...A todos que amam a vida no campo, que se encantam com o cheiro da terra molhada e com o jeito bruto— mas doce — de um cowboy....
...A todos que sabem que as consequências dos nossos atos sempre chegam, e que já foram feridos, traídos, destruídos por quem amam....
...Que saibam: o amor pode renascer, da maneira mais linda e inesperada. ...
PERSONAGENS PROTAGONISTAS:
...HELENA...
Meu nome é Helena, tenho trinta e dois anos e sou médica veterinária. Trabalho em minha própria clínica em São Paulo. Minha mãe já faleceu e meu pai vive em Minas Gerais, dono da Fazenda Falcão. Ah, como sinto falta daquele lugar. Já faz um ano que não vou para lá, um ano sem ver meu paizinho. Que saudade do ar puro, do verde, dos animais e daquela paz que na cidade é quase impossível de encontrar.
KATE: —Pode deixar, doutora Helena. Vou cuidar com muito carinho dos seus pacientes!
HELENA: —Obrigada, Kate. Confio muito em você. Qualquer dúvida, pode me ligar a qualquer hora.
KATE: —Fique tranquila. Vai aproveitar suas férias! Se precisar, eu prometo que te ligo.
HELENA: —Tá bem.
Decidi passar algumas semanas na fazenda do meu pai. Sempre que posso, gosto de ajudá-lo com os animais. Gado, galinhas, porcos... bem diferentes dos bichos que trato na clínica. Não contei nada a ele sobre minha viagem. Adoro chegar de surpresa.
Na última vez que estive lá, um dos vaqueiros havia sido mandado embora por preguiça. Meu pai ficou em apuros com a falta de ajuda, e acabei prolongando minha estadia para apoiá-lo. Só voltei para São Paulo quando ele conseguiu contratar alguém novo. Participei apenas dos dois dias de espera antes da chegada do novo vaqueiro. Desde então, meu pai sempre comenta o quanto gosta do rapaz, dizendo que ele é dedicado, cuidadoso e, talvez, um dos melhores que já teve. Isso me deixa tranquila.
...ROGER...
Meu nome é Roger, tenho trinta e quatro anos. Sou casado com a Luana e juntos temos uma filha, a Laura, minha princesinha de seis anos.
Sempre fui apaixonado pela vida no campo. Desde pequeno, mexo com a lida rural. Há cerca de um ano consegui trabalho como vaqueiro em uma fazenda em Minas, e desde então me apaixonei por esse lugar. Espero que meu patrão nunca queira me mandar embora. De todas as fazendas em que já trabalhei, essa é, sem dúvida, a que mais gosto.
Mas Luana odeia. Ela detesta o simples, detesta o mato, detesta a roça. Somos opostos. Enquanto ela sonha com a cidade grande, eu só queria viver em paz com meus pais, que já estão idosos e moram perto daqui. A fazenda não fica muito longe da minha casa, mas costumo dormir lá um dia sim, outro não. Nos fins de semana, consigo duas folgas por mês.
Eu queria muito que Luana e Laura fossem comigo para conhecer e viver um pouco desse mundo. Meu patrão até gosta da ideia, vive me perguntando quando vou levar a menina outra vez. Mas Luana nunca aceitou. Não quer ir e ainda proíbe que eu leve a Laura. Já a levei algumas vezes, mas sem a Luana, é complicado trabalhar e cuidar dela ao mesmo tempo.
São nove da noite. Passei o dia em casa, já que estava de folga. Amanhã cedo volto para a fazenda.
LAURA: —Papai, amanhã você vai pra fazenda?
ROGER: —Vou sim, meu amor.
LAURA: —Posso ir com você?
LUANA: —Não pode, filha.
LAURA: —Mas por quê? Quero ver os animais! O papai disse que nasceram bezerrinhos!
LUANA: —Já disse que não vai!
ROGER: —Deixa ela ir comigo, Luana. Qual o problema?
