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Máfia - Amor&Dever

Prólogo

 A noite caía silenciosa sobre a cidade, e o vento frio sussurrava entre os galhos das árvores no jardim da mansão Moretti. A mansão, imponente e antiga, parecia guardar segredos sombrios entre as suas paredes de pedra e as grandes janelas de vidro. O céu estava carregado de nuvens, obscurecendo a lua, como se o próprio universo estivesse tentando esconder o que estava prestes a acontecer.

Uma mulher se aproximava da mansão, os seus passos rápidos e pesados ecoando na calçada de pedras. O rosto dela estava marcado pela dor e sofrimento, os olhos inchados pelo choro e pela angústia. O vento fustigava os seus cabelos desgrenhados, mas ela não parecia se importar. O único som que importava agora era o de seu coração batendo forte, apressado, temeroso.

Ela segurava um embrulho apertado contra o peito, um peso que parecia ser mais do que ela poderia suportar. Dentro do embrulho, uma criança — tão pequena, tão vulnerável, tão inocente. A vida de uma menina que, sem saber, carregava o fruto de um amor proibido. Ela olhou uma última vez para a mansão, o seu olhar cheio de arrependimento e medo, mas a decisão estava tomada. Não havia mais retorno.

Com um suspiro dolorido, a mulher colocou o embrulho na cesta que trazia consigo e a deixou no portão da mansão. A menina dentro dele, com os olhos grandes e curiosos, fitava a mãe com uma expressão que apenas uma criança inocente poderia ter, sem entender o que estava acontecendo. A mulher se ajoelhou lentamente, deixando uma carta cuidadosamente dobrada ao lado da criança.

 — Perdoe-me, Michael — Ela sussurrou, as palavras se misturando com as lágrimas que escorriam por seu rosto. — Eu não posso protegê-la, mas sei que você pode. Ela é tudo o que tenho. Cuide dela, por favor!

Com um último olhar cheio de despedida e dor, a mulher se levantou, as mãos tremendo. Ela tocou a campanhia e se afastou rapidamente, o seu coração apertado pela certeza de que nunca mais veria a criança. E então, desapareceu na escuridão da noite, como uma sombra que se dissipa ao primeiro toque da luz.

A governanta mandou que um dos funcionários fosse até lá verificar quem atormentava a família naquele horário.

O homem voltou com o pequeno cesto e a carta em mãos, a governanta chamou pelo patrão que odiava ser interrompido, mas, aquele era um assunto sério.

Quando Michael Moretti, viu a menina ali. Encolhida no cesto, com os olhos grandes e confusos, ela parecia um anjo perdido, mas Michael soubera imediatamente quem ela era. Ele a reconheceu não pelo rosto, que ainda era uma criança, mas pelo sangue, pelo vínculo que a unia a ele, um laço eterno e inegável.

Os olhos dela, azuis e brilhantes, eram iguais aos da mulher com quem ele havia compartilhado um amor impossível e proibido. A mulher que deveria ser um segredo enterrado no passado. E ali estava sua filha, uma prova viva de algo que ele jamais poderia admitir.

Michael olhou para a carta, os seus dedos apertando o papel, lendo e relendo as palavras como se fossem um feitiço, uma maldição. A mulher que ele amara o havia deixado com essa responsabilidade, com essa filha que ele nunca poderia apresentar ao mundo. Ele não podia permitir que ninguém soubesse que ele havia tido uma criança fora do casamento. Não podia. O escândalo, a vergonha, as consequências seriam catastróficas para sua posição e poder.

Olhou para a esposa, que surgira silenciosamente à porta, com os olhos ardendo de raiva e desconfiança. Ela sabia do relacionamento, mas não sabia da criança. assim todos pensavam. A raiva dela, o desprezo e o ciúmes foram instantâneos, e a presença da menina só alimentava isso. Mas Michael não tinha escolha.

