar.

Ao longe, as luzes dos faróis cortaram a escuridão. Um grupo de motos entrou no ferro-velho, o barulho dos motores abafando todos os outros sons. Jaque sorriu, os olhos faiscando.

— Vamos começar o show, porra.

As motos pararam em fila no centro do ferro-velho. Os faróis iluminavam pilhas de sucata, criando sombras grotescas nas laterais dos carros destruídos. Os homens desceram, armados, os rostos escondidos por máscaras improvisadas. O líder deles, um brutamontes tatuado com uma cicatriz atravessando o rosto, deu um passo à frente.

— Ei, cadê a porra da princesa dos Matty? — ele gritou, a voz ecoando pelo lugar.

De repente, o som de metal caindo ecoou ao longe. Todos giraram na direção do barulho, os olhos atentos. Foi então que a voz de Jaque cortou a noite, carregada de deboche.

— Princesa? Tá me confundindo com sua mãe, seu merda.

O som veio de cima. Os homens olharam para o alto e a viram, equilibrada no topo de uma pilha de carros amassados, o rosto iluminado pelo brilho pálido da lua. O sorriso dela era de puro desprezo, e nas mãos, um revólver prateado brilhava.

— Vocês vieram atrás de mim? Que honra! — disse ela, levantando o braço e disparando o primeiro tiro.

O projétil acertou o farol de uma das motos, fazendo faíscas voarem. O som do tiro ecoou, e o caos começou.

Os homens se espalharam, alguns correndo para se esconder atrás de carros enquanto outros revidavam. Jaque, porém, estava rindo. Uma risada alta, selvagem, que parecia pertencer mais a uma psicopata do que a uma garota de 19 anos.

— Isso aqui tá começando a ficar divertido! — ela gritou, enquanto saltava da pilha de sucata e rolava no chão, evitando um disparo que passou zunindo por ela.

De trás de um carro, ela se levantou e disparou de novo, acertando a perna de um dos homens que caiu gritando de dor.

— Vocês acham que podem vir até aqui, na minha casa, e sair andando? Que bonitinho! — disse ela, saindo de trás da cobertura como se não estivesse nem um pouco preocupada com os tiros ao redor.

O líder dos homens gritou:

— Pega essa louca agora!

Jaque respondeu com outro tiro, desta vez passando de raspão pelo ombro dele.

— Louca? Obrigada pelo elogio, querido! — ela gritou de volta, correndo até uma pilha de pneus e se jogando atrás dela.

Ela pegou a chave inglesa que havia levado consigo e a arremessou com força. O objeto atingiu outro homem na cabeça, derrubando-o no chão com um som seco.

— Dois a zero pra mim! Quem vai ser o próximo? — provocou, sem parar de rir.

O som dos tiros parecia um concerto para Jaque. Ela não estava apenas lutando; estava se divertindo. Cada movimento seu era rápido, preciso, como se o caos fosse a única coisa que fazia sentido para ela.

De repente, uma explosão sacudiu o ferro-velho. Um dos homens havia acertado um tanque de gasolina esquecido, e o fogo começou a se espalhar. As chamas lançavam luzes alaranjadas pelo lugar, criando um espetáculo que só fazia Jaque sorrir ainda mais.

— Que coisa linda! Vocês vieram pra me matar ou pra me entreter? — ela gritou, enquanto disparava mais uma vez, acertando outro alvo.

Ela sentia o sangue correr rápido pelas veias, a adrenalina transformando cada segundo em algo excitante. Para Jaque, aquilo não era uma luta. Era um jogo.

E ela nunca jogava para perder.

As chamas do tanque de gasolina iluminavam o ferro-velho, transformando o lugar em um campo de guerra infernal. Jaque se escondia atrás de uma pilha de pneus, o sorriso ainda estampado no rosto. Ela abriu o tambor do revólver e bufou ao encontrar o vazio: as balas haviam acabado.

— Merda... — murmurou, jogando o revólver vazio de lado.

Mais motos e caminhonetes chegaram, preenchendo o lugar com o ronco dos motores. Os homens desceram armados, rindo alto e batendo nas latarias.

— Acabou pra você, Jaque! Tá sem saída agora, sua vadia! — gritou o líder, levantando uma espingarda com confiança.

Os outros homens começaram a rir, comemorando como se já tivessem vencido.

— Acabou? — Jaque murmurou para si mesma, os olhos faiscando. — Tá só começando, otários.

Ela respirou fundo, espiando ao redor. Entre o caos, viu algo brilhando próximo a uma pilha de latas amassadas. Com um movimento rápido e ágil, ela correu em direção ao brilho, desviando dos tiros que começaram a ser disparados. Rolando pelo chão, ela chegou até o objeto e, ao tocá-lo, seus lábios se abriram em um sorriso diabólico.