LUANA: —Ela vai fazer o quê lá? Não tem nada pra uma criança!
LAURA: —Eu ajudo o papai! Posso ficar com o senhor Afonso!
LUANA: —Você tem aula amanhã. Não vai faltar só por causa disso!
Laura insiste mais um pouco, mas Luana encerra a conversa. A menina sobe para o quarto com a carinha triste.
ROGER: —Amanhã você não trabalha, Luana. Por que não vamos nós três? Eu trago vocês no fim do dia.
LUANA: —Você sabe que não gosto da roça.
ROGER: —Então deixa eu levar a Laura. Ela gosta. Por que impedir?
LUANA: —Já falei que não pode.
ROGER: —Ok. Não quero brigar por isso.
LUANA: —Amor, por que não arruma outro emprego? Em uma empresa, talvez. O marido da minha amiga é dono de uma...
ROGER: —Luana, eu gosto do que faço. Gosto do meu trabalho e não vejo necessidade de procurar outro. Já disse isso a você, não sei quantas vezes.
LUANA: —Tudo bem. Mas só uma pergunta... pretende ficar nesse trabalho pra sempre?
ROGER: —Até ter a minha própria fazenda.
LUANA: —Tá falando sério? Quer viver pra sempre na roça?
ROGER: —Quero.
LUANA: —Hum. Tá bom então. Bom... vamos pra cama?
ROGER: —Pode ir. Eu já vou.
Luana entra, mas eu fico mais um pouco na varanda, bebendo minha cerveja. Quando termino, vou para o quarto. Deito ao lado dela, abraço-a por trás e dou um beijo em seu pescoço.
ROGER: —Boa noite.
LUANA: —Boa noite.
LUANA( ESPOSA DE ROGER)
LAURA( FILHA DE ROGER E LUANA)
...HELENA:...
No dia seguinte pela manhã, pego o voo para Minas Gerais. Tenho um cachorro da raça Golden Retriever, o Toby, mas infelizmente não posso levá-lo comigo. Ele vai ficar com uma amiga.
Quando chego em solo mineiro, um carro de aplicativo me leva até a fazenda.
MOTORISTA: —Fazenda Falcão. Chegamos, moça!
HELENA: —Muito obrigada!
Meu Deus, que saudade! Só de olhar para a placa já sinto a paz tomando conta de mim.
HELENA: —Senhor Afonsoo!!
Grito meu pai da porteira, mas ele não aparece. Jogo minhas malas por cima e pulo para o outro lado.
HELENA: —Paii!! Senhor Afonso!!
Vou puxando minhas malas, ansiosa para ver a reação dele quando me encontrar. Ele não faz ideia de que eu viria.
Vejo ao longe um homem de barba branca e chapéu caminhando em minha direção.
SENHOR AFONSO (Pai de Helena e dono da Fazenda Falcão)
HELENA: —Oiiee!
SENHOR AFONSO: —Helena?? Meu Deus, filha!!
Corro até ele e o abraço com força.
SENHOR AFONSO: —Quer matar seu pai do coração, menina?
HELENA: —Você sabe que eu adoro fazer surpresa!
SENHOR AFONSO: —Quantas saudades eu estava sentindo, minha borboletinha! Que bom tê-la aqui!
HELENA: —Eu também, pai! Muitas saudades!
SENHOR AFONSO: —Como você está, meu amor? Cada vez mais linda!
HELENA: —Obrigada, pai! Estou ótima… e muito melhor agora que estou aqui com o senhor.
SENHOR AFONSO: —Vamos entrar, querida. Deixa eu te ajudar com essas malas.
HELENA: —Obrigada, pai.
SENHOR AFONSO: —Ah, que alegria! Que bom que você veio, meu amor!
Ele me ajuda a levar as malas para dentro. Ah, como senti falta dessa casa.