— Esconda-a. — Ele ordenou, a voz rouca e sem emoção. — Ela será criada como uma serva. Ninguém pode saber sobre ela.

A esposa, tomada pela fúria, olhou para a criança com desprezo, mas sabia que não havia nada que pudesse fazer, a palavra de Michael sempre era a primeira e a última. Em seu coração, já havia decidido que a menina não passaria de um fardo a ser escondido, uma sombra na casa que nunca seria visível.

Alice foi tratada como uma criada desde aquele momento. Conforme crescia ela lavava os pratos, limpava os quartos, servia os convidados, sempre invisível aos olhos dos outros, mas observada com ódio pela esposa de Michael. A casa nunca foi um lar para ela, mas uma prisão disfarçada. À noite, quando o dia terminava e os outros iam para suas camas, ela era trancada no porão, onde a escuridão parecia engoli-la completamente. A jaula era a única proteção contra o mundo cruel lá fora e contra a fúria da madrasta que queria vê-la morta.

O porão, um lugar úmido e frio, tornou-se o único espaço onde ela podia se esconder de tudo. E, no entanto, mesmo ali, Alice manteve sua força. Sua alma era imune ao abuso e ao sofrimento.

Conforme foi crescendo, Alice ganhou um quarto, se é que se podia chamar assim, mais ao menos não ficaria trancafiada no escuro do subterrâneo, a jovem cresceu com um olhar desafiador, mas também com um coração doce que ninguém jamais havia visto de perto.

Era um paradoxo, uma criança cheia de raiva e ternura, marcada pelo sofrimento, mas com uma força interior que a fazia lutar por algo mais. Ela sabia que o mundo lá fora, apesar de ser cruel e implacável, ainda tinha algo a oferecer a quem tivesse coragem de alcançar.

E quando a oportunidade chegasse, ela se levantaria. Nada, nem mesmo o homem que a trouxe ao mundo, seria capaz de segurá-la para sempre. Alice Moretti era uma mulher feita de luz e escuridão, e ninguém, nem mesmo o homem que a tinha como serva, poderia prever o que ela se tornaria.

Alice Moretti

As manhãs na mansão Moretti começavam antes do amanhecer, com o som abafado de passos apressados e ordens sendo sussurradas pelos corredores. Para Alice, cada dia era uma batalha silenciosa.

Desde que se entendia por gente, ela sabia que não era bem-vinda ali. Crescera ouvindo os sussurros das criadas sobre a noite em que foi deixada na porta da mansão. Em como foi abandonada provavelmente pela mãe, sem um nome, apenas com um cobertor fino e um broche antigo, ela fora encontrada por um dos funcionários, o único ali que foi seu amigo, o pobre jardineiro tinha muito carinho por ela, mas, essa amizade fez com que a sua madrasta convencesse o marido que o jardineiro tinha que ser dispensado, e como ela sempre conseguia tudo, assim foi feito.

— Uma criança indesejada. — Era assim que a madrasta sempre se referia a ela, o veneno pingando de cada palavra, mas, isso não era nenhum novidade, Isadora a odiava com todas as forças e isso ela não fazia questão de esconder.

Aos seus 20 anos, Alice carregava as marcas invisíveis de uma vida de rejeição. Embora ninguém dissesse diretamente, ela sabia que era filha de Michael Moretti, o chefe da máfia local. Ele nunca admitira isso, mas o jeito como evitava olhá-la ou como desviava o assunto quando perguntavam sobre ela, dizia mais do que qualquer palavra.

Naquela manhã Alice começou o dia como sempre fazia, limpando o salão principal antes que a família acordasse. O piso de mármore reluzia sob o brilho suave dos lustres, e ela se movia com agilidade, limpando cada canto.

Enquanto arrumava a mesa para o café da manhã, a governanta, uma mulher severa chamada Letícia, entrou na sala.

— Apresse-se, menina. Não temos o dia inteiro. — O tom era frio, quase mecânico.