Era uma MP5, com o carregador intacto.

— Ah, meu amor... você acabou de salvar minha noite. — disse, levantando-se e destravando a arma.

Sem hesitar, Jaque saiu de trás da pilha de metal, a MP5 nas mãos. Os homens congelaram por um momento, surpresos.

— Agora é minha vez, seus merdas. — Ela disse, e apertou o gatilho.

O som da rajada da MP5 cortou o ar, engolindo os risos e as comemorações dos homens. A arma parecia uma extensão de Jaque, cada disparo preciso e mortal.

Os primeiros tiros atingiram os tanques de duas motos, que explodiram em uma bola de fogo, derrubando os homens próximos. Ela girou o corpo, disparando em direção a outro grupo, acertando um deles no peito.

— Isso aqui é o que eu chamo de diversão! — Jaque gritou, gargalhando enquanto avançava.

Os homens tentaram se reagrupar, mas a MP5 nas mãos dela era implacável. Cada movimento de Jaque era rápido, ágil, como se o caos fosse o habitat natural dela.

— Vocês acham que podem aparecer aqui e ganhar de mim? Que fofos! — provocou, enquanto uma rajada de tiros derrubava mais dois homens que tentavam fugir.

O líder do grupo, agora visivelmente nervoso, gritou:

— Alguém derruba essa maldita!

Mas os homens hesitavam. Alguns tentavam recuar, enquanto outros disparavam a esmo, sem conseguir acompanhá-la.

Jaque continuava avançando, desviando de tiros com facilidade. Seus olhos brilhavam com pura adrenalina, e sua risada ecoava como a de uma verdadeira psicopata.

— Mais rápido, seus lerdos! Quero ver vocês correrem! — ela gritou, disparando contra um caminhão, que explodiu em uma chuva de faíscas e chamas.

Um dos homens tentou atacá-la com uma barra de ferro, mas Jaque se virou com rapidez, acertando uma rajada curta em suas pernas. Ele caiu gritando de dor, e ela apenas riu.

— Próximo! — disse, segurando a MP5 com firmeza enquanto caminhava pelo campo de batalha, como se fosse uma rainha insana em seu reino de destruição.

O som das sirenes começou a ecoar ao longe, mas Jaque não parecia se importar.

— Bom, rapazes, foi divertido, mas a festa acabou pra vocês. — disse ela, antes de disparar novamente, acertando o líder no ombro e o derrubando no chão.

Ela olhou para os homens restantes, que agora estavam apavorados, e deu um sorriso cheio de desprezo.

— Da próxima vez, tragam mais munição.

Guardando a MP5 nas costas, Jaque correu até sua moto, subindo nela com facilidade. O motor rugiu, e ela acelerou, desaparecendo na escuridão enquanto as sirenes se aproximavam, deixando para trás o caos que só ela sabia criar.

02

2—capitulo: família de loucos

A moto de Jaque cortava a noite como um animal selvagem, o ronco do motor ecoando pelas ruas desertas. O vento batia em seu rosto, mas ela não parecia sentir nada além da adrenalina ainda pulsando em suas veias. Seu sorriso estava intacto, e as manchas de pólvora e fuligem em sua jaqueta de couro eram quase como medalhas de uma noite bem-sucedida.

Quando ela chegou à casa dos Matty, o portão de ferro enferrujado rangeu ao abrir. A mansão da família, um casarão sombrio e decadente, era iluminada apenas por algumas luzes amareladas que pareciam tremer diante da escuridão ao redor. Jaque parou a moto na entrada, descendo com movimentos rápidos e precisos.

Ela empurrou a porta principal com força, fazendo-a bater contra a parede. Lá dentro, Álvaro e Lena estavam sentados na sala, discutindo em voz baixa. Ao verem Jaque entrar, as conversas cessaram imediatamente.

— E aí, família, sentiram minha falta? — disse ela, jogando a MP5 no sofá como se fosse um brinquedo e tirando a jaqueta.

Álvaro foi o primeiro a falar, tentando esconder o nervosismo na voz.

— Que porra você fez dessa vez, Jaque? A cidade inteira tá falando de ti!

Ela arqueou as sobrancelhas, fingindo surpresa.

— Sério? Nossa, que honra. Achei que iam falar só amanhã.

— Não é brincadeira, Jaque! — Lena interveio, levantando-se do sofá. — Você acha que sair por aí, explodindo tudo e matando gente, não tem consequência?

Jaque soltou uma risada curta e seca, andando até a cozinha e pegando uma garrafa de uísque no balcão. Ela encheu um copo até a borda, sem olhar para os irmãos.