HELENA: —Meu Deus, que cheiro maravilhoso! Está me dando água na boca!
SENHOR AFONSO: —O almoço já está pronto, querida. Chegou em boa hora!
HELENA: —Huum! Que fome! Só vou tomar um banho antes. Me espera pra almoçar?
SENHOR AFONSO: —Claro que espero, meu amor!
Subo para o quarto e tomo um banho gelado; o calor está forte. Visto uma roupa leve e confortável: camiseta branca, shorts bege de moletom e havaianas.
HELENA: —Oii, Dona Berta! Que saudade de você!
BERTA( Cozinheira da fazenda falcão)
BERTA: —Menina, que alegria! Pensei que não vinha mais!
HELENA: —Meu estômago está roncando. Que saudade da sua comida!
BERTA: —Já está prontinho. Fique à vontade.
HELENA: —Ah, mas eu vou mesmo! Esse cheirinho está me matando!
Comida mineira. Que beleza! Arroz, feijão, angú, couve, carne cozida… Jesus, que saudade!
Sento-me à mesa e almoço com meu pai.
SENHOR AFONSO: —E a clínica, filha? Está tudo bem?
HELENA: —Está sim, pai. Graças a Deus!
SENHOR AFONSO: —E o Toby?
HELENA: —Está ótimo! Queria tanto ter trazido ele comigo… mas ficou com a Carol.
Depois do almoço, me lambuzo com doce de leite caseiro feito pela Berta. Sempre levo dois potes para casa.
Em seguida, meu pai me leva para ver os animais e os bezerrinhos recém-nascidos.
HELENA: —Olha os porquinhos! Ô meu Deus! Também nasceram porquinhos!
SENHOR AFONSO: —Nasceram sim. Foram sete.
HELENA: —Ah, que fofura!
Enquanto caminhamos até os bezerros, vejo um homem alto, forte e muito bonito no meio do gado.
HELENA: —Pai, quem é ele?
SENHOR AFONSO: —Esse é o vaqueiro que te falei, querida. O que coloquei no lugar do último que mandei embora.
HELENA: —Ah, então é esse que você tanto elogia!
SENHOR AFONSO: —Sim. Ele é ótimo! Mas não diga nada, não quero que ele fique se achando.
HELENA: —Pode deixar, não vou dizer.
Meu pai chama o homem.
SENHOR AFONSO: —Roger! Vem aqui, por favor!
...ROGER:...
Estou no meio do gado quando ouço o senhor Afonso me chamar. Ao lado dele, vejo uma mulher bonita, morena, de olhos castanhos claros. Nunca a vi por aqui.
ROGER: —Pois não, senhor?
SENHOR AFONSO: —Quero te apresentar a minha filha, Helena. Helena, esse é o Roger.
HELENA: —Muito prazer, Roger!
ROGER: —O prazer é todo meu, dona Helena!
Apertamos as mãos. O celular do senhor Afonso toca.
SENHOR AFONSO: —Preciso atender. Roger, pode mostrar os bezerros para a Helena, por favor?
ROGER: —Claro, senhor.
SENHOR AFONSO: —Já volto, filha.
HELENA: —Tudo bem, pai.
Ele se afasta falando ao telefone.
ROGER: —Pode me acompanhar, dona Helena.
HELENA: —Sem esse “dona”! Pode me chamar só de Helena.
ROGER: —Como quiser.
A levo até os bezerros. Os olhos dela brilham ao vê-los.
HELENA: —Ah, que lindezaas! Oi, bebês! Como vocês são lindos! Quem é a mamãe?
ROGER: —Aquela e aquela. São duas.
HELENA: —Ah, então vocês são as mamães? Seus filhos são lindos demais!
Ela acaricia e beija a cabeça das vacas.
HELENA: —Você deve estar achando que sou uma palhaça falando com elas assim.
ROGER: —Que nada! Eu também converso com eles o tempo todo. Pena que não respondem!