Alice não respondeu, apenas acelerou o ritmo. Falar de mais ou de menos sempre lhe trazia problemas, então aprendeu que calada sempre a livraria das punições, mesmo que os seus serviços não fossem indispensáveis, tanto na casa, quanto fora de lá.

Ainda que Alice tivesse sangue de um Moretti nas veias, era uma mera serviçal dentro e fora da mansão, Michael a usava para os seus negócios, e sempre deixou claro, que ninguém poderia saber quem ela era; Alice apenas obedecia, já que a única vez que tentou fugir passou uma semana presa no porão, sem comida e apenas uma garrafa com água, sabia que se tentasse novamente o castigo seria pior.

Quando Michael desceu para a sala de jantar, Alice já estava servindo o café. Ele lançou um olhar rápido em sua direção, como se reconhecesse algo nela, mas logo desviou, concentrando-se nos documentos que carregava.

Era inevitável, Alice era dona de uma beleza natural, tão parecida com a mulher que ele amou, mas, tudo ficou para trás, o seu amor se transformou em ódio e rancor, no mesmo dia que Alice foi deixada na sua porta, e Alice pagava por isso, ela era a lembrança viva do abandono.

— Michael, precisamos falar sobre a festa da nossa princesa. — A voz da madrasta soou alta e irritada, interrompendo o silêncio.

Alice permaneceu imóvel, tentando se tornar invisível. Sabia que qualquer erro, por menor que fosse, seria usado contra ela, então ela saiu, os deixando a sós.

Ao final do dia, Alice voltou ao seu quarto, o cômodo diferente dos outros era composto apenas por uma cama, um guarda-roupa e uma penteadeira, ali era o único lugar onde ela podia respirar sem sentir os olhos julgadores da madrasta ou dos empregados.

O espaço era pequeno, tão diferente da mansão luxuosa, ainda assim, Alice estava grata ao menos por ter um teto, mesmo que odiasse aquele lugar e aquelas pessoas, um dia ela conseguiria a sua liberdade.

Ela caminhou até a penteadeira e sentou-se, escovou os cabelos castanhos avermelhados e olhou para o centro, lá estava o broche que foi deixado com ela quando a encontraram. A peça de prata, delicadamente esculpida, era a única conexão que tinha com o passado. Ela o segurou por um momento, estudando os detalhes desgastados pelo tempo. Quem o colocara nela? Quem fora sua mãe? Essas perguntas a perseguiam, especialmente nas noites solitárias.

Ela suspirou, colocando o broche nos longos cabelos, antes de abrir um dos livros antigos que havia encontrado na mansão. Ler era sua única fuga, imaginar uma vida simples fora dos muros que a fazia prisioneira de certa forma, uma vida sem precisar ser refém do seu próprio pai.

Alice fechou os olhos e se imaginou numa casa de frente para o mar, a brisa bagunçando os seus cabelos, o ar preenchendo os seus pulmões, a água salgada molhando os seus pés, mas tudo não passava de um desejo, algo que se quer Alice estava perto de alcançar.

Levantando da cadeira, ela retirou o broche e se preparou para dormir, o dia seguinte seria tão longo quantos os outros.

Na manhã seguinte, enquanto Alice limpava os corredores, ouviu os passos apressados da madrasta. Antes que pudesse evitar, a mulher surgiu à sua frente, com os olhos faiscando de raiva.

— Você deixou poeira no salão principal. — A acusação veio sem aviso.

— Eu limpei, senhora. — Alice respondeu, mantendo o tom calmo.

— Está me chamando de mentirosa? — A voz subiu, ecoando pelo corredor, seguido pelo barulho de um tapa forte.

Alice levou a mão ao rosto, onde certamente estava avermelhado pela bofetada, ela sabia que não importava o que dissesse, a madrasta sempre encontraria uma desculpa para puni-la.

— Não, senhora. Vou limpar novamente. — Ela disse, baixando os olhos para evitar o confronto direto.