— Consequências? — disse ela, virando-se com o copo na mão. — A única consequência que importa é que eu estou aqui, viva. E eles? Estão todos fodidos.

— Você tá levando isso longe demais. — Álvaro insistiu, tentando se impor. — A polícia tá atrás de você, e a Costa não vai deixar barato.

Jaque deu um gole longo no uísque, pousou o copo na mesa e se aproximou lentamente de Álvaro. Ele tentou manter a postura, mas a presença dela era como um peso esmagador.

— Escuta aqui, Álvaro. Eu sou a única coisa que mantém essa merda de família de pé. Se não fosse por mim, vocês já teriam virado história. Então, em vez de ficar me dando sermão, talvez você devesse me agradecer. — A voz dela estava baixa, quase um sussurro, mas carregada de uma ameaça que fez Álvaro engolir seco.

Lena deu um passo à frente, tentando intervir.

— Você não pode continuar assim, Jaque. Um dia, isso vai voltar pra gente.

Jaque se virou rapidamente, os olhos faiscando como brasas.

— Voltar? — ela disse, rindo com desdém. — Deixa eles tentarem. Eu sou Jaque Matty, porra. Eles sabem quem manda aqui.

Ela pegou a MP5 do sofá e apontou para o teto, disparando uma rajada que fez todos na sala se encolherem. Pedaços de gesso caíram do teto, e o eco do tiro reverberou pela casa.

— Tá vendo? É assim que eu lido com problemas. Vocês deveriam aprender.

Álvaro e Lena ficaram em silêncio, trocando olhares tensos. Eles sabiam que Jaque era perigosa, mas naquele momento, a ideia ficou mais clara do que nunca: até mesmo dentro da própria família, ela era alguém a ser temido.

Jaque sorriu de novo, satisfeita com o silêncio que havia imposto.

— Agora, se me dão licença, vou tomar banho. Essa cidade podre já me deu diversão suficiente por uma noite.

Ela saiu da sala, a MP5 ainda na mão, enquanto Lena e Álvaro ficavam para trás, paralisados e cientes de que a pessoa mais perigosa para a família Matty estava bem ali, sob o mesmo teto.

O sol mal havia nascido, mas a mansão Matty já estava tomada por uma tensão que poderia cortar o ar. Todos os membros da família estavam presentes, sentados em torno da grande mesa de jantar na sala principal. Homens e mulheres que carregavam o nome Matty, todos conhecidos por sua frieza e autoridade, se reuniram para um único propósito: confrontar Jaque.

No centro de todos, Jaque estava sentada de pernas cruzadas em uma cadeira, com um sorriso debochado no rosto e um cigarro entre os dedos. Ela usava sua jaqueta de couro habitual, ainda com marcas da noite anterior, como se ostentasse as evidências de seu caos como troféus.

No topo da mesa, estava o patriarca da família, Don Hector Matty, um homem de olhar severo e voz imponente, que governava o clã com mão de ferro. Ao seu lado, sua esposa, Dona Lucia, mantinha um semblante neutro, mas os olhos denunciavam desaprovação.

— Jaqueline! — Don Hector finalmente quebrou o silêncio, sua voz reverberando pelo salão. — O que diabos foi aquilo ontem à noite?

Jaque ergueu uma sobrancelha e soltou uma nuvem de fumaça no ar.

— Você vai ter que ser mais específico, vovô. Eu fiz muita coisa.

Um murmúrio de irritação percorreu a mesa. Álvaro, que estava sentado mais à frente, tentou intervir:

— Para de gracinha, Jaque! Você colocou a Costa contra a gente, explodiu metade do ferro-velho e ainda atraiu a porra da polícia!

Ela deu um sorriso irônico, apoiando o cotovelo no braço da cadeira e encarando Álvaro.

— Ah, entendi. Vocês estão aqui pra reclamar que eu fiz o trabalho que ninguém mais teve coragem de fazer. Que bonitinho.

Don Hector bateu com força na mesa, silenciando os murmúrios.

— Isso não é uma brincadeira, garota! Você quebrou as regras! Ninguém age por conta própria sem minha ordem!

Jaque levantou-se lentamente, deixando o cigarro cair no chão e esmagando-o com o coturno. Seu olhar percorreu cada rosto ao redor da mesa.

— Regras? — disse ela, com um tom ácido. — Vocês estão preocupados com regras? Esse nome Matty só significa alguma coisa hoje porque eu tô lá fora, colocando a porra do meu pescoço na linha enquanto vocês ficam aqui sentados, tomando vinho e falando merda.

Um dos tios, Marco, levantou-se abruptamente. Ele era conhecido por ser um dos mais leais a Don Hector e não tolerava desaforos.