Ela me olha e sorri.
SENHOR AFONSO: —Engraçado como você sempre age como se fosse a primeira vez que vê os animais.
Diz meu pai se aproximando.
HELENA: —É verdade! É que sou apaixonada, pai… você sabe, né?
SENHOR AFONSO: —Roger, pode levar o gado para o pasto, por favor.
ROGER: —Sim, senhor. Com licença, dona Helena.
HELENA: —Toda.
SENHOR AFONSO: —Filha, pode escolher um para você, se quiser.
HELENA: —Ah, quem me dera! Se eles não crescessem, eu até pensaria no caso.
SENHOR AFONSO: —Imagina um boi desse tamanho no quintal da sua casa!
HELENA: —Imagina! Meus vizinhos iam achar que enlouqueci de vez!
...HELENA:...
No fim da tarde, monto em um dos cavalos e sigo junto dos vaqueiros para trazer o gado do pasto. O vento bate forte no rosto e o som das patas ecoa pelo chão de terra. O barulho da boiada correndo unida chega a ser assustador, e sempre tenho a impressão de que posso ser engolida por aquele mar de animais, mas ao mesmo tempo o coração dispara de emoção. É uma mistura de medo e de prazer em estar ali, no meio daquela vida que amo tanto.
Quando terminamos, desço do cavalo, acaricio seu pescoço suado e o conduzo com cuidado de volta para o estábulo.
ROGER: —Caramba, mulher de Deus! Fiquei com o coração na mão achando que você ia cair no meio dessa boiada. O patrão ia acabar comigo e com os outros!
HELENA: —Não se preocupe. Eu já estou acostumada. Os vaqueiros sabem bem disso, por isso nem se preocupam comigo. Faço de tudo por aqui.
ROGER: —Dá pra ver. Você parece ter nascido pra isso. Passou o dia inteiro cuidando dos bichos sem reclamar.
HELENA: —É verdade… eu amo! Aqui me sinto no paraíso.
ROGER: —E de onde você é?
HELENA: —De São Paulo. Tenho uma clínica veterinária na cidade.
ROGER: —Sabia! Já dava pra imaginar. Seu amor pelos animais é coisa rara de se ver.
HELENA: —Sou apaixonada, não sei viver de outra forma.
ROGER: —Bom… deixa eu terminar meu trabalho, senão o seu pai me dá bronca. Com licença, dona Helena.
HELENA: —Nada de dona! Só Helena.
ROGER: —Certo, Helena. Com licença.
Ele se afasta sorrindo, e eu fico por alguns instantes observando. Seus olhos claros e o sorriso fácil têm algo de hipnotizante, diferente de qualquer outro homem que já vi por aqui; até mesmo na cidade grande. Dou uma última atenção ao cavalo, aliso sua crina, e sigo para dentro de casa. Subo para o quarto, tomo um banho demorado e depois me deito um pouco, até a hora do jantar com meu pai.
DIA SEGUINTE — ROGER:
Passei a noite na fazenda. Tenho o costume de dormir aqui em dias alternados. O sol ainda está nascendo quando me levanto para cuidar dos animais.
ROGER: —Bom dia, boiada! Vamos acordar, seus preguiçosos!
Enquanto jogo capim e silagem para o gado, aproveito para dar uma olhada no restante. Galinhas, porcos, cavalos… Quando chego no galinheiro, encontro Helena já de cócoras, espalhando ração.
ROGER: —Bom dia, dona Helena!
Ela ergue o rosto e sorri, ainda com as mãos cheias de grãos.
HELENA: —Bom dia!
ROGER: —Já de pé a essa hora?
HELENA: —Eu adoro acordar cedo, ainda mais aqui. O dia rende muito mais.
Ela termina a tarefa e se levanta, quando ouvimos passos atrás.
SENHOR AFONSO: —Ah, aqui está você!
HELENA: —Oi, pai. Bom dia!