A mulher riu, um som frio e cortante.

— Isso mesmo. Lembre-se de que você está aqui por caridade. Você deveria ser grata.

Alice manteve a cabeça baixa, mas por dentro, sentia a raiva crescendo. “Grata?”, pensou, com amargura. Grata por uma vida de servidão? Por ser tratada como um erro? Pelo que exatamente eu deveria ser grata?

Ela apertou os punhos, prometendo a si mesma que um dia sairia dali.

Naquela noite, Alice saiu para o jardim, buscando um momento de paz. As estrelas estavam escondidas por nuvens pesadas, e o vento frio fazia os galhos das árvores balançarem.

Ela caminhou até o portão, os olhos fixos na estrada deserta além dos muros altos. Era ali, naquele ponto, que sua vida havia começado.

— Um dia, eu vou sair daqui. — Ela murmurou para si mesma, com a voz carregada de determinação.

Alice sabia que sua vida não seria definida pela rejeição ou pelo ódio que enfrentava na mansão. Ela era mais forte do que isso. E, quando a oportunidade surgisse, ela a agarraria com todas as forças, mesmo que fosse pega novamente, ao menos teria tentado, poderia aguentar uma semana de fome e sede, mas, somente se fosse pega e ela tentaria não ser.

Enquanto retornava ao seu quarto, sentiu o peso do abandono da sua mãe, como um lembrete silencioso de que seu passado era um mistério a ser desvendado, ou talvez fosse melhor só se conformar e ponto.

E, no silêncio da mansão, Alice Moretti jurou que um dia todos saberiam quem ela era e o que era obrigada a fazer.

Alice Moretti - 20 anos

Mansão Moretti

Os dias na mansão Moretti seguiam uma monotonia cruel. Alice se levantava antes de todos, trabalhava em silêncio e voltava ao seu quarto, sempre nos bastidores, invisível para a família e principalmente para os convidados. Porém, a cada dia, algo dentro dela crescia: uma vontade insaciável de conhecer o mundo de verdade, além dos muros altos que cercavam sua prisão dourada.

Naquela manhã, Alice estava polindo os espelhos do salão principal quando ouviu vozes vindas do corredor. Parou por um instante, mantendo-se quieta atrás da moldura ornamentada.

— E quanto à festa de aniversário da Camilla? — Perguntou a madrasta com seu tom autoritário.

— Tudo está sendo organizado. Só quero ter certeza de que o nome da nossa família será falado pela elegância, não por escândalos. — Respondeu Michael, a voz baixa, mas firme.

O nome “Camilla” fazia o estômago de Alice revirar. A filha legítima de Michael era tudo o que ela nunca poderia ser: admirada, protegida, a joia da família. Camilla sabia disso e fazia questão de esfregar sua superioridade em Alice sempre que tinha oportunidade.

Enquanto Alice voltava ao trabalho, as palavras da madrasta ecoaram em sua mente. A festa era um evento importante, e ela sabia que seria sobrecarregada com tarefas para garantir que tudo estivesse perfeito.

Na tarde seguinte, Alice estava na cozinha preparando os arranjos de flores para a festa quando Camilla entrou, os sapatos de salto ecoando no chão.

— Alice, preciso de você. — Disse Camilla, jogando uma caixa de vestido sobre a mesa.

Alice respirou fundo, escondendo a irritação.

— O que precisa, senhorita Camilla?

Camilla sorriu, mas o gesto era cheio de malícia.

— Preciso que você ajuste este vestido. Está um pouco largo. E certifique-se de não deixar marcas nas costuras. Não quero parecer mal vestida na minha própria festa.

— Claro. — Alice respondeu, já pegando a caixa.

Enquanto subia para o quarto com o vestido, Alice sentiu a familiar sensação de humilhação. Camilla não precisava dela para ajustar nada. Era apenas mais uma forma de lembrar que ela era inferior.