— Escuta aqui, garota! Você pode ser uma Matty, mas ainda é uma pirralha! Respeite sua família ou vai aprender do jeito mais difícil!

Jaque riu, uma risada alta e provocadora. Ela se aproximou de Marco, encarando-o de perto.

— Vai me ensinar, tio Marco? — disse, com um sorriso de escárnio. — Quero ver você tentar.

Marco levantou o braço, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, Jaque o empurrou com força contra a cadeira, derrubando-o. O som do impacto ecoou pela sala, e todos ficaram em silêncio.

— Alguém mais quer tentar me "ensinar"? — Jaque perguntou, girando lentamente para encarar os outros.

Dona Lucia, que até então estava calada, finalmente falou:

— Jaqueline, você está brincando com fogo. Não importa o que você fez, mas desafiar a hierarquia da família é suicídio.

Jaque virou-se para ela, inclinando a cabeça levemente.

— Suicídio? Sabe o que é suicídio, vó? Ficar parado enquanto a Costa nos cerca e espera o momento certo pra nos ferrar. Se ninguém aqui vai fazer alguma coisa, eu faço.

Don Hector levantou-se, sua presença dominando o ambiente.

— Você pode achar que é esperta, garota, mas vou te ensinar uma coisa: aqui, eu sou a lei. Você não passa de uma peça no meu jogo.

Jaque caminhou até ele, desafiando-o com os olhos.

— Peça? — ela disse, com a voz carregada de sarcasmo. — Engraçado. Eu não me lembro de peças derrubarem reis.

O silêncio na sala era absoluto. Ninguém jamais havia desafiado Don Hector daquela forma, e o choque nos rostos dos outros era evidente. Mas Jaque não recuou. Ela sabia que tinha quebrado a hierarquia, e fez isso com orgulho.

— Se vocês querem que eu jogue pelas regras, talvez vocês devessem começar a agir como líderes, não como covardes. Até lá, eu faço as minhas próprias.

Sem esperar resposta, ela virou-se e saiu da sala, deixando todos atrás, imersos no caos que ela havia acabado de plantar.

O silêncio na sala era pesado, quebrado apenas pelo som da respiração de Don Hector, que encarava a porta pela qual Jaque havia saído. Os olhos do patriarca estavam cheios de ódio, e sua voz soou como um trovão quando finalmente falou:

— Essa garota não é mais uma Matty. Quero todos atrás dela. Matem-na. Ela não merece carregar nosso nome.

Os outros membros da família se entreolharam, alguns hesitantes, mas ninguém ousou desafiar a ordem do velho Hector. Jaque havia cruzado a linha, e, para ele, não havia perdão.

Mas antes que pudessem agir, algo inesperado aconteceu.

— Cheiro de fumaça... — sussurrou um dos primos, levantando-se de repente.

O cheiro forte começou a se espalhar pela sala, e em poucos segundos, gritos ecoaram pelo casarão.

— Fogo! A casa tá pegando fogo!

O caos tomou conta. Chamas começaram a surgir pelas escadarias e pelas cortinas da sala principal. O calor era sufocante, e os gritos desesperados ecoavam enquanto os Matty tentavam fugir.

Do lado de fora, sob o céu que começava a clarear com o nascer do sol, Jaque estava sentada em sua moto, observando a mansão arder. O fogo refletia em seus olhos, dando a ela uma aparência quase demoníaca. Sua jaqueta de couro balançava com o vento da manhã, e um sorriso diabólico se espalhou por seu rosto.

— Vocês se acham os reis dessa porra de tabuleiro... — disse ela, acendendo um cigarro com o isqueiro que usara para iniciar o incêndio. Ela tragou lentamente, olhando para as chamas que consumiam o símbolo de poder da família Matty.

— Mas esqueceram que o curinga aqui sou eu. — completou, com uma risada alta e insana que ecoou pelas ruas vazias.

Jaque deu partida na moto, o ronco do motor cortando o som do fogo e dos gritos. Enquanto acelerava pelas ruas, as sombras da mansão em chamas ficaram para trás. A fumaça subia, pintando o céu de cinza, enquanto ela ria como se fosse o final de um espetáculo que ela mesma dirigira.

Ela cruzou as ruas desertas, o vento batendo em seu rosto enquanto a cidade começava a despertar. Para Jaque, aquela era a primeira de muitas jogadas. Ela não precisava de família, de regras ou de um nome. Ela era Jaque. Uma força caótica, incontrolável, e, acima de tudo, livre.

E naquele momento, a cidade percebeu: o verdadeiro perigo não estava na família Matty. Estava na garota que acabara de destruir o trono.

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