SENHOR AFONSO: —Bom dia, minha borboletinha!
HELENA: —Pai, já falei pra não me chamar assim na frente dos outros!
SENHOR AFONSO: —Essa é a minha borboletinha, Roger.
Senhor Afonso ri, e eu sorrio observando os dois.
SENHOR AFONSO: —Já tomou café, filha?
HELENA: —Ainda não!
SENHOR AFONSO: —Então vamos. A Berta fez café fresquinho, pão de queijo e bolo de fubá.
HELENA: —Ah, que delícia! Eu amo!
Ele a envolve pelo ombro e os dois saem juntos, enquanto volto para terminar o meu trabalho.
...HELENA:...
HELENA: —Minha nossa, Berta, isso é uma tentação. Não é à toa que sempre ganho uns quilinhos quando venho pra cá!
ROGER: —A Berta é demais, né?
HELENA: —É mesmo! Você é maravilhosa, Berta!
BERTA: —Ah, deixa de bobagem, menina. Vocês dois são muito puxa-saco.
HELENA: —Eu tô falando sério. Vou te levar comigo pra São Paulo. Pai, posso?
SENHOR AFONSO: —De jeito nenhum! Como eu fico sem essas mãos mágicas?
HELENA: —Arruma outra cozinheira.
SENHOR AFONSO: —Essa daqui não sai daqui por nada!
BERTA: —Vocês dois não prestam!
Rimos juntos. Logo depois, meu pai me convida para ir com ele à cidade. Aceito, e passamos pouco mais de uma hora fora antes de voltar para a fazenda.
...MAIS TARDE — ROGER:...
No fim do dia, volto para casa.
LAURA: —Papaiii!
ROGER: —Oi, minha bonequinha!
Ela pula no meu colo e seus olhos brilham quando entrego o chocolate que trouxe.
LAURA: —O meu preferido! Obrigada, pai!
ROGER: —Tudo por você, meu amor.
Sigo até Luana e lhe dou um beijo na testa, depois um rápido nos lábios.
ROGER: —Oi, amor. Como você tá?
LUANA: —Bem.
ROGER: —Trouxe uma coisinha também pra você. Seu bombom preferido… e flores.
LUANA: —Que lindo, Roger. Obrigada.
ROGER: —Quer ajuda no jantar?
LUANA: —Não precisa, já tô terminando. Vai tomar um banho, você tá todo cheirando a fazenda.
ROGER: —Tá certo. Te amo.
LUANA: —Também te amo.
Depois do banho, jantamos juntos. Coloco Laura pra dormir e ajudo Luana a arrumar a cozinha. Quando volto para o quarto, encontro-a saindo do banheiro com uma lingerie nova.
ROGER: —Uau…
LUANA: —Gostou?
ROGER: —Ô se gostei! Tá maravilhosa.
Aproximo-me dela e a abraço pela cintura, beijando-a devagar. Entre risos e carícias, nos deixamos levar, sem pressa, até cairmos na cama. Não há pressa, só o aconchego de estarmos juntos. O resto da noite é apenas nosso.
Depois, deitados, ela me olha com um sorriso travesso.
LUANA: —Amor, meu aniversário está chegando… O que acha de irmos para os Estados Unidos?
ROGER: —Estados Unidos?
LUANA: —Se você não puder ir, eu levo a Laura e convido algumas amigas.
ROGER: —Tá brincando? Com que dinheiro, Luana?
LUANA: —É só um empréstimo no banco. Você podia…
ROGER: —Nem pensar. Não vou me endividar só por isso.
Ela suspira, visivelmente chateada.
LUANA: —Nossa, Roger…
ROGER: —Se quer tanto, continua trabalhando e junta. Mas não vou me meter em dívida.
O clima fica pesado. Ela se vira na cama, encerrando a conversa. Eu também suspiro, sentindo o peso daquela discussão.
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