No quarto, Alice abriu a caixa e tirou o vestido. Era um tecido delicado, com bordados de pedras brilhantes que pareciam capturar a luz de forma mágica. Ela segurou o vestido contra o corpo, imaginando por um breve instante como seria usá-lo.

Caminhou até o espelho desgastado. A imagem refletida era um contraste cruel: o rosto cansado e os olhos marcados pelo cansaço de quem nunca teve descanso, contra o brilho luxuoso do vestido.

— Não se iluda, Alice. — Murmurou para si mesma. — Isso nunca será seu, tudo o que você tem é emprestado, pare de sonhar.

Ela colocou o vestido de lado e começou a ajustá-lo, as mãos hábeis trabalhando rapidamente. Porém, no fundo de sua mente, a ideia de estar em uma festa sua, de ser vista como igual, continuava a atormentá-la, contudo, isso jamais aconteceria.

Naquela noite, enquanto guardava alguns arranjos no salão, Alice foi surpreendida pela presença da governanta Letícia. A mulher, normalmente fria e distante, parecia querer dizer algo.

— Alice. — Chamou ela, com a voz baixa.

Alice parou, olhando para a governanta com cautela.

— Sim, senhora?

— Você é uma garota inteligente. Mas sua inteligência pode ser sua maior inimiga aqui. — Disse Letícia, com os olhos fixos nela.

Alice franziu o cenho, sem entender.

— O que quer dizer?

Letícia suspirou, olhando ao redor antes de continuar.

— Não tente chamar atenção, menina. A madame está sempre observando, esperando por um motivo para se livrar de você.

— Eu sei disso. — Respondeu Alice, com um tom defensivo.

— Não, você não sabe. — Disse Letícia, balançando a cabeça. — Só estou dizendo isso porque vi o que aconteceu com...

— Com quem? — Questionou Alice.

— Só não dê uma de esperta, mas uma coisa, descanse, vão precisar de você amanhã à noite, o senhor Michael mandou avisá-la, não saia do quarto, precisa está bem disposta e sem essa cara de cansada.

Alice não respondeu, mas aquelas palavras ficaram gravadas em sua mente. Letícia sabia mais do que dizia, mas Alice também sabia que ninguém ali falava abertamente sobre os segredos da família Moretti.

Letícia se retirou e Alice saiu em seguida, ela já pensava no que faria na noite seguinte, qual tarefa seria designada para ela dessa vez.

No dia seguinte, Alice dormiu até tarde, acordando na hora do almoço, ela fez a sua higiene e desceu para comer, decidiu adiantar os arranjos, estava terminando de organizar as flores no salão quando Michael entrou. Ele estava ao telefone, dando ordens em um tom firme.

Ela tentou se afastar, mas ele a viu. Por um momento, os seus olhos se cruzaram. Era raro Michael olhar diretamente para Alice, e isso a deixou desconfortável.

— Você... — Ele começou, apontando para as flores. — Fez isso?

Alice assentiu, sem saber o que esperar.

— Estão boas. — Disse ele.

Era um elogio simples, mas Alice sentiu uma pontada de confusão. Michael raramente falava com ela, muito menos de forma positiva.

— Suba e descanse, a noite será longa, logo mais receberá as instruções. — Michael finalizou e saiu.

Naquela noite, enquanto se arrumava, Alice pensou na interação com Michael e na conversa com Letícia. Algo dentro dela estava mudando. Ela não sabia o que era, mas sentia que o destino estava se movendo.

Com o broche em mãos, ela o estudou mais uma vez, os dedos percorrendo os detalhes gravados na prata.

— Quem é você? — Perguntou em voz baixa, como se o objeto pudesse responder. — Por que me abandonou mamãe?

Alice sabia que precisava descobrir a verdade sobre seu passado. Sabia que o que estava escondido ali era mais do que rejeição.

E antes que pudesse se questionar novamente a porta foi aberta.

Isadora Moretti ( Madrasta)

Camilla Moretti

Michael Moretti

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